quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

Madeira à frente de Portugal

O ano de 2004 foi florescente para a Madeira e assim-assim para Portugal. A Região Autónoma esteve de novo com um passo mais firme e determinado pelo progresso, não dando oportunidade aos bloqueadores do sistema, enquanto que Portugal, entenda-se Continente, voltou a marcar passo que em muito prejudica o país no seu todo. As más notas dadas ao Continente, principalmente por parte da União Europeia, acabam por prejudicar a Madeira.
A Região não tem parado de evoluir e nunca nada está acabado. Por todos os locais das ilhas da Madeira e do Porto Santo vemos, ao longo do ano, novas infra-estruturas, mais obras em execução, revelando que o Governo Regional nunca cruza os braços nem nunca dá sinais de deixar-se embandeirar por uma nova obra inaugurada.
Há vários anos que venho ouvindo, sobretudo da parte da oposição, que o que havia para o Dr. Alberto João inaugurar já inaugurou e, com todas as obras já feitas, já não iria ter nada para mostrar de novo à população. Vai apresentar-se aos actos eleitorais sem inaugurações e em igualdade de circunstâncias com os seus opositores políticos.
Estas fantasias politiqueiras podem ter algum efeito naqueles que ainda acreditam no populismo frouxo dos partidos de esquerda, incluindo os socialistas, que passam o tempo a criticar, a dizer mal, mas a usufruir das obras e do desenvolvimento que o governo do PSD tem feito. Mas não têm qualquer guarida naqueles, na maioria, que sabem o que significa as pequenas e grandes obras, que sabem distinguir a Madeira de ontem com a Madeira do presente.
Depois nunca ouvimos o PSD manifestar-se contra alternativas na governação da Região Autónoma, nunca criou barreiras para que os partidos da oposição não pudessem avançar nem nunca se colocou como partido vencedor antes de serem oficialmente conhecidos os resultados eleitorais. Se assim procedesse estaria a praticar ilegalidades, estaria a comportar-se como nos países comunistas (atente-se às recentes eleições na Ucrânia), ao mesmo tempo que estaria a colocar em causa a liberdade democrática. As eleições na Madeira sempre decorrem em igualdade partidária.
No Continente, nalgumas regiões do país, não terá havido tanta democraticidade eleitoral como na Madeira. As vitórias eleitorais do PSD na Região Autónoma são também fruto de uma fraquíssima oposição, impreparada e demasiadamente altiva para que os eleitores possam depositar confiança naquilo que dizem ir fazer. Tem sido o próprio PSD que, em todos estes anos, tem sido abrigado a ser alternativa a si próprio, a criar novos programas e a levar a Madeira para a frente, enquanto a oposição se remete a uns lugarzinhos no Assembleia Regional e pouco mais.
Na próprio Parlamento da República, são os deputados madeirenses, em representação do PSD, que mais se debatem pelos interesses da Região, levantando questões que implicam muito trabalho, exigindo e batalhando em defesa das causas regionais, mesmo quando a maioria parlamentar possa ser do PSD. Tanto na Região como no Continente, os interesses da Madeira estão sempre em primeiro lugar.
O ano 2004, para Portugal foi politicamente desastroso, com o presidente da República no centro da política partidária quando, na sua qualidade de presidente de todos os portugueses, devia proceder em função dos poderes que lhe estão atribuídos e não actuar, como deixou transparecer, em função dos sentimentos partidárias. A tanga socialista resultou nos piores governos que Portugal já teve e será grave para o país, se nas próximas eleições, o governo mudar. A única culpa que pode (e deve) ser atribuída ao governo PSD/PP é no que respeita à morosidade do governo em decidir, em pôr as coisas mais rapidamente em andamento, foi não ter, mal tomou posse, enveredado pelas reformas profundas. Os portugueses estão cansados de tanto ouvirem falar em crise e em contenção de despesas, de terem que esperar mais um ano para depois vir a bonança. O PSD não pode governar a tapar os buracos financeiros deixados pelo governo PS. Agora que PSD/PP puseram as contas acertadas, o deve e haver consolidados, o presidente da República “abre” as portas à oposição para tentar chegar de novo ao poder.
As guerras partidárias de lá são também como as de cá. Acontece é que na Região o PSD não perde tempo em falatórios e põe-se a caminho, deixando a oposição a rebater o nada de nada, enquanto que no Continente as falácias da oposição conseguem confundir a opinião pública e o governo é levado para a vala armadilhada. O ano de 2004 veio confirmar aquilo que há muito os madeirenses bem conhecem. A estabilidade e a confiança acima de todas as aventuras, por muito tentadoras que sejam as promessas apresentadas pelos opositores ao Governo Regional.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2004

Natal da diferença na igualdade

Todos queremos, de boa fé, que neste Natal haja tempo para festejarmos sem ódios, sem maldade e com o pensamento num mundo melhor. Não basta dizer nem fazer por agradar sem vontade própria. Não basta as acções fugazes, aparentes, tentando apressadamente tapar o fosso. A construção da vida faz-se com permanência, intervindo em concordância e exaltando os valores. Todos aqueles que pensam que o hoje será igual ao amanhã acabam por perder as pistas da vida.



Chegar ao Natal é como chegar ao princípio de um mundo que se deseja sempre melhor. É um Nascimento que se renova na esperança da solidariedade, da justiça e da paz. Todos os anos milhões de mensagens correm o universo com este sentimento crente em Jesus que muito O amamos para além daquilo que somos e pensamos ser.
Gostaríamos que este nosso mundo humano fosse racionalmente mais humano, mais preenchido pela fé e pela tolerância. Que os homens pensassem que todos somos iguais na diferença e diferentes na igualdade. Que agissem por vontade do melhor e não se deixassem iludir pelas fáceis aparências, pelos “demónios” que pululam com capas sem cor, pelas falsas promessas e pelos enganos comprometedores que deixam mossas muitas vezes irrecuperáveis.
Gostaríamos que os líderes da política, da economia e da cultura mundiais fossem menos cépticos, deixassem de esgrimir forças que vão atingir gravemente milhões de seres humanos indefesos. O universo humano não é nem nunca será um teatro de fantoches à mercê de uns quaisquer habilidosos que, sem escrúpulos, tentam manobrar os atilhos como bem entendem.
Gostaríamos que a intervenção dos governantes tivesse uma maior, mais sincera e transparente objectividade. Que a palavra de quem tem o poder governamental não deixasse margens para dúvidas, não fosse nunca ambígua e que houvesse respeito pelas sensibilidades. Ter sempre presente que o povo é também um ser humano e que, embora infelizmente não conheça todos os seus direitos, por motivos educacionais e culturais, pode vir para a rua, em liberdade, e tomar posições que em nada abonam a democracia ou outro qualquer regime.
É verdade que fiquei chocado quando, há poucos dias, ouvi, pela rádio, cidadãos deste meu país, a chamar o presidente do meu país, Dr. Jorge Sampaio, de “bandido, aldrabão e mentiroso”. Não pode haver, seja qual for a causa desta raiva, actos desta natureza. O presidente do meu país, seja de que partido for, que figura física tenha, seja católico ou agnóstico, nunca pode ser acusado de “bandido”. Porque nego-me a acreditar que qualquer que seja o político do meu país, esteja em que cargo estiver, não pode ser tratado a um nível tão reles. Mais a mais o presidente do meu país. O regime democrático cuja conquista tão efusivamente festejamos, deve, a todo o custo, evitar-se que apodreça. Ensine-se que liberdade não é o mesmo que libertinagem. Ponha-se urgentemente o orgãos competentes do Estado a funcionar para que, no futuro, possamos viver Natais em paz e verdadeira liberdade.
Mas, por favor, sejam cultores de mais verdade entre os homens. Tenham mais sentido pelas coisas da vida, dêem mais atenção ao mundo real, deixem de proteger os incautos e de valorizar os que apenas gravitam em redor por um oportunismo desenfreado. Na Madeira, ilha pequena e com cerca de 260 mil habitantes, aparecem, de vez em quando, uns indivíduos que não conseguem ver a diferença na igualdade e dai fazerem uma confusão maldosa. Tentam atirar pedras, criar inimizades e desvalorizar o que existe.
Todos queremos, de boa fé, que neste Natal haja tempo para festejarmos sem ódios, sem maldade e com o pensamento num mundo melhor. Não basta dizer nem fazer por agradar sem vontade própria. Não basta as acções fugazes, aparentes, tentando apressadamente tapar o fosso. A construção da vida faz-se com permanência, intervindo em concordância e exaltando os valores. Todos aqueles que pensam que o hoje será igual ao amanhã acabam por perder as pistas da vida.
Neste humilde artigo em época natalícia, não consigo, também, abstrair-me da guerra, da fome, das atrocidades, da violência, da insegurança, do desrespeito pelos valores. O Iraque tem sido, nos últimos tempos, o cenário mais mediático da guerra mas sabemos que há pelo mundo tantas ou mais guerras quiçá mais contundentes que a guerra que decorre em território iraquiano. Entenda-se lá porquê? Quando vemos povos a morrer à fome, jovens destruídos pela droga, as cadeias superlotadas, milhões de seres humanos a viver nos limites da sobrevivência.
Que Natal! Meu Deus. Paz para todos, sem excepções.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

Presidente metido em “sarilhos”

Nos últimos tempos estão a acontecer factos em Portugal que jamais pensei que alguma vez pudessem vir a acontecer. E vou directamente aos acontecimentos: “Sampaio é bandido, aldrabão, mentiroso”, ouvi, “ipsis verbis”, no noticiário da Antena 1 (RDP), estação pública, propriedade do Estado, no noticiário das 19 horas, do dia 14.12.2004.
Fiquei pasmado! Contestavam os habitantes de Canas de Senhorim que querem que a freguesia passe a concelho. Uma pretensão igual à que tem o Caniço, freguesia do concelho de Santa Cruz, que também quer passar a concelho. Os habitantes de Canas de Senhorim, não sabemos precisar se na sua totalidade, afirmavam que o Presidente da República lhes tinha prometido a passagem da freguesia a concelho e, até agora, nada terá sido feito nesse sentido.
Se a promessa foi feita (que não sabemos), sabe-se lá porque razões e em que circunstâncias, devia ser viabilizada, mais a mais quando é feita pelo Presidente das República. Se há razões que impeçam a passagem de Canas de Senhorim de freguesia a concelho também deviam de ser explicadas. O pior que pode haver na política e particularmente na acção do Presidente da República ou de qualquer Governo é não esclarecer a opinião pública e deixar no ar dúvidas que põem em causa a credibilidade das pessoas e instituições.
No entanto, nada pode justificar os epítetos e a agressividade que os habitantes de Canas de Senhorim manifestaram, em alto e bom som, contra o Presidente da República. O Dr. Jorge Sampaio não é um ditador de um país do terceiro mundo nem os portugueses uns trogloditas que se comportam como se não tivessem o menor grau de educação e de civilização. Nenhum cidadão português, de um país que é Estado-membro da União Europeia, que é a Nação mais antiga do velho Continente, tem direito a atirar-se ao Presidente como se este fosse um “aldrabão e mentiroso”.
Isto acontece no Continente (no Portugal Continental) onde tudo parece ser permitido e permissivo, onde todos falam do que sabem e do que não sabem, fazendo valer os mais primários actos de má educação. Quando se ouvem estas graves afirmações contra o Presidente da República, com a Antena 1 (RDP) a pôr no ar, nos noticiários, aberrantes epítetos, somos levados a interrogar em que país estamos e que povo é este para acusar o mais alto representante do Estado de “bandido, aldrabão e mentiroso”. Só nos países do terceiro mundo é que situações destes podem acontecer.
Estranha-se, também, que Jorge Sampaio, sendo Chefe de Estado, não tenha accionado mecanismos, perfeitamente ao seu alcance, para pôr termo a tanta “barbaridade”. Nem a postura e atitudes da população de Canas de Senhorim, por muito banalizada que esteja a democracia, tem o direito de chamar os nomes que bem entendem ao Presidente da República nem de proceder como andam a proceder já há muito tempo. Haja respeito pelos cargos de soberania. Quando um povo não respeita o Chefe de Estado, vai respeitar quem!
O Presidente Jorge Sampaio nos últimos tempos tem andado numa roda-viva nem sempre fácil de entender. A mais gritante foi a decisão da dissolução da Assembleia da República e a consequente queda do Governo presidido por Santana Lopes, sabe-se lá porquê. Jorge Sampaio não foi claro, não deu a conhecer aos portugueses a razão que o levou a provocar a queda do Governo. Na verdade, a grande maioria dos portugueses ainda hoje questiona porque motivo terá a assembleia sido dissolvida?
No Conselho de Estado do passado dia 10, do corrente mês, viu-se de que lado estavam os conselheiros. Os escolhidos por Jorge Sampaio para o Conselho de Estado obviamente que votaram a favor da tese do presidente, o presidente do governo dos Açores, bem como Mário Soares e Ramalho Eanes, entre outros. Contra a dissolução da Assembleia da República votaram Alberto João Jardim, António Capucho, Paulo Portas, Santana Lopes e Mota Amaral. Dos 18 conselheiros que estiveram presentes, 12 votaram a favor, 5 contra e 1 abstenção. Uma decisão tipo “golpe de Estado”, como definiu e bem o presidente do Governo Regional da Madeira. De resto não há memória que alguma vez algo semelhante tenha acontecido em Portugal.
O presidente Jorge Sampaio está a viver a última fase da sua função de presidente e espera-se que seja para esquecer. Não só não consegue despir a farda socialista como está a deixar os portugueses desencantados. Uma governação ao bom estilo socialista que tem uma enorme facilidade em prometer mas depois porta-se como se nada tivesse prometido.
Até agora nada justifica estes comportamentos. Nem a decisão de Jorge Sampaio de dissolver o Parlamento, nem o povo de Canas de Senhorim chamar Sampaio de “bandido, aldrabão, mentiroso”, têm justificação.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

Maldita mentalidade colonialista portuguesa

Não vale a pena! Portugal da metrópole nunca vai deixar de ver as ilhas da Madeira e dos Açores como pedaços das descobertas colonizados por quem tem no sangue o espírito da saloia superioridade. O madeirense, em especial, tem uma cultura de trabalho, bondade e hospitalidade que leva aos da metrópole a pensar que, assim sendo, podem intervir como bem entendem na vida da região.
Uma postura completamente contrária têm os madeirenses quando falam de Portugal continental e dos seus habitantes, mesmo quando decidem trabalhar e viver no continente. Respeitamos sem subserviência e sabemos estar sem ofender ninguém ou trepar a todo o custo, sem criar lobbies ou pôr-se em bicos de pé. Os madeirenses têm uma cultura de respeito, do bom senso, de sabedoria universal, sem equívocos ancestrais e da estúpida mentalidade colonialista.
Aquilo que durante muitos anos as organizações hostis ao Estado Novo acusaram os governos de então de colonialista, por ter territórios fora do continente, não se extinguiu com a mudança de regime. Foi uma maldade dos governantes da República, na hora de se iniciar uma novo regime para o país com base na democracia, não darem oportunidade ao povo da Madeira e dos Açores para se pronunciarem se desejam ou não continuar como colónias portuguesas. E digo isto em saber qual seria o resultado da consulta (tipo Referendo), nem ter a certeza se seria para bem ou para pior. Digo por aquilo que venho sentindo e vendo nos últimos 30 anos, desde que o regime político mudou em Portugal.
Apenas constato, pelo conhecimento que tenho, que a Madeira tinha e tem mais e melhores condições que Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, bem como Timor, para ser país independente. Não sei, passados três décadas, se os governantes que concederam a independência a estes três territórios fizeram-no para se libertar dos encargos que o Estado português continuaria a ter com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor?. Não sei, o porquê de tanta pressa de Portugal em dar a independência a estes três territórios com tantas carências e a precisarem de muitas ajudas? Carências que se mantém e, nalguns casos, se agravaram por culpa de Portugal, ao não ter defendido princípios de uma independência progressiva até estarem reunidas todas as condições para que os povos pudessem viver com um melhor padrão de dignidade.
Pelo contrário, dar a independência à Madeira (e aos Açores) não era oportuno, mais ainda quando a Madeira e os Açores davam e continuam a “dar lucro”, a “dar trofeus”, em vez de prejuízos ou derrotas, ao mesmo tempo que fazem manter o império português no além-mar e até favorecer, como tem vindo a acontecer, o Estado português nas suas relações com as instâncias internacionais.
Se tal tem acontecido, os madeirenses não tinham que ouvir, de tempos em tempos, uns patetas continentais a “vomitar” ódios contra a Madeira, com afirmações patéticas e completamente colonialistas. A cegueira é de tal ordem que não conseguem ver que aquilo que é feito na Madeira está a ser feito em Portugal, que não há clandestinidade de poderes nem existem sentimentos de anti-Pátria, revoltas tipo africanas, nem acções de guerrilha, tipo guerra colonial contra Portugal.
Os madeirenses, muito provavelmente, são mais patriotas (mais portugueses!) que muitos continentais. E basta que se oiça o que dizem os que conhecem a obra que os madeirenses fizeram por Portugal nestes últimos 30 anos. Compare-se os biliões de euros mal gastos pelo governo central em obras no continente, de norte a sul, com as obras feitas na Madeira e o volume de verbas aplicadas. Só os frustados podem vir dizer que a Madeira não conseguiu progredir em cerca de 20 anos como nunca tinha conseguido. Se, neste lapso de tempo, a Madeira gastou milhões de euros em obras o desenvolvimento comprova-o, já o mesmo não se pode dizer em relação aos muitos investimentos que o Estado fez por todo o continente.
A maldita mentalidade colonialista portuguesa vai perseguir os madeirenses até sempre! Até um dia, não sei, porque não sei o pensamento das futuras gerações. O que sei e sabem todos os madeirenses é que o governo central português, de uma maneira ou de outra, através dalguns dos seus governantes, políticos e seus lacaios, de tempos a tempos, ofendem os madeirenses. É óbvio que tudo tem um fim. Um desenlace que, por vezes, acontece quando menos se espera!

quinta-feira, 25 de novembro de 2004

Quem tem medo das “Centrais de Informação”?

Inversamente aos anteriores governos, o actual governo quer prestar uma informação mais clara e mais correcta aos cidadãos. Penso que é um dever de todos os governos que não tem sido devidamente considerado. Porém, por tomar a iniciativa de criar uma central de informação (digo, também, que esta designação de central de informação não me soa bem!) destinada a prestar tal serviço, o presidente da República deu parecer negativo à proposta do governo. Recuso-me a acreditar que Jorge Sampaio, socialista, tenha vetado a iniciativa do governo pelo facto deste ser PSD/PP.
Não sei o que terá levado o presidente Sampaio a vetar uma iniciativa que não vai beliscar nem pôr em causa a informação, nem se pode admitir que pelo facto do governo ter uma central de informação irá meter mais notícias nos jornais, na televisão, na rádio ou nas agências noticiosas. Todos sabemos como funcionam as redacções de comunicação social e como são tratadas as notícias.
Além disso, os governos sejam socialistas ou sociais-democratas sabem como fazer para passar a notícia e não estão à espera de uma central de informação para fazer chegar as notícias aos jornais. O veto do presidente da República cheira a influências negativas, a frangalhadas de capoeira, doutro modo a explicação teria outra clareza.
Não creio que Jorge Sampaio não saiba que a Espanha e a França, entre outros “grandes países” europeus, têm “centrais de informação” administradas pelos governos e que nunca houve vetos dos presidentes e despropositados burburinhos como este que o presidente da República entendeu provocar e que toda a oposição ao governo pôs-se logo a reboque e toca partir pedra.
Quando o governo fala em central de informação está a dar transparência ao que pretende fazer, bem diferente de outras centrais de informação que por ai existem, talvez mesmo na esfera do presidente da República, e que os cidadãos não têm conhecimento. Falar verdade e ser coerente parece ser um mal e um defeito para quem tem dificuldades em entender que a democracia é mostrar e não esconder o que fazem os governos.
Portugal não pode esconder que é dos países mais pobres da Europa dos 15, que só em Lisboa tem cerca de dez mil sem-abrigo, que em matéria de ensino está Portugal ao baixo nível do México e da Turquia. O presidente da República, pelo respeito que me merece na qualidade de cidadão, talvez devesse dar mais atenção ao país com muitas “bolsas de pobreza”, de analfabetismo e de uma enorme assimetria entre Lisboa e o resto do país.
O meu gozo de felicidade é ter nascido na Madeira e viver na Madeira. É ver que esta região felizmente conseguiu em pouco mais de 20 anos desenvolver-se como em nenhuma outra região do país e que hoje está ao nível médio-alto da sociedade europeia, graças a uma extraordinária e firme liderança governativa que não recuou nas reformas concretizadas e bem usou da prerrogativa constitucional de sempre informar os eleitores, levando-os a tomar parte de todas as iniciativas e obras realizadas em favor de toda a comunidade. E é com grande tristeza que vejo Portugal resvalar para níveis cada vez mais baixos no contexto Europeu.
Ouvi esta semana vários notáveis (!), felinos defensores das ideologias de esquerda, a fazerem trocadilhos de central de informação, logo central de propaganda do governo. É
sempre divertido ouvir estes engenhosos partidários. E mais “cheios de razão” ficaram quando o presidente da República lhes deu a oportunidade de satisfazerem o ego com o veto dado à proposta do governo.
E foi também divertido ouvir o presidente do governo Regional dos Açores, Carlos César, afirmar que no seu governo não há uma central de informação. Há apenas uma minúsculo gabinete de informação com três ou quatro jornalistas profissionais, com experiência em televisão, rádio e jornais. De mãos para o céu, com aquela inocência de quem até é perseguido pelos jornais. Seria bonito o gesto se assumisse a sua central de informação, mas é óbvio que tem de cumprir a ordem do partido socialista e alinhar pela rectidão podia ser mal interpretado.
É por estas e por outras que o país só irá para a frente quando conseguir libertar-se da obtusa mentalidade de encobrir a realidade e dar a aparência que tudo está bem quando tudo está mal. São quase 30 anos que o país anda a viver sob este cenário hipócrita. O espelho está à nossa frente: Portugal continua sendo dos países mais atrasados da Europa.

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

A Madeira fez as reformas que Portugal não fez

Concordo com o Primeiro-Ministro quando diz que doa a quem doer o país tem que andar para a frente, as mudanças têm que ser feitas e a formiga branca tem de ser combatida de uma vez por todas. Basta da incompetência mandar na competência, dos salamaleques do oportunismo que andam encostados aos pilares seguros, minando falsas desgraças e deitando abaixo aqueles que são capazes de colocar o Governo a funcionar melhor e o país a avançar.
As reformas têm de ir em frente, por muito que custe, inicialmente, ao Governo e aos partidos que defendem as reforças profundas. Um Governo que faça política para apenas agradar aos cidadãos e satisfazer ambições de ocasião, sem olhar e ponderar os efeitos no amanhã, está a enganar os cidadãos, a criar ilusões e a levar o país para um atraso que terá custos incalculáveis no futuro.
A política do porreirismo e do facilitismo foi o que sempre praticou o Partido Socialista quando esteve no Governo de Portugal, abanando as saias, bailando ao som das paixões, dando folgas orçamentais e levando a sociedade para um teatro de risos, com música pimba e para récitas sonhadoras. Governar não é favorecer partes e esquecer o todo. Governar é ir em frente e romper com o que está mal, é reformar e reformular sem ceder a pressões, é criar as “novas-avenidas” que venham permitir a Portugal o acesso aos níveis sociais, culturais e económicas da União Europeia.
O Primeiro-Ministro, Dr. Pedro Santana Lopes, disse no XXVI Congresso do PSD, aquilo que muitos sentem que é necessário dizer mas que não têm coragem, acobardam-se e passam a vida a dizer mal mas nunca foram capazes de fazer alternativa melhor. Quem mais - neste país com cerca de 10 milhões de habitantes - tem tido a coragem e a frontalidade de apontar os defeitos e avançar com soluções para a reforma e a modernidade de Portugal como o Dr. Alberto João Jardim? Porquê apoia o líder do PSD-Madeira o líder do PSD-Nacional?.
Porque o PSD-Madeira fez as maiores e mais profundas reformas que Portugal conheceu nos últimos 30 anos. Reformas que tiraram a ilha de uma pobreza profunda para um nível que causa surpresa a quem viu o que era a ilha antes e agora. Mudanças que Portugal (Continente e Açores) não fez com tanta profundidade e que por isso se debate hoje com problemas estruturais que há muito deviam estar resolvidos. A Madeira fez as reformas que Portugal não fez!
O Governo Regional da Madeira soube aproveitar ao máximo os apoios proporcionados pela UE, investiu atempadamente em todas as frentes possíveis, construiu obras sociais como nenhuma outra região de Portugal, e teve sempre capacidade de resposta para os constantes ataques feitos pela oposição que na Madeira faz-se representar na Assembleia Regional com todas as forças políticas.
Tenho a certeza que se o Governo da República, sob a liderança do Dr. Pedro Santana Lopes (com toda a sua equipa competente e coesa) tomar as medidas que têm de ser tomadas, reformar o que tem de ser reformado e avançar sem cedências, vamos ter o Portugal que se deseja que seja desde que o regime democrático foi implementado.
Respeite-se as opiniões e as críticas vindas da oposição, dos sindicatos e de todas as associações e confederações, aceite-se o direito à diferença e não se menospreze os que vivem amarrados à bóia da sobrevivência, mas dê-se um “pontapé para a frente”, tire-se Portugal das armadilhas politiqueiras, do analfabetismo político e da sabotagem eivada de mentiras protegidas pelos falsos donos da razão.
Acabe-se com a estúpida falácia de “quem perde, ganha” e de “quem ganha, perde”. O partido que ganha um acto eleitoral é porque é melhor que os outros partidos concorrentes. Na vida não há suposições mas efectivações. Pode haver por ai muito boa gente convencida que é capaz de... que consegue levar alguém a confiar no que diz. Na prática vamos verificar que nunca fizeram nada lucrativo, nunca ganharam nada. Que currículo, que vitórias, que trabalhados realizados? Na política a reforma é avaliada a todo o momento pelas medidas que são tomadas e pelas obras que são feitas. Podem algumas medidas demorar tempo a dar resultados mas têm, ainda assim, de mostrarem visibilidade, capacidade de execução e objectividade para a data indicada.
O actual Governo de Portugal tem tudo para mudar o rumo do país, de introduzir as reformas há muito pedidas e que a União Europeia há muito espera. Não deixe, senhor Primeiro-Ministro para amanhã o que pode ser feito hoje! Mude, faça, avance, desafie a sua própria inegável capacidade de inovar. Faça, com a sua equipa, o Portugal europeu que todos os portugueses tanto ambicionam. Vá em frente! Tem a Madeira como exemplo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Congresso das diferenças

O PSD- Madeira, sem pretender criar embaraços de espécie alguma nem ter a necessidade de colocar-se em bicos de pé, tem acrescidas razões para apresentar-se no Congresso Nacional do PSD, que começa hoje, no norte do Continente, com a expressão de partido vencedor, em toda a linha, de todas as eleições democráticas realizadas nesta parcela portuguesa no Atlântico.
Penso não ser necessário assinalar no mapa do país e da região o que foi feito, o que mais se desenvolveu e o muito que foi preciso fazer para que Portugal tenha na Madeira uma das mais expressivas e significativas pujanças de desenvolvimento que é admiração para todos. São vitórias da democracia, vitórias dos sociais-democratas, vitórias dos madeirenses e, muito especialmente, vitórias do Dr. Alberto João Jardim.
Há um passado e um presente na ilha que não hà de norte a sul de Portugal continental. Um progresso que é produto da muita competência, da forte liderança e do saber gerir o tempo e aproveitar as oportunidades que foram e vão surgindo nos espaços nacionais e comunitários. A posição do Governo Regional e do PSD-Madeira não foram sempre de total consenso com o Governo da República e com o PSD-Nacional, mesmo quando o Governo central era e é da mesma cor partidária.
Muitas foram as vezes, ao longo destes 30 anos, em que o PSD madeirense assumiu posições contrárias às do PSD nacional, suscitando reacções desfavoráveis dalguns intocáveis do partido que não admitiam nem aceitavam opiniões de quem sempre viveu na ilha. Para alguns desses iluminados o PSD terá sido um trampolim para a vida pública e para que pudessem dar outros saltos noutras áreas, mas para o PSD da Região Autónoma o trampolim foi para que todos os madeirenses pudessem saltar mais alto, ver mais longe e darem passos em frente.
Muitos desses “atiradores fortuitos” contra a Madeira e contra o Dr. Alberto João Jardim praticamente desapareceram da cena política sem deixarem obra feita. Pelo contrário, muitos deles apareceram como “salvadores da pátria”, com projectos e lábias como ninguém seria capaz, prometendo tudo aquilo que outros racionalmente não se atreviam falar e muito menos anunciar, até que foram corridos dos cargos, do governo, sem nunca terem vencido algum acto eleitoral ou terem dado algo de bom para o país.
Entre a Madeira, o Continente e os Açores, existe de facto algum abismo. A começar pela forma e pelo modo como a democracia é tratada, como é difundida a ideia do fazer e como tudo se desenrola devidamente planificado, a tempo de corrigir o que eventualmente possa ser necessário rectificar. Esta substantiva gestão dos recursos humanos, económicos e logísticos funciona com enorme equilíbrio e sucesso na Madeira mas fracassa no Continente e também nos Açores, por falta de liderança. Sem dúvida.
Os sociais-democratas madeirenses sentem e participam, cada qual à sua maneira, na construção do presente virado para o futuro, deitam “mãos à obra” quando são chamados, arregaçam as mangas sempre que é preciso e não desistem até verem concretizados as metas projectadas. Isto não acontece em mais nenhum outro partido da região nem mesmo dos partidos a nível nacional, incluindo o PSD.
Compreende-se o desespero que algumas forças partidárias, apoiadas por cultores da desgraça, quando tentam empurrar para o desconforto o conforto responsável que o PSD goza junto do eleitorado madeirense. Não conseguem abalar o forte sentimento social democrata madeirense. Esta é outra lição de democracia que não vemos em mais nenhum outro partido que não seja o PSD.
Para este Congresso Nacional do PSD, a Madeira tem uma palavra a dizer, a fazer sentir. Tem o direito de ser ouvida, de pé, com atenção redobrada, e questionar como é que os mais de 500 anos de enorme atraso, a ilha conseguiu, em poucos anos, um tal desenvolvimento que lhe confere uma posição entre as mais evoluídas da União Europeia?
Devem os sociais democratas do resto do país procurar saber como é que a Madeira deu a Portugal um desenvolvimento como não deram as outras regiões?
Deviam os governantes da República (dos diferentes partidos, actuais e anteriores), sem perda dos seus galões, interessar-se por este fenómeno que colocou a ilha atrasada ao nível das mais desenvolvidas regiões do país e da Europa?
Questões ainda mais oportunas quando parecem existir alguns desacertos no interior do Governo da República e quando neste Congresso há a vontade de dar ao Dr. Pedro Santana Lopes, Primeiro-Ministro e Presidente do PSD, uma “força plena” para levar por diante as reformas que o país tanto necessita.
O PSD-Madeira tem sobejas razões para ser sentir orgulhoso por tudo quanto tem feito em prol do país e da União Europeia. Sem nunca arrepiar caminho nem perder de vista o futuro. Este é mais um congresso das diferenças, entre os de cá e os de lá...embora
remando na mesma direcção e sob a mesma bandeira.

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

George W. Bush, o vencedor!

A vitória de George W. Bush deixou muito boa gente com engulho, desesperada, por estarem à espera que a reeleição nunca viesse a acontecer. Não se deram à maçada de ouvir as opiniões imparciais e deixaram-se levar pelos derrotados, pelos anões da política e da democracia. Bush mostrou que é um vencedor e teve a vitória mais saborosa que algum vez um candidato a presidente dos EUA terá tido.
As eleições americanas são sempre notícia de topo mundial. Seja para a presidência ou para outra hierarquia de poder. Ainda que a eleição do presidente do país mais poderoso do mundo tenha efeitos muito mais curiosos, cretinos e até bajuladores. George W. Bush ganhou a John Kerry e vai continuar na presidência dos EUA por mais quatro anos. Todos os que tiveram oportunidade ou que gostam de seguir o que vai acontecendo no país e no mundo tiveram oportunidade de ver, através das várias estações de TV, o candidato a presidente dos EUA que perdeu as eleições fazer o discurso da derrota e cumprimentar o vencedor. Na Madeira… os vencidos fazem o discurso da victória.
O presidente ideal nunca será encontrado, nem na América nem na Europa, e não vale a pena transformar um acto eleitoral como de decisivo para o futuro da humanidade. Em política não há super homens, não há democracia cem por cento permissível a tudo mas há espaço para todos. O povo americano elegeu o seu presidente tal como os portugueses elegem o seu, tal como os madeirenses elegeram há poucos dias o Dr. Alberto João Jardim para mais um mandato de quatro anos.
A escolha do presidente é a vontade expressa pelos eleitores e não por imposição de forças ou lobbies interessados em se apoderarem dos poderes do presidente. A Madeira tem eleições regionais no mesmo ano em que os americanos têm eleições presidenciais. George W. Bush já esteve nos Açores mas nunca visitou a Madeira. Conhece, porém, uma das regiões autónomas portugueses.
A carga que se atirou para cima do candidato republicano foi intencionalmente pesada, um fardo sujo, tentando cozinhar as piores colheitas como se George W. Bush foi um zé ninguém, intelectualmente menor e não merecesse continuar na Casa Branca ou Capitólio. Dá para rir quando vem a presidência do Quénia, país africano subdesenvolvido, considerar Bush de um “monstro” e a América um país de “ricos esfomeados”. Este tipo de acusações trogloditas fazem-nas, algumas vezes, os derrotados da política portuguesa quando se referem à Madeira.
Porque se dispõem as pessoas a olhar para o Afeganistão e o Iraque, e não olhem para o Kosovo, para o Kweit, para a II guerra mundial e para o Plano Marshal. Se os americanos não têm defendido o Kweit aquando da invasão do Iraque, será que o Kweit ainda figuraria no mapa do mundo ou seria mais uma província do Iraque? Porquê, para muitos, custa a aceitar os EUA como a maior potência mundial, por mérito próprio?
Porquê razão aparecem nas televisões quase sempre as mesmas imagens sobre o Iraque, os mesmos ataques, as mesmas destruições, e não aparecem as zonas onde reina a paz, onde as pessoas fazem o seu dia a dia sem guerra, com a normalidade e a liberdade que sempre desejaram ter. Mais ainda quando o território iraquiano é enorme, com lugares, vilas e cidades onde as bombas não caíram nem os combates aconteceram. A quem servem e para que servem as imagens da guerra, os feridos, as mortes, a destruição, as crianças e as mulheres a chorar?
Tudo foi feito para derrotar George W. Bush. Na linha do poder, o presidente dos EUA é inflexível quando toca a defender os interesses do país e dos americanos e segue à risca essa atribuída função de “polícias do mundo”. Quando alguém se destaca é logo posto em causa e não há maneira de fazer sentir às pessoas que quem ganha eleições é porque é melhor que os outros concorrentes. Só deve quem pode dever, só ganha quem pode ganhar.
Por muitas que sejam as reacções contrárias, os EUA nunca vão deixar de serem líderes mundiais em muitas áreas, da ciência à medicina, da química à arquitectura, da engenharia à economia, do país que mais cresce em todas as frentes e que está constantemente a apostar e a avançar em novos desafios, várias frentes.
A vitória de George W. Bush criou engulhos em muitas facções da esquerda e da direita política, deixa marcas vincadas em muitos vilões da política internacional e pôs de cócoras muitos apostadores no adversário principal, John Kerry. Alguns líderes mundiais já mudaram os seus discursos e outros seguem pelo mesmo caminho.
Os americanos acabam de dar mais uma lição de democracia. Sem fantasias.

quinta-feira, 28 de outubro de 2004

O “aborto” ou a “pena de morte” vão eleger o presidente dos EUA

Qual delas a pior! A “morte” está em ambas as situações. Mas, ao que tudo indica, são estes “dois crimes” que estão a fazer pender o prato da balança para a eleição do presidente dos EUA, na próxima terça-feira, 2 de Novembro. Os eleitores norte-americanos parecem estar divididos entre quem defende o aborto (Kerry), ainda que de forma não muito esclarecedora, e quem defende a pena de morte (Bush), quando a justiça entender ser este o desfecho a dar.
E por aquilo que temos acompanhado, o aborto e a pena de morte estão a criar ondas enormes de adesão e de contestação. Já há quem diga que é um destes “crimes” que vai decidir quem será o próximo presidente dos EUA. O eleitor americano não é de ir atrás de promessas que pouco ou nada dizem de concreto. Não há partidos e políticos do género que vamos encontrar em Portugal que passam o tempo a dizer mal e a fazer promessas inviáveis. As coisas têm de ser claras e o compromisso tem que ser assumido sobre factos concretos.
O respeito político nos EUA é enorme e nunca vemos os políticos num debate televisivo ou na rádio a se ofenderem. Os políticos americanos não ganham eleições a dizer mal dos seus adversários, ganham pelos propostas e compromissos que assumem. O aborto e a pena de morte são actos concretos. A guerra do Iraque e outras guerras que atravessaram o mandato de George W. Bush foram comentadas mas nunca valorizadas ao ponto de porem em xeque o actual presidente.
Outra realidade que as eleições nos Estados Unidos (EUA) estão a mostrar é como funciona o apelo ao nacionalismo. A bandeira americana produz um efeito emocional nos americanos como em nenhum outro país, outros povos. Há um sentimento profundo à volta da bandeira, do hino, da Pátria, dos valores da Nação, unindo todos à volta de um querer que faz dos EUA um país líder dentro e fora das suas fronteiras.
Não digo que os portugueses não têm sentimentos para com Pátria e respeito pela bandeira, mas não vejo aquela paixão consciente de quanto representa a bandeira e os valores pátrios. Durante toda a minha vida ( e já lá vão 60 primaveras!) apenas em escassas ocasiões vi manifestações colectivas de sentimento pátrio: na guerra em África, vi jovens militares cheios de lágrimas, em momentos de dor, quando a bandeira nacional era içada e o hino nacional ecoava a enunciação dos que tombaram na mata, naquele momento, é como se a bandeira e o hino tomassem o lugar vago deixado por aquele “camarada” que partiu sem ter tempo para se despedir; por ocasião de feitos históricos alcançados no plano desportivo, nomeadamente em competições olimpicas e, muito recentemente, com o fantástico efeito das bandeiras por ocasião do campeonato europeu de futebol.
O povo americano cultiva a paz e está permanentemente optimista. Os fados e as desgraças são sempre coisas passadas que não vão impossibilitar que o amanhã seja melhor. Há um realismo que surpreende os europeus mas que não deixa de ter algum fundamento. “A paz faz-se com a guerra”. Em Portugal, Mário Soares chegou a defender o diálogo com a organização terrorista al-Qaeda como forma de acabar com a violência. Um Mário Soares sonhador, teórico e possivelmente já perdido nas andanças do mundo actual.
Por outro lado, os americanos têm um ilimitado orgulho do seu país, dos seus governantes. Não precisam de um acontecimento raro para terem em casa a bandeira do seu país, cantarem o hino ou participar em jornadas cívicas em prol do engrandecimento da Nação. É um povo que, em hábitos e costumes, na visão pelo mundo, nada têm a haver com o pessimismo e maldizer da maioria dos povos europeus, entre os quais os portugueses. Senão vejamos, alguns contrastes.
Não há em Portugal uma rua ou praça com o nome “Portugal”, mas ruas e praças com nomes de países estrangeiros há muitas. Vemos em Portugal uma “Praça de Espanha” mas não vimos em Espanha uma “Praça de Portugal”. Na própria Espanha, em várias cidades, várias “Praças de Espanha”. Se estivermos nos EUA, sem darmos por isso, estamos a passar numa rua com o nome da cidade,nome de outros Estados e de muitas outras referências ao próprio país.
É este o sentimento expressivo dos norte-americanos. Sem que sejam profundamente influenciados pelas campanhas eleitorais. Os americanos votam naquilo que é concreto. E a poucos dias do acto eleitoral, o aborto e a pena de morte estão a dividir os eleitores e será com um forte pendor sobre estes dois crimes que o novo presidente dos EUA será eleito!

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

Os patetas vaidosos

Sem cerimónia digo que a comunicação social em Portugal é, em grande parte, culpada do atraso cultural de que tanto se fala. Não me refiro apenas às muitas calinadas do português, porque aceito a máxima que diz “só não comete erros quem não trabalha”, mas a um narcisismo patético e por vezes estúpido que nos leva a ter saudades de uma outra comunicação social, que não do antigo regime, mais séria, mais interventiva e mais rigorosa em tudo quanto abordava e transmitia para a opinião pública.
Quando vejo alguma comunicação social relevar quem perde e desvalorizar quem ganha não posso deixar de pensar, nem eu nem ninguém de bom senso, que os valores devem estar invertidos e empobrecidos. Assim procedendo, os objectivos da comunicação social mais parecem empenhados em menosprezar as vitórias, opor-se ao desenvolvimento e apoiar os reinos da pobreza cultural e da miséria social.
Não é este, de modo algum, o papel da comunicação social. E é vasta a biblioteca sobre os mass media para se perceber que a informação não é para os néscios, para os tolos nem para intocáveis. Não é para quem quer mas para quem possui abalizados conhecimentos de como funciona a sociedade no seu todo.
Tenho o vício, confesso, de ler jornais e revistas de outros países e até das diferentes regiões de Portugal. Um vício que sei ser também de outras pessoas. Tenho uma antiga tendência para ver nos jornais e revistas as janelas dessas regiões e países, um espaço por onde posso perscrutar a sociedade do lugar nos seus múltiplos aspectos.
Vejo nesses jornais (estrangeiros) uma informação o mais completa possível sobre o tema tratado, sem tomar partido, respeitando os prós e contras, apenas com a preocupação de levar para os leitores o que se passou ou vai acontecer.
Estes jornais são respeitados e são muito lidos. Não se escondem atrás de chavões nem se deixam maquilhar por bugigangas de ocasião. Os directores, jornalistas e fotógrafos, são conhecidos e muito respeitados, procuram estabelecer um convívio permanente com a sociedade e não tomam posições a favor ou a desfavor. Sabem os leitores que o que vem nos jornais é o que se passou. Não há choques nem abusos. Há respeito entre todos.
Esta dignidade da comunicação social viu-se em Portugal, noutros tempos, que não antes de 74. Não sei como funcionam as redacções dos diários, nem como é feita a gestão das notícias. Mas também não é isso que interessa-me enquanto leitor. O que vejo é que há muito amadorismo a reportar-se sobre assuntos de grande Pode-se discordar e devemos discordar, é salutar e devemos cultivar e defender as responsabilidade e de exigência profissional que a sociedade vai criando no dia a dia.
nossas posições, mas fundamentando-as e, se não concordamos, apontando claramente os erros e sempre que possível avançando com alternativas. Se o jornalista não quer ser uma caixa de ressonância (nem nunca deve ser) deve saber respeitar quem está à sua frente. O maior pecado do jornalista é quando está convencido que sabe de tudo e pior
ainda quando encara as conferências de imprensa como um simples debitar de palavras.


Não concordo, de modo algum, que haja jornalistas em conferências de imprensa (como a que decorreu na sede do PSD, na noite das eleições) sem um profundo conhecimento sobre o que representa uma vitória eleitoral. Que revelam desconhecer o que são os momentos emotivos que se seguem aos resultados eleitorais e que não estejam preparados para com isenção e postura profissional questionar com objectividade.
Depois ficam amuados, criam tropeções, clamam por protecção e passam a ser heróis por um dia! Nem dão conta que o líder do PSD, Dr. Alberto João Jardim, tem um currículo invejável na democracia europeia, que é o político com mais vitórias sucessivas na Europa comunitária, que tem mais-valias enaltecidas por adversários políticos de craveira que são os primeiros a reconhecer as suas inegáveis qualidades.
Quando a comunicação social, através dalguns dos seus jornalistas, comete falhas que são de todo incompreensíveis, dando destaque a quem perde e desvalorizando quem ganha, está a prestar um mau serviço. A não contribuir para que a sociedade possa evoluir. Desconhecer ou não respeitar esta realidade, desconsiderar os currículos dos vencedores, é ser pateta, estúpido.

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Liechtenstein depois da Madeira

Dias antes do jogo de futebol entre Portugal e a Rússia, tinha dito aos meus amigos que o Liechtenstein, com apenas 33 mil habitantes, tinha mostrado que Portugal, o país mais antigo da Europa, com mais de 10 milhões de habitantes, padecia de uma doença chamada melancolia saloia. Porque parece haver uma inexplicável apatia em momentos de nada perder e quando todos, inclusive os nossos adversários, reconhecem que não têm as mínimas hipóteses de nos vencer.
A selecção do pequeno principado, estado soberano, com uma superfície de apenas 160 quilómetros quadrados, afrontou e meteu medo à selecção das quinas. Empatar a duas bolas com o Liechtenstein é resultado neolítico, impensável e impossível, tanto mais quando na época neolítica a bola a existir prestava para tudo menos para jogar futebol. Mas os trinta mil habitantes do Principado puseram os 10 milhões de portugueses em sentido e mostraram ao mundo que o poder não é uma questão de números nem de grandes ou pequenos.
As desculpas que os derrotados arranjam para justificar a incapacidade de vencer tem muito a ver com este Liechtenstein que sem as mesmas armas que Portugal tem, chegou ao final da partida de 90 minutos em posição igual. Falei aos meus amigos que este Liechtenstein está aquém das capacidades que a Madeira dispõe e que teria que “roer muitos ossos” para conseguir roubar-nos um ponto.
Mas a verdade é que o Liechtenstein é um estado soberano, com direito a participar em todos os campeonatos desportivos da Europa e do mundo, tendo lugar cativo nas poltronas do poder europeu e mundial, e não se deixa intimidar nem condicionar pelos mais poderosos.
A comunidade internacional tem as suas regras e o que é para um é para todos. É como na política, as regras são iguais para todos e todos têm ao seu alcance a vitória. Os que perdem só podem ser vistos como menos capazes. Não se pense que os eleitores que votam num determinado partido são diferentes dos outros eleitores, a diferença está naquilo que cada um democraticamente escolhe, de livre e espontânea vontade. A política é um jogo, com regras iguais, vencendo quem melhor sabe interpretar as realidades sociais e mostra capacidade para fazer mais e melhor.
Se o Chipre, Malta, Liechtenstein, entre muitos outros territórios, são estados soberanos, porque razão não pode a Madeira seguir pelo mesmo caminho? O ser português é uma questão meramente circunstancial e a nacionalidade não é uma questão de “nascer assim e assim ter que viver” para toda a vida. Quantos novos países foram fundados a partir de outros estados soberanos. Atente-se ao que se está a passar nos novos países “nascidos” a partir do império soviético e que hoje integram a União Europeia, lado a lado com os países mais ricos e poderosos do velho continente.
Tenho dito que o futebol, inumeráveis vezes, põe uma região ou um país nos píncaros do mundo. Desfaz incertas, cria emoções, faz levantar multidões e dá alimento a um estado de alma indefinível. Quando em casa, sentado no sofá, de olhos postos na televisão, a não querer perder nenhum momento do Portugal-Rússia, deixando-me levar pelas fantásticas jogadas do nosso Cristiano Ronaldo, veio-me à memória a Madeira Região Europeia 2004, limitada a uma Autonomia condicionada à Constituição de Portugal.
Mas a emoção passou a ser mais intensa quando, a poucos minutos do fim, Cristiano Ronaldo cede o seu lugar a um colega, saindo das quatros linhas vibrantemente aplaudido pelos espectadores que prontamente começaram a entoar o nosso famoso “Bailinho da Madeira” que o imortalizado Max levou da ilha para o continente e nunca mais foi olvidado.
Aquele mágico som madeirense a ecoar pelos quatro cantos do estádio de Alvalade, em Lisboa, e a projectar sons perfeitamente audíveis através dos microfones das rádios e das televisões para todo o mundo, deixam qualquer ilhéu, a viver na ilha, a viver uma incomensurável emoção. Cristiano Ronaldo pôs os portugueses presentes num estádio de futebol da capital, todos de pé, a cantar o “Bailhinho da Madeira”. Marcou dois golos, fez as jogadas para outros dois golos e manteve sempre a inteligente humildade que é apanágio do madeirense.
Há coisas que nunca se esquecem e objectivos que nunca os madeirenses vão deixar de prosseguir até que a meta seja alcançada. Sinceramente, gostava de ver um Liechtenstein-Madeira a nível de selecções de futebol. Para ver se eles conseguiriam “roubar-nos” um ponto como fizeram a Portugal. Quero acreditar que a Madeira é bem mais poderosa que o Liechtenstein, em quase tudo!

quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Uma oposição fora de tempo

A Madeira vai entrar num novo ciclo, particularmente de um ciclo comunitário mais europeu aos mais diversos níveis, pelo que o reforço da Autonomia impõe-se como nunca e para lá chegar temos que ter um Governo com uma forte liderança, bem relacionado com as diferentes áreas da União Europeia, com demonstração de competências e mais valias cabalmente reconhecidas.
Votar fora desta realidade é estar a desperdiçar votos, é não querer ver o passado e presente e não ter visão de futuro. É não conseguir ver e entender que, na Madeira, temos uma oposição a expressar-se fora de tempo, ultrapassada, sem nada de novo. É deixar-se ficar, sem saber como!



Nas vésperas de mais um acto eleitoral para eleger o presidente do Governo da Madeira o que os eleitores mais querem saber é o que cada líder partidário, candidato à presidência do governo, se propõe fazer, que programa de governação apresentou e se propõe cumprir. Para chegar a presidente do governo tem que ganhar as eleições e a vitória só é possível revelando aos madeirenses aquilo que irão fazer. Tudo o mais é campanha gratuita.
Eu diria que os eleitores madeirenses estão fartos de serem tratados pelos partidos da oposição como se fossem atrasados mentais, dada a lastimável campanha que está a ser reeditada. Os comícios dos partidos da oposição apresentam sempre as mesmas caras, os mesmos aplausos e as mesmas desgraças. Tudo é dito e feito pela menoridade apresentando os madeirenses como uns desgraçados do terceiro mundo.
Custa-me ouvir discursos de miséria onde ela não existe, da ingratidão pelo bem recebido, de ver e ouvir desconsiderações impróprias e contraditórias. Penso que os comunistas, os socialistas e os centristas ainda não se aperceberam que estão a prejudicar os seus partidos e a denegrir a imagem da Madeira. Acho que há falta de noção sobre o que é praxis política neste novo ciclo da vida regional, nacional e europeia.
Não digo que não haja carências, que os madeirenses vivem num paraíso, que todos têm aquilo que gostariam de ter e que não haja ainda muito por fazer, quer na Região como no País, na Europa e no Mundo. Melhor que ninguém, sabe o Governo que nem tudo está concluído e que novos ciclos sociais, económicos, culturais e políticos vão surgir. É a lei natural do progresso: quanto mais temos, mais queremos ter. É humano, é um acto de inteligência.
E porque as eleições de 17 de Outubro, se destinam, fundamentalmente a eleger o presidente do Governo da Madeira para os próximos quatro anos, não faz sentido os líderes dos partidos da oposição andarem a julgar o futuro da região na base da estrada agrícola que ainda não chegou, dos prédios degradados que ainda não foram recuperados, das levadas por cuidar e de tantas outras “pequenas coisas” como se os madeirenses não tivessem direito a vias rápidas, habitações condignas e “tantas outras coisas” que dão bem estar e alegria de viver.
O futuro que se espera para a Madeira é sempre mais risonho, com governantes que nos transmitam confiança e tenham uma visão global da ilha e do mundo em que vivemos. Estranho também que os líderes andem a pedir votos para serem eleitos para um lugar na Assembleia Regional e não para formar governo. Com este procedimento estão a passar a imagem que a sua ambição não é assumir responsabilidades governamentais mas apenas assegurar um tacho no parlamento.
Se os líderes dos partidos da oposição reconhecem que não têm condições para governar, que não têm estatura política nem meios para chegar ao governo, então estão a defraudar o eleitorado. Andam a ser egoístas, a olhar para o umbigo, a quererem apenas o seu bem estar à custa dos eleitores porventura menos atentos às artimanhas comunistas, socialistas e centristas, indo nas promessas fáceis de quem fala do povo, serve-se do povo e nada dá ao povo, a não ser algumas “imagens maquilhadas” para
inglês ver. Que se demitam e dêem o lugar a outros pois são sempre os mesmos perdedores há quase trinta anos.


Temos, na verdade, uma oposição muito pobre. Tendo no seu seio pessoas ressabiadas, sem ideias, com uma visão catastrófica do presente e futuro, que não foi capaz de entender a transição da pobreza e da instabilidade para uma paz social e de desenvolvimento. Não é, nunca, com esta insegura e limitadora aposição que a Madeira poderá algum dia andar para a frente. Se no passado os madeirenses não deram o seu voto nesta mesma oposição, que existe desde a primeira hora da Autonomia, vai para 29 anos, não será no presente e no futuro que o aval será dado. Mais ainda quando as novas gerações são mais exigentes, querem mais factos concretos, têm uma melhor capacidade para analisar as diferentes áreas partidárias e dai não irem em críticas e campanhas egoístas e vazias.
A Madeira vai entrar num novo ciclo, particularmente de um ciclo comunitário mais europeu aos mais diversos níveis, pelo que o reforço da Autonomia impõe-se como nunca e para lá chegar temos que ter um Governo com uma forte liderança, bem relacionado com as diferentes áreas da União Europeia, com demonstração de competências e mais valias cabalmente reconhecidas.
Votar fora desta realidade é estar a desperdiçar votos, é não querer ver o passado e presente e não ter visão de futuro. É não conseguir ver e entender que, na Madeira, temos uma oposição a expressar-se fora de tempo, ultrapassada, sem nada de novo. É deixar-se ficar, sem saber como!

quinta-feira, 23 de setembro de 2004

Falar verdade

Os discursos proferidos pelos ministros do governo da coligação PSD/PP são efectivamente muito diferentes dos discursos dos ministros dos governos do PS. Os de agora transmitem a realidade nua e crua do estado da nação, não obstante saber-se que incomoda falar verdade. Os anteriores ministros conjugavam com ênfase e muita demagogia os tempos verbais do positivismo e da esperânça.. Na prática, mais vale ter pão no presente e futuro do que viver na expectativa de escassear pão no presente e viver na incógnita do que poderá vir acontecer no futuro.
O então Primeiro Ministro António Guterres (PS) dava cartas a falar sobre todas as coisas, foi um “papagaio” em funções de governo, falava tanto que inúmeras vezes até discursou do que sabia e não sabia. Embora o seu maior défice estivesse na matemática, na leitura dos Orçamento do Estado e nas contas públicas. Algo estranho para quem tem uma licenciatura em engenharia. De tanto falar acabou por cansar-se e ter que sair à “surrapa” do governo. Onde andará?
Os Primeiros-Ministros do governo PSD/PP, primeiro Durão Barroso (actual Presidente da Comissão Europeia) e depois Pedro Santana Lopes, falam menos, contam menos histórias, são politicamente menos simpáticos, não trabalham por emoções ocasionais mas são mais pragmáticos, por muito de antipatia que possam ter os seus discursos para os portugueses menos informados.
Durão Barroso e Pedro Santana Lopes têm pontos de vista e procedimentos completamente opostos ao estilo da governação seguida por António Guterres. O sentido de Estado do Governo PSD/PP é também diferente do que defende o PS.
Se quisermos centrar a observação num Ministério em particular, vamos verificar o abismo existente entre a actuação dos ministros das Finanças do PS e do PSD/PP. Os ministros das Finanças do governo socialista foram apresentados como “salvadores da Pátria” em matéria fiscal, decrescentes receitas e da boa administração das contas públicas. Não obstante nunca houve tanta derrapagem nas contas do Estado como no período que o PS foi governo, com a acumulação de défices, investimentos que ultrapassaram em muito os orçamentos inicialmente previstos, diminuição de receitas, um desnorte nas contas do Estado, enfim a queda no “pântano” que todos os portugueses conhecem.
Já com o actual governo PSD/PP a intervenção do Ministério das Finanças passou a ter outra objectividade (embora possa discordar-se de alguns critérios nomeadamente quanto ao investimento), tanto por Manuela Ferreira Leite como por Bagão Félix. Acima de tudo estão agora as contas certas, sabe-se o que existe e não o que poderá a vir ser conseguido. A ex-ministra Manuela Ferreira Leite encetou uma mudança quase total nas contas públicas, disciplinou as despesas da função pública e conseguiu cumprir com o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), quando outros ministros das Finanças de países com outro poder económico e financeiro não conseguiram cumprir com acordo estabelecido com a Comissão Europeia, em especial a Alemanha e a França.
Por esta atitude de governação, de falar verdade e cumprir com as propostas feitas anteriormente, colocando sempre a estabilidade e a sustentabilidade do País em primeiro lugar, o governo e os ministros do PSD/PP têm sido mimoseados com críticas nada honestas por parte da oposição. Falar verdade em Portugal, sobretudo em nível político não custa nada, o que custa é ver ex-governantes socialistas não quererem aceitar a verdade.
Na Região Autónoma da Madeira, um dos grandes trunfos para o sucesso alcançado tem sido sempre a política de falar verdade. Nunca nenhum programa do Governo deixou de ser cumprido porque nunca foi usada a demagogia eleitoralista. O programa do Governo já publicamente apresentado pelo PSD para o quadriénio de 2004-2008 não foge à regra do falar verdade.

segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Revolução Democrática na Madeira

Em menos de três décadas a Madeira passou das Regiões mais pobres e atrasadas de Portugal para uma situação invejável, tornando-se numa das Regiões mais prósperas e de maior progresso na Europa. Isto quer dizer, claramente e sem pieguices partidárias que os verdadeiros desígnios da revolução de Abril, teve na Madeira a sua expressão máxima pois foi aqui que se realizou a verdadeira revolução democrática. O resultado da revolução no Continente fica muito aquém do que proclamam os políticos, os partidos e governos. Para aplicarmos uma linguagem mais simples, o desenvolvimento registado na Madeira subiu do quase zero para 80 enquanto no Continente terá subido dos 30 para os 50.
A evolução na Madeira não aconteceu por acaso mas sim porque a democracia foi exercida no seu verdadeiro objectivo. Para a dita esquerda (cujos líderes constituem uma verdadeira elite esquerda “champangne”), democracia é sinónimo de alternativa governativa. Nada mais errado. A democracia resulta da soberania popular, sem qualquer discriminação, pela influência do povo na governação pública. A democracia fundamenta-se no consentimento dos governados e na vontade popular sendo que este consentimento é o fundamento da legitimidade dos poderes constituídos.
Em suma é a pura democracia que se vem realizando na Madeira e tem sido neste clima que a soberania popular e os governos vêm comprindo a verdadeira revolução de Abril sem quaisquer complexos.
Até naquelas áreas onde a pobreza chegava a ser extrema, como na agricultura a Madeira realizou a verdadeira e única revolução agrária que o País conheceu. A colónia, (situação de contornos puramente feudais), altamente penalizadora para o agricultor, foi extinta sem grandes aparatos pois foram criadas as condições, no quadro legal para tal estabelecido, para que senhorios e colonos encontrassem as condições para as necessárias remissões num clima de paz e consenso quase absoluto.
O que se passou no Continente foi a antítese pois no Alentejo a propalada reforma agrária não passou de ocupações, algumas de contornos selváticos, com a expulsão dos legítimos proprietários, conduzindo em pouco tempo á desertificação dos terrenos e ao aumento da miséria de milhares de portugueses que acreditaram nas falsas promessas dos comunistas e socialistas.
Hoje, passados trinta anos da revolução, muitas dessas terras, de montes alentejanos, pertencem à classe dos tais comunistas e socialistas que prometeram a terra a quem trabalha.
As actuais e futuras gerações não podem ser levadas na ilusão de não terem sido esclarecidas sobre o mal que fez a esquerda em Portugal. É necessário que saibam as razões que levaram a esquerda mais radical a opor-se á adesão de Portugal à União
Europeia, que a esquerda destruiu a agricultura e a pecuária no Continente e por isso os
Portugueses são obrigados a comprar produtos importados. É necessário que saibam que foi a esquerda que colocou Portugal à beira da bancarrota e que conduziu à destruição das indústrias e da economia.
A comemoração dos 30 anos da Revolução de Abril deverá despertar o interesse das novas gerações a interrogar-se das razões porque foi possível na Região Autónoma da Madeira realizar-se os objectivos da revolução expressos no nível do desenvolvimento global realizado que é aplaudido por toda a comunidade europeia e internacional.

quinta-feira, 16 de setembro de 2004

Eleição do Presidente

Estamos à beira das eleições regionais que vão eleger o próximo presidente do Governo Regional da Madeira para o quadriénio 2004-2008. Os candidatos estão há muito anunciados: Alberto João Jardim (PSD), Edgar Silva (Partido Comunista escondido na sigla CDU), Paulo Martins (Partidos comunistas de extrema esquerda escondidos na sigla BE), José Manuel Rodrigues (PP) e Jacinto Serrão (líder de uma das muitas facções do PS).
Os eleitores madeirenses não têm dúvidas sobre a prática política dos candidatos, dos seus currículos a nível regional, nacional e internacional, do que fizeram e prometem fazer pela Madeira e Porto Santo.
Hesitar na escolha de qual o melhor dos candidatos para ser eleito presidente do Governo Regional é não acreditar nas suas próprias capacidades mentais. A única plausível justificação para votar num outro candidato que não seja no Dr. Alberto João Jardim é ser fiel militante de um partido que não o PSD, ou porque usa, e ainda bem, o direito de
liberdade que a democracia ainda concede a todos os eleitores
Nem se põe a questão de legitimidade de todos os candidatos quererem ser presidentes do Governo Regional, porque ambição é algo que todo o ser humano deve ter, mas o que está em apreciação é a capacidade de cada um dos candidatos para governar, uma vez eleito.
Nas eleições regionais, para além da eleição de deputados para a Assembleia Legislativa, o que está verdadeiramente em causa é a eleição do presidente do Governo e não a questão de ter mais um ou dois deputados na Assembleia. É um cargo de enorme responsabilidade para a governação da Região Autónoma da Madeira como tem sido todos estes anos, desde o primeiro acto eleitoral. O extraordinário desenvolvimento da Região Autónoma tem sido alcançado pela forma como o Dr. Alberto João Jardim tem conduzido os vários governos e pelos sólidos apoios das bases do PSD e da população em geral.
Os candidatos apresentados pelos partidos da oposição, para além de não terem significativo apoio dos eleitores, revelam ainda fraquezas flagrantes para que possam vir a exercer o cargo de presidente do governo da Região. O querer e desejar de cada candidato não devem ser postos em causa, mas quando se trata de votar para presidente do governo hà que ter atenção ao grau de exigência e qualificação que a missão exige.
Não pode a Região Autónoma da Madeira ter ambições europeias com candidatos de escalões inferiores. Usando a linguagem do futebol, o candidato do PSD compete a nível da super liga, da alta competição, com capacidade de jogar e ganhar em qualquer campo, enquanto que os candidatos da CDU, PP, BE e PS, apenas militam nas divisões inferiores e
não demonstram capacidade para competirem a nível nacional ou internacional.
No próximo acto eleitoral de Outubro todo o Madeirense e Portosantense responsável é chamado a cumprir com o dever cívico de votar, pois a abstenção é a maior inimiga da democracia.

quinta-feira, 9 de setembro de 2004

Os servos da República

Eu também se estivesse na Madeira a mando do poder da República e movido por interesses (que ainda terei que ocultar), não cederia aos interesses da Assembleia Regional nem do Governo da Região Autónoma. Procederia tal como têm vindo a proceder (alguns) mobilizados do poder da República para a Madeira.
À boa maneira do colonialismo, do mando e posso, assumia as minhas funções como chefe de “tabanca”que obedece cegamente ao poder por quem foi nomeado, mesmo que soubesse que podia, mesmo sem ter poder próprio, proceder de outra maneira.
Os chefes da República mandavam fazer e eu fazia. Bem ou mal, eu cumpria as ordens. Estivesse no palácio ou no castelo, em terra ou no mar.
Tinha as costas largas, estava protegido pelos patrões e, a única coisa que eu não podia nunca falhar, era a de tomar posições sem antes informar os meus chefes em Lisboa.
Assim, restava-me tempo para gozar à brava, pôr ao corrente os meus chefes do que se ia passando e ainda botar umas bocas autoritárias para verem que eu não só não cedia, mesmo que me chamassem de bronco e arrogante. À custa das ordens do poder da metrópole dava-me ao luxo de beneficiar das boas mordomias que os servos do poder sempre beneficiam.
Os tempos agitados, em terra ou no mar, seriam para mim, servo do poder da República, uma forma de diversão, de dormir uma soneca no castelo ou a bordo de uma qualquer jangada. Os poderes regionais, o partido que estivesse no poder ou uma FAMA pronta a intervir e a denunciar arrogâncias e a determinação do ilhéu em viver de acordo com os seus sentimentos autonómicos, não me tiraria nunca o sono.
Ora bem, com a protecção dos meus chefes da República e seguro do meu posto de sentinela, com um bom salário e uns privilégios de fazer inveja, estava-me nas tintas para as acusações e ameaças que os da ilha me fizessem. No meu “poleiro” mando eu, puxo dos galões e zás. Aqui mandava eu, mobilizado pela República. Aqui sabia o que fazia e quem estivesse mal que se queixasse aos meus chefes. Estava-me nas tintas para o poder ilhéu eleito por voto secreto e democraticamente.
Portugal nunca poderá deixar de figurar no mapa de além mar. É dos poucos países da União Europeia a ter uma património de ilhas, com um povo submetido às leis da República e que eu nem os conhecia, nem os conheço, nem os quero conhecer. Afinal são ilhéus, não têm fronteiras terrestres. Para terem qualquer coisa têm que trabalhar três vezes mais que os continentais, estão rodeados de mar, e cá no castelo nada falta.




Da República, pedem-me para fazer assim e eu faço. Não preciso do SIS para pôr ao corrente o chefe do que se vai passando por este minúsculo pedaço de Portugal. Eles sabem tudo, hora a hora, sabem que podem contar com os serviços mobilizados para a ilha. Até dizia, e com inteira justiça, que esta última parcela do colonialismo português foi uma boa aposta para pôr a velhice a fazer o seu pé-de-meia e ir para a reforma com uma mesada bem recheada.
Isto não é Macau, onde se conseguia uma maior e mais fácil riqueza, mas é uma ilha cativante, com um povo obediente, de bom trato, mas que se está nas tintas para os políticos e governantes continentais ignorantes quanto às questões autonómicas.
Pois é, falo assim porque os tempos do agir antes de falar já lá vão. Soube de servos continentais que o povo os obrigou a regressar apressadamente à República. Soube de uns que foram postos inclusive à porta do avião, com ordens para nem olhar para trás. Há 28/30 anos a ilha estava em ebulição, o povo não ia em cantilenas, nem obedecia às ordens dos residentes quer em castelos ou palácios. Se eu mandasse à ordem dos chefes da República não cedia um milímetro. Ia mandar, mandar, mandar, impor os meus galões por tudo e por nada. Era uma maneira de me vingar por na metrópole nada poder fazer por existirem já “grandes-chefes”a mais.
Aqui, sou um rei! Faço, mando e posso. Bela reforma espera por mim!

quinta-feira, 2 de setembro de 2004

Malta e Madeira na vida europeia

Os governos centrais de Portugal sempre relegaram para um segundo plano os territórios e os portugueses situados fora do rectângulo continental europeu. É bem de ver o que se passou com os territórios de além mar, na Ásia, África, América do Sul e com as ilhas Adjacentes. A luta pela independência não nasceu por caprichos ou ambições desmedidas mas por motivos que o governo central, em Lisboa, olvidava de forma sistemática, grosseira e prepotente.
Os povos portugueses africanos, os que melhor conhecemos, tinham, regra geral, um bom relacionamento de amizade com os “brancos” que lá viviam. A revolução não era coisa de antipatia “preto-branco ou vice-versa”, era sim contra a discriminação que o governo central português imponha. O racismo que alguém tentou argumentar como causa para a guerra pela independência dos povos africanos é o mesmo (racismo) que sempre existiu dos madeirenses e açorianos para com o governo central: o tratamento desigual entre continentais e ilhéus.
Pelo percurso histórico vê-se lógica e claramente que a Madeira não é bem vista pelos sucessivos governos da República, por certas forças políticas que estão em Lisboa. Eles nascem e caminham por vias que lhes dão todos os acessos, exceptuando algumas aldeias também esquecidas no interior continental, ao passo que os madeirenses têm que viver na ilha e sem avenidas para o exterior, que não seja o avião com os custos elevados. Temos a barreira do mar, os continentais já nem fronteiras têm na passagem para outros países da União Europeia.
Nem os governos centrais nem os políticos que estiveram directamente responsáveis pela independência dos territórios portugueses em África alguma vez esclareceram o porquê de terem mantido a Madeira e os Açores sob a soberania portuguesa, quando deram a independência a ilhas com maiores dificuldades para viverem como país. Falamos de São Tomé e Príncipe, bem como de Cabo Verde. Timor é outro exemplo, ainda que tenha chegado à independência por meios muito sacrificadores.
É de admitir que um dia caminhar-se-á para a independência da Madeira, de uma forma pacífica e perfeitamente legitimada. A consulta do mapa actual da União Europeia mais reforça esta ideia, vista à luz da evolução da Europa e do mundo.
A abordagem desta questão suscita, quase sempre, as mais variadas controvérsias. Alguns invocam questões históricas (por vezes convém olhar para o próprio umbigo), rácicas, ideológicas e outras (sempre à mão e do modo que mais convém). Na tese de alguns, certamente que os Estados Unidos da América, não seria ainda um país independente e soberano.


A ilha de Malta, que ascendeu à independência a 8 de Setembro de 1964 (há 40 anos), é hoje um Estado-membro da União Europeia com direitos e deveres iguais aos que são exigidos a Portugal, Alemanha, Reino Unido, enfim, a todos os restantes 24 países comunitários.
Malta, que tem um território e um PIB muito idêntico ao da Madeira, está a sentar-se à mesa da “primeira divisão europeia”, a negociar e a apresentar os seus projectos directamente à Comissão Europeia e a outras instâncias comunitárias, tirando todo o melhor proveito possível para o seu desenvolvimento. Preconiza-se obviamente que a Ilha da Malta venha a obter apoios da UE substancialmente superiores aos que a Ilha da Madeira recebeu até hoje com tendência para vir a receber ainda menos a partir do próximo Quadro Comunitário de Apoio.
O governo madeirense não pode negociar directamente com Bruxelas, tudo tem que passar pelo governo central, com todos os atrasos, interesses e desinteresses que possam surgir, cujo empenho pelos objectivos pretendidos pela região são sempre difíceis de confirmar. Não é duvidar, mas nestas como noutras situações manda a prudência que façamos como São Tomé “ver para crer”. Com o governo maltês esta “dúvida” não existe e o poder reivindicativo é extremamente mais forte e mais recompensador.
Claro é que a Madeira enquanto for uma região de Portugal não vai ter assento às reuniões destinadas apenas aos Estados-membros, como passou a ter a ilha de Malta, a partir de 1 de Maio último, ficando a nossa região prejudicada, por muitos esforços que o governo central possa fazer.
Quando as coisas chegam a um determinado patamar há que questionar. Não se trata apenas de incompatibilidades a qualquer grau ou de deixar de ser ou não português. Estamos é perante uma realidade concreta. O governo central beneficia de determinados apoios comunitários por que tem ilhas, mas a Madeira não beneficia pelo facto se pertencer a um país com território continental. O governo da República reivindica e tem mais poderes junto da União Europeia porque apresenta as ilhas que tem no Atlântico.
Quando Portugal não pertencia à UE, a situação era bem diferente. Até 1 de Janeiro de 1986 (data da adesão) o país não tinha os direitos e deveres que passou a ter. Passados todos estes anos, e porque o alargamento da Comunidade Europeia apresenta-se como um processo irreversível, a manter-se a situação da Madeira, vai fazer com que haja uma perda de significativos apoios comunitários para o desenvolvimento regional.
Será que numa Europa imparável, faz assim tanto sentido deixar-se a Madeira de fora dos relações directas com a UE, ser seriamente prejudicada, só porque não é um Estado-membro? Terá Portugal no futuro condições para dar à Madeira aquilo que a UE garantidamente pode dar? Siga-se com atenção o que irá passar-se com a Ilha da Malta, nos próximos anos, para vermos as diferenças com a Ilha da Madeira. Hoje muito iguais, amanhã...

sexta-feira, 27 de agosto de 2004

Madeira no futebol nacional e europeu

Começa este fim de semana o campeonato de futebol profissional, época 2004/2005. Não pretendemos, através deste artigo, fazer considerações sobre o momento actual da modalidade, dos nossos clubes e equipas, visto que haverá quem esteja mais proficientemente habilitado para proferir ou escrever sobre está área desportiva. Mas também é certo que a nossa experiência como dirigente, durante muitos anos, permite falar e escrever com algum acerto sobre o futebol profissional, em particular, e do desporto em geral.
A Madeira com dois clubes na I Liga (já teve três na I divisão: Marítimo, União e Nacional), ambos com direito a participar na Taça UEFA, tem assegurada uma promoção nacional e internacional nunca dantes conseguida. Até a presente época, apenas uma equipa madeirense (Marítimo) tinha estado na citada prova europeia onde participam alguns dos maiores clubes europeus e mundiais.
A jogar na I Liga, os clubes têm diariamente os jornais-diários mais lidos do país – os desportivos - a noticiar sobre tudo quanto gira à volta da equipa, desde treinadores, jogadores, departamento clínico, treinos, uma informação que apenas o futebol profissional cativa e atrai leitores. E a notícia, regra geral, vem associada à região no seu todo: “Marítimo do Funchal” e “Nacional da Madeira”. Com a participação na Taça UEFA, a notícia passa a ocupar também espaços nos jornais-desportivos europeus, também estes dos mais lidos em países como Espanha, França, Itália, Holanda, Alemanha e muitos outros. O linguajar futebolístico é quotidiano e igual em todos os países.
Claro que a imprensa, tal como a televisão e a rádio, tem uma quota de grande responsabilidade sobre a força que o futebol tem na sociedade. Os três éfes – Futebol, Fátima e Fado – que se diz terem sido politizados pelo Estado Novo, sobre a liderança de Oliveira Salazar, continua a ter especial relevo no nosso país.
Talvez tenha até crescido o entusiasmo pelo futebol em Portugal, bastando para tanto ver os muitos milhares de jovens, de ambos os sexos, e mulheres, a assistir entusiasticamente aos jogos em todos os estádios do país. Uma onda de juventude tão ampla atraída pelo futebol é um fenómeno relativamente recente no nosso país.
O futebol pode não ter uma oração gramatical por excelência, descuidar-se do verbo, expressar-se por uma profusão de estilos, umas tantas palavras pré-elaboradas, com perguntas e respostas quase sempre na mesma linha de exercício mental, como se fosse proibido abordar o jogo por outras nomenclaturas, mas é rico e criativo a todo o momento, em todas os lugares, perante todas as pessoas.
É extraordinariamente do maior interesse conhecermos a opinião de um continental do Algarve, de Lisboa ou do Porto, que nunca veio à Madeira e apenas conhece a ilha pelo mapa e pelas notícias do futebol, falar do Marítimo, do Nacional, do União, de todos os clubes madeirenses que andam nas competições nacionais. Mais curioso ainda é ouvir um estrangeiro a falar da Madeira através de uma notícia sobre o futebol e de um clube da região.





Conheço alguns estrangeiros, particularmente brasileiros, que vieram à Madeira devido ao futebol. Cristiano Ronaldo, a jogar no Manchester United, por via da sua participação no futebol inglês, já motivou a vinda à Madeira de algumas “equipas” de jornalistas dos jornais desportivos mais lidos na Grã-Bretanha. Alguns cidadãos ingleses estiveram neste verão a passar férias na região pela curiosidade de quererem conhecer a ilha onde nasceu Ronaldo.
O futebol tem um “estatuto social” e uma comunicação que condensa muito mais vida comunicativa daquela que apresenta à primeira vista. A finalidade de um jogo de futebol vai muito para além das leis do jogo, das crónicas, reportagens, entrevistas e tudo quanto está perto e longe de cada desafio. A arte de jogar não é a mesma da arte da palavra. Há sempre uma inteligível meta como há ininteligíveis abstracções futebolísticas.
Os nossos dois clubes na I Liga (Marítimo e Nacional) contam com um indispensável apoio do governo Regional. O mesmo acontece com todos os clubes madeirenses que participam nas outras divisões nacionais. Dificilmente podem discutir o título de campeão ao lado de clubes com orçamentos dez vezes ou mais, aos dos clubes da região, mas tem havido uma prática de afirmação que muito honra a Região Autónoma.
Entre muitas e boas razões, os clubes da Madeira têm sido inigualáveis promotores da região e do país. Deseja-se que também consigam todas as metas para a época que agora começa.

quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Cartazes políticos da oposição não convencem

O futuro da Madeira está a ser construído desde as primeiras eleições para o Parlamento Madeirense, desde o primeiro governo social democrata, a um ritmo que toda a oposição não consegue acompanhar. Este desenvolvimento não se vê nos cartazes políticas, nos comícios nem nas frases repetidas. Vê-se nos programas do partido que governa, nas obras executadas, nos projectos dados a conhecer e numa autonomia inacabada e sempre renovada


À parte os que contêm a mensagem substantiva, do projecto anunciado e da obra feita, os cartazes não convencem, não têm sedução. Olhando para trás, o que ficou ou que resta dos cartazes das últimas eleições regionais? Que ficou das imagens e das frases apresentadas? Auto-promação pessoal como a que se verificou nas recentes eleições para o Parlamento Europeu, com enormes cartazes como se a senhora xis fosse figura destacada da política ou o senhor ípsilon figura de relevo. Não será isto uma auto-promoção, vaidade, um aproveitamento partidário absurdo?
O Funchal volta a ficar cheio de cartazes políticos à medida que se aproxima o dia 17 de Outubro, data das eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira. Há cartazes e cartazes. Uns com frases e imagens bem conseguidas, outros tentando vender a imagem laboratorialmente elaborada e com frases de ostentação para o bem e para o mal.
Convínhamos que os cartazes também já despertaram maior atenção que agora, talvez porque já não são novidade e porque as pessoas já conhecem bem quem é quem. Há um antigo ditado chinês que diz: “Nada do que está escrito no papel vale o papel em que está escrito”. A do “futuro é nosso” é um plágio do tamanho do mundo, pois sempre assim disse e pensou toda a humanidade desde os tempos mais remotos.
Cada um sabe que o futuro, enquanto ser humano lhe pertence e seria mau confiar o nosso destino a quem foi pouco mais que figura de cartaz de um partido que nunca ganhou eleições em Portugal, tanto no Continente, como nos Açores e muito menos na Madeira.. O CDS/PP devia rever o seu posicionamento na política sobretudo nas campanhas eleitorais.
Depois, há uma má-consciência dos socialistas sobre como se resolvem os “problemas”. O cartaz como é apresentado, a bem dizer, de uma forma imprópria, contraria o que tem sido na prática o comportamento do PS na Região. Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu fiquei com a convicção que quem ganhou um lugar de eurodeputado foi o Dr. Emanuel Jardim Fernandes e não o Partido Socialista. Já a vitória do Dr. Sérgio Marques com outros contornos, teve como sempre o alto contributo do PSD, particularmente nos pontos chaves da campanha, apesar das intervenções sensatas do candidato social-democrata.
Não tenho dúvidas que o Dr. Emanuel Jardim Fernandes recebeu muitos mais votos do que receberia outro candidato que o PS viesse a apresentar. A mediania socialista na Região, por motivos diversos, está muito aquém da imagem pública e política construída pelo seu antigo líder.
Dos cartazes dos partidos de esquerda mais radical os slogans repetem-se. Persiste aquela mania do beco com ervas, dos buracos na estrada, do amedrontamento e do medo, da falta de água em casas construídas clandestinamente, heranças de uma doutrina ideológica que empobreceu a Europa do Leste, destruiu países onde vivem milhões de pessoas nos limites mínimos da sobrevivência e que hoje estão de mãos levantadas para o céu a pedir que os seus países consigam entrar na Europa comunitária e democrática, onde há o respeito pela igualdade e pelos valores.
Os governos comunistas, ao contrário do que sempre afirmaram, actuam por forma a manter os cidadãos na escuridão, sobrevalorizados artificialmente, deixando as pessoas à mercê das suas imposições, na extrema dependência das entidades governamentais.
Cuba de Fidel de Castro é uma “imagem cruel” do comunismo. O turismo em Cuba é uma fachada controlada. O poder tem tudo sobre vigilância e os cubanos ficam mudos sempre que algum turista manifeste desejo em conhecer a realidade social cubana. Os comunistas portugueses são “amantes” da política de Fidel, como de outros ditadores que espezinham populações indefesas. Todos os dias há cubanos a tentar fugir para outros países, para a liberdade.
Os cartazes políticos que vejo pela cidade do Funchal e noutros locais da Região Autónoma não vão dar votos a quem nunca mostrou qualidade suficiente para ser governo. O radicalismo e a embirração contra o desenvolvimento vão continuar a ser as grandes bandeiras da oposição, por muitos comícios, cartazes e frases feitas.
Hoje, quando vejo cartazes de partidos de esquerda (ou células comunistas) no Funchal vejo a desilusão de milhões de russos, cubanos, ucranianos, búlgaros e tentos outros povos foram arrastados para a miséria, pelo comunismo. Não vejo uma direita com horizontes de futuro (ao contrário do que diz o cartaz do PP), e muito mais apagado vejo um PS preso a códigos casmurros e atormentadores. Os dois últimos líderes nacionais do PS abandonaram a liderança do partido, fugiram por causas que os próprios criaram, um dos quais quando ainda era primeiro- ministro.
O futuro da Madeira está a ser construído desde as primeiras eleições para o Parlamento Madeirense, desde o primeiro governo social-democrata, a um ritmo que toda a oposição não consegue acompanhar. Este desenvolvimento não se vê nos cartazes políticas, nos comícios nem nas frases repetidas. Vê-se nos programas do partido que governa, nas obras executadas, nos projectos dados a conhecer e numa autonomia inacabada e sempre renovada.

quinta-feira, 12 de agosto de 2004

O progresso é uma luta constante

Esta lógica de pensarmos que todos vêem e pensam iguais factos evidentes, como um jogo de futebol, é uma maçada e uma trêta. Há uns que vêem no retrocesso o progresso e outros que no progresso vêem o retrocesso. Acreditamos que nas grandes causas pouco ou nada haverá por descobrir mas não deixamos de reconhecer que nem tudo está feito e poucos ou nenhuns sabem tudo.
A nossa estupefacção é vermos “miúdos” e “apanhadores de boleias” a tratar os adultos e profissionais como se soubessem o que, ao longo da vida, aprenderam os mais velhos, mais experientes e conhecedores dos meandros da vida. A vida dá-nos também lições de alguma malandrice.
O progresso parte sempre do presente para o futuro, renova-se a todo o instante, e pede sabedoria e inteligência a quem assume determinadas funções de liderança e poder, seja na vida pública ou privada. Não é nada que se consiga de um momento para outro, espontaneamente. Dá-me gozo ver e ouvir alguns sabichões feitos à pressa, ainda com o formato de aviário na cabeça, a tentarem dar lições sobre matérias que ainda pouco conhecem, a começar pela incapacidade que têm em fazer uma comparação realística entre a Madeira do passado e a Madeira do presente.
Ainda bem que estão convencidos que como pensam é que está certo. Assim ficamos todos a saber das suas incapacidades para assumirem qualquer tipo de liderança. Ainda não têm maturidade, nem conhecimento da vida para verem as diferenças entre a Madeira velha e a Madeira Nova, nem conseguem ver que a comunização actua como um sorriso cativante, uma droga viciante, e depois deixa os consumidores a delirar sobre coisas fantásticas, sonhos maravilhosos, até que, quando acordam atordoados, nem sempre sabem por onde andaram.
Sempre entendi que ser inteligente é saber primeiro, com todos os fundamentos adquiridos, antes de emitir qualquer opinião. Como também nunca acreditei em jornalismo independente, nem em presidente militante de um partido que actue imparcialmente, nem em guerras sem feridos e mortes. As coisas estão claras e não venham dizer que tudo aconteçe normalmente.
Há dias, na biblioteca, pus-me a reler algumas peças de determinados autores na colecção de diários com datas de anos atrás. De lá até cá, pelo que escreveram antes e escrevem agora deram um grande salto no progresso do retrocesso. Ficaram parados no tempo, ou melhor, passaram a defender as ideias do retrocesso, valendo-se da instituição a que pertencem e nada mais. Uma vez deixando de fazer parte da instituição passam ao anonimato como se nunca tivessem existido. O mundo está cheio de exemplos.

quinta-feira, 5 de agosto de 2004

Cartazes da auto-promoção

Não é justo que, a coberto de uma sigla partidária, andem por ai uns tantos oportunistas (de ambos os sexos) a sujar nomes, a denegrir a imagem da Madeira e a defender causas que sabem de antemão não terem qualquer interesse como bem para o futuro.





Sempre que se aproxima da data dos actos eleitorais há pessoas que ficam nervosas, principalmente os porta-vozes dos partidos da oposição. Recorrem a todas as artimanhas possíveis e imaginárias para terem o “direito” a tempo de antena. Aparecem quase sempre sós ou em pequenos grupos, junto a uma absurda e pretensa calamidade e toca bater forte e feio no governo e nos governantes.
Só não percebo é como pode a Comunicação Social (CS) andar a reboque destas calamidades partidárias. Se a CS acha que a oposição tem direito a tempo de antena (como nós achamos que tem) devia, sem interferências de espécie alguma e de forma imparcial, exigir alguma qualidade nas intervenções que os porta-vozes da oposição entendem fazer.
Porque roça o escândalo ouvir representantes dalguns partidos da oposição fazerem afirmações completamente desconexas, infundadas, sem terem o mínimo cuidado de saberem o porquê das coisas, o estado das coisas e apresentarem soluções para as coisas que vão passando para os jornais, para as rádios e para a televisão. Ouvir um analfabeto falar do analfabetismo é escandaloso, como escandaloso é ouvir um letrado falar daquilo que não sabe. Nem me parece, em muitos casos, que tenham consciência do que estão a dizer.
Aceito plenamente que a liberdade de expressão, quando contida nas regras do respeito, seja um direito que a todos assiste. Aceito que a política não é propriedade de ninguém em particular mas um direito de todos. Porém, já não aceito ver pessoas que aparecem na Comunicação Social sem saberem o que estão a dizer, armados em defensores dos pobres e dos desprotegidos, quando, muitos deles, alguns que eu bem conheço, fazem uma vida de aparências, de todos os confortos. Não é justo que, a coberto de uma sigla partidária, andem por ai uns tantos oportunistas (de ambos os sexos) a sujar nomes, a denegrir a imagem da Madeira e a defender causas que sabem de antemão não terem qualquer interesse como bem para o futuro.
As eleições fazem subir a febre a muita gente, leva-os a disparar em todas as direcções, de uma forma por vezes quase que de tiro ao alvo, a ver se acerta, como se o mais importante fosse o dizer mal por dizer mal. Não gosto desta partidarização da democracia barata, nem destes “cavalos à solta”, galgando a torto e a direito, como se fossem os defensores da Pátria.
Claro que têm audiência e tornam-se conhecidos porque a CS lhes dá cobertura. Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu chegou-se a assistir a um gritante abuso e uso da Comunicação Social por um pseudo político. Candidato por um partido com ténues raízes nos Açores, conseguiu na Madeira colocar à sua frente televisão, jornais e rádios, usufruir do tempo de antena como qualquer outro candidato, fazer figura de político. Só depois de algumas sessões de auto-promoção é que a CS se apercebeu do logro em que tinha caído e partir de então cortaram-lhe o pio. O candidato desapareceu, até hoje!
Só neste país, onde se torna urgente rever e reformar a legislação eleitoral, é possível assistir-se, em cada acto eleitoral, partidos e figuras que em actos anteriores deixaram bem explicito que não representam percentagem suficiente e credível de eleitores, a terem, na generalidade dos meios de CS o mesmo tipo de atenções que os verdadeiros partidos, aqueles que representam a esmagadora maioria dos eleitores.
Mas há outros papagaios que andam na política há muitos mais anos, que assumem-se como alternativa à presidência do governo, e que nunca fizeram nada de concreto nem apresentaram projecto credível para que o eleitorado possa ler, entender e comparar com os outros programas. Como não constituem alternativa, nem têm bases sólidas para assumirem seja o que for na política e na governação, acabam sempre por levar a resposta adequado dos eleitores.
Depois vêm queixar-se que o eleitorado madeirense não está instruído, que não sabe votar, dando uma de estupidez aos eleitores. Vêm com cartazes com frase do género “acredito nos madeirenses”, quando é precisamente ao contrário, a maioria dos madeirenses é que não acredita nas propostas socialistas. Os populares com o cartaz “o futuro a nós pertence”, outra aberração e plágio universal. Não estarão os partidos que fizeram estes cartazes a gozar dos eleitores madeirenses?

quinta-feira, 29 de julho de 2004

O prestígio europeu

Numa sociedade evoluída ou em desenvolvimento é uma desordem mental para os comunistas. Têm ou dizem ter uma vocação para proteger os pobres, os desgraçados, os sem abrigo, porque é no nível mais baixo da sociedade que os comunistas conseguem passar a sua mensagem.




A rejeição da esquerda comunista, na Assembleia da República, a um voto de congratulação a Durão Barroso por ter sido eleito para presidente da Comissão Europeia mostrou um pouco aquilo a que genericamente se designa “falta de chá”. Quem não consegue discernir e destrinçar as diferentes situações, sobretudo na área política, dificilmente terá consciência para ver a cada momento o que se está a passar.
Mas mais do que eu, houve quem ficasse surpreendido pela atitude dos deputados da esquerda. Esquecem-se (ou desconhecem) que a esquerda sempre votou contra à adesão de Portugal à Comunidade Europeia e vão continuar a votar contra por uma razão unicamente de prisão ideológica e política. Uma sociedade que evolui, que passa a ter uma melhor qualidade de vida, que deixou de ter estradas enlameadas e empedradas para passar a ter as vias rápidas, é uma doença para os comunistas.
Numa sociedade evoluída ou em desenvolvimento é uma desordem mental para os comunistas. Têm ou dizem ter uma vocação para proteger os pobres, os desgraçados, os sem abrigo, porque é no nível mais baixo da sociedade que os comunistas conseguem passar a sua mensagem.
Uma sociedade pobre aceita tudo como de bom porque desconhece o outro lado da sociedade, mesmo que não haja muros de Berlim ou fuzilamentos cubanos. A chegada até nós de cidadãos no leste da Europa dá-nos para ver o miserabilismo que viveram durante o paraíso do comunismo.
Em Cuba, a bufaria política está presente em todos os cantos, as perseguições são feitas à queima roupa e há milhares de cubanos presos sem saberem porquê. O regime político totalitário de Salazar que governou Portugal durante 48 anos, foi uma “amêndoa doce”, quando comparado com o sinistro regime politico de Fidel Castro. Dai que as posições dos comunistas portugueses, sobre o totalitarismo, liberdade e democracia, não passam de um rol de promessas aos mais pobres. E quando não há pobres têm de os inventar.
Opor-se à atribuição de um voto de congratulação ao ex-primeiro Ministro, eleito presidente da Comissão Europeia, é uma psicose doentia. Mais ainda quando muitos kamaradas europeus votaram e aplaudiram Durão Barroso.
Esta oposição já não é propriamente ideológica mas de contradição que tem a ver com os princípios de uma doutrina que já não funciona nem tem opor onde funcionar, a não ser nos tais países pobres onde os cidadãos estão impedidos de terem acesso ao conhecimento e à evolução.
Tirando os comunistas, não tenho dúvidas que os portugueses sentem orgulho por terem Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia. Foi indigitado e foi eleito por uma maioria. Está no cargo por mérito próprio, pelo reconhecimento que lhe foi dado pelas governos e representantes dos países mais evoluídos da Europa.
O odioso que os comunistas pretendiam lançar sobre a sua eleição e que agora tentam por em causa a legitimidade e competência do actual governo liderado por Santana Lopes, vem sempre a reboque do tal princípio do fracasso político em que há muito caiu a esquerda.
O aproximar das próximas eleições regionais (17 de Outubro) começa a ser outro fundo político para a oposição. Todos juntos contra o PSD. Juntos porque se sentem impossibilitados de apresentar politicas e candidatos alternativas à liderança impar do dr. Alberto João Jardim e por que tambèm sabem que o eleitorado madeirense não se revê nas velhas ideologias comunistas, no socialismo do oportunismo nem nas andanças instáveis dos populares dos centristas. Todos juntos para nada!. A não ser para juntarem os cacos que vão ficando pelo caminho, no leste, no oriente, na ultrapassada comunidade comunista e na velha burguesia irreconhecível.

quinta-feira, 22 de julho de 2004

Ciclos da pequena-grande Região

Os novos ciclos políticos na Madeira sempre tem sido feitos pelo PSD, cujas mudanças por vezes têm sido bastante profundas e nalguns casos até radicais.
As alternativas, as dinâmicas, as políticas de desenvolvimento, as inovações a todos os níveis têm sido feitas pelo PSD. Em quase 30 anos de democracia não se conhece um programa de governo da oposição que merecesse credibilidade por parte dos madeirenses. Criticam mas não apresentam alternativas, acusam mas não justificam, prometem mas não cumprem.



O PSD continua a não precisar de fazer coligações para ser maioria na Madeira. Nem tem o Dr. Alberto João Jardim necessidade de ceder percentagens quaisquer para manter-se na presidência do Governo Regional. O eleitorado madeirense dá lições na hora de votar em liberdade e conhece bem quem merece ser eleito. As coligações PSD/PP no Continente e nos Açores são parcialmente uma forma de reconhecimento de alguma fraqueza e de insegurança perante o eleitorado.
O PSD fez de uma pequena região, com cerca de 260 mil habitantes, um caso de invejável sucesso na Europa das muitas regiões de países mais ricos, encetou políticas que fizeram “explodir” a Madeira velha dos senhorios que faziam do povo madeirense seus servos numa Madeira nova das igualdades sociais, económicas e culturais.
A Festa do PSD, domingo, no planalto do Chão da Lagoa, espelha bem o que o PSD fez e continua a fazer pela Madeira e pelos madeirenses. Não são as 40 mil pessoas, ou mais, que lá vão estar, que impressionam ao olhar de quem nunca assisti e que é a maior festa promovida por uma força política em território português. As atenções centram-se no palco e à volta da festa social democrata madeirense, mas toda aquela atmosfera festiva emerge de uma satisfação de cada um pela condução política que o PSD tem encetada com grande sucesso.
A festa do PSD não é mais uma daquelas festas partidárias, com cerca de 800 pessoas (ao que nos disseram), numa pequena quinta do Funchal, para comemorar um aniversário e prestar vassalagem aos líderes dos partidos que vieram de Lisboa. Vieram passear, gozar os ares da ilha e, a coberto dos seus servos na região, debitar uns tantos disparates que a maioria dos madeirenses terá considerando de um qualquer acto de artistas de circo. Os novos ciclos políticos na Madeira sempre tem sido feitos pelo PSD, cujas mudanças por vezes têm sido bastante profundas e nalguns casos até radicais.
As alternativas, as dinâmicas, as políticas de desenvolvimento, as inovações a todos os níveis têm sido feitas pelo PSD. Em quase 30 anos de democracia não se conhece um programa de governo da oposição que merecesse credibilidade por parte dos madeirenses. Criticam mas não apresentam alternativas, acusam mas não justificam, prometem mas não cumprem. O líder nacional do PP deu um tiro nos pés quando veio ao Funchal falar num novo ciclo para a Madeira.
Às vezes, para compreender as movimentações política da oposição, temos que imaginar o que lhes vai na alma! Se a cabeça está ou não separada dos pés, se estão a falar a sério ou a fazer bluff para iludir o eleitorado, acabando por concluir que, na maioria das vezes, mostram não ter nem pés nem cabeça.
Imagino o que lhes vai no ego pelo facto de virem à Madeira, serem recebidos como vedetas políticas no aeroporto, tratados como deuses pela direcção do partido local e subservientemente venerados pelos fiéis filiados, conduzidos em viaturas por doutores e figuras gradas do partido na região, do aeroporto à quinta no Funchal, tudo à custa do zé povinho (Zé, com letra maiúscula) que anda a falar do futuro sem que alguma vez tenham feito algo de importante no presente e no passado.
O PSD é um caso único de longevidade governamental não só em Portugal como na Europa. A Madeira cresce e cresce, dia a dia, porque as políticas são as mais correctas, os investimentos são os mais acertados, o desenvolvimento é o mais desejado. Os novos ciclos que o PSD está a dinamizar surpreendem a oposição, deixa-a de rastos, porque muitos deles tinham também obrigações de darem o seu contributo. Pelo contrário, preferem fazer oposição do deita-abaixo, de forma gratuita, completamente diferente da política feita pelo partido que está no poder.
A Festa do PSD no Chão da Lagoa, um “banho de multidão”, fala por si.