quinta-feira, 1 de setembro de 2005

“Soares é fixe?”

Mário Soares, novamente, a presidente da República só pode ser provocação. Uma provocação caricaturalmente assumida. Não se pode levar a sério nem os portugueses vão atrás destas habilidades pessoais e partidárias. Soares é um homem "cansado", politicamente esgotado, com discurso do passado, que podemos e devemos respeitar por algo que fez "naquele tempo" mas que politicamente não tem lugar no presente e muito menos no futuro. Para os portugueses, Soares de fixe nada tem. Continua é “fixo” aos interesses comuno-socialistas.
Para quem tanto condenou a velhice do Prof. Oliveira Salazar e a sua permanência no poder que só acabou depois da célebre queda da cadeira, a candidatura de Soares aos 81 anos de idade (perfazendo 86 anos, se viesse a ser eleito) é a condenação da esperança numa mudança necessária e urgente do actual regime político que, para ser levada avante, precisa de visão descomprometida, de dinamismo e de rotura com o passado.
Os portugueses, pelo menos aqueles que não têm memória curta, são levados a pensar que o "velho" Soares não estará no uso de todas as faculdades e com falhas graves de carácter, pelo que, em consequência, estará a ser usado pelo aparelho socialista-comunista que sabe com o que pode contar com os 81 anos de idade de um homem que humanamente já não tem os reflexos e as capacidades que tinha quando foi Primeiro-Ministro e Presidente da República.
Que podem, em coerência, os portugueses esperar de um candidato à presidência da República que há bem pouco tempo atrás afirmou, reiteradamente, perante as câmaras das televisões e microfones das rádios, que não se canditaria por razões de idade, que o seu tempo político tinha já passado, entre outras mais razões.
Agora, a apresentação de nova candidatura, demonstra que mentiu aos portugueses e cometeu uma enorme deslealdade para com o seu kamarada Manuel Alegre, fazendo ignorar que este tinha já apresentado a sua candidatura, então avalizada por grande parte de militantes do PS. Sócrates, terá muito a explicar aos socialistas, mas em boa verdade, isso é lá com eles, como diz o povo.
O último "lugar político"de Mário Soares foi o de deputado no Parlamento Europeu e viu-se como se "arrastou" no debate e na intervenção, dando uma má imagem daquilo que foi no passado. Pensamos que quem propôs a candidatura de Soares, para além dos insondáveis interesses de grupos, facções ou outros, não lhe quer bem, e que a sua "terceira idade" seja vivida em sossego e em paz, com tranquilidade e fora das tricas e laricas da política activa.
Soares há muito que já entrou chamada "idade crítica", das sandálias e dos filmes antigos. Se a vitalidade física e mental prevalecesse para todo o sempre teríamos hoje a ver jogar um Eusébio e a assistir às corridas olímpicas de Carlos Lopes.
O homem "nasce, faz, permanece e morre". Faz na idade própria, permanece no máxima das sua faculdades na fase intermédia da vida e passa à fase final quando já não consegue reagir como dantes, acusando cansaço, perdendo pachorra e agarrando-se ao que fez no passado. Ora, Mário Soares já havia assumido publicamente esta situação para si.
Mário Soares terá, um dia, que explicar aos portugueses a verdadeira razão desta candidatura.

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