segunda-feira, 2 de fevereiro de 2004

Dêem razão ao Dr. Alberto João

Tem razão o Dr. Alberto João quando diz que Portugal precisa urgentemente de uma 4.ª República para que possa meter o país nos carris e avançar em direcção a metas da sociedade europeia evoluída. Confirma-se, cada vez mais, a existência de “corpos estranhos” na política portuguesa que actuam como “formiga branca” destruidora em tudo quanto seja honestamente gizado para engrandecer o país no quadro europeu e mundial.
Não restam dúvidas que Portugal está a ser vítima de uma Constituição comuno-socialista cozinhada e aprovada no período da revolução fortemente influenciado pela revolução dos cravos de 1974. A Constituição Portuguesa não foi submetida à aprovação dos portugueses, não houve referendo, e é lamentável que estejam os portugueses sujeitos a directivas constitucionais que não foram sufragadas. A actual Constituição de Portugal tem, na sua essência e como tal, a mais implacável dureza da ditadura, tal como a Constituição do Estado Novo.
Custa-nos ainda mais a aceitá-la quando estamos a ser confrontados com um Referendo (com uma pergunta extremamente confusa) sobre a futura Constituição Europeia. Isto é, são os portugueses chamados a se pronunciar, a votar, sobre a Constituição Europeia, quando primeiro deviam de ser chamados a intervir sobre a Constituição do seu próprio país.
Dêem razão ao Dr. Alberto João quando diz que Portugal tem que libertar-se das teias constitucionais montadas pelos partidos comunista-socialista. Não é possível levar Portugal para diante com uma Constituição que está desfasada e armadilhada pelas ideologias comunistas e socialistas. Não é possível levar um país como Portugal para a linha da frente da União Europeia quando tem partidos, como o PCP e toda a esquerda política, que votou contra a entrada de Portugal na CEE/UE. Acabe-se, de uma vez por todas, com as paletas coloridas por um falso pincel e estranhos pintores e reconheça-se que Portugal não pode progredir com fantasias, embustes e barreiras ideológicas de esquerda.
Tenho para mim que o Dr. Pedro Santana Lopes não foi feliz quando convidou para o governo alguns ministros, nomeadamente o Dr. Henrique Chaves. Um cidadão que toma posse, perante o presidente da República e perante o país, numa quarta-feira e que no sábado seguinte abandona o governo não é digno de fazer parte de um governo. Seja qual for o motivo que possa argumentar, seja qual a sua posição, comete sempre uma atitude negativa e reprovável. Esta é mais uma lição que não basta a “confiança”e a “amizade” para se confiar na defesa de princípios, da lealdade e mais ainda da competência. Ministros como o Dr. Henrique Chaves não interessam a nenhum país nem merecem sequer fazer parte da lista dos confiáveis, por muita argumentação que queira apresentar.
Dêem razão ao Dr. Alberto João quando insiste numa 4ª. República e numa nova Constituição sem as quais Portugal dificilmente conseguirá libertar-se do cerco montado pelos comunistas e pelos socialistas, autores confessos da Constituição da República. As pontuais alterações que têm sido feitas na Constituição não são mais que minúsculos remendos num pantanal legislativo criado ao sabor dos desejos dos comunistas e dos socialistas.
Portugal está prisioneiro da Constituição, do crescente e efectivo “poder”corporativo que mina e corrói os legítimos órgãos democráticos do poder, das confederações sindicais e patronais, das associações e organizações de esquerda, de uma comunizada estratégia corrosiva que actua livremente contra a estabilidade política, social e económica do país. Veja-se, tão só, o que se passa no ensino, na economia, na cultura e na área laboral. Em todas as manifestações lá estão as bandeiras da foice-e-martelo, os hinos da esquerda revolucionária, os “deita-abaixo” e os discurso “cacequistas”.
Dêem razão ao Dr. Alberto João quando frontalmente denuncia estas e outras forças de oposição que continuam a minar a estabilidade em tudo quanto esteja ou se pretenda que venha a funcionar bem. A coberto de uma Constituição feita à medida da esquerda politiqueira os derrotados nas eleições e os incapazes de ter o voto da maioria dos eleitores, vão fomentado as vozes de protesto, levantando as bandeiras vermelhas, criticando a torto e a direito, muitas vezes sem saberem bem o que se está a passar.
Dêem razão ao Dr. Alberto João quando diz que a 3.ª República já bateu no fundo, deu o que tinha a dar, e que o país só conseguirá andar para a frente quando uma nova Constituição entrar em vigor e der resposta aos desafios que a Europa e o mundo continuam imparavelmente a desafiar.
Faça-se, urgentemente, as reformas de que Portugal necessita. Já basta de ver Portugal, sucessivamente, na cauda da Europa!