quinta-feira, 19 de março de 2009

31 anos da Madeira a crescer

Como interpretar uma presidência de 31 anos numa Região como a Madeira?
Anos com o peso inicial da pobreza e de um regime colonial para anos de grandes investimentos, grandes e profundas mudanças.
Ver o que era a Madeira quando há 31 anos Dr. Alberto João Jardim chegou ao poder e ver a Madeira de hoje - impossível fazer quaisquer sérias comparações - é como o passar da "noite" ofuscada para o dia brilhante. Para quem viveu o antes e o depois as transformações foram e continuam a ser enormes.

A Madeira e o Porto Santo são ilhas profundamente "reformadas" pela Autonomia desenvolvimentista conduzida pelo Governo Regional, democraticamente eleito. A vontade e capacidade política do Dr. Alberto João Jardim, o seu estilo corajoso e a luta que trava em defesa da Região, foram decisivos para a incontestável transformação que a Região teve nestas três últimas décadas.

O povo madeirense não o esquece e mesmo os seus adversários políticos têm muitas dificuldades em encontrar eventuais "falhas" na sua governação que os possa favorecer nas campanhas eleitorais. São muito mais e bem visíveis as obras feitas, a governação de sucesso, do que por realizar.

De resto, a longevidade de A.J.J. na presidência do Executivo madeirense é um claro testemunho do querer e da confiança que os madeirenses nele depositam.

Durante estes 31 anos na Chefia do Executivo da Região Autónoma A.J.J. sempre mostrou ter uma vontade e capacidade política que lhe deram a coragem para continuar na defesa intransigente da Madeira face à República, ou seja, levar por diante os ideais da social democracia em tudo aquilo que contribui para o desenvolvimento da Região.
Foi a sua férrea vontade de levar a Madeira para a frente, tirando a Região do fosso de pobreza em que durante mais de cinco séculos viveu, que motivou, contagiou, os madeirenses na elevação da sua auto-estima, na sua emancipação e no acreditar das suas capacidades. Foi a condução política de A.J.J. que evitou que forças de esquerda singrassem na Região a exemplo do que veio a acontecer no Continente e nos Açores. Aqueles que não conheceram a Região no antes e depois 1974 não podem avaliar (porque não viram nem sentiram) a dimensão das transformações operadas e que legitima a designação de "Madeira Nova".

Foi A.J.J. acusado de ser "duro" no diálogo com alguns governos e alguns governantes da República mas foi justamente por não se calar perante as injustiças do governo central que foi possível tirar a Região do estado precário em que viveu durante séculos. Pode ser A.J.J. um político controverso mas não há lugar para não o reconhecer como um grande defensor da Madeira e dos madeirenses.

Quando um dia for feita a história da Madeira dos primeiros anos da democracia e da Autonomia, o Dr. Alberto João Jardim será recordado como o "grande responsável" das mudanças operadas que levaram a Região de uma conotação ao subdesenvolvimento africano ao nível das regiões mais desenvolvidas da Europa.

31 anos no poder, na presidência de uma Região com cerca de 270 mil habitantes, com fronteiras descontínuas e distante dos principais centros europeus, onde os limites estão desde sempre identificados com a insularidade, a governação tem de ser forte e persistente em todos os momentos, ante todas as batalhas.
São factos que a história jamais poderá apagar.

Mas ainda quando muito foi escrito sobre a pessoa do líder político A.J. Jardim, jornais e revistas inseriram milhões de caracteres, vários livros foram editados, centena de debates nos mais diversos palcos na Região, no País e no estrangeiro, dezenas de entrevistas na rádio e televisão, um infindável manancial de notícias sobre um homem que, desde há muito, conquistou por mérito próprio o grau mais alto na história inenarrável do progresso madeirense.

Quando há poucos meses ouvi A.J. Jardim dizer que Cristiano Ronaldo, eleito como o melhor futebolista do mundo, tem perfil para fazer carreira na política lembrei-me da carreira, também brilhante e fulgurante, que tem feito A.J.J. desde que passou a assumir o cargo de Presidente do Governo Regional.

Se os adversários políticos têm dificuldade em reconhecer a vontade e capacidade política de A.J.J., o mesmo não têm os madeirenses que lhe têm dado sucessivos resultados vitoriosos em todos os a actos eleitorais.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Que governação!

Se os governantes não conseguem admitir que o insucesso tem a ver com a incompetência, teimando em seguir estratégias erradas, não há nada a fazer. Resta esperar para as próximas eleições e esclarecer devidamente os eleitores para que não voltem a cair no conto do vigário. Para não serem de novo enganados com falsas promessas.

A revelação estatística não podia ser pior para Portugal: nos principais rácios sócio-económicos europeus estamos com os mais baixos índices. Esta revelação acaba por não ser totalmente surpreendente e vem ao encontro do que têm dito todos os responsáveis partidários da oposição na Assembleia da República. Mais ainda quando são alguns
destacados militantes socialistas, entre os quais Manuel Alegre, a criticar a estratégia de liderança do seu partido. O PS transformou a vitória, com maioria absoluta, nas últimas
eleições, numa ditadura de governação. Fez o que de pior pode ser feito num regime democrático. Governar sem ouvir a oposição, governar sem ouvir as manifestações de desagrado dos cidadãos, governar por imposição, num mando e posso intoleráveis.
Quando se esperava o bom-senso e o civismo democrático, o governo PS optou por sistematicamente governar com egoísmo, pondo em risco a estabilidade social e a economia no seu todo. Ao primeiro-ministro José Sócrates colaram-se adjectivos e pôs-se em causa a sua honorabilidade que, a serem verdadeiras, colocam-no num nível de
credibilidade muito baixa. Não foram meros ataques pessoais foram acusações muito graves e que ainda não foram bem esclarecidas, a começar pela duvidosa licenciatura em engenharia. Sempre entendemos que em democracia os maioritariamente eleitos devem governar bem e cumprirem com as promessas feitas nas campanhas eleitorais. Ao menos governar com transparência, em diálogo com os eleitores, estando sempre disponível para esclarecer e fazer cumprir o que prometera. Vejo o estilo de governação do PSD na Região Autónoma da Madeira dentro destes princípios democráticos, a que não estão alheias as sucessivas vitórias eleitorais. O mesmo já não vejo na governação do PS em relação ao País. É bom não esquecer que os socialistas, nos últimos catorzes anos, estiveram onze anos à frente dos destinos do País. Não foi um partido que estivesse esporadicamente no poder, são 11 anos em 14 anos com as rédeas da governação. Deve entender-se daqui, entre outras ilações, que a actual desaceleração da economia que faz desabar uma terrível incerteza, advém, em muito, dos governos PS. Qual a explicação que o governo socialista pode dar à monumental dívida externa que já ultrapassa os 100 % do PIB? Qual a resposta para os 150 mil empregos que anunciou e não arranjou? O caldo está entornado e já praticamente resta que se possa aproveitar. Uma coisa é certa: o governo falhou no programa apresentado. Falhou e mentiu, levando os eleitores ao engano. Não é demagogia quando as estatísticas dizem claramente que os portugueses ficaram mais pobres nestes últimos anos, perderam emprego e poder de compra, perderam estabilidade e segurança, perderam regalias que sempre tiveram e estão hoje mais distantes dos níveis médios da sociedade europeia.
Como sempre dissemos, os governos são pessoas e as suas competências vão ditar evoluções, estagnações ou retrocessos. Se os governantes não conseguem admitir que o insucesso tem a ver com a incompetência, teimando em seguir estratégias erradas, não há nada a fazer. Resta esperar para as próximas eleições e esclarecer devidamente os
eleitores para que não voltem a cair no conto do vigário. Para não serem de novo enganados com falsas promessas. Quando o país tenta ignorar o governo, quando os portugueses querem ser ouvidos e o governo volta-lhes as costas e, em vez de dialogar,
toma posições inflexíveis, só há uma saída: greves, com todos os prejuízos, que não apenas económicos e financeiros. O governo socialista tornou Portugal num Pais de manifestações, de protestos, de greves e de conflitos. Devemos ser o país da Europa com mais greves e com menos soluções da parte governamental.
Que governação!

segunda-feira, 9 de março de 2009

O incompreensível futebol português

Com tanta demagogia e artificialismo as mentiras passam a verdades. Está demonstrado que o futebol em Portugal está excessivamente promovido como se fosse a salvação da Pátria. Se não houver ninguém a colocar um sinal vermelho neste desvario futebolístico, mais cedo ou mais tarde, a descrença e o choque serão bem mais violentos.



Exigimos muito pouco e queremos ter o que têm os outros países do futebol. Dinheiro, grandes clubes, super jogadores, estádios cheios e dirigentes com escola. Queremos mas não temos e o futebol português não passa de jogadas e de fintas espontâneas e superficiais, sem continuidade e sem alicerces. Tão fácil chega às vitórias como logo perde onde menos esperam os adeptos.
Portugal não tem bases nem condições financeiras e sociais para ter o futebol que quer ter. Faltam princípios e pilares que vão muito além do número de jogadores federados, dos campos relvados ou sintéticos assim como de uma necessária credibilidade.
O futebol português anda manco, sem ritmo próprio, incaracterístico, tal é a quantidade de jogadores contratados no exterior de inferior qualidade quando comparados aos futebolistas nacionais. Paulo Bento, treinador do Sporting, está a dar uma bofetada com luva branca a todos aqueles que dizem não haver jogadores com qualidade em Portugal e que por isso têm que contratar futebolistas no Brasil e noutros países.
Andamos a vários anos a viver num incompreensível futebol português. Os casos duvidosos são muitos, as incertezas pairam em todos os jogos com o gasto e ferido argumento de que todos os resultados são possíveis. Há sempre desculpas e atenuantes para os resultados negativos como há também resultados positivos que são enganadores.
Que seria de Portugal sem o falso milionário futebol? Um país sem nada para dizer, sem discussões que a nada conduzem, sem festas e sem motivos para debater o estado da Nação. O futebol nunca teve tanta relevância no nosso país como tem tido nos últimos anos.
Parece que a sociedade portuguesa gira à volta do futebol quando acontece precisamente o contrário. Cada vez menos espectadores nos jogos, os clubes cada vez mais endividados, as suspeitas de corrupção a crescerem e as receitas a ficarem muito aquém das despesas, mesmo quando surgem orçamentos a mostrarem lucro.
Como alguém dizia, um presidente de um clube com futebol profissional tem mais tempo de antena na comunicação social que o presidente da República, de um industrial ou comerciante empreendedor de mérito, de um pedagogo. Isto diz tudo! Por aqui se pode aquilatar da relatividade que os portugueses dão ao estado da Nação. Incrédulos devem estar aqueles que diziam que o antigo regime fazia do futebol, do fado e de Fátima o ópio do povo.
Tudo isto é um absurdo. Portugal não tem capacidade para ombrear com países como Espanha, Itália, Alemanha, Inglaterra e outros países onde o futebol é também a modalidade rainha. Mas pelo facto de conseguir alguns êxitos na competição internacional (a nível interno o futebol há muito que bateu no fundo) leva a que se faça pirâmides de vitória como se o país no seu todo ganhasse com isso ou conseguisse sair da envergonhada posição dos mais pobres países da União Europeia.
A quinta (coluna) do futebol alberga os mesmos dirigentes há vários anos, assumindo-se como insubstituíveis, patrões ou donos dos clubes, da federação, da Liga e das associações. Sem eles o futebol seria uma catástrofe. Fazem tantos “sacrifícios” para estarem à frente dos clubes mas na hora das eleições brigam como gatos assanhados, jogam com todas as cartas, para não perderem o tacho ou visibilidade na comunicação social ou algo semelhante. Veja-se as eleições (impugnadas) na Liga.
O futebol profissional em Portugal é uma mentira. Está podre. Apitos Dourados, corrupção, árbitros, dirigentes, gente sem beira nem eira sobem na sociedade à custa da fácil promoção que a comunicação social lhes dá. E nem se perde tempo a saber se há relações de causa e efeito. Não há corruptos sem corruptores.
Basta um golo, uma vitória, para que o estado da Nação passe do mal de que padece para o estado da exaltação momentânea e quase doentia. Portugal perde um título de campeão da Europa para a também pobre Grécia, quando jogava em casa e gastou cerca de dois mil milhões de euros com dez estádios de futebol, sete dos quais se encontram hoje praticamente às moscas.
Veio um técnico brasileiro, trazendo consigo uma equipa de marketing que fez do hino e da bandeira das quinas um vulgaríssimo “show de bola”, com tanta desfaçatez que nem deu para avaliar tamanha insensata vulgaridade. Milhares de portugueses levados na onda cinzenta do futebol, todos os dias a todas as horas nas ondas da rádio, da televisão, dos jornais e revistas, foram sendo arrastados para a loucura do acontecimento que acabou sem vitória. Com o extraordinário desplante de que perdemos mas fomos vencedores!
Portugal está com futebol a mais e cultura (educação, saúde, economia, qualificação profissional e noutras áreas) a menos. Não temos competitividade internacional naquelas áreas que fazem os países serem mais produtivos e mais desenvolvidos, com uma qualidade de vida superior. A bola rebenta por todos os gomos e nem dá tempo para se possa ver para onde foram parar os milhões de euros investidos em contratos de jogadores e treinadores estrangeiros. Por onde começa e acaba a corrupção.
Com tanta demagogia e artificialismo as mentiras passam a verdades. Está demonstrado que o futebol em Portugal está excessivamente promovido como se fosse a salvação da Pátria. Se não houver ninguém a colocar um sinal vermelho neste desvario futebolístico, mais cedo ou mais tarde, a descrença e o choque serão bem mais violentos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cavaco Silva presidente da República

No momento actual e muito mais no futuro próximo, um presidente da República, num país como Portugal, tem de possuir a pujança e a dinâmica para enfrentar com determinação os grandes desafios



São as sucessivas sondagens a revelar e a confirmar. O Prof. Aníbal Cavaco Silva é o candidato à presidência da República que mais “votos” tem tido desde o início da campanha eleitoral. Não devemos confiar totalmente nas sondagens mas é um facto que todas dão a vitória ao Professor Cavaco Silva para presidente. É o que desejam a maioria dos portugueses mas apenas os eleitores têm o poder de confirmar, depois de amanha com o seu voto.
Domingo, 22 de Janeiro, vamos todos eleger o novo Presidente da República para os próximos cinco anos (2006-2011). Vamos votar naquele candidato que entendemos ter o perfil mais adequado para desempenhar o alto cargo de Chefe de Estado para um período que se antevê de grandes mudanças nas políticas da globalização, da economia, da defesa e das relações interna/externa, aos mais diversos níveis. O mundo está em mudança acelerada e aquele país que não for capaz de acompanhar o ritmo da mudança vai fatalmente ficar para trás com as nefastas consequências que dai advém.
Vamos votar também a pensar naquilo que é hoje Portugal no quadro da União Europeia, nas relações com os Palop’s, na intercomunicação com outros países e organismos internacionais, e naquilo que queremos que Portugal seja no amanhã, no futuro. Naturalmente que não vamos votar num candidato que não tenha perfil para acompanhar a desejável evolução que o País urgentemente necessita.
Não vamos votar num candidato para ir às inaugurações e “cortar fitas”, tal como alguns fizeram. O tempo do assim fiz e assim farei, dos bons resultados utilizando os mesmos argumentos e ouvindo os mesmos sons, deixou de ter validade e de ter substância ganhadora no presente confronto de ideias.
No momento actual e muito mais no futuro próximo, um presidente da República, num país como Portugal, tem de possuir a pujança e a dinâmica para enfrentar com determinação os grandes desafios. De ser protagonista das mudanças que têm de ser feitas, de transmitir aos portugueses a confiança que está a desmoronar-se a cada dia que passa, de credibilizar a classe política e as instituições privadas, governamentais e do Estado. Portugal precisa de um Presidente imparcial e que conheça a realidade nacional, que sinta efectivamente o pulsar da sociedade portuguesa, que tenha vivido por dentro o dia a dia da governação executiva.
Dos seis candidatos à presidência da República, apenas Mário Soares e Cavaco Silva exerceram funções de Primeiro-Ministro. Seria lógico que entre os dois se situasse o centro da votação, mas não é isso que as sondagens têm vindo a mostrar. Manuel Alegre aparece a tirar o lugar a Mário Soares, o que não é inteiramente de estranhar.
Mário Soares sujeitou-se a sufrágio para o qual já não tem pedalada. Aceitou o convite do seu PS convencido que o Governo PS seria capaz de mobilizar o eleitorado para votar em si. Não levou em atenção que o actual Governo PS chegou ao poder por “fabricação de aviário” e com declarada ajuda do ainda Presidente da República, Jorge Sampaio.
Aquilo que se procurou dar a entender que o despique para a presidência da República estaria entre Mário Soares e Cavaco Silva cedo se desfez. O candidato oficial do PS deitou tudo do avesso. Apenas Cavaco Silva se apresentou fiel aos seus princípios, anunciando a sua candidatura como independente, sem apoios partidários, apesar de ser um assumido social-democrata. Quer ser o presidente de todos os portugueses independente de filiações ou simpatias partidárias.
As sondagens dão a vitória a Cavaco Silva logo na primeira volta, mas as sondagens, como todos dizem e com razão, valem o que valem. O Professor só ganha se os eleitores reconhecerem nele as mais valias que tem em relação aos outros candidatos. Contudo, a escolha é feita pelos eleitores, por todos os portugueses, por todos aqueles que vêem em Cavaco Silva o mais capaz para ajudar o País a sair da crise a que chegou e que urge superá-la o mais rapidamente possível. É por isso que ninguém se deve abster de votar.
Se é verdade que quem governa é o Governo, e é para isso que foi eleito, não deixa de ser verdade que o Presidente da República é o único que pode fazer sentir ao Governo aquilo que reconheça ser melhor para Portugal e, neste aspecto, Cavaco Silva conhece muito bem como funcionam os governos (ele foi Primeiro-Ministro) e tem toda uma experiência que tanto lhe é favorável como é também benéfica para o actual Governo. Portugal só fica a ganhar.
Vamos todos, esperançados num País melhor, votar em Cavaco Silva.