quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Políticas de caserna

O governo da República anda a fazer uma política de caserna, a “incendiar” a estabilidade dos militares, dos polícias e dos funcionários públicos em geral. Há “fogo” nas casernas e os portugueses estão a ver quem está por detrás de todas estas “labaredas”. Os governos socialistas sempre procederam a seu belo prazer, teimosa e orgulhosamente sós (à boa maneira do antigo regime), deixando o país em pantanas, para depois virem os “bombeiros” de outros governos apagar os “incêndios” que tantos estragos causaram no país.
Na campanha em curso para as Autarquias todos os partidos estão contra as políticas seguidas pelo governo do PS. Até os seus bordões de esquerda estão a criticar severamente as más políticas defendidas pelos socialistas. O PCP que sempre foi um bordão para os socialistas, tanto para as eleições legislativas como para as autárquicas e para a presidência da República (Mário Soares só foi presidente porque teve o apoio dos comunistas, caso contrário Freitas do Amaral é que seria o eleito), está agora transformado num dos mais tenazes opositores às políticas do governo socialista.
Os socialistas, regra geral, têm sido sonhadores e sofistas que vão deixando “rastos” de promessas que acabam por serem frustrações. Nesta altura, o que se espera é que José Sócrates não abandone o governo caso (esperado) venha a perder as eleições autárquicas, tal como fez António Guterres. Os “sonhos” do socialismo têm pouco a ver com a realidade. Veja-se a confusão socialista no distrito do Porto e particularmente em Felgueiras. Veja-se o que se está a passar em Lisboa com a “falta de educação” do candidato do PS para com o candidato do PSD que já mereceu reparos pouco abonatórios dos lisboetas.
Veja- se a presunção do candidato do PS à Câmara do Funchal que, entre outros sonhos, promete transformar a Praça do Município num parque de estacionamento ( para além de outros disparates), quando é cada vez mais desejável tirar o trânsito automóvel da cidade a exemplo daquilo que a actual Câmara tem vindo a fazer tal como estão a proceder todas as cidades europeias, de pequenas ou de grandes dimensões.
Veja-se a raiva do “dirigente” do PS local que, em concluiu com o PS de “Lisboa”, trava e adia que o governo do PS cumpra com os compromissos que o Estado tem para com a Região Autónoma da Madeira, prejudicando assim todos os Madeirense, mesmo aqueles ainda socialistas.
E que dizer de certos candidatos da oposição a Juntas de Freguesia que prometem fazer obras, sabendo que não têm competências nem meios para cumprirem com o que prometem. Mentem, assim sem vergonha, ao povo incauto.
Sempre que há eleições o PS entra em correrias “loucas”, sobe e desce montanhas, promete tudo o que os cidadãos pedem, diz sempre que vai resolver os problemas da habitação (que está num pandemónio em muitas zonas do Continente), que o desemprego vai baixar (só nos últimos meses subiu cerca de 100 mil), diz que os funcionários públicos vão ter melhores regalias (obriga-os a trabalhar até os 65 anos de idade e congela a progressão das carreiras), compromete-se com Bruxelas a baixar o défice abaixo dos três por cento, até 2008, quando sabe que esse objectivo é impossível, anuncia a estabilidade fiscal e aumenta os impostos, tudo isto com as “certezas que são incertezas” do socialismo.
Tudo isto é evidente. Está à vista. Quando vimos factos de inegável perturbação na vida política nacional e não vimos ecos desses mesmos factos na Comunicação Social do Continente, só uma conclusão podemos tirar: o silêncio é comprometedor. Estamos a assistir a um branqueamento permanente sobre as actuações do Governo da República em matérias que atingem negativamente direitos e regalias alcançados pelos portugueses.
Nunca em tempo algum se assistiu a uma “revolução” de protestos contra as medidas do governo, todas elas contestadas a todos os níveis, até por quem não é directamente atingido pelas imposições determinadas pelo governo da República. Não conhecemos nenhum país da União Europeia onde haja protestos das Forças Armadas e das Polícias contra os governos. Estes actos de protestos vimos sim em países da América do Sul e de África, onde a democracia é palavra vã e os governos agem sob regimes ditatoriais.
Portugal está neste momento a apresentar-se aos olhos do mundo como um país subdesenvolvido e os comentários que estão a ser feitos lá fora deixam muito a desejar sobre a sociedade portuguesa no seu todo. Somos um país de greves, de militares e polícias revoltados, para além de outros “males” que nos colocam na cauda dos países da União Europeia.
Tudo isto lê-se e difunde-se lá fora, e não só em países da Europa, – nos jornais e nas televisões – enquanto que em Portugal pouco se diz como se tudo fosse normal. Há um encobrimento vergonhoso dos problemas que o país está a atravessar e que as greves são, como último recurso, ecos das gravidades existentes e que têm vindo a agudizar-se desde que o PS ascendeu ao poder.
No anterior governo, da responsabilidade do PSD, bastava uma intervenção de menor importância, um simples desacordo caseiro, para que os jornais enchessem páginas de exaustiva (des)informação sobre questões pontuais e localizadas, muitas delas a léguas de distância das influências negativas que estão a ter para o país a governação actual, como a paralisação, desmobilização ou desmoralização das Forças Armadas e das Polícias. Não queira o governo da República ver os nossos militares e os nossos funcionários públicos contentes com medidas que lhes tiram direitos e privilégios que antes de ingressarem na carreira militar já vigoravam.
Agora pergunta-se: Será que a Comunicação Social desconhece estes factos? Onde estão as notícias sobre factos que estão a pôr o país a “arder”?
Como dizia Pessoa “somos um povo que dorme quando há sol a trabalha quando não há nada para fazer”.

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