terça-feira, 18 de janeiro de 2005

Uns fazem, outros pagam!

A Região Autónoma da Madeira é arrastada para eleições legislativas nacionais sem ser ouvida nem achada e, pior ainda, sem nada ter contribuído para tão insólito desfecho. Um restrito grupo de continentais, conselheiros “nobres” do Presidente da República, cozinharam o ensopado e o chefe aprovou, dissolvendo a Assembleia da República que tinha sido democraticamente eleita e estava a funcionar dentro da total normalidade. O Chefe de Estado não considerou os cidadãos, não ponderou nas consequências que o precedente representa, os custos políticos e económicos que acarreta e a desilusão que causa nos cidadãos, até naqueles que ainda não estão com a idade para puderem votar.
Ouvimos agora nos Açores, como já tínhamos ouvido em Lisboa e muito mais na Madeira o desagrado por esta decisão democraticamente inexplicável do Presidente da República. Gostaria de acreditar, para bem da democracia, que o Presidente não dissolveu o Parlamento só para beneficiar o seu partido “PS” e toda a esquerda política portuguesa. Não quero acreditar que tenha sido esse o objectivo, mas é indesmentível que essa é a opinião consensual das populações.
Esta desilusão dos portugueses é preocupante para a própria credibilidade da democracia. Não gostava que tal viesse a acontecer mas não ficaria muito surpreendido se as eleições de 20 de Fevereiro terminassem com a maior abstenção de sempre actos eleitorais para a Assembleia da República. Se, sem motivos justificativos, a abstenção atinge percentagens que põem em causa o interesse e a verdade democrática, que esperar de resultados que obrigam os portugueses a votar em acto eleitoral não desejado.
Se atentarmos na farsa que o próximo acto eleitoral está a demonstrar basta que se ouçam os ecos da pré-campanha que já andam no terreno de lés a lés pelo País.
É ver o candidato do PS a trocar os pés pelas mãos, a dizer e a desdizer, sem projectos, sem ideias, sem conteúdo, mandando bocas aqui e além, como se os portugueses fossem um povo que não pensa e tudo aceita como verdade.
Veja-se a esquerda unida a retomar a cantilena do costume, a repetir os slogans há muito pardacentos, sem se preocupar pelo futuro do País e sem encontrar soluções para os problemas que os portugueses enfrentam. Portugal é um País financeira e economicamente em dificuldades, com um défice acumulado, com o desemprego a aumentar e parece que o Presidente e os governos da República não estão muito preocupados com estas e outras graves situações.
A Região Autónoma da Madeira não merece ser envolvida no descalabro e desrespeito pela democracia que tende a perpetuar-se no Continente, nomeadamente no centro do poder, em Lisboa. A Madeira, sem dúvida é cada vez mais uma lufada de ar fresco na democracia portuguesa e isso vai ficar demonstrado, mais uma vez, com a participação massiva, de todos os madeirenses, no próximo acto eleitoral de 20 de Fevereiro porque a Madeira precisa de estar condignamente representada no Parlamento Nacional a fim de melhor defender os interesses dos Madeirenses.
Há anos, interrogava certa classe lisboeta, o que seria a Madeira sem Portugal. Hoje, e cada vez mais, tem toda a oportunidade em colocar a questão no sentido inverso, que seria Portugal sem a Madeira, na sua devida proporcionalidade.

sábado, 15 de janeiro de 2005

Primeiras eleições democráticas no Iraque

Depois de tudo quanto se passou no Iraque, antes e após a intervenção militar dos EUA, o mundo tem os olhos fixos nas primeiras eleições democráticas a terem lugar no próximo domingo. Os iraquianos estão fartos da guerra, da ditadura, da vida encurralada e do poder brutal que o regime de Saddam Hussein chefiou durante anos. A paz naquele martirizado país é também a paz para o mundo dos que acreditam que a guerra não faz a paz mas, a história, confirma, também, que, por vezes, é preciso que se faça guerra para que a paz chegue.
Quando um povo vive espezinhado durante anos, forçado a um modo de vida sem poder falar nem observar, acaba por perde a sua própria dignidade, de não saber que direitos tem e de como proceder. Tudo o que faz é ditado por quem manda, pelos senhores do poder absoluto, em obediência a ordens emanadas sob forma totalitária. Um povo maltratado é um povo revoltado. Um povo que não pode falar é um povo que não vive, sobrevive.
O Iraque de Saddam era, numa outra dimensão, uma Cuba de Fidel Castro. A única diferença, era que uma maior classe de iraquianos vivia em palácios, em luxuosas casas, tinham grandes fortunas e podiam viajar pelo mundo, enquanto a grande maioria dos iraquianos viviam (e vivem) na extrema miséria, com habitações de terceiro mundo e sempre na dependência do poder. Em Cuba, as riquezas milionários não existem (ou se existem estão bem escondidas), mas os cubanos estão proibidos de sair do país, de ver televisão estrangeira, de terem dinheiro para comprar o que querem e a própria alimentação é racionada através de senhas. Entre o Iraque e Cuba, a miséria é igual, a riqueza é que difere, apenas por que o Iraque é rico em petróleo e Cuba tem apenas pequenas reservas de petróleo.
As eleições de domingo estão a ser aguardadas com muita expectativa em todo o mundo. Será também uma oportunidade para aprofundar a tese sobre a intervenção dos EUA e da “condenação” das forças internacionais, como a ONU e a União Europeia. Para já, há que reconhecer que sem a queda do regime de Saddam nunca os iraquianos teriam a possibilidade de votar, de terem eleições livres e democráticas. Depois há um outro futuro pela frente que não se constrói de um dia para outro, nem é com um acto eleitoral que tudo fica resolvido.
Temos os casos flagrantes de Angola e Moçambique que, após as primeiras eleições democráticas, estiverem em estúpidas guerras internas que, ao que se diz, causaram mais mortes que durante os dezassete anos de guerra colonial. As eleições do próximo domingo, no Iraque, não vão, de imediato, trazer a paz e o progresso ao país, Quem o contrário pensa está a ser utópico. A guerra interna vai continuar, as facções vão manter-se em oposição durante mais alguns anos, até que os iraquianos, de todas os quadrantes, tomem consciência que acima das querelas, dos credos e das ideologias políticas, está o país, o seu país, o seu povo, a sua Nação.
Que os iraquianos não cheguem ao extremo que se chegou em Angola, em que foi preciso eliminar pela morte o líder da oposição, Jonas Savimbi, para que a guerra acabasse. Um acto cruel mas que, desde então, o processo democrático e de união do povo angolano começasse a ter outro entendimento. O líder da UNITA, a partir de certa altura, talvez quisesse recuar, reconhecer que a sua luta apenas estava a destruir a vida daqueles que o acompanhava, inclusive a de alguns políticos portugueses ligados à descolonização, mas o seu orgulho de guerreiro não lhe dava essa forçar de reconhecer que lutava para nada.
A paz voltou a Angola mas há ainda um longo e penoso caminho a percorrer para que os angolanos possam ter o nível de vida de que há muito carecem. No Iraque desenha-se uma luta por posições muito semelhante à que se passou em Angola. É por isso que os EUA e forças internacionais reconhecem que uma retirada da ONU e de outras entidades que estão no país, podem vir a traduzir-se em graves problemas de soberania. Não se deve abandonar um país quando a mudança de regime está a dar os primeiros passos, como não se pode abandonar um bebé quando começa a dar os primeiros passos.
A paz no Iraque é também a paz para o mundo. Na caminhada para uma primeira paz há que contar que esse desiderato não se alcança com um “click” nem apenas com palavras, cimeiras ou longos dossiês. A paz consegue-se com intervenção directa, com presença no terreno, com participação activa junto das populações. Tudo quanto seja falar à distância, criar imagens de gabinete e gizar planos para isto e para aquilo é chover no molhado. O governo americano não se deixou ficar pelos dossiês de ilustres catedráticos, nem deu ouvidos às forças de bloqueio, mandou avançar as suas tropas, ouve mortes de parte a parte, mas a verdade é que, se assim não fosse, não haveria eleições democráticas no próximo domingo, no Iraque.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Os papo-secos estão de volta!

Limpar a eito; cortar em frente; disparar à menor suspeita; nunca dar conversa aos “turras”. Foram tantas as vezes que ouvi estas recomendações, quando estive em Angola a cumprir o serviço militar, que apetece-me conduzir estas frases para os lados dos empatas da política portuguesa. Limpar a eito, abrir fileiras e ir em frente sem perder tempo. Penso que só assim poderemos fazer qualquer coisa de jeito por este Portugal amordaçado, entorpecido e intelectualmente doentio.
Andamos a ver as mesmas caras a falar das andanças da governação, da economia e de todas as áreas, quando nada fizeram que não fosse falar, falar, falar. E pela forma como falam parece que o País está a afundar-se, que os portugueses estão malucos e que a culpa do atraso é dos que mandam e não também dos que nada fazem para mudar. São figuras apalhaçadas que abordam as questões sérias como quem come um papo-seco.
Sãos os papo-secos da politiquice, canhotos, que passam a vida a descer e a subir pelo mesmo corrimão das ideologias de séculos passados, com amigalhaços a cada esquina e prontos a prometer o que sabem ser impossível fazer. Apontam o dedo aos que fazem da política uma profissão levada muito a sério, que trabalham e apresentam resultados dos trabalhos realizados, mas encolhem-se quando alguém lhes pergunta: Há quantos anos está na política? O que tem feito objectivamente? Que resultados concretos pode revelar? Pois, é. Calam-se. Andam desde que a política em Portugal foi aberta. Pegaram nas linhas e passaram a fazer “ponto cruz” e “garanito”. Mas não sabem pegar na agulha e então vão distribuindo o bordado acompanhado de misérias do governo e das entidades públicas.
A campanha eleitoral só começa oficialmente a 6 de Fevereiro, até lá não é permitido falar de projectos nem prometer às populações seja o que for. Esta regra pode funcionar no estrangeiro mas em Portugal é como se não existisse. Os partidos há muito que estão em campanha, embora os PSD e o PP, que ainda estão no governo, não tenham as mesmas possibilidades que a concorrência. Os papo-secos aproveitam o facto do PSD e PP estarem ainda presos do governo para atacar e vão mordendo maldosamente, nalguns casos, com a única intenção de desgastar os responsáveis social-democratas e os centristas.
O ataque sujo que foi feito ao ministro Morais Sarmento, pela deslocação que fez a São Tomé e Príncipe, em serviço e em nome do Estado português, ilustra a desvantagem de quem tem que acatar as directrizes de governante frente aos que apenas têm a preocupação de produzir acusações. Pelo que conhecemos do ministro Morais Sarmento, naquele momento, o seu desejo era poder falar cara-a-cara, sem ambiguidades, em plano de igualdade. Talvez por isso quis pedir a sua demissão, entretanto não avançada.
Os papo-secos vivem destes ataques soezes, com carradas de fermento bolorento, sem se preocuparem minimamente com a vida do País, o bem-estar e o futuro das populações. Jorge Sampaio está, pela segunda vez, na China. Primeiro fez o que tinha a fazer para agradar ao seu partido e os que estão à sua esquerda. Dissolveu a Assembleia da República, sem qualquer justificação e, de seguida, marcou novas eleições. Numa altura em que a campanha política já anda pelo País, Sampaio, responsável pela antecipação eleitoral, mete-se no avião e vai para a China. No oriente vai revendo a rota das especiarias traçadas nos velhos mapas de viagens, estando-se nas tintas para o que pensem os portugueses. Os papo-secos são mais do que muitos.
Espantosamente, para poder tempo de antena, Manuel Monteiro vai desenterrar questões antigas, mais que velhas e ultrapassadas. Os madeirenses se um dia quiserem defender a tese da independência nunca será através de um não-madeirense. Manuel Monteiro ainda é dos continentais que pensam que os madeirenses não sabem como gerir os seus destinos, que não sabem definir e prosseguir o seu futuro, como até sabem distinguir o que é sério e anedótico nacional.
Limpar a eito, e já. Deixem os papo-secos a fermentar até um dia azedarem.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

A “bola” já não é o que era!

A política é um jogo, tenha ou não regras. Uns jogam ao ataque, outros à defesa, há os que jogam no vale tudo, os que não sabem jogar e por isso andam sempre a bater a torto e a direito até caírem para o lado com o peso da derrota. Conhecemos políticos ou pseudo políticos que nunca ganharam um único acto eleitoral mas de tão obcecados que andam pensam que estão a acumular vitórias e não derrotas.
Pergunte-se a um obcecado da ideologia comunista se alguma vez viu o seu partido sair derrotado em eleições. Nunca! Nem quando ficam em último lugar ou descem em relação aos resultados anteriores. São sempre doentiamente uns perdedores-vencedores que o eleitora já os aceita como tal. Fazem-nos lembrar aqueles fanáticos do futebol que vêem sempre os seus clubes ganhar mesmo quando são copiosamente derrotados.
E por falar de futebol, modalidade que sou assumido adepto desde os tempos dos jogos a quatro (Marítimo, Nacional, União e Sporting), onde só víamos jogadores cá da terra, um ou outro espanhol (das vizinhas Canárias) e alguns, poucos, oriundos de Cabo Verde, não consigo entender como na actualidade há mais jogadores imigrantes do que madeirenses. Não sou contra a imigração e sei muito bem que a Madeira tem cerca de um milhão de emigrantes e o Portugal, no total, cerca de 5 milhões na diáspora. A minha observação e da grande maioria dos madeirenses é como é que esta transformação foi acontecendo. Esta situação era aceitáqvel
A partir de certa altura os clubes da região passaram a importar jogadores como quem recorre à importação de mercadorias que não existem na ilha. Os clubes parecem cada vez mais dependentes da mercadoria estrangeira o que vem pôr em causa as grandes investimentos feitos na formação de jovens jogadores. Custa a entender como é que com tantos campos relvados e sintéticos, com condições infra-estruturais muito boas (algumas de excelente qualidade), apoio médico e medicamentoso, técnicos e professores de educação física a desenvolverem um trabalho de base importante para que os jovens jogadores possam evoluir uniformemente, quase que não vimos futebolistas madeirenses nas nossas principais equipas.
Há poucos dias (escuso dizer o nome do clube madeirense e do jogo a que assisti) fui ao futebol com um amigo continental, daqueles que não perde um jogo, esteja onde estiver, e não consegui dizer-lhe o nome da maioria dos jogadores “madeirenses” em campo. Foi no intervalo que falando com outras pessoas fui identificado este, aquele e aqueloutro. Nomes que indicavam origem estrangeira. “A Madeira deve ser um paraíso para os jogadores e talvez seja por isso que há tantos por cá”, observou o meu amigo, com ar de quem estranha tal situação. Ripostei que no Continente também o mesmo se passa, basta ver as equipas do Benfica, Porto e Sporting. Até na selecção joga um brasileiro naturalizado português, bem como o treinador-seleccionador ser estrangeiro. Começou a rir!
Tal como ele (continental) também muitos madeirenses devem gozar com o amplo quadro de jogadores estrangeiros. Independentemente do valor que possam ter, de serem baratos ou caros, irrita ver equipas madeirenses sem madeirenses ou com uma minoria de madeirenses. Se as equipas da região jogam para a manutenção, salvo raras excepções, para não descerem de divisão, será que na Madeira não temos jogadores para


lutarem por esse objectivo, de não descer de divisão? Qual é a diferença entre o ficar a meio da tabela ou no último lugar que evita a despromoção? Nem sim, nem não.
Faz-me lembrar os bilhetes de lotaria, o totoloto, o totobola e mais recentemente o euromilhões. Quando alguém diz que acertou em xis número, mas se acertasse em mais um número era premiado, é o mesmo que nada! Bolas, nada ganhou. Pois é, de que serve ficar a meio da tabela ou próximo dos da frente se apostamos mais, gastamos mais e nada conseguimos. Com muito menos custos não descíamos de divisão e os efeitos futuros do investimento teriam certamente outras repercussões.
Não há argumentos esclarecedores que possam clarificar cabalmente estas situações. Aquilo que o Governo Regional fez até agora na área das infra-estruturas desportivas, tanto no futebol como em todas as modalidades, há muito que os resultados de tais investimentos deviam de estar a dar frutos. Obviamente que não será com a contratação maciça de jogadores imigrantes que os jogadores madeirenses terão a possibilidade de competir e de evoluir. É que depois há este dilema para os clubes: os jogadores estrangeiros foram contratos para jogar, mesmo que sejam de qualidade idêntica ou inferior às que possuem os jogadores madeirenses, enquanto que os jogadores cá da terra podem ficar “tapados” que não custam muito aos clubes. Esta bola já não é o que era!
Neste aspecto o jogo político é mais transparente. Ganha quem sabe e quem mereceu o voto dos eleitores. Sem penaltis fantasmas e más arbitragens. Entra no jogo e saem vencedores os melhores, o que nem sempre acontece no futebol.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

Zangas por causas zero

Estamos a entrar em 2005 pior de quando entrámos em 2004. Menos tranquilidade no mundo, desassossego em várias frentes, mais fragilidade humana perante a força da natureza e uma incerteza sobre o que está para vir. O mundo parece encontra-se e desencontrar-se ao mesmo tempo, é cada vez mais descarado o jogo de interesses, as máfias organizadas, os medos do terrorismo selvagem, as guerras mortíferas e caladas, como se a vida valesse tanto como quase nada.
Portugal é um desses locais do mundo onde os azimutes raramente são cumpridos à risca, há sempre um andar para o lado e para trás com os caminheiros convencidos que estão a andar para a frente e na direcção certa. Os caminhos que dantes se encontravam no determinado local agora aparecem desencontrados, parecem traçados em paralelos, à tangente ou mesmo separados a quilómetros uns dos outros apesar de estarem tão próximos.
Os portugueses querem lá saber que o presidente viaje para China em tempo de campanha eleitoral, que Cavaco Silva venha dizer que não quer a sua foto nos cartazes do PSD, o partido que o pôs como primeiro ministro de Portugal e lhe promoveu a vários níveis, coisas que não deixa de revestir-se de alguma ingratidão. Quem era e quem passou a ser o Prof. Anibal Cavaco Silva antes de os sociais-democratas o terem colocado na cadeira de Primeiro Ministro?
Estas vaidade e grandezas só acontecem num país que é dos mais pobres da União Europeia e que tem tido os ministros mais derrotados da Europa quando confrontados em fóruns e reuniões onde estão presentes outros colegas europeus. A vaidade dos nossos políticos só pode ser vista como consequência do pequeno e pobre país que somos em relação à Europa. As crianças e os homens de zonas rurais portugueses também dizem que são os melhores, que sabem de tudo, mas todos nós sabemos que, regra geral, as crianças e o homem do campo português vive limitado no seu saber.
Os ministros portugueses, regra geral, são grandes em Portugal mas pequeninos na Europa. Cavaco Silva, Mário Soares (que uma doméstica no Parlamento Europeu o relegou para segundo plano), António Guterres e outros convencidos que são as grandes cabeças do país (tanto que são que Portugal está na cauda da Europa) não passam de pinguins no quadro político europeu.
António Vitorino que, depois de ter sido obrigado a deixar o governo, abrigou-se na Comissão Europeia como Comissário, não fez nada de significativo quando ministro, mas como comissário tinha dotes extraordinários, segundo notícias veiculadas pelo PS e as suas correntes pesadas nos mass-media nacionais. A certa altura, António Vitorino era divulgado em Portugal como o super comissário europeu, o melhor de todos. Acabou o mandato e ninguém veio pedir para que ficasse no posto. Saiu e não está fazer falta. Quis ficar na Comissão Europeia mas não teve os apoios que pensava que tinha.
As zangas do PS contra o PSD agudizaram-se após esta derrota de António Vitorino e a vitória de Durão Barroso. Os socialistas ainda não engoliram a derrota que o PSD e Durão Barroso infligiram aos super’s PS, catedráticos da política nacional e internacional. Depois que Durão Barroso se candidatou e ganhou o posto de presidente da Comissão Europeia o PS tem feito tudo para mergulhar o país no caos.
A guerra foi tanto que, já em situação de desespero, o presidente da República, por ver o seu partido (PS) em alvoroço e toda a esquerda desbaratada que tomou a caricata decisão de dissolver o Parlamento quando este organismo estava a funcionar normalmente e bastante estável. Parece ser opinião geral que Jorge Sampaio procedeu como um servo do PS, preferindo por a estabilidade do país ao invés de defender a segurança do país e a estabilidade nacional.
Hoje Portugal está dividido, de norte a sul e tudo porque o PS, ajudado por um esquerda que sempre teve dificuldades em entender a realidade nacional , nunca conseguiu fazer um trabalho à altura do que precisa ser feito para que o país ande para a frente. O PS foi, juntamente com o PSD, quem mais tempo esteve no governo. Umas vezes deixou o país na bancarrota (a única vez que Portugal teve que apelar a apoios ao Fundo Monetário Internacional foi quando o PS era governo e Mário Soares como primeiro Ministro), outras vezes deixou o país no caos económico e na maior desorganização.
O PS sempre teve atitudes de fachada. O presidente da República tem feito, nas últimas semanas, apelos no sentido de haver estabilidade no país (mesmo quando um grupo de cidadãos vem publicamente apelidar Jorge Sampaio de mentiroso e de outras coisas menos próprias, que, enquanto cidadãos, não podemos admitir), mas quando faltam cerca de 40 dias para as eleições legislativas antecipadas.Foi excesso de poder do presidente da República, este decide viajar para a China, Macau e por outras paragens asiáticas. Custa a crer, por claro! Mas é o Portugal que temos, o Portugal dos grandes-pequenos que choram e riem como a coisa mais natural deste mundo. É por estas e por outras que já poucos vão em cantigas dos políticos como os que a esquerda apresenta
em Portugal. Uns grandes senhores do nada