quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Crise de 2006 já começou

Para sermos positivos e optimistas temos que ter bons exemplos, saber em quem acreditar. O Governo socialista de Sócrates é o primeiro a afirmar (só agora) que a crise levará uns oito anos a passar. Porquê prometeu “bacalhau a pataco” durante a campanha? Porquê mentiu aos portugueses?



Até parece que a crise dá votos e faz matar a fome aos portugueses. Que grande ilusão. A verdadeira e frontal crise não existe, a que dizem que existe anda por ai envergonhada, autista das notícias das televisões que tentam a todo o custo vender gato por lebre. A crise de 2006 já começou, como já começaram as crises dos anos seguintes. A lengalenga chateia, incomoda mas nada podemos fazer. Quando a crise for desmantelada já não haverá sinais de crise em parte nenhuma. Deixemo-nos de lérias e vamos ao que importa.
Estou a ouvir a frase feita, milhentas vezes repetida: “Feliz Ano Novo” e que 2006 seja melhor que 2005. Que o ano que está prestes a terminar foi mau para Portugal devido à crise que ninguém sabe bem explicar o que é. Pois, então!
Crise! De quem, de quê e por quê? Será que alguém sabe dizer como é que as crises surgem e quem são os responsáveis?
Será que o pescador, o homem do talho, o pequeno comerciante ou o cidadão que se limita a fazer aquilo que lhe dizem para fazer é responsável pela crise?
Será que o presidente da República, o Governo da República e todos aqueles senhores com poderes na República são ou não são culpados das crises?
Será que um Estado que diz que vai reduzir o défice e depois vem a constatar que a dívida aumentou, está a dar achas para a crise?
Ou será que a crise é uma conversa da treta quando são necessários centenas de milhões de euros para um aeroporto na OTA, outras centenas de milhões de euros para o TVG, outras centenas de milhões de euros gastos em coisas que os portugueses desconhecem!
Será que 2006 será melhor que 2005?
Como? Expliquem, lá!?
Para sermos positivos e optimistas temos que ter bons exemplos, saber em quem acreditar. O Governo socialista de Sócrates é o primeiro a afirmar (só agora) que a crise levará uns oito anos a passar. Porquê prometeu “bacalhau a pataco” durante a campanha? Porquê mentiu aos portugueses?
Quando os responsáveis pela governação do país vêm revelar incapacidade para resolver a crise, apontando um mínimo de oito anos para encontrarem uma saída plausível, mais não estarão a fazer do que um discurso de moleza, de conversa da treta. Honestamente, não deviam estar a falar em soluções a média prazo quando sabem que estão com um pé dentro e outro pé fora do Governo. Só um otário poderá ver o actual Governo socialista no poder até 2013.
Crise! Nem pensar. São caldos entronados, caldos de galinha para aquecer o estômago e esquecer as agruras da vida. Até os russos já comem caviar, bebem o melhor champanhe francês, deliciam-se com o novo liberalismo e o novo capitalismo, e estão-se nas tintas para as dezenas de milhões de esfomeados nos arredores de Moscovo onde vivem na extrema pobreza e habitam prédios apodrecidos deixados como herança do exemplar comunismo que Mário Soares e Álvaro Cunhal trouxeram para Portugal.
Em crise andam os que criticam a crise.
Os intelectuais da taberna pintada de fresco, cheios de olheiras, enfiados no copo de vinho e no tabaco que mata. Há mais milionários na Rússia do século XXI que em qualquer outro país que ainda esteja a viver das ilusões da ideologia comunista e de um socialismo de esquerda. O russo Roman Abromovich é o “mais milionário” dos patrões de clubes de futebol do mundo, comprou o Chelsea, cuja equipa é treinada pelo português José Mourinho, por uma bagatela de milhões. A crise na Rússia está escondida nos subterrâneos das cidades e a apodrecer no interior do país do comunismo dos quatro ventos.
A crise, traduzida à letra, é uma situação perigosa. De levar as mãos à cabeça e não saber o que fazer. Mas nada que faça desanimar. António Gueterres, quando Primeiro- Ministro, badalou que a sua paixão era a educação, o ensino. Aprovou programas, alterou programas, reviu e criou novos programas, dotou o orçamento para a educação acima de todas as crises. Resultado final: Durante o mandato de António Guterres, como Primeiro-Ministro, Portugal enfrentou um dos piores períodos da educação e ensino.
Crise, quem acredita!
No espaço de 11 meses, 3 actos eleitorais em Portugal: eleições legislativas antecipadas, eleições autárquicas e, em Janeiro, eleições presidenciais. Sabem quanto custam estes três actos? Muitos milhões. Se a crise existisse não havia tanto “galo para o poleiro”, um recorde de candidatos à presidência da República. O presidente que vai sair (Jorge Sampaio) faz o discurso da crise, os candidatos a presidente têm andado na pré-campanha a falar na crise.
Quem fala verdade? Onde está a crise? A única coisa que se sabe é que a crise de 2006 já começou, sorrateiramente.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Sorrisos de Natal

O Natal é sentido como um amor que nasce e que fica para sempre, que se sente o seu calor e a sua força de viver, assumindo uma solidariedade sem limites como se todos os natais fossem sempre iguais, sempre diferentes. O Natal renova-se a cada instante.



Para nós o Natal tem mais sorrisos que noutras épocas do ano. Sorrisos sinceros e espontâneos, desejos que se quer ver extensivos a todos, abrir os braços e abraçar o mundo, dar e receber pouco ou muito, mesmo que despido de bens materiais.
Admito que possa haver sorrisos magoados, de olhos molhados com pequenas gotas recolhidas aos cantos ou desprendendo-se pela face abaixo, de saudades e recordações, lembranças que nos levam à infância que já não volta mas que nunca se esquece.
O Natal é sentido como um amor que nasce e que fica para sempre, que se sente o seu calor e a sua força de viver, assumindo uma solidariedade sem limites como se todos os natais fossem sempre iguais, sempre diferentes. O Natal renova-se a cada instante. O espírito de Natal é igual em todo o mundo pela incomparável carga de humanismo que enfatiza todas as esferas de todas as sociedades.
Não há melhores nem piores natais e até acho que o Natal mais profundo deverá ser vivido por aqueles que têm neste Dia Santo algo diferente e melhor daquilo que não têm nos demais dias do ano. Para aqueles que têm todos os dias a fartura do Natal, este dia não pode ser vivido da mesma maneira que é vivido por aqueles que desejam chegar ao Natal para terem algo melhor. Bom seria se todos os dias pudessem ser Natal, para todos.
O Natal é recordar e também reflectir. É parar sem ficar parado e ver que as tensões e convulsões são machadadas que doem muito.
Quando vejo Saddam Husssein, ex-presidente do Iraque, afirmar, esta semana, em tribunal que foi maltratado na cadeia pelos americanos, que foi vítima de agressões físicas, vejo-o como um ser humano que nunca terá vivido o mesmo Natal que milhões de iraquianos viveram miseravelmente enquanto Saddam se glorificava nos seus sete sumptuosos palácios em faustosas festanças.
Pior ainda, quando o relembro escondido num buraco debaixo da terra, quase sem poder se mexer, como se fosse um desgraçado, não consigo entender o coração deste homem que se diz filho de Deus e exerceu o poder através da ditadura e da violência, conduzindo à morte milhões de seres humanos indefesos.
O Natal é de todos e devia ser escrito com as maiores letras do mundo e presente em todos os lugares bem visíveis. Talvez se nos estúdios da televisão, onde decorreram os debates entre os candidatos à presidência da República, tivessem colocado algo que simbolizasse o Natal talvez houvesse mais respeito um pelo outro e menos “agressões verbais” detestáveis. Mário Soares podia ser o “Pai Natal” a arrastar os sapatos pela calçada, cansado e atormentado com o peso das suas velhas ideias. Cavaco Silva, pela forte personalidade demonstrada é quem mais acredita no Natal quando diz que é possível os portugueses terem uma vida melhor e promete empenhar-se por isso. Já Manuel Alegre, Francisco Louça e Jerónimo de Sousa apenas podiam ser “figurinhas” de pastorinhos revoltados que saíram do rebanho e sem azimutes se perderam na multidão deserta!
A política tem muita necessidade de viver o Natal, como uma luz que fornece pistas claras e sem sombreados. O espírito de Natal não tem existido na política e muito menos nos políticos por muito que tentem vestir a “pele de cordeiro”. As excepções são muito poucas e quando os que defendem o espírito de Natal intervêm são logo ofendidos como se fossem estranhos na “casa da política” que é o parlamento.
Não deixemos de sorrir sobretudo neste Natal, por maiores que sejam as contrariedades e as metas ainda por alcançar. Sorriam e sejam felizes. Bom Natal.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Os défices de um velho candidato

O antigo presidente da República, Mário Soares, hoje na casa dos 80 anos de idade, vai estar na Madeira, neste fim de semana, para conviver com os apoiantes à sua velha-nova candidatura a Chefe de Estado. Muito provavelmente irá jantar com velhos amigos, falar das suas velhas peripécias de quando esteve no governo e na presidência da República, dar umas velhas lições de democracia, recordar os velhos tempos das coisas que todos gostam de ouvir, com mais uns acrescentos aqui e ali, exibir os louros e as medalhas do antigamente, mas ao mesmo tempo evitará ou irá ignorar as coisas menos boas que afectaram grandemente Portugal e, nalguns casos, com extrema gravidade, que tiveram a sua aprovação e participação activa.
O “velho” Soares, no bom sentido, é hoje, figurativamente, um rico Pai Natal, laico, bem da vida, com uma fortuna incalculável, cheio de histórias para contar aos netos e aos que não o conheceram quando andava pelas catacumbas do comunismo. São “idosos” como Soares que devemos dar especial atenção, não pelo que possa dizer sobre o futuro que não se revê no seu passado, mas pelas peripécias que cometeu sem que tivesse sido molestado. Só o facto de ter estado deportado no paraíso que era São Tomé e Príncipe é já um “castigo” de extraordinária valentia! Alguém imagina o que foi, um menino rico, estar deportado naquela ilha africana? Será que os leitores conhecem ou conheceram o campo de concentração, a prisão do Tarrafal, em Cabo Verde? Será que os heróis do combate político contra o antigo regime, que lutaram contra e foram obrigados a participar na guerra do ultramar, não foram heróis? Que foi feito deles? Onde estão? Quem os marginalizou ou os aniquilou?
Ouvir o “velho” Soares, com 80 anos, falar do futuro de Portugal, é como ouvir ruídos de fundo, sons monocórdios, é trazer à memória o “velho” Salazar que também pensava que os portugueses não tinham muitas e melhores alternativas. Salazar, que dizem que pouco viajou, nunca esteve preso, foi um brilhante docente universitário e morreu pobre. À medida que ia ficando mais velho, mais idoso, mais se convencia que Portugal precisava de ouvir a sua voz, dar atenção às suas opiniões. O “velho” Soares está a seguir as mesmas linhas da indispensabilidade de Salazar. A velhice é sempre respeitável mas obviamente que tem as suas limitações, o que nem todos conseguem reconhecê-las.
O “velho” Soares, antigo presidente da República, nesta sua visita à Madeira certamente que não irá falar da violenta descolonização de Angola, Moçambique e da Guiné, que contou com a sua total ajuda e deixou na miséria cerca de 700 mil portugueses que tiveram que fugir para o Continente e Ilhas, bem como para outras partes do mundo, muitos dos quais em condições sub-humanas. Milhares de portugueses perderam tudo, viram os seus bens serem destruídos, muitos familiares e amigos assassinados sem nada de mal terem feito, quando em Lisboa políticos socialistas e comunistas apoiavam os seus kamaradas em África que cometiam barbaridades nunca vistas, nem no tempo de Salazar. Se lhe restar alguma vergonha também não vai abordar a balela do “défice democrático” pois seria incómodo explicar porque se candidata de novo.
Soares sempre se apresentou como um político mais vítima que culpado. Nunca fala das derrotas nem das atitudes menos dignas que teve, como aconteceu no Parlamento Europeu quando quis ser presidente e foi derrotado. Evita abordar o porquê de ter sido alvo de críticas violentas e de tentativas de agressão na Marinha Grande e mais recentemente no norte do país. Não quer falar do défice democrático que propagandeou contra a Madeira porque não tem argumentos democraticamente válidos.
Em termos político-partidários, este ano, prestes a terminar, foi para a esquerda política portuguesa um andar de cócoras para satisfazer a ânsia do poder. O presidente da República entendeu destituir o governo de coligação PSD/PP para promover eleições antecipadas e obviamente dar de bandeja ao seu partido (PS) as rédeas do poder.
Nas eleições autárquicas, em data e com calendarização normal, a esquerda política não pode ter a ajuda do presidente da República e perdeu. Nesta altura estão a decorrer aos debates da pré-campanha para a eleição do novo presidente da República e a esquerda política, uma vez mais, anda com um apetite voraz para colocar na cadeira de Chefe de Estado alguém que seja das suas áreas ideológicas e partidárias.
Não estamos ao lado daqueles que muito facilmente vêem a público dizer que fulano é melhor que sicrano só porque tem um currículo diferente, esteve noutros pelouros ou que revela uma maior ou menor capacidade. A política e os políticos não devem ser vistos como tapetes rolantes por onde passam ou desfilam estrelas abonecadas.
Na presente corrida à presidência da República a esquerda política apresenta-se com quatro candidatos (Jerónimo de Sousa/PCP, Francisco Louça/BE, Manuel Alegre/PS e Mário Soares/PS). São quatro contra um, embora Cavaco Silva/PSD diga que se apresenta equidistante dos partidos. A esta hora, o “velhinho” Soares já deve estar sonolento, sem pachorra para ouvir os outros, à boa imagem do “velho” Salazar.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Reino Unido tenta ditar leis!

Já era de esperar que a presidência britânica da União Europeia viesse criar alguns problemas em matéria de fundos comunitários, não só a Portugal como a todos os outros países. Os governos do Reino Unido sempre se consideraram auto-suficientes perante a Europa continental e portanto têm sido relutantes relativamente a algumas iniciativas destinadas a fortalecer o espírito comunitário europeu. Aderiram à União Europeia mais por interesses do país do que do conjunto dos países comunitários. A Grã-Bretranha vê os outros países europeus do mesmo modo que então via a sua antiga colónia americana, agora poderosa nação, com pouco mais de 200 anos, os Estados Unidos da América.
Os ingleses vêem a Europa continental em “fuga para a frente”, com problemas de vária ordem e insegurança que dizem não existir no Reino Unido. A segurança em Inglaterra é tanta que a capital londrina é considerada como a cidade mais vigiada do mundo, tem sistemas de vigilância espelhadas por quase toda a cidade, e é também o único país da Europa onde podemos ver polícias armados com metralhadoras a qualquer hora do dia e da noite nos aeroportos nacionais e internacionais.
É esta Inglaterra que está na presidência da União Europeia e que tem sido pouco pacificadora em matéria da distribuição de riqueza e que está a fazer abalar a Europa Comunitária. O facto de terem optado por manter a sua moeda (libra estrelina), embora mais dois países tenham feito o mesmo, vem demonstrar que a participação dos ingleses na “grande família” europeia é vista como mais um degrau para mostrar a sua intenção de supremacia no contexto das acções desenvolvidas por todos os Estados membros.
A própria diplomacia britânica assim como o famoso chá das cinco fazem parte de uma tradição que deixa promover aparências pouco substantivas. Os ingleses sempre aparentaram ser gentis desde a época das descobertas mas a primeira coisa que faziam quando chegavam a qualquer país ou região era traçar azimutes e registar áreas territoriais que ainda não estavam registadas. As terras que os ingleses têm na Madeira, o grande inventário territorial que tiveram, não foram subtraídas à população madeirense (porque não havia registos) mais também não foram adquiridas por valores financeiros correspondentes às mais valias que já possuíam na época, salvo poucas excepções.
Os ingleses sempre pensaram e agiram à frente dos europeus continentais e por isso foram-se tornado proprietários de terras e bens que pudessem reverter em riqueza fácil. Pouco se tem falado, mas algumas das maiores riquezas sediadas na Madeira estão, ou estiveram, na posse de ingleses. Como alguém nos dizia, na Madeira não há ingleses pobres, quase todos estão muito bem e outros conseguiram fortunas em solo madeirense como também noutras paragens onde se instalaram.
Aquilo que hoje pedem os países comunitários, como Portugal, Grécia, Espanha e outros, com zonas periféricas ou ultra-periféricas é que haja mais atenção na distribuição de verbas para o próximo quadro comunitário de apoio que vai de 2007 a 2013. A Madeira é um dos casos flagrantes: Ou a UE mantém os apoios que têm sido disponibilizados ou podemos estar a ver as dificuldades que podiam ser evitadas.
A ginástica orçamental que o Governo Regional tem feito para construir as grandes obras que todos reconhecem, como o Aeroporto e as vias rápidas, nomeadamente, foram negociadas ao cêntimo.
O que nunca vamos permitir, de modo algum, é que a Madeira venha a ser “governada” do exterior e por estrangeiros à ilha. O tempo do gonçalvismo em que foram feitas várias tentativas para se apoderarem da Madeira fracassou em toda a linha. Os ingleses ou quaisquer outros estrangeiros conhecem bem a hospitalidade dos madeirenses, o bem atender e o bem retribuir, mas já estamos no século XXI, com uma filosofia de vida completamente diferente de quando os transportes eram exclusivamente feitos por mar.
A Madeira e Portugal não estão numa situação que os permita ver reduzidas as comparticipações financeiras da União Europeia. Situação que, aliás, nunca se pôs.
Em vez da Inglaterra propor e fazer aprovar os apoios necessários para que os países com maior carência possam continuar a progredir, vem levantar “poeiras” que apenas colocam sombras escuras sobre os países.
Como alguém dizia, ainda bem que os ingleses vão ter que deixar a presidência da UE a 31 do corrente mês. Saem sem deixar muitas saudades.

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Os inimigos da Nação

Será que os portugueses do Continente conhecem a “nova” verdadeira farsa colonialista, as intoleráveis perseguições e os atentados que os governantes da República e os políticos que vegetam à volta dos defensores do colonialismo cometem diariamente contra os madeirenses, nomeadamente o facto de serem caloteiros e não pagarem o que devem à Região e não honrarem os compromissos anteriormente assumidos pelo Estado?




Os inimigos da Nação são todos aqueles que se opõem ao progresso de uma e de todas as parcelas do território português e que têm o estigma de “vendilhões da Pátria”, em tempos que já lá vão. Os inimigos da Nação não estão com o povo nem estão preparados para defender a Nação ao lado do povo. Geralmente andam pelos corredores dos palácios do poder, pelo parlamento da República, nas cadeiras governamentais, bem longe do país que somos, e da Pátria que foi sendo construída ao longo dos anos. Os inimigos da Nação são os que falam da Pátria e dos portugueses sem conhecerem Portugal. Não conhecem nem fazem por conhecer, razão porque existe tanta má vontade, ignorância e estúpida maldade.
Alguém dizia que “os maiores inimigos dos portugueses são os portugueses”; nós acrescentamos que os maiores inimigos do progresso do país são os governos centrais, os governantes e os políticos que revelam desconhecimento sobre as realidades nacionais e Regionais. Veja-se quantos ministros, secretários de Estado e sub-secretários de Estado já passaram pelo governo nos últimos 20/30 anos (dezenas, centenas...). Alguns nem chegaram a aquecer o lugar que assumiram “cumprir com lealdade” o seu mandato; outros foram obrigados a renunciar o cargo por eventuais envolvimentos incompatíveis com as funções de governante; outros abandonaram a chefia do governo depois de terem prometido mundos e fundos, etc. etc. Dos muitos governantes (dezenas, centenas...) poucos deixaram marcas de “boa memória” a que não está alheio o fraco desenvolvimento que o país tem tido.
Neste rodopio em que vive o governo da República, não há tempo para parar nem para pensar, para aprofundar e estudar as questões, para conhecer e debater antes de propor e levar à aprovação qualquer tipo de legislação. Os governantes estão sempre de passagem, a responsabilidade das decisões é sempre passageira, façam bem ou mal quando as eventuais falhas são detectadas já estão não se encontram na cadeira do governo. Responsabilidade pelo mal feito, nenhuma! Como diz o povo, “quem vier a seguir que apague a luz, se ainda houver luz!”.
Alguém disse já que “o importante não é ser ministro mas sim ter sido ministro”. Este modo de estar nos governos centrais e na política tem prejudicado muito as Regiões Autónomas.
No fundo, porque falham os governos centrais nas relações com as Regiões Autónomas, nomeadamente com a Madeira? Porque será que quanto maior é o desenvolvimento da Madeira, maiores são os sentimentos de revolta e maldizer dos governantes da República contra os madeirenses? Será que se a Madeira não tivesse o desenvolvimento sustentável que já atingiu os governantes da República seriam menos arrogantes, mais educados e mais respeitadores dos interesses dos portugueses deste lado do atlântico?
Será que os portugueses do Continente conhecem a “nova” verdadeira farsa colonialista, as intoleráveis perseguições e os atentados que os governantes da República e os políticos que vegetam à volta dos defensores do colonialismo cometem diariamente contra os madeirenses, nomeadamente o facto de serem caloteiros e não pagarem o que devem à Região e não honrarem os compromissos anteriormente assumidos pelo Estado?
Será que se os madeirenses vivessem hoje em barracas (furnas e palheiros), tendo como principal sustento a pobre agricultura, estivessem limitados a meia dúzia de escolas, fossem obrigados a emigrar para poderem sobreviver, não tivessem nas suas pobres e frágeis habitações água potável, luz eléctrica, telefone, estradas, transportes e ausência de outros meios de primeira necessidade, os governantes da República não fariam os inconcebíveis ataques que andam a fazer contra os madeirenses?
O que leva os governantes da República, e alguns políticos que nunca estiveram no poder nem nunca lá chegarão, a mentir e vomitar ódio contra os madeirenses quando deviam estar do mesmo lado da trincheira a lutar por um Portugal melhor e mais desenvolvido de norte a sul do Continente e Regiões Autónomas.
Que mal fizerem os madeirenses para que os governantes da República tenham comportamentos de “gatos assanhados” contra tudo quanto seja factor gerador de mais progresso de Portugal nas ilhas? A guerra à Zona Franca é uma vergonha; o uso do Palácio de São Lourenço para residência do representante da República e pelo Exército é outro atentado; A não permissão das fortalezas para a tutela da região é outra doentia provocação.
Os governos da República têm vindo a comportar-se para com a Madeira com uma desconfiança aterrorizadora, vêem nos madeirenses os inimigos da Nação, temem lutas onde há paz, vêem inimigos numa população que muito tem contribuído para o prestígio de Portugal e vivem obcecados por batalhas imaginárias! Por tudo quando temos vindo a assistir, confirma-se que os inimigos da Nação estão nas cadeiras do poder em Lisboa, pelo menos nas relações para com a Madeira.
Situações e atitudes destas fazem-nos meditar nos acontecimentos de 1 de Dezembro de 1640.
Os factos estão à vista, podem e devem ser consultados.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Segurança é fundamental

Está confirmado que a segurança está nas pessoas, nas comunidades, nas sociedades justas e organizadas. Não se pode pedir segurança numa sociedade onde simplesmente há o estúpido catálogo de “pretos e brancos”, “milionários e pobres”, “cultos e analfabetos”.



Todos os inquéritos feitos aos turistas que se encontravam em Paris, por altura dos distúrbios que ocorreram nos subúrbios da capital francesa, conduziram sempre a uma mesma resposta central: “segurança, é preciso que haja segurança”.
Se formos para os países do médio oriente, para a Ásia, América Latina ou do Norte, para o leste da Europa, a resposta é sempre a mesma “segurança”. As pessoas pedem segurança porque sentem-se inseguras, porque vêem que o mundo está a perder estabilidade e autoridade, porque deixou de haver respeito pelas instituições e perderam-se princípios de conduta que primavam pelo respeito para com os outros.
O mundo está instável, perdeu âncoras que suportavam a sociedade e não deixavam que os baloiços andassem ao sabor dos ventos e marés. Sem segurança vive-se no medo, na ansiedade do que poderá acontecer ou não, retraindo-se quando se devia avançar, lutar pelos pressupostos da globalização partilhada com lealdade, entreajuda, amizade e respeito mútuo. Os desacatos em Paris e arredores são condenáveis por muitas que sejam as assimetrias existentes na sociedade francesa. Não é destruindo que se põe um mundo em construção, não é contestando que se consegue valorizar os nossos ideais nem é com malcriações e falta de respeito para com os outros que conseguimos fazer valer ou alcançar os nossos propósitos.
A Madeira é de facto um “paraíso de segurança” se compararmos ao que vai pelo mundo. Sem que com isto queiramos dizer que não haja focos esporádicos de alguma atitude menos estável. O “paraíso” está exposto a tudo quando vai acontecendo pelo mundo e as repercussões, ainda que palidamente, vão chegando a toda a parte. A Madeira dá aos residentes e turistas uma estabilidade como não vamos encontrar em muitas regiões da Europa e do mundo, não apenas em termos de bem-estar e sentir-se em segurança como em qualidade de vida.
O mundo está a ficar inseguro, os cidadãos levantam questões para as quais não recebem respostas. As falhas e as incompreensões proliferaram nos últimos anos, o bélico expressa-se de várias formas, e todos sentem que viver com as portas e janelas abertas faz parte do passado. No presente, todas as trancas devem ser colocadas nas portas e janelas, sejam nos edifícios da economia, da justiça, do ensino, das finanças, da política e até da religião. O mundo moderno traz-nos outros deveres e obrigações, as vias rápidas, as ligações planetárias, as tecnologias, são produtos da nova era mas não devem ser encarados como produtos do fantástico e do maravilhoso.
A segurança tem de continuar a ser a mãe de todo o bem-estar social. Seja na sociedade civil ou militar, nas ruas e praças das nossas cidades ou nos campos de guerra. Quando há uma mina que rebenta por debaixo de uma viatura militar, apesar de todos os cuidados eventualmente tidos, é porque não terão sido tomadas todas as medidas de segurança, mais a mais quando o carro circula numa estrada de terra batida.
A morte do militar português destacado no Afeganistão tem um pouco a ver com a tal insegurança que sempre existe. Reprovável e intolerável é o aproveitamento despropositado que o governo de Lisboa fez, promovendo um verdadeiro show-off, profusamente difundido pelas televisões, bem à maneira portuguesa, do apego ao mórbido, e que, a par da insistente campanha a favor da (má) decisão da Ota e da maledicência, diariamente debitada nas televisões, pelo candidato Mário Soares, contribuíram para desviar as atenções aos atropelos que o povo vem, diariamente sendo sujeito.
Difíceis de prever são as reacções que demandam de classe sociais intoxicadas de promessas dos políticos. Nos arredores de Paris há bairros com milhões de pessoas desempregadas e sem meios para sobreviver, mas o mesmo vamos encontrar na periferia de Lisboa, com bairros em piores condições de segurança que os bairros franceses, e os políticos da capital e do próprio governo da República levam anos a prometer alterar a degradante situação e nada fazem. Situações idênticas encontramos na periferia do Porto e noutras zonas periféricas das principais cidades do país. A revolta feita a partir do estado de pobreza em que vivem as pessoas tem um outro sentido e um sentimento de descontentamento que deve ser maduramente interpretado.
Está confirmado que a segurança está nas pessoas, nas comunidades, nas sociedades justas e organizadas. Não se pode pedir segurança numa sociedade onde simplesmente há o estúpido catálogo de “pretos e brancos”, “milionários e pobres”, “cultos e analfabetos”. Pode-se não mudar a cor das pessoas, nem há interesse nem se pode, mas já podemos dar um equilíbrio social, construir uma sociedade mais igualitária, promover os valores culturais e educativos, sem que com isto estejamos a criar a demagógica sociedade socialista-comunista que promete tudo para todos e no fundo são os primeiros a criar aldeias isoladas vivendo na pobreza, tal como vamos encontrar nos “paraísos” comunistas da Europa do leste, em Cuba e nalguns países asiáticos.
A segurança é fundamental. Os distúrbios nos arredores de Paris e na própria cidade parisiense deixaram marcas violentas que contradizem com a paz podre e a segurança que pensamos sempre existir.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

O dilema do governo da República

O grande dilema dos governantes da República é terem ideias fixas mas desconexas sobre a Madeira do antes e depois da “conquista” da Autonomia. Confundem-se a si próprios e confundem os outros. Julgam que as antigas designações de Ilhas Adjacentes ou de Distrito Autónomo (que de autónomo nada tinha) ainda prevalecem.




Para quem vê de longe o posicionamento do Governo da República para com a Região Autónoma da Madeira dirá que se trata de dois países distintos e que o territorialmente maior quer apoderar-se da pequena e próspera Ilha atlântica a qualquer preço. Nos anos 30 do século XX, o Governo da República fez deslocar para a ilha navios de guerra e militares para combater os madeirenses praticamente desarmados de material bélico. Foi dos momentos mais hilariantes da governação ditatorial e colonialista portuguesa. Isto dizia bem o que pensavam os governantes da época que foram carrascos para com os madeirenses, desprezaram os ilhéus e fizeram da ilha uma prisão tal era a miséria que por ai proliferava.
Pelos actos e factos registados desde que a ilha passou a estar sob o domínio português (a ilha foi primeiramente descoberta pelos navegadores genoveses no século XIV), os governantes da República parecem ter ódio contra os madeirenses. Um ódio que têm vindo a promover ao longo dos anos e que, por desconhecimento, leva a que outros portugueses naturais do Continente tomem como certas as guerras geradas e alimentadas pelo Governo da República. Encontramos muitos continentais que depois de conhecerem a Madeira e o Porto Santo ficam surpreendidos com as “guerras” que ouvem dos governantes do poder central contra a região. Um significativo número de cidadãos do Continente depois de conhecerem a realidade regional decidem mudar-se para a ilha, aqui exercendo as suas profissões e aqui residindo. Não se pode considerar estes continentais são menos inteligentes ou menos patriotas que aqueles que fazem a sua vida no território continental.
Se, como parecem fazer crer, a ilha da Madeira incomoda muito o Governo da República e as suas sumidades governamentais, tenham a coragem de proceder com a Madeira da mesma maneira que tiveram para com as ilhas de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e com Timor. Não se esqueçam que os madeirenses já por mais de uma vez, em consciência, deram sinais de estarem preparados para viverem como país, independentes, com auto-determinação, a exemplos das ilhas atrás citadas bem como das ilhas de Malta e de Chipre, Estados membros da União Europeia desde 1 de Maio de 2004.
O grande dilema dos governantes da República é terem ideias fixas mas desconexas sobre a Madeira do antes e depois da “conquista” da Autonomia. Confundem-se a si próprios e confundem os outros. Julgam que as antigas designações de Ilhas Adjacentes ou de Distrito Autónomo (que de autónomo nada tinha) ainda prevalecem. Os continentais de idade mais avançada e que conheceram a ilha nos tempos da pobreza e da “escravatura da colonía”, ainda recordam a “ilha bonita”, das serpenteadas estradas impressionantes junto ao mar, dos caminhos de terra e dos carros de bois, do elevado analfabetismo, dos homens nos”poios”de sol a sol, dos famintos e da ausência de perspectivas que os obrigava a terem de embarcar para países distantes e desconhecidos.
Alguns procedimentos que os governos da República têm tomado são de “guerra contra a Madeira”, de um mando e posse inaceitável, de uma arrogância por vezes intolerável, dando a entender que os madeirenses sem o Governo da República portuguesa andariam à deriva no atlântico, incapazes de se governarem.
Basta, senhores governantes, de tanta “maldade” e bazófia contra os madeirenses. Se não querem ver Portugal crescer e evoluir fora do rectângulo continental, tenham a coragem de dizer o que pensam e o que querem.
Mas basta de tanta ignorância, de tanta hipocrisia e de tanto ódio contra os madeirenses e porto-santenses. Talvez, haja mais patriotismo português nas ilhas que em muitos dos que passam pelo Governo da República. Temos a certeza, por tudo quanto vimos, lemos e ouvimos até agora, que há muitos ministros, secretários de Estado e outros continentais com funções governativas que não conhecem ou conhecem muito mal a realidade Madeira. Falam sem saber ou fazem pré-juízos idiotas.
Se o Palácio de São Lourenço, que nas condições actuais representa um atentado aos Madeirenses de hoje e um resquício impotente do colonialismo, estivesse em Timor ou noutras as ilhas que os governantes da República, sem quaisquer referendos, concederam a independência, já há muito estaria transformado noutra coisa (!) qualquer, que nunca residência de militares nem de representes da República. Mas em Timor foram precisos actos bárbaros, de muitas torturas e muitas mortes, para que a bandeira Timorense subisse no mastro e descesse a bandeira Portuguesa.
Não é isso que os madeirenses querem para a sua ilha. Se fosse esse o desejo há muito que “algo” teria acontecido por muito forte que fosse a oposição. Quem tem que ultrapassar o dilema criado pelo governo da República é a República. Nós, os madeirenses, apenas estamos atentos e empenhamos numa Região, cada vez mais próspera e verdadeiramente Autónoma.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Autarquias merecem muito mais

O Portugal de hoje não se satisfaz somente com fado, futebol e folclore, muito menos com as promessas maquiavélicas que alguns políticos vão alegremente apresentando.
As Autarquias, os Portugueses, merecem muito mais.
Venham à Região Autónoma da Madeira ver como é possível transformar e desenvolver Portugal.
Em visitas de trabalho, claro!



O Poder Local em Portugal está a ser tratado pelos sucessivos governos da República como instituições de segunda, sem direito a ter meios suficientes para fazer tudo aquilo que lhe está legalmente atribuído. A verba do Estado consignada ás Autarquias, representa apenas cerca 0,5 por cento do valor do PIB do país. É um paradoxo. O governo dá poder mas não dá meios. Trata as Autarquias como parentes pobres e as populações do país real como cidadãos sem direitos iguais aos que vivem nas grandes capitais do país.
De um modo geral, os 308 municípios portugueses, 11 dos quais na Região Autónoma da Madeira, não conseguem fazer aquilo que os munícipes legitimamente desejam e reclamam. Sempre que os governos centrais entendem fazer cortes nos orçamentos os primeiros a serem atingidos são os municípios. Os governos fazem sempre o discurso da poupança e do apertar do cinto mas são sempre os mais gastadores e os que mais dívidas acumulam quase diariamente.
Portugal foi governado durante cerca de 40 anos por um professor de finanças (Oliveira Salazar), que ao menos sabia fazer contas e apertava o cinto a todos, sem excepções. Não desenvolveu o país como devia ter feito mas também não esbanjou orçamentos do Estado e deixou um fortuna incalculável (não só em barras de ouro) que permitiu que Portugal não caísse às mãos da caridade alheia tão ao gosto dos socialistas e comunistas, tal como fizerem nos países africanos e em outros continentes.
Há alguns anos a esta parte, têm sido os governos da República os maiores gastadores do país, acumulando défices atrás de défices, quer internos como externos, muitos dos quais só chegam ao conhecimento dos portugueses por intermédio das recomendações vindas de Bruxelas e de outras instituições internacionais, caso contrário ficávamos sem saber como vão as contas do país.
A dívida do Estado aumenta quase diariamente ao contrário do que diz o governo central. As contas andam furadas há muitos anos e vão se agravando. Se ao menos houvesse obra, crescimento da economia, mais empresas, mais empregos, melhores salários, uma qualidade de vida mais próxima dos padrões europeus, menos endividamento das famílias, estaria em parte justificado o crescente despesismo que o governo da República anda a fazer. Mas não, gastam milhões e o país está parado, ou seja, estagnado, a ficar mais pobre, a perder competitividade.
Na Região Autónoma da Madeira está à vista de todos os resultados de uma exemplar governação. O progresso e a qualidade de vida são incomparáveis com o passado. Não é pela cor e pelo hino partidário que em 30 anos de democracia o PSD Madeira obteve 30 vitórias autárquicas, que voltou a ser o partido mais votado nas recentes eleições para as 11 Câmaras da Região e que em 54 freguesias foi claramente eleito para estar à frente de 50. Estas vitórias não são obtidas sem provas dadas. Os anos desgastam qualquer partido, mais ainda quando está no poder, e só pela obra que apresentada em prol dos cidadãos é que tem o PSD na Madeira conseguido acumular sucessivos vitórias enquanto que os governos centrais vão acumulando sucessivas derrotas e dívidas de muitos milhões.
Os protestos dos municípios e dos munícipes contra a política orçamental dos governos da República não são gratuitos como a maioria daqueles protestos e manifestações feitas por organizações sindicais, algumas das quais com toda a legitimidade e com as quais também nos identificamos. Os protestos dos autarcas contra as políticas restritivas dos governos da República referem-se aos cortes que são dados nos orçamentos das Autarquias, empurrando estas instituições para dificuldades de tesouraria incomportáveis para poderem corresponder às necessidades e aos apoios às populações.
O governo socialista está a ter um comportamento, em matéria de apoio às Autarquias, como o “menino amuado” que perdeu o que queira ganhar (eleições autárquicas) e vai daí castigar os portugueses por terem dado a vitória ao PSD e derrotado claramente o PS. Um País, uma Nação, não é de nenhum partido político e os socialistas sabem que as restrições, as prepotências, o mando e posso, são atitudes anti-democráticas e que em nada abonam os governantes.
À medida que o tempo passa, vamos confirmando que o PS está hoje no governo por via de um “frete” do senhor presidente da República que intempestivamente decidiu dissolver a Assembleia da República, convocar eleições antecipadas e proporcionar todos os meios para que o seu partido (PS) pudesse voltar a ser governo. Esta é, aliás, uma pedra no sapato do presidente Jorge Sampaio que está a poucos meses de deixar o Palácio de Belém.
As Autarquias precisam de mais verbas, justificam a cada dia que passa, e se há dúvidas dos governos venham visitar o país real. Deixem as cadeiras do poder e venham conhecer o país da periferia ao interior, do profundo Portugal às Regiões Autónomas. Governar nos dias de hoje como governava Oliveira Salazar e nos tempos da Monarquia, épocas em que os monarcas e o presidente do conselho de ministros raramente saíam de Lisboa para ir aos arredores e, no entanto, davam ordens para todo o país, são estilos completamente ultrapassados.
Venham senhores governantes conhecer o País real, no seu todo, antes de tomarem decisões, algumas das quais perfeitamente inadequadas por não conhecerem o que se passa fora dos vossos gabinetes. Portugal não é o cartaz colorido de uma Lisboa antiga e com muitos prédios em ruínas, com gente pobre, alegre e contente!
O Portugal de hoje não se satisfaz somente com fado, futebol e folclore, muito menos com as promessas maquiavélicas que alguns políticos vão alegremente apresentando.
As Autarquias, os Portugueses, merecem muito mais.
Venham à Região Autónoma da Madeira ver como é possível transformar e desenvolver Portugal.
Em visitas de trabalho, claro!

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

As vitórias nascem da unidade

Em todas as derrotas eleitorais ou nas mais importantes decisões de carácter partidário, vamos encontrar “guerras internas” nos partidos, discordância e debates mais acalorados. Faz parte dos temperos da política e dos partidos. Por outro lado, o que todos sabemos é que as vitórias são sempre consequência da unidade, da coesão partidária, da intervenção empenhada de todos e a todos os níveis, em redor do líder democraticamente eleito.




Ainda que parcialmente, ouvi esta semana o candidato do PS às eleições presidenciais fundamentar as razões da sua candidatura. Direi que não estranhei, em nada, as propostas que apresentou como também sabemos que muito do que o candidato socialista promete não cumpre. Temos memória das suas passagens pelo governo e dos seus dez anos como presidente da República.
Quando Mário Soares fala em unir os portugueses, na unidade nacional, o candidato socialista está a fantasiar cenários e a contradizer-se. Foi com Mário Soares à frente do PS que mais divisões e contradições surgiram dentro e fora do partido, foi durante as suas funções como primeiro Ministro que mais crises se instalaram no país e foi sob a sua presidência da República que mais distanciamento houve dos problemas do país.
Se em outras fase da vida política, quando Mário Soares reunia outros atributos (que hoje já não se lhe reconhecem), acusou dificuldades em criar a tal unidade nacional de que tanto falou, como pode agora (com novas desvantagens), falar em unir os portugueses se parte claramente em desvantagem perante as outras candidaturas.
De resto, vai para vinte anos que a presidência da República é assumida por um socialista o que nos pode levar a tirar todas as ilações possíveis. A última “grande obra” que o actual presidente da República, Jorge Sampaio, fez foi dissolver o Parlamento (num verdadeiro golpe de estado parlamentar), destituir o Governo legítimo do PSD/PP, marcar eleições legislativas antecipadas e dar de mão beijada a chefia do governo aos seus kamaradas socialistas. Nunca o PS tinha chegado ao governo com tanta facilidade.
Assim, por via de muitos apoios e trampolins esquisitos, têm os socialistas andado no poder.
Desde sempre que o PS se apresentou com roturas na unidade partidária. É um partido dividido e fragilizado no seu interior e a decisão de apresentar Mário Soares como candidato às eleições presidenciais veio dividir ainda mais o partido.
Há muito que se fala da diferença que há entre um PS quando está no governo e um PS quando está na oposição. O comportamento é como da noite para o dia, dividindo para reinar, quando fazem de bandeira de honra a unidade do país.
Também na Madeira, o PS sempre foi um partido dividido em várias facções, desunido e em permanente contradição.
O que a história nos diz é que as grandes e sequentes vitórias eleitorais foram sempre conseguidas pela participação activa e coesa dos vencedores, em todos os momentos, não dando flancos à concorrência que está à espreita da mínima aberta para cantar de galo.
Se este procedimento é válido para vencer eleições políticas é ainda mais indispensável noutras batalhas que a vida nos coloca e nas guerras a sério que vão surgindo pelo mundo. Não se ganha uma batalha ou uma guerra com batalhões ou companhias desmembradas, com armas ultrapassadas nem com tácticas contrárias aos objectivos a alcançar. São muitas as vezes em que os militares vão para o campo da batalha sem conhecerem a estratégia ou táctica a seguir, mas nem por isso partem na dúvida ou com receio seja do que for.
Em todas as derrotas eleitorais ou nas mais importantes decisões de carácter partidário, vamos encontrar “guerras internas” nos partidos, discordância e debates mais acalorados. Faz parte dos temperos da política e dos partidos. Por outro lado, o que todos sabemos é que as vitórias são sempre consequência da unidade, da coesão partidária, da intervenção empenhada de todos e a todos os níveis, em redor do líder democraticamente eleito.
Somos pela unidade como base bem alicerçada para as vitórias. Foi assim que no passado e no presente a unidade presidiu em todas as acções da vida interna do PPD/PSD na Madeira e, necessariamente, continuará a ser no futuro.
As vitórias nascem sempre da força da unidade.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Presidenciais estão a chegar

Dentro de três meses o país vai de novo a votos. Um acto democrático para eleger o novo presidente da República. Já são conhecidos alguns candidatos e não nos parece que venham a ter o aval dos portugueses. O último a oficializar a candidatura será, ao que tudo indica, Anibal Cavaco Silva, o catedrático algarvio que muitos dizem ter sido o melhor Primeiro-Ministro depois do 25 de Abril de 1974.
Será interessante ver e ouvir debates entre a “velha-raposa” Mário Soares, com ar de cansado e sonolento, e o enérgico e persistente Cavaco Silva. Todas as previsões apontam para um “banho” no socialista e uma vitória esmagadora do prático e duro social-democrata. Os demais candidatos serão boas “reservas” para os tempos de antena e para algumas intervenções à boa maneira presidencialista, muita parra e pouco uva.
Cavaco Silva será o candidato natural do PSD e Mário Soares o eleito pelo PS. As máquinas partidárias é que vão eleger o novo presidente da República, apesar de nas eleições presidenciais a figura dê mais votos que os partidos, mas estes é que põem o eleitorado a comparecer aos comícios, a ler os manifestos, a darem atenção ao que vem na Comunicação Social.
Mário Soares é mais populista, joga melhor no terreno das palavras e promessas fáceis, entra mais facilmente no jogo social das pessoas e se necessário for, canta pimpa e ópera, baila o malhão e a valsa veneziana , conta anedotas e participa no jogo dos “milhinhos.” É um nato aproveitador de tudo quanto possa contribuir para obter mais votos. Foi assim que começou por fundar o partido comunista, com o seu kamarada Álvaro Cunhal, recentemente falecido, depois foi para o PS, tomou as rédeas, chegou a chefe do governo e a presidente da República até que, já cansado, entrou na reforma, com uma fortuna pessoal, ao que de diz, muito reconfortante e pouco abonatória para um “verdadeiro e puro”socialista.
Cavaco Silva é mais temperamental, nunca o vimos cantar mas já o vimos dançar o bailhinho da Madeira, no Santo da Serra, não alinha em fantasias e não evita dizer o que pensa só para agradar aos presentes. “Não leio jornais”, disse quando era Primeiro-Ministro, e só veio a lê-los no dia seguinte a ter saído do governo, porque a comunicação social não o largou enquanto não o pôs a ler as páginas da imprensa. Cavaco Silva é acima de tudo um pragmático, vertical e frontal, de discurso feito privilegiando a conjugação verbal, pondo de lado os adjectivos para embelezar ou contornar situações. Chuva é chuva, ponto final!. Será o Presidente que o país está à espera mas que a esquerda (PS, PCP e seus satélites) detesta.
Além destas figuras serem desiguais, em tudo, o país não pode continuar a ter na presidência da República militantes socialistas-comunistas. Antes de Jorge Sampaio esteve Mário Soares e anteriormente Ramalho Eanes. Foram quase trinta anos com a ideologia socialista e comunista instalada no palácio de Belém e a tomar decisões favoráveis às suas cores partidárias o que muito prejudicou o país, sobretudo quando o poder governamental estava (tal como agora) na posse dos socialistas.
Falar na IV República, em mudanças na Constituição, em alterações a determinados princípios institucionais e burocráticos, com um governo PS e um presidente da República PS é como chover no molhado. Todos terão ouvido os ecos de “revolta” vindos do Continente mal souberam da vitória do PSD nas 11 Câmaras e em 50 freguesias da Madeira e Porto Santo. Tentaram pôr em causa a liberdade de voto, a seriedade eleitoral e a cultura democrática dos madeirenses.
Os inimigos da Madeira de novo contorcem-se de raiva por mais uma estrondosa vitória de Alberto João Jardim e das suas equipas que executam toda uma politica desenvolvimentista, verdadeiramente social-democrata.
A presidência da República, pelo que os portugueses têm visto nos últimos anos, tem sido conduzida com muitas decisões dúbias. Os presidentes vivem rodeados de conselheiros, de assessores e de “aparelhos” partidários apesar de dizerem que desempenham o cargo em nome de todos os portugueses. Viu-se o que se passou quando Jorge Sampaio: destituiu a Assembleia da República para obrigar a que o PSD fosse apeado do Governo, se submetesse a eleições numa fase de enorme desgaste e por conseguinte debilitado, favorecendo claramente o PS (seu partido) que ganhou e ascendeu ao poder governativo.
Poucos portugueses sabem bem o que faz o presidente da República, para além das viagens pelo país e estrangeiro, da presença em determinados actos oficiais e de algumas intervenções nem sempre muito esclarecedoras. Ouve-se muitas vezes a seguinte frase: “O presidente da República, no seu discurso, mandou alguns recados”, colocando a tónica num vazio evidente.
È necessário mudar, urgentemente, as condições políticas que conduzem a esta nefasta situação próprio de um país subdesenvolvido.
Aguardemos para ver o que vai acontecer.
As eleições para a presidência da República só têm lugar em Janeiro de 2006.

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

A República está doente

As comemorações da implantação da República foram este ano assinaladas envergonhadamente. Nem o presidente da República, o socialista Jorge Sampaio, valorizou a importância da data que mudou o rumo do país a 5 de Outubro de 1910. Não consigo entender como é que um Chefe de Estado não exalta o momento histórico da República nem chama os portugueses a participar nas comemorações que são memórias de Portugal para serem sempre exaltadas, seja em que regime estiver a viver o país, seja qual for o momento que o país esteja a atravessar, seja qual for o partido ou partidos políticos que estejam à frente do Governo.
Não consigo entender a relação que algumas figuras socialistas fizeram da data das comemorações da República com a data das eleições autárquicas do próximo domingo. Como se pode confundir propaganda eleitoral com mais um aniversário da implantação da República? Onde é que os socialistas foram buscar essa hipotética confusão por parte do eleitorado? Como é possível pensar que os portugueses possam supostamente confundir intervenções do Chefe de Estado sobre a queda da Monarquia e a implantação da República com um acto eleitoral do século XXI?
Uma desconsideração absurda revelada pelo senhor presidente da República aos portugueses. Quando se esperava por um discurso de fervor patriótico, de reflexão abrangente sobre a sociedade portuguesa e de novas perspectivas para o futuro de Portugal no contexto dos novos desafios que a Europa e a “Aldeia Global” não estão a colocar, ouvimos o presidente da República dizer quase nada de nada, sem palavras de incentivo á elevação do moral da Nação.
Com os portugueses sem confiança no futuro, perdidos no fundo da “tabela” dos países mais desenvolvidos da União Europeia, com crise existencial e um panorama nacional muito sombrio, o presidente Jorge Sampaio prefere fazer um discurso “sem alma” como se Portugal estivesse a viver momentos de glória. Foi, para nós, o discurso de menor fervor patriótico que alguma vez ouvimos ser proferido por um presidente da República, incluindo os do antigo regime.
Nem aceitamos o facto de Jorge Sampaio ter feito o seu último discurso como presidente da República e como tal optasse por um discurso de circunstância (em Janeiro têm lugar as eleições par o novo chefe de Estado), nem podemos admitir que tenha evitado falar sobre o “país doente” em que se encontra hoje Portugal só pelo facto de ser o seu partido (PS) estar no Governo da República.
Todos os portugueses sabem que o seu último grande acto político foi o de (ilegitimamente) dissolver o parlamento, levando à queda do Governo do PSD/PP, apesar desta coligação ter ganho as últimas eleições, e posterior eleição do PS para o Governo e com maioria na Assembleia da República. Conseguindo Jorge Sampaio dar à sua família socialista o tri-poder que governa o país: Assembleia da República, Governo da República e Presidência da República. Nunca dantes o país tinha tido um poder-total na governação, em muito (ou em nada) comparável com os regimes do partido único, das ditaduras e dos centralismo de má memória.
O senhor presidente da República tem toda a liberdade democrática para fazer o discurso que melhor considera fazer mas há factos que devem ser assinaladas no momento próprio, sobretudo quando estamos num dia de aniversário da implantação da República, num dia de todos os portugueses e que deve ser assinalado sem rodeios e sem temores.
Senhor presidente Jorge Sampaio, Portugal está doente, desolado, sem confiança, sem esperança no futuro, sem brio e sem sentimento patriótico. Os portugueses estão desiludidos com a política de promessas por cumprir, com o aumento da dívida do Estado que este ano (até Dezembro) vai atingir a escandalosa soma de 102 mil milhões de euros, cerca de 75 por cento da riqueza gerada pelo país. Os portugueses estão desiludidos com o seu partido (PS) que antes de entrar para o governo prometeu baixar os impostos e afinal veio a aumentar os impostos.
Senhor Presidente da República perdeu, no dia da implantação da República, a melhor oportunidade para transmitir palavras de conforto e de esperança aos portugueses, mesmo naqueles que não votaram nele. Perdeu oportunidade para “acalmar as Forças Armadas” que estão o protestar o “seu” governo socialista e a fazerem greves como em nenhum outro momento da vida da República, nem quando das guerras do ultramar.
Não senhor presidente, a Portugal esperava muito mais de si no seu último discurso no dia de aniversário da República. Uma grande desilusão...que acabou por ser claramente favorável ao partido socialista e contra o país no seu todo, particularmente adverso aos partidos da oposição.
Esta República está de facto doente! Muito mal.

Tem cabido ao povo Madeirense fazer a diferença, pela positiva, nesta Região que ainda resta do Portugal Imperial. No próximo domingo, em mais um acto de eleições autárquicas, os Madeirenses irão dizer sim à continuação das políticas concertadas que conduziram ao invejável progresso e desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Votar na confiança

As campanhas eleitorais são extremamente importantes para os partidos apresentarem os seus programas e os políticos esclarecerem os eleitores sobre tudo aquilo que se comprometem fazer. São os momentos de maior aproximação dos políticos aos eleitores, aos cidadãos de um modo geral. Dá-se a oportunidade ao diálogo com as pessoas que apenas querem ver concretizadas as suas legítimas ambições e terem confiança nos candidatos que irão ou não, consoante o número de votos, serem eleitos.
Penso que a democracia é o privilegiar estas linhas de conduta que é a de dar aos eleitores a possibilidade de escolherem quem bem entenderem para estarem à frente dos governos, das autarquias, das juntas de freguesia. E tenho a certeza que os eleitores escolhem sempre quem lhes dá mais garantias, que lhes merece mais confiança. A pessoa humana, no seu todo, é vista pelo eleitor como sendo ou não o merecedor do voto de confiança. Quando eventualmente ocorrem alterações a estes princípios ou houve falta de esclarecimento junto dos eleitores ou os eleitores entenderem votar contra por qualquer motivo que o futuro irá revelar.
Se há boas referências sobre estes princípios em concreto, basta que se veja o que se fez em concelhos da região onde as autarquias já estiveram sob a orientação do PS e depois sob a governação do PSD. Machico e Porto Santo, são testemunhos bem notórios. Mas não só no universo autárquico o PSD da Madeira tem dado exemplos. São os próprios socialistas e comunistas do Continente e dos Açores a elogiarem a obra feita na Madeira pelo PSD. São os responsáveis europeus a darem “notas positivas” ao desenvolvimento da Madeira. A serem seguidas as pretensões dos socialistas e dos comunistas, a região estaria hoje nas pedras da calçada, a padecer de um subdesenvolvimento com todas as consequências que dai adviria.
O PSD está no poder governamental e autárquico da região pelos princípios que atrás referimos e não por outra qualquer razão. São os eleitores que colocam no poder quem lhes merece confiança, competência e honestidade. Podia o PSD prometer mundos e fundos, dizer que tudo seria diferente e que faria tudo os que os eleitores mais desejassem, mas não estaria no poder se os eleitores não confiassem na seriedade dos candidatos.
Existem casos flagrantes no país de partidos e políticos que tudo prometem, que apresentam os seus programas em função daquilo que sabem ser aspirações de algumas populações, que ainda não terão visto satisfeitas as suas legítimas pretensões, e no entanto não ganham eleições. É que a primeira questão para os eleitores é saberem quem é quem e se merecem ou não confiança. A democracia dá essa liberdade de escolha que, ao contrário do que alguns pensam, é muito bem gerida pelos eleitores que não votam em quem não lhes ofereça confiança.
Repare-se que o comunismo e todos os seus satélites da esquerda conservadora nunca venceram eleições legislativas em Portugal (nem no dito democrático período revolucionário em que o PCP tomou o poder de assalto) e têm vindo a perder gradualmente na Europa do leste pelo facto de terem implementado políticas que foram extremamente negativas para os países e que deixaram milhões de pessoas em condições de extrema pobreza. Os países os leste europeu são bem o exemplo da desastrada política comunista que, nalguns casos, se misturou com a socialista. Veja-se os países africanos, sul-americanos e asiáticos em permanentes convulsões políticas, económicas e sociais que regimes têm que não seja o comunismo à mistura com o socialismo.
Poderá dizer-se que há um comunismo e um socialismo rico e com grande poder em instituições internacionais, que há notáveis personalidades mundiais que são comunistas e socialistas de esquerda, que há países onde há uma governamentalização à esquerda com razoabilidade, mas são raríssimas excepções e mesmo assim vamos encontrar nesses países uma aberração contra todos os princípios da democracia dos direitos e das igualdades. A América Latina e a África (a começar pelas antigas províncias portuguesas que foram manietadas pelo comunismo) são exemplos da falta de humanismo e da ausência da democracia plena.
Na presente campanha eleitoral para as autárquicas andam os partidos de esquerda a tentar destruir aquilo que levou anos a construir, a “abrir buracos” onde apenas há formigas, baratas e possivelmente ervas daninhas. Não querem ver o que os eleitores vêem, renegam a tudo quanto seja evolução e não falam daquilo que são primeiras necessidades e a merecerem primeiras prioridades. Nem querem falar do passado para ilustrar o presente nem querem comparar o antes com o agora.
Entendemos que a campanha eleitoral não deve ser aproveitada para os políticos e candidatos se auto-promoverem pelo facto de terem “tempos de antena” à sua disposição. Em nada a democracia beneficia com o “deita abaixo”, com ódios e vinganças, com oportunismos e falsidades. O facto de Portugal estar na cauda da Europa, em muitas áreas, devia merecer reflexão por parte daqueles que são candidatos a qualquer acto eleitoral em vez se terem comportamentos nada dignos e darem razão às estatísticas da União Europeia.
Quando os políticos não conseguem fazer passar as suas mensagens e recorrem à mentira e á linguagem do maldizer estão a prestar um péssimo contributo para elevar a democracia e ao mesmo tempo a desconsiderarem os eleitores. Nivelar por baixo, deitar abaixo, combater o progresso, não são formas e modos de esclarecer os cidadãos que, ao contrário do que alguns pensam, os eleitores sabem em que confiar o seu voto.

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Políticas de caserna

O governo da República anda a fazer uma política de caserna, a “incendiar” a estabilidade dos militares, dos polícias e dos funcionários públicos em geral. Há “fogo” nas casernas e os portugueses estão a ver quem está por detrás de todas estas “labaredas”. Os governos socialistas sempre procederam a seu belo prazer, teimosa e orgulhosamente sós (à boa maneira do antigo regime), deixando o país em pantanas, para depois virem os “bombeiros” de outros governos apagar os “incêndios” que tantos estragos causaram no país.
Na campanha em curso para as Autarquias todos os partidos estão contra as políticas seguidas pelo governo do PS. Até os seus bordões de esquerda estão a criticar severamente as más políticas defendidas pelos socialistas. O PCP que sempre foi um bordão para os socialistas, tanto para as eleições legislativas como para as autárquicas e para a presidência da República (Mário Soares só foi presidente porque teve o apoio dos comunistas, caso contrário Freitas do Amaral é que seria o eleito), está agora transformado num dos mais tenazes opositores às políticas do governo socialista.
Os socialistas, regra geral, têm sido sonhadores e sofistas que vão deixando “rastos” de promessas que acabam por serem frustrações. Nesta altura, o que se espera é que José Sócrates não abandone o governo caso (esperado) venha a perder as eleições autárquicas, tal como fez António Guterres. Os “sonhos” do socialismo têm pouco a ver com a realidade. Veja-se a confusão socialista no distrito do Porto e particularmente em Felgueiras. Veja-se o que se está a passar em Lisboa com a “falta de educação” do candidato do PS para com o candidato do PSD que já mereceu reparos pouco abonatórios dos lisboetas.
Veja- se a presunção do candidato do PS à Câmara do Funchal que, entre outros sonhos, promete transformar a Praça do Município num parque de estacionamento ( para além de outros disparates), quando é cada vez mais desejável tirar o trânsito automóvel da cidade a exemplo daquilo que a actual Câmara tem vindo a fazer tal como estão a proceder todas as cidades europeias, de pequenas ou de grandes dimensões.
Veja-se a raiva do “dirigente” do PS local que, em concluiu com o PS de “Lisboa”, trava e adia que o governo do PS cumpra com os compromissos que o Estado tem para com a Região Autónoma da Madeira, prejudicando assim todos os Madeirense, mesmo aqueles ainda socialistas.
E que dizer de certos candidatos da oposição a Juntas de Freguesia que prometem fazer obras, sabendo que não têm competências nem meios para cumprirem com o que prometem. Mentem, assim sem vergonha, ao povo incauto.
Sempre que há eleições o PS entra em correrias “loucas”, sobe e desce montanhas, promete tudo o que os cidadãos pedem, diz sempre que vai resolver os problemas da habitação (que está num pandemónio em muitas zonas do Continente), que o desemprego vai baixar (só nos últimos meses subiu cerca de 100 mil), diz que os funcionários públicos vão ter melhores regalias (obriga-os a trabalhar até os 65 anos de idade e congela a progressão das carreiras), compromete-se com Bruxelas a baixar o défice abaixo dos três por cento, até 2008, quando sabe que esse objectivo é impossível, anuncia a estabilidade fiscal e aumenta os impostos, tudo isto com as “certezas que são incertezas” do socialismo.
Tudo isto é evidente. Está à vista. Quando vimos factos de inegável perturbação na vida política nacional e não vimos ecos desses mesmos factos na Comunicação Social do Continente, só uma conclusão podemos tirar: o silêncio é comprometedor. Estamos a assistir a um branqueamento permanente sobre as actuações do Governo da República em matérias que atingem negativamente direitos e regalias alcançados pelos portugueses.
Nunca em tempo algum se assistiu a uma “revolução” de protestos contra as medidas do governo, todas elas contestadas a todos os níveis, até por quem não é directamente atingido pelas imposições determinadas pelo governo da República. Não conhecemos nenhum país da União Europeia onde haja protestos das Forças Armadas e das Polícias contra os governos. Estes actos de protestos vimos sim em países da América do Sul e de África, onde a democracia é palavra vã e os governos agem sob regimes ditatoriais.
Portugal está neste momento a apresentar-se aos olhos do mundo como um país subdesenvolvido e os comentários que estão a ser feitos lá fora deixam muito a desejar sobre a sociedade portuguesa no seu todo. Somos um país de greves, de militares e polícias revoltados, para além de outros “males” que nos colocam na cauda dos países da União Europeia.
Tudo isto lê-se e difunde-se lá fora, e não só em países da Europa, – nos jornais e nas televisões – enquanto que em Portugal pouco se diz como se tudo fosse normal. Há um encobrimento vergonhoso dos problemas que o país está a atravessar e que as greves são, como último recurso, ecos das gravidades existentes e que têm vindo a agudizar-se desde que o PS ascendeu ao poder.
No anterior governo, da responsabilidade do PSD, bastava uma intervenção de menor importância, um simples desacordo caseiro, para que os jornais enchessem páginas de exaustiva (des)informação sobre questões pontuais e localizadas, muitas delas a léguas de distância das influências negativas que estão a ter para o país a governação actual, como a paralisação, desmobilização ou desmoralização das Forças Armadas e das Polícias. Não queira o governo da República ver os nossos militares e os nossos funcionários públicos contentes com medidas que lhes tiram direitos e privilégios que antes de ingressarem na carreira militar já vigoravam.
Agora pergunta-se: Será que a Comunicação Social desconhece estes factos? Onde estão as notícias sobre factos que estão a pôr o país a “arder”?
Como dizia Pessoa “somos um povo que dorme quando há sol a trabalha quando não há nada para fazer”.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Campanhas da mentira

Pela experiência do passado, é lógico que já se esperava que a postura dos partidos da oposição para as próximas eleições fosse de reaccionarismo e do deita abaixo. Confesso que não esperava por outra campanha dos partidos da oposição que não fosse decalcar o negativo até o mais ínfimo pormenor. Andamos há cerca de trinta anos a ouvir a oposição a criticar, a prometer e a nada fazer e não nos venham dizer que o eleitorado madeirense é analfabeto, que não vota pelo seu próprio desejo e interesse, pela credibilidade aos que ganham as eleições.
A oposição ainda não percebeu que a liberdade de voto não é um direito em vão e que a política não é o jogo do pião. Jogam contra tudo e não se apercebem que o eleitorado está a ver, a tirar ilações, a fazer comparações e a tomar posições que vão determinar em que partido votar. Com efeito, as campanhas da mentira não fazem ganhar eleições aqui na Madeira.
A “sopa” russa que o PS anda a fazer está a confundir o eleitorado. No mesmo comício os socialistas falam das autárquicas e das presidenciais, da governação e do Pacto de Estabilidade exigido por Bruxelas, de um novo referendo ao aborto, dos medicamentos de venda livre nos hipermercados, do congelamento dos funcionários públicos e da greve dos militares e dos polícias. Assistir a um comício dos socialistas é a assistir a uma comédia com muitos autos.
A certa altura não se sabe bem se estão mais empenhados nas eleições autárquicas ou nas presidenciais. O fiasco é tanto que a confusão facilmente se estabelece. É tanta a desordem nos socialistas que, pela primeira vez na história do partido poderá surgir duas candidaturas do PS à presidência da República. Agora imagine-se o que será um partido a apoiar dois candidatos.
Na Madeira, tem vindo para a praça pública “guerras internas” no partido socialista que dizem bem com que interesses está o PS a concorrer às eleições autárquicas de 9 de Outubro. Quando um partido de pequena dimensão, como é o PS na Madeira, não consegue paz e organização na sua própria casa que poderá fazer à frente de uma Câmara ou Junta de Freguesia? São perguntas que andam com as pessoas, no dia a dia, a que, nos momentos decisivos, o eleitorado tem dado a devida resposta.
A maturidade do eleitorado madeirense (já vota há trinta anos!) deve ser respeitada. Saloios e analfabetos são aqueles que dizem que os madeirenses não sabem votar. As campanhas da mentira prevalecem só enquanto as verdades não são esclarecidas. Enganam-se aqueles que pensam que os madeirenses votam sem saber. Vemos candidatos, na actual campanha partidária, que andam “ali” só para terem o prazer de ver a comunicação social atrás de si, o que deve dar, a tais candidatos da oposição muito gozo, mesmo que efémero. Vê-los a denunciar o beco sem saída, a estrada que falta, ervas no canto da estrada que ainda não foram arrancadas, a ribeira com algum lixo, é bem demonstrativo da total falta de ideias e de convicções.
Pergunte-se às pessoas o que pensam das campanhas da mentira feitas pela oposição. Ninguém diz que o partido que está no governo e nas autárquicas faz tudo na máxima perfeição que também não comete alguns erros. Comete e sabe que os comete. O que não faz o PSD é prometer e não fazer, seja com muitas ou pequenas dificuldades. Nas campanhas dos sociais democratas os discursos são feitos através de mensagens simples, práticos, objectivos e verdadeiros, muito diferentes dos discursos dos partidos da oposição.
Sejamos transparentes e sinceros quando nos dirigimos às pessoas, ao eleitorado, porque é sobre factos concretos que as pessoas querem ouvir os políticos em campanha e não para ouvirem o rebobinar de factos passados que não vão contribuir em nada para um futuro melhor.
Não são as campanhas da mentira que vão levar os eleitores a mudar de opinião. Mais ainda na Madeira e no Porto Santo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Ambições dos (sim/não) socialistas

A tentativa de apoderar-se de todo o aparelho da governação desde as autarquias, governo e presidência da República pelo PS nunca foi tão assumida como agora. Uma sede de poder cega que não olha a meios para atingir os fins. A presente pré-campanha para as eleições Autárquicas de 9 de Outubro está a pôr os (ainda) socialistas com os cabelos em pé, com combates inexplicáveis dentro do próprio partido, corroendo as fundações históricas do partido através do descarado “empoleiramento” dos ditos independentes que estão a desvirtuar a base ideológica do socialismo, como a desconsiderarem antigos e actuais dirigentes do PS. Atente-se a alguns artigos de opinião veiculados pela comunicação social local, há algum tempo a esta parte, para se compreender o alcance das discordâncias intestinas do PS.
O PS deixou-se invadir por estranhos políticos, vindos não se sabe bem de onde, que embora digam estar solidários com as políticas defendidas pelo PS, estão mais é aproveitar-se dos palcos, dos tempos de antena e dos holofotes que um grupo de derrotados socialistas lhes proporcionou. Não há políticos independentes mas pode haver políticos do oportunismo que para poderem aparecer são capazes de “vender a alma ao diabo” só para deitarem cá para fora as doentias frustrações políticas.
Não há políticos indecisos e independentes com mais de 30 anos de idade. Como escreveu Thomaz Cook, “os políticos nascem políticos e ninguém chega a político (activo) quando já passou a puberdade e a juventude da vida, os que vêm depois é porque se perderam na caminhada e querem aproveitar-se da fragilidade do momento”. O PS está fragilidade, por dentro e por fora, como bem mostram os comportamentos de antigos e actuais dirigentes (das diferentes facções) socialistas.
A tríade que verdadeiramente “sustenta” o PS local não dá a cara e “dirige” o partido a partir do ambiente reconfortante do ar condicionado.
O candidato do PS à Câmara do Funchal é um politicamente desconhecido e já sem “o tempo” próprio (como refere Thomaz CooK) para só agora dar a cara e falar em projectos políticos. O fosso que o candidato socialista revela entre o que são os factos políticos e partidários com o que é gerir uma Autarquia, um concelho com a dimensão do Funchal, deixa ver e perceber quanto é o seu desconhecimento acerca do que é e como funciona o poder autárquico.
Gerir um Autarquia não é o mesmo como estar à frente de uma entidade privada que apenas está relacionada com o restrito meio de consumidores. Ser presidente de uma Câmara não é ver o princípio da estrada e desconhecer as suas ramificações até ao fim. Não é imaginar coisas, prometer o que se desconhece, apontar defeitos sem apresentar alternativas concretas, sentar-se numa cadeira e tratar os munícipes como cidadãos que não sabem o que querem.
Os candidatos do PS, na região e em muitas regiões do continente, são pessoas que, em cada intervenção pública, revelam sede de deitar abaixo o que está feito, procedendo como se tivessem sede de vingança não se sabe bem de quê. Naturalmente que os eleitores não votam nestes salvadores do socialismo que aparecem como independentes mas que de independentes nada têm. A própria oposição feita aparece amassada e desgastada de asneiras, mentiras, ódios e frustrações tantas vezes repetidas.
Os debates sobre as autárquicas estão a ser vistos como uma “feira de vaidades” para gente socialista que nunca andou nestas andanças e talvez por isso mesmo tente dançar e bailar, sorrir e ser simpático, quando bem se vê que tudo não passa de fingimentos. O complexo socialista foi sempre o da incapacidade em reconhecer que o eleitor também pensa e vê, também sabe decidir e em que depositar o seu voto. Se os madeirenses nunca votaram no PS não foi porque alguém os obrigou a votar, mais ainda, quando já lá vão cerca de 30 actos eleitorais, desde que a liberdade de voto entrou em vigor em Portugal.
Os socialistas nunca deram provas de merecerem o voto e a confiança do eleitorado madeirenses e porto-santense. Tiveram oportunidades, inclusive tiveram duas presidências de Câmaras (Porto Santo e Machico) mas não cumpriram com o muito que prometeram ao eleitorado. A queda dos socialistas do poder deve-se unicamente às falhas que cometeram, à incapacidade demonstradas, basta comparar o que é hoje o Porto Santo e Machico com o que era durante os mandatos socialista.
Estamos noutra fase da democracia, mais aberta e mais pluralista, que rejeita a demagogia, que já não suporta os velhos sermões da esquerda. Seria remar parado, ficar à espera das ondas, se os socialistas, hipoteticamente, fossem eleitos para qualquer que Autarquia da Região. Seria dar o voto para a condenação do desenvolvimento, do bem- estar e paz social e da própria vivência democrática.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

“Soares é fixe?”

Mário Soares, novamente, a presidente da República só pode ser provocação. Uma provocação caricaturalmente assumida. Não se pode levar a sério nem os portugueses vão atrás destas habilidades pessoais e partidárias. Soares é um homem "cansado", politicamente esgotado, com discurso do passado, que podemos e devemos respeitar por algo que fez "naquele tempo" mas que politicamente não tem lugar no presente e muito menos no futuro. Para os portugueses, Soares de fixe nada tem. Continua é “fixo” aos interesses comuno-socialistas.
Para quem tanto condenou a velhice do Prof. Oliveira Salazar e a sua permanência no poder que só acabou depois da célebre queda da cadeira, a candidatura de Soares aos 81 anos de idade (perfazendo 86 anos, se viesse a ser eleito) é a condenação da esperança numa mudança necessária e urgente do actual regime político que, para ser levada avante, precisa de visão descomprometida, de dinamismo e de rotura com o passado.
Os portugueses, pelo menos aqueles que não têm memória curta, são levados a pensar que o "velho" Soares não estará no uso de todas as faculdades e com falhas graves de carácter, pelo que, em consequência, estará a ser usado pelo aparelho socialista-comunista que sabe com o que pode contar com os 81 anos de idade de um homem que humanamente já não tem os reflexos e as capacidades que tinha quando foi Primeiro-Ministro e Presidente da República.
Que podem, em coerência, os portugueses esperar de um candidato à presidência da República que há bem pouco tempo atrás afirmou, reiteradamente, perante as câmaras das televisões e microfones das rádios, que não se canditaria por razões de idade, que o seu tempo político tinha já passado, entre outras mais razões.
Agora, a apresentação de nova candidatura, demonstra que mentiu aos portugueses e cometeu uma enorme deslealdade para com o seu kamarada Manuel Alegre, fazendo ignorar que este tinha já apresentado a sua candidatura, então avalizada por grande parte de militantes do PS. Sócrates, terá muito a explicar aos socialistas, mas em boa verdade, isso é lá com eles, como diz o povo.
O último "lugar político"de Mário Soares foi o de deputado no Parlamento Europeu e viu-se como se "arrastou" no debate e na intervenção, dando uma má imagem daquilo que foi no passado. Pensamos que quem propôs a candidatura de Soares, para além dos insondáveis interesses de grupos, facções ou outros, não lhe quer bem, e que a sua "terceira idade" seja vivida em sossego e em paz, com tranquilidade e fora das tricas e laricas da política activa.
Soares há muito que já entrou chamada "idade crítica", das sandálias e dos filmes antigos. Se a vitalidade física e mental prevalecesse para todo o sempre teríamos hoje a ver jogar um Eusébio e a assistir às corridas olímpicas de Carlos Lopes.
O homem "nasce, faz, permanece e morre". Faz na idade própria, permanece no máxima das sua faculdades na fase intermédia da vida e passa à fase final quando já não consegue reagir como dantes, acusando cansaço, perdendo pachorra e agarrando-se ao que fez no passado. Ora, Mário Soares já havia assumido publicamente esta situação para si.
Mário Soares terá, um dia, que explicar aos portugueses a verdadeira razão desta candidatura.

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

Problemas por resolver

Muito se tem falado da crise económica e das dificuldades financeiras do país, do apertar do cinto e da contenção de despesas. Muito se fala e pelos vistos muito se irá continuar a falar, com milhentas observações e justificações. Os governantes da República, do actual e dos anteriores governos, mostram-se incapazes de controlar os sucessivos aumentos da dívida pública ao mesmo tempo que vão anunciado obras orçamentadas em centenas de milhões de euros, algumas das quais perfeitamente dispensáveis como o novo Aeroporto na Ota e outras.
As contas dos governos da República estão longe de terem a precisão dos antigos “roles das vendas” (mercearias) nem da “lista de fiados”que tinha liquidação garantida no fim de cada mês. Palavra santa. As contas dos governos da República não têm “lápis atrás da orelha”, nem “role” nem “fiados”. Têm computadores, fotocopiadoras e uma listagem infinita de calotes e de caloteiros, de dívidas e receitas, de investimentos que não respeitam os orçamentos nem se têm ou não viabilidade.
Os investimentos públicos não visam dar lucro nem se está à espera que os cofres do Estado estejam a abarrotar de dinheiro ou que o Banco de Portugal esteja a abarrotar de barras de ouro. As contas do tostão, sem investimento reprodutivo, pertencem ao antigo regime e sabemos bem os resultados negativos que deram ao país. Acontece que os actuais governantes da República passam o tempo de mandato a falar em crise económica, em dificuldades financeiras enquanto vão gastando mais do que deviam e, por conseguinte, a contribuírem para aumentar a dúvida e a dívida.
É confrangedor ouvir um ministro dizer que não sabe quantos funcionários públicos existem em Portugal. Que uma obra orçada em 50 passe a custar 100 e que o fisco seja tratado como uma bola que vai sendo pontapeada para a frente, para trás e para o lado, conforme os interesses dos intervenientes. Enquanto os governantes da República não entenderem que os exemplos têm que vir de cima, dizer para fazer mas não fazer na sua própria casa, é lançar dúvidas dificilmente esclarecidas e por isso não podem esperar muito mais do que a dúvida, o pessimismo e o mal-estar.
O Banco de Portugal, que tem como governante um socialista (o tal do embuste do défice), veio esta semana com a notícia que as Autarquias estavam endividadas como nunca estiveram. Trata-se de uma notícia puramente eleitoralista e de um novo embuste.
O governador do Banco de Portugal sabe que a maioria das Autarquias do país são do PSD e que dentro de oito semanas aproximadamente vão decorrer eleições (9 de Outubro). É altura de começar a campanha contra as Autarquias na tentativa de desgastar e pôr em causa a gestão das Câmaras maioritariamente sociais democratas. Tudo feito com a habilidade de um salto de sapo, com reparos e lamentações em jeito de campanha eleitoral em proveito dos socialistas.
Como se sabe, o Partido Socialista tem o poder na presidência da República, no Governo da República (e nos Açores) e no Banco de Portugal. Falta-lhe o poder autárquico. O ataque às Câmaras do PSD vem a calhar nesta altura, à beira de eleições, na tentativa de abrir portas aos socialistas. Ficaria o PS não com o poder absoluto mas mais absolutista. Centrados neste objectivo deixam correr o marfim, vão tentando ganhar pontos e distraindo o povo exibindo as violentas e lamentáveis labaredas que destroem florestas e habitações, com centenas de pessoas em estado de desespero, enquanto o fogo ameaça e avança.
Diz-se ou transmite-se a ideia que dos fogos ninguém é verdadeiramente culpado, mas que o governo está solidário com as pessoas. Que outra coisa se poderia ouvir dos responsáveis. Os culpados dos incêndios são todos aqueles que têm a responsabilidade de proceder ao respectivo ordenamento e zelar pelas florestas, de disponibilizar convenientes e eficazes meios de combate aos incêndios, a começar pelo governo da República. Não há dinheiro que pague vidas humanas, casas destruídas e culturas reduzidas a pó.
O processo de tudo isto tem muito provavelmente muitas origens e causas por esclarecer. Não há controlo. As contas públicas andam em derrapagem há vários anos e continuam a agravar-se, a dívida pública é uma vergonha e as despesas do Estado atingem proporções mais elevadas sempre que o governo da República é socialista, desde há muitos anos.
O que se pede nesta altura é que o governo faça o que tem a fazer, resolva os problemas que criou e evite que o país entre novamente em acções de protestos nas ruas e nas contestações às políticas encetadas. Façam-se sérias reflexões sobre os funcionários públicos, sobre o código de trabalho, sobre as polícias e as forças armadas, sobre os impostos, sobre o desemprego e sobre o novo quadro comunitário de apoio para 2007-2013.
Deixem de funcionar pela rama para irem ao fundo das questões. Resolvem-se os problemas com acções e não com lamentações.

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Socialistas nas Repúblicas

O socialismo é a única ideologia que se confunde com o comunismo e muitas vezes identifica-se com os mesmos princípios e práticas das políticas comunistas. Compreende-se que o comunismo seja o braço-esquerdo do socialismo e que este seja uma espécie de véu que vai procurando tapar as imagens negras do comunismo. Basta rever o que era a antiga URSS, ver como funciona a sociedade cubana e reparar para a política seguida na China. Governos socialistas-comunistas que são blindados, controladores e que passam tempo a apregoar liberdade, igualdade para todos e livre opinião, quando afinal praticam a escravidão, cerceiam a liberdade e cultivam uma democracia doentia e pecaminosa.
Não subestimo a opinião de quem é governante da República, quer em Portugal, no Reino Unido ou nos Estados Unidos da América. Chame-se Sócrates, Blair ou Bush. Mas discordo e tenho o direito de discordar, mesmo que a minha voz não seja ouvida nem as minhas ideias aceites. Pelo facto de escrever regularmente para o JM (como já escrevi para outros jornais) não sou, em termos convencionais, um escritor, mas também não compreendo a arrogância e melindre de “ditos escritores” a denotar intenções corporativistas. Os meus escritos são meras opiniões, pontos de vista, sem fantasias mas com a modesta intenção de ser útil.
Bush é um político americano, líder de uma nação próspera, chefe da “polícia do mundo”. Blair tem a altivez típica do inglês e dá a impressão que faz muita coisa apenas para “inglês ver!”. Sócrates é Primeiro-Ministro de um país metido em crise há vários anos, que chegou ao poder pela mão do seu kamarada Jorge Sampaio, que até Fevereiro de 2006 é presidente da República de Portugal. Uma mesa redonda com estes três políticos deve ser enfadonha como mirabolante. Em conjunto formam uma tríade cambada, com pesos e medidas bem diferentes.
Os ingleses, embora façam parte da União Europeia, não querem nada com a Europa! Não querem a moeda euro (a libra é a moeda mais forte do mundo), não querem ajudar os países mais pobres nem querem quotas de nada. Querem apenas ser os maiores...do nada. A globalização tem para os ingleses o efeito da bolha que pode rebentar a qualquer momento. Já os americanos são “agarrados” à bandeira ao nacionalismo, e mesmo em decadência conseguem passar a mensagem que tudo está sob controlo e a paz é uma realidade. Basta ver o que se passou no Vietname e agora no Iraque. Os portugueses são uns “pobres-ricos”, que tanto enriquecem rápido como empobrecem rapidamente e vivem sempre na esperança sebastianista de serem premiados em qualquer uma lotaria.
Quando criança ouvi dizer que metade dos portugueses vendia lotarias e outras ilusões e que a outra metade vivia na esperança de ser bafejado pela sorte Os portugueses foram os grandes negociantes das especiarias do Oriente, do ouro do Brasil, das matérias-primas africanas e agora beneficiários de avultados apoios Comunitários. Mas a atroz realidade é que os portugueses sempre cultivaram a mentalidade de viver à maneira de “novo rico”.
Portugal enquanto país com potencialidades nunca foi capaz de criar as infra-estruturas necessárias para o desenvolvimento, e nunca apostou verdadeiramente na educação, cultura e na saúde e é por isso que se encontra agora na incrível situação de ser o país mais atrasado da União Europeia.
Muitas das invejas e até ódios que se lançam sobre os governantes e povo madeirense têm, certamente, a ver com a capacidade demonstrada por este povo Ilhéu que soube, em tão pouco tempo, transformar uma Ilha tão atrasada e carente, numa Região que atingiu graus de desenvolvimento global, reconhecido internacionalmente.
Os portugueses estão a ser, propositadamente, distraídos a fim de não darem atenção ao que se está a passar na política nacional e nos conflitos que andam pela República.
As eleições presidenciais e os incêndios que têm estado a “queimar” o continente florestal, tem levado a desviar atenções das coisas que o governo de Sócrates anda (ou não anda) a fazer. O ministro da Defesa, Luís Amado, anda à castanha com as forças armadas e com os polícias. “Vocês é que têm as armas”, terá dito Amado aos seus “subordinados” militares, causando uma reacções de mal estar e a criar dúvidas amargas. Paulo Portas, ex-ministro da Defesa, teve para com as Forças Armadas uma conduta de mútuo respeito, dialogante, e sempre deu atenção aos problemas que foram surgindo. O actual ministro da Defesa não está com meias medidas: penso, digo e faço, ao bom estilo dos governantes ditatoriais socialistas que sempre andaram de mãos-dadas com os kamaradas comunistas. Para quem não se recorde, URSS era a sigla da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Socialistas e não Comunistas. Uma ideologia socialista que deixou em estado de miséria os países do leste europeu e da toda poderosa URSS.
Socialistas nas Repúblicas sempre deram para o torto, principalmente em Portugal. A manter-se esta linha de rumo, o governo de Sócrates arrisca-se a não chegar ao fim do mandato. A não ser que o futuro chefe de Estado continue a ser socialista e feche os olhos às “nuvens negras” que este governo anda a cobrir o país e a intoxicar a opinião pública.

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Feitiço vira-se contra o feiticeiro

As polícias, os militares de todos os ramos das Forças Armadas e os funcionários da Administração Pública estão a protestar contra as medidas que o governo aprovou e que apenas estão dependentes da assinatura do presidente da República para poderem entrar em vigor. Na prática, os trabalhadores (cerca de 650 mil) que têm como entidade patronal o Estado estão preocupados com o rumo de gestão que o patrão – Governo Central - está a pôr em acção e que dizem não oferecer garantias de sustentabilidade.
Em circunstâncias semelhantes, os trabalhadores do sector privado temiam pela falência e inclusive pelo encerramento das empresas o que infelizmente tem acontecido no nosso país. O patrão Estado não vai à falência, não fecha as portas, nem os governantes da República são julgados pela má gestão que eventualmente possam fazer no exercício de funções, salvo em caso de alegada corrupção ou algo parecido.
É a grande diferença entre os sectores público e privado. A má gestão que eventualmente possa acontecer na actividade privada é regra geral fortemente penalizada, cujas consequências são bem conhecidas. Na actividade pública, dependente da administração central, cometem-se as piores decisões com custos irreparáveis para o País e nada acontece. Saem uns, entram outros, voltam a sair, voltam a entrar, rotativamente, sem que haja reposições, antes compensações.
Somos contra as greves por dá cá aquela palha. Particularmente quando são levadas a efeito por forças políticas encapotadas por sindicatos que procuram tirar proveito, em qualquer momento, do descontentamento dos trabalhadores para derrubarem o partido que está no poder. Tem sido muito usual em Portugal ver os partidos da esquerda, incluindo o partido socialista, envolvidos nas manifestações contra os governos que não tenham as suas cores partidárias. Temos visto, nestes últimos trinta anos de regime democrático, os socialistas e comunistas de braço-dado nas manifestações contra o poder, erguendo bandeiras dos partidos, slogans e toda o marketing de campanha para derrubar governos, muitas das vezes num nítido aproveitamento do descontentamento dos trabalhadores.
Nestas últimas semanas, o que temos vistos, são os trabalhadores de toda a Administração Pública, incluindo as Polícias e as Forças Armadas, a protestar publicamente contra o governo que está no poder e que é do Partido Socialista. O feitiço vira-se contra o feiticeiro. O governo socialista vê-se confrontado com uma situação de luta dos trabalhadores que tantas vezes os incitou a manifestarem-se contra os governos do PSD e PSD/PP.
Os socialistas e os comunistas criaram, alimentaram e fomentaram, de qualquer forma e feitio, durante anos, as manifestações só com o intuito de porem em causa e até derrubar quem estava no poder. Os socialistas vêem agora o resultado dos seus ensinamentos. Não está em causa o direito às reivindicações nem o direito à greve que consta desta democracia portuguesa. Se não concordamos temos o direito de manifestar o nosso descontentamento.
As manifestações de protesto que temos visto ultimamente contra o governo da República – governo socialista – revelam outra maturidade e civismo dos seus intérpretes. E é assim que deve ser. Um não à instrumentalização partidária, mesmo que possa haver tentações para confundir e aproveitar-se da luta em marcha. Os trabalhadores portugueses têm cabeça para pensar e pés para andar. Não precisam dos partidos de esquerda e dos socialistas, nem de quaisquer outros, para protestar nem para defender os seus direitos.
O povo em geral deve manifestar o seu descontentamento sempre e quando vê que estão a ser afectado e desconsiderado nos seus direitos. Não deve curvar-se às decisões pura e simplesmente nem deixar-se ficar calado só porque o governo Central entende tomar medidas invocando razões que podem não ser as mais justas e, infelizmente, muitas têm sido, de tal modo impróprias e injustas que apenas têm agravado a situação do país, aos mais diversos níveis.
Quando dizemos que”o feitiço vira-se contra o feiticeiro” é com base do que sempre foi prática corrente em Portugal. Foram os partidos de esquerda e os socialistas os que mais “usaram e abusaram” do mal-estar dos trabalhadores para levá-los para greves muitas das quais podiam ter sido evitadas e os desfechos terem sido mais favoráveis aos trabalhadores. Uma das bandeiras que mais “gozo” sempre deu aos comunistas e aos socialistas portugueses foi a de conseguirem promover e mobilizar greves contra os poderes governamentais, autárquicos e outros que não fossem das suas ideologias partidárias.
O que está a acontecer no momento presente com as manifestações da função pública, revela maturidade. Discordar com civismo e argumentação válida e própria. Sem decalcar “ordens” da esquerda nem embandeirar em arco pelo facto de haver liberdade para reivindicar. Discordar não é zangar-se nem fazer chicana política na praça pública.

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Ver, ouvir e reconhecer

Há muito que o Funchal deixou de ser apenas a cidade das ruas antigas e comerciais, o centro de negócios e capital da Região. A velha frase “vamos à cidade” durou séculos e muitos foram os madeirenses que nasceram e faleceram sem nunca terem ido (vindo) à cidade. Nem era propriamente a distância quilométrica a impossibilitar a ida (vinda) à cidade, é porque não havia meios de transporte para ligar o centro da cidade a outros pontos , aos sítios e lugares mais próximos, às redondezas da cidade, hoje difundidas por “zonas altas”, que não tinham estradas, nem luz eléctrica, nem água potável, nem rede telefónica, nem escolas, nem centros de saúde, nem isto nem aquilo que o presente nos apresenta.
Quem hoje circula pelas estradas que ligam o centro da cidade às zonas altas e fala com as pessoas de idade avançada, é levado a ficar com a ideia de que o centro da cidade do Funchal esteve durante séculos de costas voltadas para a sua periferia, que os responsáveis pela Câmara Municipal, pela então Junta Geral e pelo Governo Civil, viam um Funchal circunscrito ao perímetro da Sé Catedral, e que a partir do Ribeiro Seco, Torreão, Levada de Santa Luzia e pouco acima do Campo da Barca, era o campo da cidade, com quintas, colonos e camponeses, com terras lavradas de sol a sol, poços e águas de rega, com famílias inteiras a cavar, a bordar e obrigadas a viver quase como num mundo à parte de quem vivia na cidade.
E não estamos a fazer retratos do Funchal de finais do século XIX, princípios do século XX. Estamos, pelo que nos dizem os mais antigos, a falar dos anos 20, 30 e 40 do século passado. De há 80, 70 e pouco mais de 60 anos.
Estamos a percorrer a freguesia de Santa Maria Maior, de sul ao norte, de leste a oeste. Tínhamos um conhecimento mais aprofundado da parte sul, a mais citadina, e uma visão global, com passagens esporádicas, de todos os sítios de Santa Maria Maior. Sabíamos muito da freguesia mas hoje sabemos inquestionavelmente muito mais. Ficamos com aquela sensação sobre a imagem que nos é transmitida mas que vai se transformando e ganhando substância da realidade à medida que vamos conhecendo cada vez mais os lugares, as pessoas, o antes e depois, os planos do presente e as ambições no futuro.
Santa Maria Maior, berço do Funchal actual, é das freguesias da Madeira com mais cidade e menos periferia distanciada da evolução, estando cada ano mais próxima e desenvolvida em todo o seu espaço territorial, sendo um dos bons exemplos do gigantesco progresso que toda a Região Autónoma tem vindo a registar vai para três décadas.O concelho do Funchal, no seu todo, tem registado progressos que todos reconhecem.
Não se queira, porém, ficar com a ideia de que tudo quanto as populações legitimamente ambicionaram e desejaram está feito. Se assim fosse estaríamos todos a aceitar que mais nada havia a fazer, que o desenvolvimento tinha atingido os seus limites. Nem nos concelhos, cidades, regiões e países mais desenvolvidos do mundo isso acontece. Ainda há poucos dias vimos na televisão um grupo de cidadãos residentes numa das zonas mais habitadas de Nova Iorque a protestar contra algumas irregularidades detectadas no saneamento básico e nos transportes. Isto para ilustrar que até nas principais cidades do mundo nem todos os habitantes estão plenamente satisfeitos.
O que não se pode é esquecer que há sempre algo por fazer e que mais deve ser feito. Que haja vontade e honestidade para ir ao encontro da realidade, sem promessas falaciosas, dando solução a cada questão. Esta tem sido a política global que a Madeira tem seguido, cujo progresso está à vista de todos, e quem melhor nos tem dado testemunho desta realidade têm sido os mais idosos. Mas o passado não é para viver no presente e muito menos no futuro, mas é bom nunca esquecer que sem passado não há presente e que o futuro será muito daquilo que for feito no agora.
Prometer é fácil. E quem tem bem a noção do que é o fazer e o prometer sabe que há uma grande diferença entre as políticas dos que dizem que tudo é fácil e o trabalho sério que é preciso fazer para se concretizar o que deve ser feito. Quando ouvimos a oposição falar em mudar isto e aquilo, em abrir e fechar a cidade aqui e acolá, em construir aquela obra e outra mais acima e mais adiante, como se tudo fosse possível e houvesse uma varinha de condão para alterar tudo o que ligeiramente prometem, ficamos com a ideia de que a política é para alguns como se fosse um jogo de futebol ou uma lotaria. Joga-se (promete-se) à sorte, a ver se dá, ou como sempre dizem os treinadores e jogadores vamos ganhar o jogo, menosprezando tudo o mais como se estivessem reunidas todas as condições para ganhar, sem mais nem menos.
Na política ganha-se trabalhando, dia a dia, com muito trabalho e muita seriedade. Durante todo o ano há sempre muito a fazer e quem está por dentro das questões, do desenvolvimento e das políticas encetadas que levam ao caminho do progresso e bem- estar das populações, sabe que nunca nada está definitivamente concluído.

quinta-feira, 28 de julho de 2005

Pobre país!

O nome de Mário Soares, lançado pelo Partido Socialista (embora não reúna o consenso de muitas figuras carismáticas do próprio partido), como candidato à presidência da República, nas eleições de 2006, só pode ser entendido como uma tentativa extemporânea de mau gosto tendente a divertir, distrair e anestesiar os portugueses para o acto eleitoral que se aproxima, já em Outubro de 2005, as Eleições Autárquicas. Os autores, e séquito de apoiantes da ideia, querem é continuar a enganar o pobre povo português. Representa também mais um sinal de que os socialistas vivem apegados ao saudosismo, que o partido está ultrapassado e que tentam a todo o custo recriar pretensos heróis (para eles) do passado para disfarçar e pretensamente salvar a imagem da incompetência que estão a transmitir no presente. Politicamente Mário Soares já está há muitos anos no baú das recordações e não tem condições para ser candidato a coisa nenhuma, na esfera política. Os portugueses não querem um Chefe de Estado, sentado na cadeira em Belém, como aconteceu no passado, a ser comandado pelo Primeiro-Ministro, e este pelas corporações que tomaram de assalto o país. Essa foi a prática dolorosa que governou Portugal no passado ditatorial.
Mário Soares é hoje uma “carta” fora do baralho da política activa. Sob o ponto de vista da democracia e da dinâmica incessante que é urgente implementar, seria trágico para o país se o antigo presidente da República voltasse a meter-se na corrida presidencial. Seria politicamente um atentado e representava mais adiamento às legítimas ambições do desenvolvimento de um país que tem das mais jovens populações da Europa, mas, que para tal, tem urgentemente que cortar com o passado recente e suscitar vontades para reconstruir o país e torná-lo governável.
Mário Soares, ex-comunista, ex-presidiário político, ex-exilado político, ex-ministro, ex-primeiro ministro, ex-secretário geral do Partido Socialista, ex-Presidente da Republica, ex-candidato derrotado à Presidência do PE, ex-deputado ao Parlamento Europeu, ex-deputado à Assembleia da Republica, diz agora, já fora de qualquer contexto do País real, querer ser, de novo, Presidente da Republica.
Pobre País este, que mesmo já entrado no século XXI, teima em não encontrar rumo certo
Para um político, como Soares, dito socialista que sempre afirmou estar ao lado dos pobres, dos desempregados, dos sem pão e sem habitação, dos perseguidos e dos oprimidos, apresentar-se “bem de mais na vida” é, no mínimo, chocante e um absurdo, principalmente num país que é dos mais pobres da União Europeia e que caminha a passos largos para a beira do abismo depois de, com muita dificuldade, ter conseguido sair do pântano.
Salazar fazia as contas do tostão, viveu e morreu pobre. Pobre também deixou o povo português porque não dotou o país das condições básicas para o desenvolvimento. Mas, erradamente, (porque não investiu, basicamente, na aquisição do saber e nas infra estruturas reprodutivas), porém, deixou os cofres do Estado a abarrotar de ouro que permitiu as leviandades comuno-socialistas que se verificaram nos primeiros governos depois de Abril de 74, que praticamente lançaram o país na bancarrota, onde estava entre outros, Mário Soares.
Fazer ressuscitar Mário Soares à presidência da República é um engano de método. É lançar o alarme sobre o Estado português. É fazer de ignorante o eleitor português ou pensar que o povo tem memória curta.
Mas a “coisa” está muito bem orquestrada. Todos os dias, em cada uma das diversas estações de televisão aparecem uns “senhores” muito bem postos e bem falantes (que a esmagadora maioria do povo não sabe quem são) a fazerem elogios à pessoa de Mário Soares e a quererem persuadir o povo que ele é a “escolha” mais acertada.
É preciso que o povo saiba que esses “senhores ” são os representantes ou mandatários das diversas corporações e de certos figurões que tomaram conta do país e que querem, a todo o custo, manter e engordar o regime político que os sustenta e lhes dá poder.
Que dizer de toda esta reviravolta que, ao que consta, estava a ser preparada para que Freitas do Amaral (sim esse mesmo que renegou a todo o seu passado de Democrata Cristão) fosse o candidato do Partido Socialista e até da dita esquerda?
Que atitude tomará agora Freitas do Amaral por ter sido falsamente embalado e agora, pela segunda vez, vencido por Mário Soares? Será que haverá mais uma deserção no governo?
E que dizer também de Manuel Alegre que, qual lebre, foi lançado para perscrutar reacções e se vê agora abandonado e traído. Mas cuidado, Manuel Alegre está em “reflexão”, como o próprio afirmou perante as câmaras da televisão. Este pobre País fica assim distraído até o desenvolvimento de outras novelas de embalar.
Ao governo socialista no continente exige-se que cumpra com o dever de governar e que não crie e alimente motivos de distracção a fim de esconder as suas incapacidades governativas criadas pelas promessas mentirosas assumidas durante a campanha eleitoral.
A partir de agora e até 9 de Outubro, data em que se realizará o próximo acto eleitoral, as Eleições Autárquicas, os partidos políticos têm o dever de apresentar, perante as populações, os respectivos programas de acção respeitantes a cada uma das Autarquias. Programas de verdade, credíveis, exequíveis e que suscitem, pela confiança nas Pessoas e na Verdade, os eleitores a participarem activamente e a depositarem legítima esperança num presente e futuro melhor assentes num desenvolvimento global e sustentado.
Enquanto isso, Portugal precisa urgentemente é de mudar de rumo. Precisa de, a seu tempo, eleger um verdadeiro e credível Presidente da República, que assuma, sem reservas, o firme compromisso de promover uma profunda revisão da Constituição, que conduza a uma urgente e necessária mudança de regime, condição incontornável para que Portugal consiga, ainda, tornar-se no País credível e digno que a esmagadora maioria dos portugueses tanto anseia.