quinta-feira, 19 de março de 2009

31 anos da Madeira a crescer

Como interpretar uma presidência de 31 anos numa Região como a Madeira?
Anos com o peso inicial da pobreza e de um regime colonial para anos de grandes investimentos, grandes e profundas mudanças.
Ver o que era a Madeira quando há 31 anos Dr. Alberto João Jardim chegou ao poder e ver a Madeira de hoje - impossível fazer quaisquer sérias comparações - é como o passar da "noite" ofuscada para o dia brilhante. Para quem viveu o antes e o depois as transformações foram e continuam a ser enormes.

A Madeira e o Porto Santo são ilhas profundamente "reformadas" pela Autonomia desenvolvimentista conduzida pelo Governo Regional, democraticamente eleito. A vontade e capacidade política do Dr. Alberto João Jardim, o seu estilo corajoso e a luta que trava em defesa da Região, foram decisivos para a incontestável transformação que a Região teve nestas três últimas décadas.

O povo madeirense não o esquece e mesmo os seus adversários políticos têm muitas dificuldades em encontrar eventuais "falhas" na sua governação que os possa favorecer nas campanhas eleitorais. São muito mais e bem visíveis as obras feitas, a governação de sucesso, do que por realizar.

De resto, a longevidade de A.J.J. na presidência do Executivo madeirense é um claro testemunho do querer e da confiança que os madeirenses nele depositam.

Durante estes 31 anos na Chefia do Executivo da Região Autónoma A.J.J. sempre mostrou ter uma vontade e capacidade política que lhe deram a coragem para continuar na defesa intransigente da Madeira face à República, ou seja, levar por diante os ideais da social democracia em tudo aquilo que contribui para o desenvolvimento da Região.
Foi a sua férrea vontade de levar a Madeira para a frente, tirando a Região do fosso de pobreza em que durante mais de cinco séculos viveu, que motivou, contagiou, os madeirenses na elevação da sua auto-estima, na sua emancipação e no acreditar das suas capacidades. Foi a condução política de A.J.J. que evitou que forças de esquerda singrassem na Região a exemplo do que veio a acontecer no Continente e nos Açores. Aqueles que não conheceram a Região no antes e depois 1974 não podem avaliar (porque não viram nem sentiram) a dimensão das transformações operadas e que legitima a designação de "Madeira Nova".

Foi A.J.J. acusado de ser "duro" no diálogo com alguns governos e alguns governantes da República mas foi justamente por não se calar perante as injustiças do governo central que foi possível tirar a Região do estado precário em que viveu durante séculos. Pode ser A.J.J. um político controverso mas não há lugar para não o reconhecer como um grande defensor da Madeira e dos madeirenses.

Quando um dia for feita a história da Madeira dos primeiros anos da democracia e da Autonomia, o Dr. Alberto João Jardim será recordado como o "grande responsável" das mudanças operadas que levaram a Região de uma conotação ao subdesenvolvimento africano ao nível das regiões mais desenvolvidas da Europa.

31 anos no poder, na presidência de uma Região com cerca de 270 mil habitantes, com fronteiras descontínuas e distante dos principais centros europeus, onde os limites estão desde sempre identificados com a insularidade, a governação tem de ser forte e persistente em todos os momentos, ante todas as batalhas.
São factos que a história jamais poderá apagar.

Mas ainda quando muito foi escrito sobre a pessoa do líder político A.J. Jardim, jornais e revistas inseriram milhões de caracteres, vários livros foram editados, centena de debates nos mais diversos palcos na Região, no País e no estrangeiro, dezenas de entrevistas na rádio e televisão, um infindável manancial de notícias sobre um homem que, desde há muito, conquistou por mérito próprio o grau mais alto na história inenarrável do progresso madeirense.

Quando há poucos meses ouvi A.J. Jardim dizer que Cristiano Ronaldo, eleito como o melhor futebolista do mundo, tem perfil para fazer carreira na política lembrei-me da carreira, também brilhante e fulgurante, que tem feito A.J.J. desde que passou a assumir o cargo de Presidente do Governo Regional.

Se os adversários políticos têm dificuldade em reconhecer a vontade e capacidade política de A.J.J., o mesmo não têm os madeirenses que lhe têm dado sucessivos resultados vitoriosos em todos os a actos eleitorais.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Que governação!

Se os governantes não conseguem admitir que o insucesso tem a ver com a incompetência, teimando em seguir estratégias erradas, não há nada a fazer. Resta esperar para as próximas eleições e esclarecer devidamente os eleitores para que não voltem a cair no conto do vigário. Para não serem de novo enganados com falsas promessas.

A revelação estatística não podia ser pior para Portugal: nos principais rácios sócio-económicos europeus estamos com os mais baixos índices. Esta revelação acaba por não ser totalmente surpreendente e vem ao encontro do que têm dito todos os responsáveis partidários da oposição na Assembleia da República. Mais ainda quando são alguns
destacados militantes socialistas, entre os quais Manuel Alegre, a criticar a estratégia de liderança do seu partido. O PS transformou a vitória, com maioria absoluta, nas últimas
eleições, numa ditadura de governação. Fez o que de pior pode ser feito num regime democrático. Governar sem ouvir a oposição, governar sem ouvir as manifestações de desagrado dos cidadãos, governar por imposição, num mando e posso intoleráveis.
Quando se esperava o bom-senso e o civismo democrático, o governo PS optou por sistematicamente governar com egoísmo, pondo em risco a estabilidade social e a economia no seu todo. Ao primeiro-ministro José Sócrates colaram-se adjectivos e pôs-se em causa a sua honorabilidade que, a serem verdadeiras, colocam-no num nível de
credibilidade muito baixa. Não foram meros ataques pessoais foram acusações muito graves e que ainda não foram bem esclarecidas, a começar pela duvidosa licenciatura em engenharia. Sempre entendemos que em democracia os maioritariamente eleitos devem governar bem e cumprirem com as promessas feitas nas campanhas eleitorais. Ao menos governar com transparência, em diálogo com os eleitores, estando sempre disponível para esclarecer e fazer cumprir o que prometera. Vejo o estilo de governação do PSD na Região Autónoma da Madeira dentro destes princípios democráticos, a que não estão alheias as sucessivas vitórias eleitorais. O mesmo já não vejo na governação do PS em relação ao País. É bom não esquecer que os socialistas, nos últimos catorzes anos, estiveram onze anos à frente dos destinos do País. Não foi um partido que estivesse esporadicamente no poder, são 11 anos em 14 anos com as rédeas da governação. Deve entender-se daqui, entre outras ilações, que a actual desaceleração da economia que faz desabar uma terrível incerteza, advém, em muito, dos governos PS. Qual a explicação que o governo socialista pode dar à monumental dívida externa que já ultrapassa os 100 % do PIB? Qual a resposta para os 150 mil empregos que anunciou e não arranjou? O caldo está entornado e já praticamente resta que se possa aproveitar. Uma coisa é certa: o governo falhou no programa apresentado. Falhou e mentiu, levando os eleitores ao engano. Não é demagogia quando as estatísticas dizem claramente que os portugueses ficaram mais pobres nestes últimos anos, perderam emprego e poder de compra, perderam estabilidade e segurança, perderam regalias que sempre tiveram e estão hoje mais distantes dos níveis médios da sociedade europeia.
Como sempre dissemos, os governos são pessoas e as suas competências vão ditar evoluções, estagnações ou retrocessos. Se os governantes não conseguem admitir que o insucesso tem a ver com a incompetência, teimando em seguir estratégias erradas, não há nada a fazer. Resta esperar para as próximas eleições e esclarecer devidamente os
eleitores para que não voltem a cair no conto do vigário. Para não serem de novo enganados com falsas promessas. Quando o país tenta ignorar o governo, quando os portugueses querem ser ouvidos e o governo volta-lhes as costas e, em vez de dialogar,
toma posições inflexíveis, só há uma saída: greves, com todos os prejuízos, que não apenas económicos e financeiros. O governo socialista tornou Portugal num Pais de manifestações, de protestos, de greves e de conflitos. Devemos ser o país da Europa com mais greves e com menos soluções da parte governamental.
Que governação!

segunda-feira, 9 de março de 2009

O incompreensível futebol português

Com tanta demagogia e artificialismo as mentiras passam a verdades. Está demonstrado que o futebol em Portugal está excessivamente promovido como se fosse a salvação da Pátria. Se não houver ninguém a colocar um sinal vermelho neste desvario futebolístico, mais cedo ou mais tarde, a descrença e o choque serão bem mais violentos.



Exigimos muito pouco e queremos ter o que têm os outros países do futebol. Dinheiro, grandes clubes, super jogadores, estádios cheios e dirigentes com escola. Queremos mas não temos e o futebol português não passa de jogadas e de fintas espontâneas e superficiais, sem continuidade e sem alicerces. Tão fácil chega às vitórias como logo perde onde menos esperam os adeptos.
Portugal não tem bases nem condições financeiras e sociais para ter o futebol que quer ter. Faltam princípios e pilares que vão muito além do número de jogadores federados, dos campos relvados ou sintéticos assim como de uma necessária credibilidade.
O futebol português anda manco, sem ritmo próprio, incaracterístico, tal é a quantidade de jogadores contratados no exterior de inferior qualidade quando comparados aos futebolistas nacionais. Paulo Bento, treinador do Sporting, está a dar uma bofetada com luva branca a todos aqueles que dizem não haver jogadores com qualidade em Portugal e que por isso têm que contratar futebolistas no Brasil e noutros países.
Andamos a vários anos a viver num incompreensível futebol português. Os casos duvidosos são muitos, as incertezas pairam em todos os jogos com o gasto e ferido argumento de que todos os resultados são possíveis. Há sempre desculpas e atenuantes para os resultados negativos como há também resultados positivos que são enganadores.
Que seria de Portugal sem o falso milionário futebol? Um país sem nada para dizer, sem discussões que a nada conduzem, sem festas e sem motivos para debater o estado da Nação. O futebol nunca teve tanta relevância no nosso país como tem tido nos últimos anos.
Parece que a sociedade portuguesa gira à volta do futebol quando acontece precisamente o contrário. Cada vez menos espectadores nos jogos, os clubes cada vez mais endividados, as suspeitas de corrupção a crescerem e as receitas a ficarem muito aquém das despesas, mesmo quando surgem orçamentos a mostrarem lucro.
Como alguém dizia, um presidente de um clube com futebol profissional tem mais tempo de antena na comunicação social que o presidente da República, de um industrial ou comerciante empreendedor de mérito, de um pedagogo. Isto diz tudo! Por aqui se pode aquilatar da relatividade que os portugueses dão ao estado da Nação. Incrédulos devem estar aqueles que diziam que o antigo regime fazia do futebol, do fado e de Fátima o ópio do povo.
Tudo isto é um absurdo. Portugal não tem capacidade para ombrear com países como Espanha, Itália, Alemanha, Inglaterra e outros países onde o futebol é também a modalidade rainha. Mas pelo facto de conseguir alguns êxitos na competição internacional (a nível interno o futebol há muito que bateu no fundo) leva a que se faça pirâmides de vitória como se o país no seu todo ganhasse com isso ou conseguisse sair da envergonhada posição dos mais pobres países da União Europeia.
A quinta (coluna) do futebol alberga os mesmos dirigentes há vários anos, assumindo-se como insubstituíveis, patrões ou donos dos clubes, da federação, da Liga e das associações. Sem eles o futebol seria uma catástrofe. Fazem tantos “sacrifícios” para estarem à frente dos clubes mas na hora das eleições brigam como gatos assanhados, jogam com todas as cartas, para não perderem o tacho ou visibilidade na comunicação social ou algo semelhante. Veja-se as eleições (impugnadas) na Liga.
O futebol profissional em Portugal é uma mentira. Está podre. Apitos Dourados, corrupção, árbitros, dirigentes, gente sem beira nem eira sobem na sociedade à custa da fácil promoção que a comunicação social lhes dá. E nem se perde tempo a saber se há relações de causa e efeito. Não há corruptos sem corruptores.
Basta um golo, uma vitória, para que o estado da Nação passe do mal de que padece para o estado da exaltação momentânea e quase doentia. Portugal perde um título de campeão da Europa para a também pobre Grécia, quando jogava em casa e gastou cerca de dois mil milhões de euros com dez estádios de futebol, sete dos quais se encontram hoje praticamente às moscas.
Veio um técnico brasileiro, trazendo consigo uma equipa de marketing que fez do hino e da bandeira das quinas um vulgaríssimo “show de bola”, com tanta desfaçatez que nem deu para avaliar tamanha insensata vulgaridade. Milhares de portugueses levados na onda cinzenta do futebol, todos os dias a todas as horas nas ondas da rádio, da televisão, dos jornais e revistas, foram sendo arrastados para a loucura do acontecimento que acabou sem vitória. Com o extraordinário desplante de que perdemos mas fomos vencedores!
Portugal está com futebol a mais e cultura (educação, saúde, economia, qualificação profissional e noutras áreas) a menos. Não temos competitividade internacional naquelas áreas que fazem os países serem mais produtivos e mais desenvolvidos, com uma qualidade de vida superior. A bola rebenta por todos os gomos e nem dá tempo para se possa ver para onde foram parar os milhões de euros investidos em contratos de jogadores e treinadores estrangeiros. Por onde começa e acaba a corrupção.
Com tanta demagogia e artificialismo as mentiras passam a verdades. Está demonstrado que o futebol em Portugal está excessivamente promovido como se fosse a salvação da Pátria. Se não houver ninguém a colocar um sinal vermelho neste desvario futebolístico, mais cedo ou mais tarde, a descrença e o choque serão bem mais violentos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cavaco Silva presidente da República

No momento actual e muito mais no futuro próximo, um presidente da República, num país como Portugal, tem de possuir a pujança e a dinâmica para enfrentar com determinação os grandes desafios



São as sucessivas sondagens a revelar e a confirmar. O Prof. Aníbal Cavaco Silva é o candidato à presidência da República que mais “votos” tem tido desde o início da campanha eleitoral. Não devemos confiar totalmente nas sondagens mas é um facto que todas dão a vitória ao Professor Cavaco Silva para presidente. É o que desejam a maioria dos portugueses mas apenas os eleitores têm o poder de confirmar, depois de amanha com o seu voto.
Domingo, 22 de Janeiro, vamos todos eleger o novo Presidente da República para os próximos cinco anos (2006-2011). Vamos votar naquele candidato que entendemos ter o perfil mais adequado para desempenhar o alto cargo de Chefe de Estado para um período que se antevê de grandes mudanças nas políticas da globalização, da economia, da defesa e das relações interna/externa, aos mais diversos níveis. O mundo está em mudança acelerada e aquele país que não for capaz de acompanhar o ritmo da mudança vai fatalmente ficar para trás com as nefastas consequências que dai advém.
Vamos votar também a pensar naquilo que é hoje Portugal no quadro da União Europeia, nas relações com os Palop’s, na intercomunicação com outros países e organismos internacionais, e naquilo que queremos que Portugal seja no amanhã, no futuro. Naturalmente que não vamos votar num candidato que não tenha perfil para acompanhar a desejável evolução que o País urgentemente necessita.
Não vamos votar num candidato para ir às inaugurações e “cortar fitas”, tal como alguns fizeram. O tempo do assim fiz e assim farei, dos bons resultados utilizando os mesmos argumentos e ouvindo os mesmos sons, deixou de ter validade e de ter substância ganhadora no presente confronto de ideias.
No momento actual e muito mais no futuro próximo, um presidente da República, num país como Portugal, tem de possuir a pujança e a dinâmica para enfrentar com determinação os grandes desafios. De ser protagonista das mudanças que têm de ser feitas, de transmitir aos portugueses a confiança que está a desmoronar-se a cada dia que passa, de credibilizar a classe política e as instituições privadas, governamentais e do Estado. Portugal precisa de um Presidente imparcial e que conheça a realidade nacional, que sinta efectivamente o pulsar da sociedade portuguesa, que tenha vivido por dentro o dia a dia da governação executiva.
Dos seis candidatos à presidência da República, apenas Mário Soares e Cavaco Silva exerceram funções de Primeiro-Ministro. Seria lógico que entre os dois se situasse o centro da votação, mas não é isso que as sondagens têm vindo a mostrar. Manuel Alegre aparece a tirar o lugar a Mário Soares, o que não é inteiramente de estranhar.
Mário Soares sujeitou-se a sufrágio para o qual já não tem pedalada. Aceitou o convite do seu PS convencido que o Governo PS seria capaz de mobilizar o eleitorado para votar em si. Não levou em atenção que o actual Governo PS chegou ao poder por “fabricação de aviário” e com declarada ajuda do ainda Presidente da República, Jorge Sampaio.
Aquilo que se procurou dar a entender que o despique para a presidência da República estaria entre Mário Soares e Cavaco Silva cedo se desfez. O candidato oficial do PS deitou tudo do avesso. Apenas Cavaco Silva se apresentou fiel aos seus princípios, anunciando a sua candidatura como independente, sem apoios partidários, apesar de ser um assumido social-democrata. Quer ser o presidente de todos os portugueses independente de filiações ou simpatias partidárias.
As sondagens dão a vitória a Cavaco Silva logo na primeira volta, mas as sondagens, como todos dizem e com razão, valem o que valem. O Professor só ganha se os eleitores reconhecerem nele as mais valias que tem em relação aos outros candidatos. Contudo, a escolha é feita pelos eleitores, por todos os portugueses, por todos aqueles que vêem em Cavaco Silva o mais capaz para ajudar o País a sair da crise a que chegou e que urge superá-la o mais rapidamente possível. É por isso que ninguém se deve abster de votar.
Se é verdade que quem governa é o Governo, e é para isso que foi eleito, não deixa de ser verdade que o Presidente da República é o único que pode fazer sentir ao Governo aquilo que reconheça ser melhor para Portugal e, neste aspecto, Cavaco Silva conhece muito bem como funcionam os governos (ele foi Primeiro-Ministro) e tem toda uma experiência que tanto lhe é favorável como é também benéfica para o actual Governo. Portugal só fica a ganhar.
Vamos todos, esperançados num País melhor, votar em Cavaco Silva.

terça-feira, 24 de junho de 2008

quinta-feira, 15 de maio de 2008

As fumaças do primeiro-ministro

As fumaças do primeiro-ministro são físicas mas têm também muito de metafísico, como outras fumaças que deixam rastos de fumo e são feitas longe das vistas. O comportamento do Eng. José Sócrates para com os madeirenses é uma fumaça doentia, uma jactância prenhe de ódio, mantendo um autoritarismo de rei de plebe que despreza como forma de satisfazer o seu ego


É só fumaça! Fato e gravata, sapatos a luzir, um toque senhorial, e lá chega o homem de carro preto, motorista às ordens, guarda-costas e todos os tempos de antena que quiser.
Quando o primeiro-ministro entende fumar a bordo de um avião fretado à TAP (empresa que pertence ao Estado) está a cometer um atentado à lei que o próprio aprovou e a transmitir aos portugueses uma imagem de banalização do poder governamental. Nada mais negativo do que obrigar os outros a cumprir aquilo que os próprios levianamente e irresponsavelmente transgridem. A lei é lei ou Portugal é um dos países onde tudo é permitido. Importa lá o “falso” pagamento da multa por ter fumado onde sabia que não podia, importa lá a esfarrapada desculpa pelo negativo acto, importa é ver como se comporta o primeiro-ministro de um país com níveis de educação e cultura muito pobres.
Que moral tem o primeiro-ministro e todo este governo socialista de falar aos portugueses em educação, solidariedade, segurança e justiça quando diz e impõe leis que não cumpre. São tantos os “vazios” do primeiro-ministro a não terem justificação. Ficou tristemente célebre a licenciatura em engenharia do aluno José Sócrates que ainda hoje paira a dúvida da sua autenticidade. O desenlace foi o encerramento da universidade Independente onde, com arquivos misteriosamente desaparecidos, a licenciatura foi obtida. São situações ridículas que não se passam em nenhum país civilizado.
Um país que tem um chefe de governo e ministros que têm comportamentos intoleráveis não podem merecer credibilidade dos cidadãos. O “jamé” do aeroporto entrou no “anedotório” nacional, a licenciatura em engenharia foi um falatório nacional de gozo e agora são as fumaças a bordo do avião. Em classe executiva, com tudo à borla, a ser alvo de todas as atenções, o primeiro-ministro José Sócrates, que tem andado a dar uma de atleta, acha por bem não acatar a proibição de não fumar a bordo dos aviões. Imagine-se o que aconteceria a outro passageiro que tivesse a mesma falta de educação que teve o primeiro-ministro. O que lhe teria acontecido a bordo ou à chegada ao aeroporto?
As fumaças do Eng. José Sócrates levam-nos para outras nuvens doentias e escuras que andam a povoar a nação portuguesa desde que chegou ao governo “de bandeja” transportada pelo então presidente da República. Jorge Sampaio (PS) que dissolveu o parlamento, pôs em cheque o primeiro-ministro Santana Lopes (PSD), convocou eleições e escancarou as portas à vitória fácil a José Sócrates (PS). Tudo feito à medida.
Pouco tempo após ter tomado posse começámos a constatar que José Sócrates não cumpria com as promessas que fez durante a campanha eleitoral. Desde logo prometeu baixar os impostos e o que fez foi agravar a carga tributiva, prometeu o referendo ao tratado europeu e acabou por dar o dito por não dito, entre outras promessas que levaram os eleitores a acreditar em mudanças.
As fumaças não são de agora e já apresentam muitas manchas e bastante escuras. O país continuar a patinar e a União Europeia tem feito notar que Portugal não vai para a frente com remendos governamentais. Temos das economias mais fracas, um dos piores índices de qualificação profissional, mais de meio milhão de desempregados, das mais ténues qualidades de vida e poder de compra, com um ensino desfasado ante as necessidades e um futuro com muitas incógnitas. Portugal não tem um governo à altura da realidade do presente e sem planos de investimentos com futuro. Que país temos hoje e que país teremos daqui por 10/20 e mais anos?
As fumaças do primeiro-ministro são físicas mas têm também muito de metafísico, como outras fumaças que deixam rastos de fumo e são feitas longe das vistas. O comportamento do Eng. José Sócrates para com os madeirenses é uma fumaça doentia, uma jactância prenhe de ódio, mantendo um autoritarismo de rei de plebe que despreza como forma de satisfazer o seu ego. Qualquer psicanalista não teria dificuldade em fazer um diagnóstico apreensivo sobre tais comportamentos humanos. Esconde-se no pensamento mas não consegue evitar a visibilidade dos actos.
Como diz o povo: é só fumaça! Fato e gravata, sapatos a luzir, um toque senhorial, e lá chega o homem de carro preto, motorista às ordens, guarda-costas e todos os tempos de antena que quiser. É a caricatura do Chico esperto e do Zé ninguém português.
E anda o governo a gastar milhões de euros em campanhas contra o consumo do tabaco. Que dizem as tabaqueiras que muito contestam a lei do tabaco? E os fumadores que estão sujeitos a pesadas multas se violarem a lei que o governo aprovou?

16.05.2008

Passo em frente

A mentalidade colonial não se apagou, foram muitos séculos de exploração portuguesa, impondo e assumindo superioridades arbitrárias, governando à distância e exercendo diferentes formas de escravatura consoante o andar dos tempos. Mais autonomia para a Madeira é como se estivéssemos a planear um atentado contra Portugal!



Quem lê certa imprensa corre o risco de ficar com informação manipulada, complexa, alarmista e doentia. Não há nada de positivo (…) e se há não se publica. Prefere-se o fruto podre no meio de toneladas de frutos bons. É a regressão da informação pejada de contradições e oportunismos. Para alguma comunicação social do país o mal vem de todos os lados, tudo é falcatrua, ilusão, mentira. Os fundamentos ficam pela rama e ninguém vai procurar saber se de facto o estado empobrece e os políticos enriquecem. Portugal é um país de culpados, desculpados, coitadinhos, espertos saloios, políticos de terceira e governantes corruptos.
Alguma imprensa do continente (per)segue os acontecimentos ocorridos na Madeira como abutres que picam a carcaça já apodrecida. Rebuscam assuntos como a independência, o défice democrático, o off-shore, a flama, os anos quentes da revolução e até as malvadas bombas como actos terroristas. Tudo serve para manobrar a opinião pública nacional contra os madeirenses. Agora, passados mais de três décadas, veio uma revista de um semanário editado em Lisboa recontar e plagiar os actos bombistas ocorridos na Madeira que inclusive atingiram um avião militar português cuja carcaça ainda hoje permanece na Água de Pena.
A reportagem (ultrapassadíssima) é publicada e clinicamente ilustrada numa altura em que se perfilam os candidatos à presidência do PSD-nacional, com o presidente do Governo Regional da Madeira a receber inequívocos apoios das principais distritais (cidades) do país, Lisboa e Porto.
Antes que seja tomada a decisão pessoal de entrar ou não na corrida para a liderança do maior partido da oposição, o Dr. Alberto João Jardim vê surgir na praça pública publicações deprimentes que visam pôr em xeque o patriotismo dos madeirenses. Como se as bombas que rebentaram no Funchal tivessem idêntica violência mortal que tiveram as bombas que rebentaram em Lisboa e arredores ou com os actos terroristas perpetrados pelas Forças Populares do 25 de Abril ou com a ameaça de encher o Campo Pequeno com portugueses indefesos e ai fuzilá-los, à boa maneira hitleriana.
Desde que seja para pôr em causa o patriotismo português dos madeirenses tudo é válido, ao ponto de até ser dado ênfase a caras-e-factos que à data não eram conhecidos ou então faziam parte de outros pelotões. No meio de tantas “bombas” que vão rebentando diariamente por todo o país, em todas as áreas da governação, as bombas que rebentaram na região há mais de 30 anos é que são notícia.
Que se pretende ao fazer renascer factos do passado em contextos distintos? Mas parece que volta a ser feito um teste à “colonização” continental e vale a pena dar alguma atenção. As palavras de elogios à Madeira dos presidentes do Parlamento e da República, Jaime Gama e Cavaco Silva, respectivamente, fizeram ressurgir, por parte da oposição o terrorismo verbal contra os madeirenses e passaram a ser encaradas como de malvadas!
A mentalidade colonial não se apagou, foram muitos séculos de exploração portuguesa, impondo e assumindo superioridades arbitrárias, governando à distância e exercendo diferentes formas de escravatura consoante o andar dos tempos. Mais autonomia para a Madeira é como se estivéssemos a planear um atentado contra Portugal! O Dr. Alberto João Jardim inquieta a classe política continental, esteja no governo ou não. Esta é a realidade.
Desde que o nome do Dr. Alberto João Jardim foi citado como opção digna para a presidência do PSD-nacional e como potencial candidato às eleições legislativas de 2009, começaram a sair da toca uns tantos quantos políticos de alcova que antes preferem perder do que dar a mão à palmatória. O poder conquista-se no terreno e não apenas nas intenções delineadas nos gabinetes. O país precisa de governantes incomodados com o sistema, que rompem com os preconceitos do politicamente correcto, que sejam livres de pensar e agir em função do país.
A “central de informação” socialista e o governo liderado pelo Eng. José Sócrates estão a capitalizar as divisões internas dos social-democratas reforçando posições para os próximos actos eleitorais. E tudo serve para fazer passar ao lado as divisões que existem no partido do governo e das falhas governamentais. Já se esqueceram que o PS foi o único partido que até agora apresentou dois candidatos à presidência da República (Manuel Alegre e Mário Soares), obtendo como resposta do eleitorado uma confrangedora derrota socialista.
Há que sair da teia e avançar para novos horizontes. Há que dar passos em frente, respeitar os portugueses de todas as idades e classes sociais, criar condições para que todos possam participar na recuperação da economia nacional. Uma nação que não reconhece os seus governantes não pode estar motivada. A notícia não pode deixar dúvidas. Mal dos governantes que prometem o que não conseguem nem sabem fazer. O antes acompanha sempre o depois.

02.05.2008