quinta-feira, 31 de maio de 2007

Princípios do (in)correcto

Deixemo-nos de “concordatas” com quem sempre tentou denegrir a governação social democrata e mais recentemente ajudou junto do Governo da República à criação de uma atmosfera agressiva para com o Governo Regional da Madeira e contra o PSD


As notícias que nos chegam da Europa mais evoluída reiteram que Portugal se mantém na lista dos Estados membros da UE com maior desigualdade na distribuição da riqueza, com os mais altos impostos e a maior queda no valor dos salários. Dizem que a modernização, a privatização e a liberalização são responsáveis por muitas das assimetrias sociais, económicas e culturais, deixando-se esvaziar o que há de bom e tomando a mediocridade pela excelência.
Neste país, aceita-se o banzé, a lengalenga, os testes de português com erros ortográficos e gramaticais como correctos. Até o presidente da República admite erros e valoriza mais a interpretação. A sintaxe e a semântica foram para as urtigas, mandadas às malvas.
Não podemos querer melhores resultados quando não se fazem cumprir as regras existentes. O estado social não funciona na bagunça e a democracia é o exercício pleno da liberdade. Quando os partidos vão a eleições já sabem as regras que estão determinadas e são os eleitores responsabilizados pelas opções de voto.
O PSD foi o vencedor destacado das eleições regionais de 6 de Maio, por vontade dos eleitores, logo deve ser o PSD a assumir em pleno todos os lugares/cargos que são disponibilizados na ALR e no GR. Os eleitores certamente não aprovam que o PSD dê dez votos para viabilizar a eleição de um vice-presidente do PS. O politicamente correcto, neste caso em concreto, seria incorrecto para com os eleitores. Tal como não podemos aceitar que erros nos exames de português sejam considerados correctos também é incorrecto o partido vencedor (PSD) votar no partido copiosamente vencido (PS).
Deixemo-nos de “concordatas” com quem sempre tentou denegrir a governação social democrata e mais recentemente ajudou junto do Governo da República à criação de uma atmosfera agressiva para com o Governo Regional da Madeira e contra o PSD. Senão vejamos:
Passados dois anos no poder, o chefe do governo da República, José Sócrates, ainda não visitou oficialmente a Região Autónoma da Madeira;
Que razões tem o governo central (socialista) para estar de “arma em riste” contra os madeirenses, exercendo uma pressão em todas as frentes, como se a Madeira não fosse território português e aqui houvesse hostilidades contra a Pátria?;
O governo da República (através do seu partido, PS) fez tudo para que o governo PSD, na Região, caísse e fossem realizadas eleições antecipadas. Porquê não pressiona o mesmo governo (PS) para a realização de um Referendo sobre o que pretendem os madeirenses para a sua Região Autónoma?
Decorridas mais de três décadas a interrogação mantém-se: O que levou o governo português (socialista e comunista) a entregar apressadamente os territórios africanos aos africanos e a não proceder de igual modo para com os madeirenses e açorianos?
A Lei das Finanças Regionais mais do que um documento com corpo de lei é uma provocação e um refinado atentado contra a sadia racionalidade dos madeirenses. Impor para reinar só nos países da ditadura, a fazer recordar a má memória do todo poderoso chefe de governo do anterior regime;
Em apenas dois anos (2005-2007), o actual primeiro ministro fez mais visitas ao estrangeiro do que os seus antecessores em igual lapso de tempo;
Das tantas estratégias políticas para reduzir a dívida pública, as contas do Estado agravaram-se significativamente nos últimos dois anos;
Há muito que o País não assistia a tantas greves e manifestações contra as políticas implementadas pelo governo;
Mais de quinhentas empresas encerraram nos últimos dois anos;
O número de desempregados disparou para cima do meio milhão;
Os impostos aumentaram quando o governo prometeu baixá-los;
As gafes de alguns ministros parecem não ter fim;
O governo congelou a progressão das carreiras na função pública. Prometeu descongelá-las em finais de 2006. Estamos no último mês do primeiro semestre de 2007 e os funcionários públicos continuam a marcar passo;
O governo pretende implementar um sistema de avaliação dos funcionários e coloca a responsabilidade nas chefias, a grande maioria das quais (chefias) são nomeadas pelo partido (governo) que está no poder. Como irá funcionar a isenção da chefia e quem irá avaliar a sua competência profissional? O mais correcto seria fazer concursos, provas de avaliação, por escrito, para que todos se apresentassem em pé de igualdade nas promoções;
Regra geral (citando pareceres externos), “os estudantes portugueses têm sempre um desempenho extremamente medíocre em testes internacionais de comparação”. Que tem feito o governo para que o sistema de ensino deixe de ser ineficaz?;
Se o governo entende que a maioria das universidades privadas visam mais o lucro do que a qualidade do ensino, que razões existem para o governo não intervir globalmente no sector? Quem são os patrões das universidades privadas e quem (partidariamente) tem interesses nas mesmas?
Quando um primeiro ministro é notícia, pela negativa, devido à sua licenciatura alegadamente ter sido concluída num universidade privada, que “força mental” resta para pôr nos carris o ensino superior no nosso país?;
Um professor conta uma anedota relacionada com a licenciatura do primeiro ministro e é suspenso do exercício de funções. Onde está a liberdade de expressão, a democracia que o governo PS diz defender?.
Dúvidas, mais, quem as não tem? Respostas fáceis surgem às catadupas, respostas com sumo vêm muito mais tarde, ou nunca chegam!.

sábado, 26 de maio de 2007

Quem governa Portugal?

Portugal de hoje pode ter um mau governo, ter um primeiro ministro discutível, ministros incompetentes, um governo levado ao poder por intervenção do anterior presidente da República, um governo que os portugueses sabem que não governa e que se refugia em promessas que sabe não poder cumprir, mas nem por tudo isto se pode admitir que cidadãos estrangeiros venham questionar o berço educacional dos portugueses



Alguns jornais ingleses, a propósito do desaparecimento no Algarve de uma criança inglesa, têm feito duras críticas ao sistema policial português, ao ponto de questionarem sobre quem governa Portugal. O imperialismo inglês tem destas infelizes saídas e coloca-se num pedestal como se a Inglaterra fosse, nos tempos que correm, um bom exemplo para a comunidade internacional.
O casal inglês que deixou os três filhos num quarto de um apartamento enquanto foram jantar com os amigos, tiveram azar!?. A solidariedade universal logo ecoou pelos quatro cantos do mundo e os mass-media sempre estiveram ao lado dos pais da criança de quatro anos, a grande e única vítima. A comunicação social não tocou uma única vez na imprevidência ou displicência dos pais, não fez uma única referência ao abandono das crianças nem pôs alguma vez em causa a alegada falta de cuidado paternal. Se fosse um casal português a deixar os filhos, com idades entre os dois e quatro anos, num quarto de apartamento, é quase certo que seriam crucificados com as piores críticas, chamados de incompetentes, ignorantes, mal educados, indignos de serem pais, acusados e metralhados por pertencerem a um país pobre prostrado no fundo do ranking da sobrevivência europeu.
É evidente que, neste como noutros casos semelhantes, preferimos a conversa séria, culta e sem picardias. A cobertura feita pelos mass-media sobre o desaparecimento da criança tomou conta do espaço noticioso como se fosse um caso inédito no mundo em que vivemos. Infelizmente, todos os dias, desaparecem centenas senão milhares de crianças em todo o mundo. Choca-nos profundamente o rapto de uma criança indefesa, somos inquestionavelmente contra quem comete estas barbaridades. Todavia, não apreciamos muito estes excessos noticiosos geradores de grande controvérsia, de improvisações de pessoas que se perdem em juízos de valor sobre quem exerce funções de investigação policial.
Quem governa Portugal?, interrogam os jornais ingleses! Mas isso sabem muito bem os portugueses. Já houve épocas em que os ingleses governavam (...) Portugal e inclusivamente tomaram grandes áreas do território madeirense. A Monarquia deixava-se embalar, as primeiras repúblicas portuguesas fecharam os olhos à invasão inglesa, e foi preciso chegarmos à segunda metade do século XX para se pôr em prática os direitos dos cidadãos nacionais e esvaziar o poder económico que os ingleses tinham no país e na Região. Portugal de hoje pode ter um mau governo, ter um primeiro ministro discutível, ministros incompetentes, um governo levado ao poder por intervenção do anterior presidente da República, um governo que os portugueses sabem que não governa e que se refugia em promessas que sabe não poder cumprir, mas nem por tudo isto se pode admitir que cidadãos estrangeiros venham questionar o berço educacional dos portugueses.
A facilidade com que se opina sobre factos difíceis de entender (sim, porque custa-nos a aceitar que pais cultos deixem três crianças de tenra idade num apartamento, quando a noite já fez o seu aparecimento), merece-nos reflexão mas não ao ponto de desprezar e descurar tudo o mais que gravita à nossa volta, em Portugal. O governo da República tem andado à deriva, as contestações às políticas governamentais não têm parado, todas as semanas mais fábricas e empresas a encerrar, o número de desempregados tem aumentado, as finanças públicas estão a bater no fundo, mas o primeiro ministro insiste que Portugal nunca esteve tão bem como agora. As graves gafes protagonizadas pelos governantes socialistas não têm limite, a começar no ministro da economia e a terminar no primeiro-ministro.
A outro nível, quem tem muitas razões para colocar a pergunta sobre quem verdadeiramente governa Portugal são os madeirenses. Depois do governo da República ter forçado o governo Regional a interromper o mandato para que fora eleito até 2009, depois do líder do PS-M ter desafiado publicamente o líder do PSD-M a se demitir, forçaram eleições antecipadas, obrigaram os madeirenses a irem às urnas, e agora, derrotados copiosamente, o governo socialista comporta-se como se não tivesse culpas nas eleições antecipadas, como se a liberdade democrática dos eleitores madeirenses não existisse.
Temos pena da criança inglesa desaparecida no Algarve. Temos pena, também, de no governo da República de Portugal estar um partido socialista com governantes democraticamente atípicos, inimigos feitos guerreiros contra os madeirenses, com provas de um mau perder e ausência de ética democrática. Não fazemos desafios mas pensamos que governantes destes (socialistas) não fazem falta a Portugal, antes prejudicam seriamente o país. A Madeira ainda é Portugal, os madeirenses são tão ou mais portugueses que os que hoje são governantes da República, e aquilo que no presente os socialistas estão a fazer contra a Madeira não será visto no futuro como se nada tivesse acontecido.
O futuro da Madeira não passa, nem de perto nem de longe, por este governo socialista da República portuguesa.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

A Madeira ganhou!

A Região Autónoma da Madeira está próxima dos 600 anos de colonização portuguesa, é o território de Portugal mais antigo fora do Continente, pelo que a auto-determinação não deve ser encarada como um desafio político mas sim com uma inteira legitimidade


Não restam quaisquer dúvidas de que a Madeira ganhou de forma categórica com os resultados das recentes eleições regionais. Cumpriu-se assim o vatícinio propalado pelo partido socialista nos cartazes que espalhou por toda a Região nos quais constava a mensagem: “A Madeira vai ganhar”, por sinal a única verdade proferida pelo inditoso derrotado e ainda lider do partido socialista.
De facto a Madeira ganhou e reforçou o seu querer legítimo de levar por diante um projecto de mais Autonomia e de menos presença da República. O ser português, no século XXI, mudou muito nas últimas décadas, acordou mentalidades adormecidas e abriu caminhos que estavam vedados por poderes centralistas e doentiamente ancorados “A Bem da Nação” e “Servir a Pátria”.
A retumbante vitória do PSD nas eleições regionais, sob a liderança do Dr. Alberto João Jardim (para alguns insuspeitos comentaristas um dos grandes estadistas do Portugal democrático que começou em finais dos anos 70 do século XX), e a fortíssima adesão dos madeirenses à social democracia, identificados com uma governação que mudou a Madeira de uma Região pobre e das mais atrasadas do país para uma das mais desenvolvidas no grande espaço comunitário europeu, leva-nos a querer alcançar outras metas que, pela via democrática, pensamos estar ao alcance dos madeirenses.
O ser português, o “contra os canhões, marchar, marchar!”, continua a ter o valor intrínseco da nacionalidade, do país onde nascemos, mas a nossa terra, o sítio, a Região onde nascemos, toca-nos mais fundo, desperta-nos um sentimento muito mais apegado e apelativo para uma crescente emancipação. A nossa terra é sempre a melhor, estejamos onde estivermos, num qualquer país do mundo. E a nossa emigração é o melhor testemunho deste sentimento realístico.
Se fizéssemos um Referendo sobre a Autonomia e a Independência em nada nos surpreenderia se a resposta fosse favorável à auto-determinação da Madeira. É que os madeirenses, como revelam os resultados eleitorais recentes, estão a ficar fartos dos governos da República, de verem Portugal a marcar passo e a andar para trás quando todos os outros 26 Estados membros da União Europeia estão ano após ano a progredir. Quando vêem Portugal às avessas na política e na governação. Quando o governo da República (PS) reconhece que o país está em profunda crise financeira, a viver acima das receitas, com a dívida pública sempre a subir, decide avançar com a construção de obras megalómanas (aeroporto na OTA, entre outras) contrariando pareceres apresentados por entidades técnicas inquestionáveis. Deixem ao menos a Madeira seguir os seus objectivos em prol de uma maior emancipação e de um maior desenvolvimento.
O fenómeno da emancipação não é de estar contra à Pátria mãe nem deve ser entendido como uma luta política-partidária. Quanto maior é a emancipação maior é a responsabilidade que faz aparecer novas conquistas e novos progressos. Não é com uma autonomia limitada, reduzida ao âmbito daquilo que entende a República, que as regiões vão alcançar um maior desenvolvimento. A regionalização do Continente, contrariada pelos partidos que têm estado no poder, só tem prejudicado as populações e a evidência actual é bem reveladora. Portugal tem no litoral um desenvolvimento incomparavelmente superior ao que vamos encontrar no Portugal do interior e das regiões mais longínquas da capital.
A Região Autónoma da Madeira, nos últimos anos, tem estado a ser prejudicada e “perseguida” pelo governo socialista da República. O primeiro-ministro, José Sócrates, tem dado a entender que a Madeira é “persona non grata” para Portugal continental, fazendo considerações sobre os madeirenses que em nada abonam o cargo que ocupa. Numa República onde impera a democracia o primeiro-ministro tem por dever ouvir e tratar todos os cidadãos de igual modo, com o mesmo respeito e educação, e não criar divisões, de tomar partido de uns contra os outros. Se o actual primeiro-ministro não quer reconhecer a civilização, a ética e os valores democráticos que existam na Madeira, não venha fomentar guerras contra o povo madeirense que sempre soube respeitar os governantes da República.
Não é com grosseiras intimidações, ameaças e birras pessoais, que o governo socialista da República está a prestar um bom serviço ao país. Se o primeiro-ministro José Sócrates, bem como o ministro das Finanças e outros socialistas, entendem que a Madeira é uma pedra no sapato então que digam claramente o que querem que aconteça.
De uma coisa podem ter a certeza: enquanto o voto democrático tiver o poder de eleger os governantes, com transparência e seriedade, os socialistas do maldizer, das frustrações e das críticas infundadas contra a Região nunca vão ter a maioria dos votos dos eleitores madeirenses. O primeiro ministro José Sócrates que tão bem se apresenta a dissertar e a defender causas do bem e do mal, ao bom estilo sofista, não teve coragem de vir uma única vez à Madeira para botar palavra num comício socialista deixando o líder regional do PS de braços caídos e entregue a si próprio. Não se dignou vir à Madeira mas está sempre disponível para outras viagens mais longas! Outros seus Kamaradas também, cobardemente, de início semearam ódios e fel mas mal a campanha começou meteram a cabeça na areia ou fugiram para outras paragens.
Para o futuro (é nossa opinião há muito tempo), os madeirenses têm que encarar novas realidades que podem ir até a independência. Já vimos que os governos da República e o próprio presidente da República não estão interessados em que a Madeira atinja um maior desenvolvimento. O progresso da Madeira é contrariado pela República. Os governantes da República padecem dos resquícios do colonialismo, querem mandar à distância, sentados nas suas poltronas, tal como os governantes do anterior regime. Em mais de dois anos de mandato, o primeiro-ministro José Sócrates tem feito várias críticas à Madeira mas nunca visitou a Região. Fala pelo que lhe dizem, pelo que pensa sem ver nem ouvir os madeirenses e quer que este território ultra-periférico continue a ser parcela de Portugal!
É bom lembrar que outros territórios bem mais condicionados que a Madeira são hoje países de sucesso e com uma qualidade de vida muito superior a de Portugal. A Região Autónoma da Madeira está próxima dos 600 anos de colonização portuguesa, é o território de Portugal mais antigo fora do Continente, pelo que a auto-determinação não deve ser encarada como um desafio político mas sim com uma inteira legitimidade.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Mandam os eleitores

Os políticos dos partidos que nunca ganharam eleições na Madeira ainda não viram que quem manda são os eleitores, que os votos são direitos que a democracia concede aos cidadãos e que cada eleitor vota livremente em quem reconhece melhor capacidade para assumir as lides do Governo Regional


Na Madeira as primeiras eleições regionais antecipadas acontecem por “desejo” dos socialistas. Foi o PS nacional e o PS regional que montaram o cenário para obrigar a que o Governo Regional do PSD, legitimamente eleito, se demitisse. Hostilidades do PS que obrigam os madeirenses a votar, no próximo domingo, para um acto eleitoral que só iria acontecer em 2009. Estas eleições não só surgem fora do calendário político como revelam a “guerra” dos socialistas, de lá e de cá, contra o PSD e contra a maioria dos madeirenses que sempre votaram no PSD.
O governo socialista na República entendeu “estrangular” as finanças da Madeira para que o Executivo Regional social-democrata ficasse sem capacidade de governação, vindo posteriormente o líder do PS regional desafiar o líder do PSD a demitir-se para que houvesse lugar a eleições. A “desejo” dos socialistas foi levada por diante e agora só se espera que no próximo domingo haja a máxima participação civica do eleitorado madeirense.
“A inveja mata quem quer e não consegue chegar ao lugar que outros conseguem chegar com tranquilidade”. A frase, da autoria de Thomas Cruise, bem se pode ligar às eleições regionais de 6 de Maio. A campanha eleitoral mostrou claramente a “inveja” hostil do partido socialista e restantes partidos contra o PSD. A exagerada arrogância e falta de nível cívico do PS ficou bem patente na campanha política que hoje termina. Em todas as eleições os partidos que formam a Oposição política ao PSD na Madeira entoam os mesmos sons políticos, falam das mesmas “desgraças”, põem o futuro da Região Autónoma em causa, fazem o discurso do coitadinho e do miserabilismo, dizem mal da “obra feita” e apresentam-se como os “salvadores da Pátria”.
Os políticos dos partidos que nunca ganharam eleições na Madeira ainda não viram que quem manda são os eleitores, que os votos são direitos que a democracia concede aos cidadãos e que cada eleitor vota livremente em quem reconhece melhor capacidade para assumir as lides do Governo Regional. Os votos e as sucessivas vitórias eleitorais do PSD são determinadas pelos madeirenses e porto-santenses e todos sabemos que quanto mais eleitores votam maior tem sido a vitória dos sociais-democratas.
O PSD concorre às eleições para governar a Região enquanto que os seis partidos que fazem Oposição estão mais preocupados em ter representação parlamentar com mais ou menos deputados. O PS diz estar preparado para ser Governo mas não clarificou durante a campanha as bases de tal pretensão. Quanto o candidato socialista a presidente do Governo vem dizer que vai criar oito mil novos postos de trabalho está perante os madeirenses e porto-santenses a dizer uma “piada de mau gosto”. Numa Região como a Madeira facilmente se conhece os alicerces da economia e todos os madeirenses sabem como funcionam as escalas empresariais, os sectores económicos, os projectos viáveis. Prometer e não fazer é o que tem andado a anunciar o PS nacional que ia criar 150 mil novos postos de trabalho e passados dois anos de mandato já deu para ver que afinal é o desemprego eu aumenta. O PS na Madeira, como todos os partidos, tem legitimidade em ambicionar o poder, tal como têm todos os partidos nos Açores e a nível nacional, mas para isso terão que ter uma atitude coerente e de verdade para com os eleitores.
Entre o PSD e o PS, na Madeira, há uma grande distância de princípios e de encarar a Autonomia como um processo dinâmico e cada vez mais universal. A Autonomia que a Madeira tem hoje está longe de corresponder aos anseios dos madeirenses residentes e emigrantes. Os madeirenses não têm um sentimento anti-Portugal, pelo contrário, têm é uma aversão justificada contra alguns governantes do Governo central e também dalguns procedimentos (ou pela ausência de procedimentos adequados) por parte da Presidência da República.
O “défice democrático” na Região propagandeado por figuras primeiras do PS está na garganta dos madeirenses. Dizer que não há democracia na Madeira é dizer que madeirenses não sabem votar, que votem às cegas, quando no Continente e nos Açores a incultura democrática e os atentados à democracia têm sido uma constante ao longo dos anos, desde a data da mudança de regime.
Estas eleições antecipadas foram provocadas pelos socialistas. Mais uma vez o PS prefere a guerra contra o PSD no Governo Regional e em particular contra o presidente do executivo, Dr. Alberto João Jardim, do que o desenvolvimento estável e bem-estar dos madeirenses a todos os níveis. Pode-se compreender o desalento dos políticos socialistas por nunca terem ganho eleições regionais na Madeira, podem estar desiludidos e cansados da política derrotista que têm acumulado, mas não é com cinismo e ataques ao desenvolvimento que a Região alcançou e continua a registar que o PS vai ser poder.
Os eleitores mandam, têm o poder nas mãos através do voto e, no próximo domingo, vão votar em quem reconhecem possuir melhores capacidades para governar. O PSD quer continuar com o projecto de tornar a Madeira numa Região social e economicamente mais evoluída. O PS promete mas não pode cumprir a exemplo do que tem prometido e falhado no governo da República.
A resposta à traição socialista será dada pelos cerca de 230 mil eleitores, ante todos os partidos em presença.