quinta-feira, 22 de junho de 2006

Futebol num Portugal pobre

O futebol nunca foi (desde que nos lembramos) usado como tão vil meio de propaganda como é agora reiteradamente feito pelos governos socialistas. O EURO 2004 levou o país a gastar cerca de dois mil milhões de euros, com a construção megalómano de estádios que hoje estão a degradar-se, e de outros emblemas de propaganda gratuita. ( - ) A pobreza do governo socialista confunde-se com as vitórias da selecção no futebol. E com esta estratégia e branqueamento da realidade do país, os portugueses nem dão conta que cerca de 50 por cento não possui qualificação profissional, que as grandes empresas estrangeiras estão a sair de Portugal devido a incapacidade dos nossos governantes.


Afinal os professores, os funcionários públicos, os magistrados, os trabalhadores portugueses em geral têm razão quando se queixam e fazem greves. Questões e problemas inadiáveis são pura e arbitrariamente adiados e impostos. A propaganda tem custos perniciosos e há que dar ao povo aquilo que o povo quer! Nunca Portugal gastou tantos milhões com o futebol como nos últimos anos e sempre com o PS no Governo.
Com efeito, há contrastes que nos deixam bastante magoados, a nós e a todos os portugueses de boa fé. Ontem, num dos primeiros noticiários da rádio, era dada a notícia que Portugal voltou a descer no ranking dos países da União Europeia no que se refere aos salários, qualidade de vida, estabilidade de emprego, no ensino, na saúde e na economia. Até os novos Estados membros da UE já passaram à nossa frente e a Grécia que era o país com o qual fazíamos uma correspondência de ranking já está à nossa frente, em todos os sectores sociais, com uma vantagem cada vez mais destacada.
Não que seja um daqueles portugueses que carregam às costas todo o pessimismo do mundo e que não é capaz de ver saídas para as dificuldades que a vida nos surpreende. Somos pelo optimismo, cremos num futuro melhor, não perdemos energias com factos menores, como temos a noção de que nem todas as vitórias têm sabor doce e que muitas até são bem amargas. Somos adeptos do desporto, em particular do futebol, desde a idade dos calções e das sapatilhas de borracha, somos pelo fomento desportivo como patamar da formação da juventude e de lazer para os mais velhos, como somos crentes, católicos e temos uma certa admiração pelo fado típico português.
Temos, no fundo, a alma da Pátria portuguesa. Respeitando o Hino, a Bandeira, e as Instituições de uma Nação que é das mais antigas do mundo e que construiu epopeias inolvidáveis embora já a alguns séculos atrás.
Custa-nos aceitar que passados 30 anos do “golpe de Estado” que derrubou o Governo do anterior regime, se faça tábua rasa ao que os comunistas e socialistas, bem como todas as facções da política de esquerda, fizeram com agressividade e violência contra o País. Atiraram-se contra o futebol, o fado e Fátima, como causas da pobreza e do analfabetismo do país, da guerra em África por teimosia de Salazar, do lápis azul da censura, da Pide/DGS, da UN/ANP, das vítimas e dos “coitadinhos” que faziam greves nas universidades (quando cerca de 90 % dos jovens portugueses quase não tinham meios para frequentar a primária) e reuniam-se às escondidas embevecidos pela cultura genial que vinha das doutrinárias políticas da URSS e da China de Mao Tsé Tung.
Esta gentinha socialista e comunista, hoje com os seus 50, 60 e mais anos, que se atirava enraivecida contra o futebol, fado e Fátima, são hoje os primeiros a dar pulos de contentes estéricos, a visitarem as casas de fado e a irem ao Santuário de Fátima. Vimos fotos de alguns desses anti-Salazar, anti-futebol, na Alemanha a assistir a jogos da nossa selecção. Como é possível? Que animais racionais são estes?
O futebol nunca foi (desde que nos lembramos) usado como tão vil meio de propaganda como é agora reiteradamente feito pelos governos socialistas. O EURO 2004 levou o país a gastar cerca de dois mil milhões de euros, com a construção megalómano de estádios que hoje estão a degradar-se, e de outros emblemas de propaganda gratuita. Foi o Governo socialista quem deu cobertura ao EURO 2004, que levou o País a gastar milhões, para perder a taça de campeão da Europa para a modesta Grécia, País que se preocupou mais em investir na qualidade de vida da sua população e que, apesar de ainda ser campeã da Europa, em título, não investiu uma terça parte que investiu o governo socialista de Portugal para participar no campeonato do Mundo que está a disputar-se na Alemanha.
A pobreza do governo socialista confunde-se com as vitórias da selecção no futebol. E com esta estratégia e branqueamento da realidade do país, os portugueses nem dão conta que cerca de 50 por cento não possui qualificação profissional, que as grandes empresas estrangeiras estão a sair de Portugal devido a incapacidade dos nossos governantes, que o país está a passar por uma das fases mais nebulosas e que nunca houve tantas greves em simultâneo, nem se apercebem que o governo vai gastar milhões com um novo aeroporto e um combóio de alta velocidade, quando há milhões de portugueses que ainda não têm estrada, luz e telefone em casa. Que o salário mínimo em Portugal é o mais baixo da UE e que milhares de pensionistas recebem entre 20 e 30 mil escudos por mês.
Será que tudo isto (e outras situações porventura mais doentias) não toca nos dirigentes socialistas e comunistas que se atiravam contra o antigo regime por usar e abusar da propaganda feita através do futebol, do fado e de Fátima. Quanto vai gastar o governo com a participação da nossa selecção neste mundial e que dividendos futuros tem assegurados? Ou querem imitar um Brasil campeão do mundo com mais de 80 milhões de brasileiros a viver na pobreza e no limiar da miséria?. Será este o Portugal que os socialistas estão a construir no presente?.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Só falta o Governo entrar em greve...

Quando vemos magistrados, polícias (de todos os ramos) e militares de costas voltadas para o governo, com ameaças e realização de greves, estamos ante um grave problema de governação e de uma má política de condução da estabilidade e segurança do país. Não sabemos se os portugueses entendem bem o que é um país ter a sua polícia em greve, os tribunais em greve, os militares a protestar. Com o governo metido em braços-de ferro como se todos podem ser considerados de iguais.




Não há memória de tantas greves contra as políticas de um Governo com maioria parlamentar. O Governo nacional do PS está a ignorar as intervenções e as observações que são feitas pela Oposição e por outras entidades públicas e civis. Um governar de ouvidos surdos para os problemas que são apresentados e com o agravante de avisar que não irá permitir interferências de espécie alguma nas decisões tomadas. Estamos em presença de um governo eleito democraticamente mas a agir com se fosse um governo de modelo de uma qualquer ditadura.
Já deu para perceber que este Governo socialista tem um espinha encravada na garganta por ter, uma vez mais, saído vencedor das eleições no Continente e nos Açores e derrotado na Madeira. E não percebem os socialistas que, em democracia, ignorar a vontade de outras maiorias, mesmo que sejam minorias a nível do país, é estar a meter-se em maus lençóis, a criar tempestade que podem tornar-se incontroláveis.
A Madeira não é adepta do socialismo, não alinha na presunção da fácil promessa política, detesta a prepotência e a falta de respeito pelo Direito à Autonomia. É de “vilão” afirmar que as leis da República são para serem aplicadas obrigatóriamente na Região Autónoma da Madeira, mandamento primitivo que os madeirenses conhecem muito bem. Como também sabem que nem todas as leis recebem o mesmo tratamento e que até podem ser rejeitadas. A lei de um Estado de Direito, de democracia plena, quando contestada deve ser submetida a Referendo. Se este princípio não é atendido e antes entende o Governo impor por força do poder, fica a confirmação que a democracia é palavra vã para o socialismo em Portugal.
A Madeira, nalgumas aéreas, devia ser submetida a Referendo junto dos madeirenses residentes. Achamos ser a melhor e mais correcta forma do Governo da República e outros posicionados no anti-Autonomia saberem o que pensam os madeirenses. O tempo da “velha senhora” que tratou os madeirenses como portugueses de segunda, perseguindo-os e maltratando-os, passou à história. Não será este Governo socialista que irá impor aos madeirenses o que bem entender. A Madeira não é Angola a quem o actual Governo português perdoou uma monumental dívida e doou de imediato centenas de milhões de euros ao governo angolano, nem é Timor Leste a quem o Governo português trata como estivesse a fazer uma esmola. Se Portugal é um país rico e benemérito como pretende fazer crer (não à esmagadora maioria de portugueses), então que preste toda a atenção ao povo que vive verdadeiramente carênciado e esquecido pelos iluminados que, de Lisboa, “governam” o país continental.
A pobreza que hoje reina nas ex-províncias portuguesas em África e em Timor deve ser assacada aos socialistas e ao comunistas. Com a Madeira o nível de conversações tem de ser outro e a outro nível. Os continentais (poucos) que fazem propaganda negativa contra a Região Autónoma são os mesmos que aplaudiram miseravelmente o modo de independência de Tirmor e logo de seguida deixaram os timorenses ao abandono, entregues ao seu próprio destino, refletido talvez, na atitude assumida (ontem) pelas forças militares Australianas destacadas que não reconheceram autoridade à GNR para cumprimento de missão naquele território.
As lutas entre civis e o número de feridos e mortos, pilhagem e incêndios em parcas habitações, com milhares de refugiados em campos onde falta de tudo, é fardo do pesar do Governo português. Depois do desastre político, choramos os mortos. De que vale!
Enquanto estas tragédias decorrem sem fim à vista, nunca houve tantas greves no país e tão abrangentes como as que estão a acontecer desde que o actual governo do PS tomou posse, em Maio de 2005. Tirando os tempos seguintes ao período da mudança de regime, onde todos se manifestavam contra e a favor consoante o arrebanhamento que lhes eram transmitidos pelos partidos de esquerda, o período actual no país é de inúmeras greves a níveis que põem em causa a própria segurança nacional.
Quando vemos magistrados, polícias (de todos os ramos) e militares de costas voltadas para o governo, com ameaças e realização de greves, estamos ante um grave problema de governação e de uma má política de condução da estabilidade e segurança do país. Não sabemos se os portugueses entendem bem o que é um país ter a sua polícia em greve, os tribunais em greve, os militares a protestar. Com o governo metido em braços-de-ferro como se todos podem ser considerados de iguais.
São os professores em protestos, a função pública revoltada, os trabalhadores em geral insatisfeitos com as medidas preconizadas pelo governo em aumentar a idade para a reforma, são os estudantes desagradados, é o país desmotivado, numa altura em que a União Europeia faz recomendações a Portugal no sentido de elevar a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Com tantas e consecutivas greves, só falta o Governo do PS entrar também em greve. Protestar contra os que protestam contra a governação socialista. Seria surrealista?
Neste país tudo é possível.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Os medos da República

Uma Madeira verdadeiramente Autónoma, fora das tenazes de Portugal, livre de todos os constrangimentos impostos por uma Constituição ultrapassada que conduziu o País à situação vergonhosa em que se encontra, nunca seria um território de terceiro mundo e teria, garantidamente, muito mais possibilidades em atingir maiores níveis de desenvolvimento



A Madeira não é uma região subdesenvolvida, não tem barreiras intransponíveis pela frente e tem uma economia que funciona melhor que a de Portugal Continental e de muitas regiões e países. Quem ratifica estas e outras abonatórias posições da Madeira no mundo são, em primeiro lugar, os madeirenses que conhecem o que era a vida no Arquipélago antes e depois de 1974, em segundo lugar são os que vêm de fora. Desde governantes da República, políticos, economistas, historiadores, até reputadas individualidades estrangeiras.
Quando surge a ideia para que se faça um estudo aprofundado sobre a viabilidade da região, não é uma iniciativa impensada. Contra a ideia do simples estudo estão todos aqueles que, por razões ideológicas mesquinhas ou porque lhes convém a manutenção do actual status quo a fim de não perderem privilégios que, de outra forma, nunca os teriam.
Conhecemos países que fazem parte da União Europeia, tal como Portugal, e que têm um nível global inferior ao que tem a Madeira, como são exemplo os ex-territórios portugueses como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor, Guiné Bissau, e de dezenas de países situados em África, na Ásia e no continente Americano.
A Madeira é das regiões insulares mais desenvolvidas da União Europeia e de muitas regiões continentais europeias ligadas a países que integram a UE. Não temos dúvidas neste aspecto. Temos conhecimento directo, in loco, dalgumas regiões e dalguns países que têm um desenvolvimento inferior ao da nossa região. É uma estupidez estar a dizer que a Madeira é inviável, antes de se conhecer todos os prós e contras, sem um estudo sério e imparcial.
Se formos cingir o estudo à mera realidade económica, ao potencial financeiro actual, aos meios activos, então pior está Portugal que é visto no quadro europeu como um país pobre, endividado e na falência. Se analisarmos friamente e sem teias de aranha, sem apego cego às políticas partidárias e a tudo aquilo que é um País, uma Nação, então, perante os índices da comparatividade, a Madeira tem viabilidade para passar a uma auto-determinação efectiva.
Nunca os portugueses do continente e das ilhas da Madeira e dos Açores entenderam a decisão do governo da República portuguesa de dar a independência a territórios com níveis de sustentabilidade inferiores aos das ilhas, e manter a Madeira e os Açores como reféns ou ícones de uma República em dificuldades. Mais ainda quando é o próprio governo da República e “políticos-papagaios” continentais a afirmar que as regiões autónomas são encargos excessivos para a República.
Por quê quiseram os governantes da República manter a Madeira e os Açores portuguesas? Terá sido por compaixão ou por receio dos ilhéus não terem capacidade para sobreviver, serem invadidos por potências estrangeiras ou por quê as ilhas são mais valias de grande importância para o País?
Alguma coisa (no sentido lato) terá levado os governantes a não darem a independência ou uma auto-determinação efectiva às regiões insulares, mesmo quando os movimentos separatistas, publicamente assumidos, manifestaram ao poder central o propósito da independência para a Madeira e para os Açores. A resposta obtida foi arbitrária e violenta dando ordem de prisão a madeirenses e açorianos.
Estes movimentos separatistas não tiveram nem têm como arma a guerrilha nem buscam o combate na selva. A batalha faz-se ao nível das ideias, das convicções, das conversações, da boa etiqueta, com toda a transparência. Tal como a aconteceu com Macau, numa cerimónia nobre e digna de um país civilizado.
Uma Madeira verdadeiramente Autónoma, fora das tenazes de Portugal, livre de todos os constrangimentos impostos por uma Constituição ultrapassada que conduziu o País à situação vergonhosa em que se encontra, nunca seria um território de terceiro mundo e teria, garantidamente, muito mais possibilidades em atingir maiores níveis de desenvolvimento. A sustentabilidade esteve sempre presente na vida dos madeirenses, tanto nos que se encontram nas comunidades de emigrantes (mais de um milhão), como nos que nunca saíram da ilha. Os medos da República não têm justificação.
Só o governo da República e os partidos da Oposição fazem-se surdos e mudos sobre a viabilidade da Madeira verdadeiramente Autónoma. São as reservas mentais de um ex-império estupidamente destruído com a protecção do comunismo e do socialismo. Duas ideologias, duas áreas partidárias, que os madeirense sempre rejeitaram claramente nos actos eleitorais democráticos.