quinta-feira, 27 de outubro de 2005

As vitórias nascem da unidade

Em todas as derrotas eleitorais ou nas mais importantes decisões de carácter partidário, vamos encontrar “guerras internas” nos partidos, discordância e debates mais acalorados. Faz parte dos temperos da política e dos partidos. Por outro lado, o que todos sabemos é que as vitórias são sempre consequência da unidade, da coesão partidária, da intervenção empenhada de todos e a todos os níveis, em redor do líder democraticamente eleito.




Ainda que parcialmente, ouvi esta semana o candidato do PS às eleições presidenciais fundamentar as razões da sua candidatura. Direi que não estranhei, em nada, as propostas que apresentou como também sabemos que muito do que o candidato socialista promete não cumpre. Temos memória das suas passagens pelo governo e dos seus dez anos como presidente da República.
Quando Mário Soares fala em unir os portugueses, na unidade nacional, o candidato socialista está a fantasiar cenários e a contradizer-se. Foi com Mário Soares à frente do PS que mais divisões e contradições surgiram dentro e fora do partido, foi durante as suas funções como primeiro Ministro que mais crises se instalaram no país e foi sob a sua presidência da República que mais distanciamento houve dos problemas do país.
Se em outras fase da vida política, quando Mário Soares reunia outros atributos (que hoje já não se lhe reconhecem), acusou dificuldades em criar a tal unidade nacional de que tanto falou, como pode agora (com novas desvantagens), falar em unir os portugueses se parte claramente em desvantagem perante as outras candidaturas.
De resto, vai para vinte anos que a presidência da República é assumida por um socialista o que nos pode levar a tirar todas as ilações possíveis. A última “grande obra” que o actual presidente da República, Jorge Sampaio, fez foi dissolver o Parlamento (num verdadeiro golpe de estado parlamentar), destituir o Governo legítimo do PSD/PP, marcar eleições legislativas antecipadas e dar de mão beijada a chefia do governo aos seus kamaradas socialistas. Nunca o PS tinha chegado ao governo com tanta facilidade.
Assim, por via de muitos apoios e trampolins esquisitos, têm os socialistas andado no poder.
Desde sempre que o PS se apresentou com roturas na unidade partidária. É um partido dividido e fragilizado no seu interior e a decisão de apresentar Mário Soares como candidato às eleições presidenciais veio dividir ainda mais o partido.
Há muito que se fala da diferença que há entre um PS quando está no governo e um PS quando está na oposição. O comportamento é como da noite para o dia, dividindo para reinar, quando fazem de bandeira de honra a unidade do país.
Também na Madeira, o PS sempre foi um partido dividido em várias facções, desunido e em permanente contradição.
O que a história nos diz é que as grandes e sequentes vitórias eleitorais foram sempre conseguidas pela participação activa e coesa dos vencedores, em todos os momentos, não dando flancos à concorrência que está à espreita da mínima aberta para cantar de galo.
Se este procedimento é válido para vencer eleições políticas é ainda mais indispensável noutras batalhas que a vida nos coloca e nas guerras a sério que vão surgindo pelo mundo. Não se ganha uma batalha ou uma guerra com batalhões ou companhias desmembradas, com armas ultrapassadas nem com tácticas contrárias aos objectivos a alcançar. São muitas as vezes em que os militares vão para o campo da batalha sem conhecerem a estratégia ou táctica a seguir, mas nem por isso partem na dúvida ou com receio seja do que for.
Em todas as derrotas eleitorais ou nas mais importantes decisões de carácter partidário, vamos encontrar “guerras internas” nos partidos, discordância e debates mais acalorados. Faz parte dos temperos da política e dos partidos. Por outro lado, o que todos sabemos é que as vitórias são sempre consequência da unidade, da coesão partidária, da intervenção empenhada de todos e a todos os níveis, em redor do líder democraticamente eleito.
Somos pela unidade como base bem alicerçada para as vitórias. Foi assim que no passado e no presente a unidade presidiu em todas as acções da vida interna do PPD/PSD na Madeira e, necessariamente, continuará a ser no futuro.
As vitórias nascem sempre da força da unidade.

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