quinta-feira, 25 de maio de 2006

Bandeiras de Portugal ao desbarato

Apesar de todo este desbarato em que se coloca a bandeira de Portugal, que a nossa selecção seja feliz no Mundial da Alemanha. Preferíamos que o marketing perdesse e a selecção ganhasse. Mas os terrenos são outros. E o nosso desejo e o de todos os portugueses é que Portugal seja campeão!



Sempre que se fala em marketing político lembro-me dos brasileiros. Eles conseguem, mesmo através do português mais extrovertido e mais terra a terra, , por vezes contra o rigor da semântica e da sintaxe, criar slogans que entram facilmente na memória das pessoas, do mais erudito aos menos letrados. Foi o marketing brasileiro, muito influenciado pelo marketing político dos Estados Unidos, que ajudou Mário Soares a ser presidente da República Portuguesa e José Eduardo dos Santos a presidente da República Popular de Angola.
Mário Soares fez os dois mandatos, sem problemas de vitória, e José Eduardo dos Santos mantém-se como presidente de Angola vai para 30 anos, por influência directa do marketing brasileiro. Em Portugal vigora o máximo de dois mandatos para o Chefe de Estado, em Angola as leis são outras ou muito parcas nesta matéria. A única vez que houve eleições em Angola, logo que conhecidos os resultados do escrutínio, deu-se a mais sangrenta batalha campal na cidade de Luanda entre os militares do MPLA e da UNITA.
O MPLA está no poder desde a data da independência, em 1975, e a morte do seu primeiro líder, Agostinho Neto, “oficialmente” vítima de uma cirrose, levou José Eduardo dos Santos para a liderança do partido e do governo. São 30 anos a mandar em Angola, um dos maiores países africanos e com riquezas incalculáveis.
Quando das primeiras eleições livres, o MPLA, por indicação de intermediários, convidou uma empresa do Brasil, com jornalistas e profissionais de marketing, para montarem a campanha eleitoral. Rapidamente tomaram conta dos jornais, inundaram as rádios e fomentaram a televisão.
O importante era pôr os angolanos a ver e ouvir José Eduardo dos Santos e os programas do MPLA. Já Jonas Savimbi, líder da UNITA, tinha o seu quartel general na mata, não tinha meios de comunicação social à sua disposição e a campanha era feita em contacto directo com as populações.
Foi fácil para os brasileiros encarregues do marketing do MPLA e do líder José Eduardo dos Santos mobilizar as populações a seu favor. A vitória não podia falhar como não falhou ao ponto de se eternizar no poder do país há 30 anos. Notícias vindas posteriormente a público diziam que os brasileiros que montaram a campanha de José Eduardo dos Santos e do seu partido nunca ganharam tanto dinheiro na vida. Alguns enriqueceram à custa deste falacioso marketing que serviu para dar a vitória ao MPLA e levar a uma guerra que ceifou a vida a milhares de angolanos inocentes.
Esta versão do marketing político brasileiro está a ser bem explorada pelo marketing futebolístico português. Os portugueses parecem ter começado a amar a Bandeira das Quinas quando veio a peregrina ideia brasileira de distribuir milhões de bandeiras por todo o país. Foi uma inundação de bandeiras como nunca se viu em Portugal. Foram facturados milhões de euros e dólares, o fabrico das bandeiras foi um dos maiores “negócios da china”, juntando a outros tantos fabricos fáceis de vender e convencer.
O treinador Filipe Scolari (com um vencimento de 175 mil euros por mês) chegou há cerca de três anos a Portugal com o título de treinador campeão do mundo com a selecção do Brasil. O ter sido campeão pelo Brasil, no entender do presidente da FPF, era garantia de que iria dar títulos a Portugal. Nem a FPF fez contas sobre o seu milionário vencimento (para um país como o nosso), mais mordomias, que o tornaram no treinador mais caro do futebol português.
Até agora, o treinador brasileiro não ganhou nenhum título com a selecção de Portugal e teve a seu favor o Euro2004 por ter sido disputado no nosso país, perdendo na final com a “pobre” Grécia. Além de que, o técnico brasileiro teve e tem a seu favor um naipe de jogadores com grande experiência internacional e nas altas competições de clubes. Grande parte jogam nos melhores campeonatos da Europa (e do mundo), como as Ligas inglesa, alemã, italiana, espanhola e francesa. Nunca um treinador da selecção portuguesa teve tanta fartura, de alta qualidade futebolística, como dispõe Filipe Scolari.
Agora com o mundial à porta, volta o marketing brasileiro das bandeiras. Milhões de bandeiras estão a ser fabricadas, o negócio é a valer e tem bom retorno financeiro. Ao menos alguns recordam a Pátria amada, como dizia o épico Camões. A “bola” é cega!
Apesar de todo este desbarato em que se coloca a bandeira de Portugal, que a nossa selecção seja feliz no Mundial da Alemanha. Preferíamos que o marketing perdesse e a selecção ganhasse. Mas os terrenos são outros. E o nosso desejo e o de todos os portugueses é que Portugal seja campeão!

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Que democracia sem o PPD/PSD?

O PPD surge então num momento político a viver sobre brasas escaldantes, com os comunistas e os socialistas a se apoderarem das linhas de força do país, da economia, do ensino, das finanças, da indústria, dos sindicatos, da comunicação social, da banca, dos seguros, de tudo o que constituía as mais valias do país.


O PPD/PSD celebra amanhã os 32 anos da sua fundação (6 de Maio de 1974). Dois anos depois, a nova Constituição da República concedia o Estatuto de Autonomia às Regiões insulares da Madeira e dos Açores. Duas datas históricas para o país, para os portugueses das ilhas e das comunidades, para a Europa e para o mundo. Portugal acabava de ver nascer um partido político de corpo inteiro, estruturado, formalizado e ideologicamente identificado com os valores e sentimentos patrióticos de uma Nação com mais de 800 anos.
Um PPD que não nasce das entranhas de ideologias comunistas nem socialistas, que nasce liberto das teias das grandes potências soviética, chinesa e até norte-americana, funda-se com a “prata da casa”, cresce e torna-se com o decorrer dos anos no maior partido democrático português. O Dr. Francisco Sá Carneiro, líder notável e de incontestáveis dotes políticos e de governação, desde logo fez frente aos endeusados Drs. Mário Soares e Álvaro Cunhal, os auto-proclamados vencedores do golpe de Estado (não de uma revolução) e líderes da pseudo democracia que dava os primeiros passos no país perante a apatia e o arrebanhar dos portugueses menos informados.
Houve de facto uma grande audácia dos homens e mulheres que fundaram o PPD/PSD. O golpe de Estado que derrubou o governo chefiado pelo Prof. Marcelo Caetano tinha acontecido há precisamente 13 dias (24 de Abril de 1974). O poder estava nas mãos do PCP, PS e de outros mais partidos da esquerda que, pela sua fragilidade, se foram extinguindo e outros integrando-se no PCP e no PS. Comunistas e socialistas, com o apoio de militares conotados com a prática política e ideológica da esquerda, eram, à data, “reis e senhores” de um país praticamente desgovernado e à deriva.
O PPD surge então num momento político a viver sobre brasas escaldantes, com os comunistas e os socialistas a se apoderarem das linhas de força do país, da economia, do ensino, das finanças, da indústria, dos sindicatos, da comunicação social, da banca, dos seguros, de tudo o que constituía as mais valias do país. O PCP e o PS formavam uma aliança “destruidora” nos primeiros tempos da democracia, com saneamentos em massa, permitiram a invasão sem limites à propriedade privada, mandaram para a prisão pessoas sem serem ouvidas, perseguiram os que manifestaram opiniões contrárias, praticaram a ditadura em nome da democracia.
Neste contexto, o PPD não era, de modo algum, um partido que caísse nas boas graças dos dirigentes do PCP e do PS. A social-democracia era vista como o inimigo número um a abater. Muitos elementos do PPD/PSD foram vítimas da violência perpetrada por elementos da esquerda, tanto no Continente, como na Madeira e nos Açores. A arma da esquerda era a violência, o uso das bombas e das armas (as Forças Populares do 25 de Abril revelaram, pelos actos cometidos e pelos seus autores mais tarde feitos presos, de que lado estavam e a mando de quem). A própria morte do Dr. Francisco Sá Carneiro, por via da queda da avioneta à saída do aeroporto de Lisboa com destino ao Porto, continua a ser vista, por alguns analistas e investigadores, como um crime premeditado.
Os primeiros anos do PPD/PSD foram de batalhas constantes e arriscadas contra o poder apoderado pela esquerda. A própria Constituição da República, redigida a preceito de comunistas e socialistas e votada sob coação, sublinhava as vias democratas rumo ao socialismo (e comunismo) como pilares da salvação de um país metido em guerras em África e a padecer da propaganda comunista-socialista que era feita junto de outros países e organismos internacionais contra Portugal.
Foram períodos negros que o país atravessou com o PCP aliado ao PS no poder. Havia que evitar que o país caísse no poder soviético, cubano ou chinês, como veio a acontecer com a Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. O PPD/PSD tinha uma missão difícil pela frente mas havia que lutar para evitar que Portugal se tornasse numa nova colónia comunista. A luta foi dura, feroz, violenta, ameaçadora, que levou a esquerda a cometer actos a todos os títulos condenáveis, mas os Valores defendidos pelo PPD/PSD venceram.
A tempestade política levou tempo a passar e deixou graves mazelas que continuam ainda hoje por sarar. A morte do Dr. Francisco Sá Carneiro, é uma delas. O PPD/PSD foi o partido que libertou Portugal das garras do comunismo e de um socialismo ditatorial, que actuavam sob directrizes e apoios de forças partidárias estrangeiras. Nenhum outro partido fez tanto pela democracia em Portugal como fez e continua a fazer o PPD/PSD.
A Madeira pode e deve ser tomada como exemplo. As políticas governamentais levadas a cabo pela firme e lúcida liderança do Dr. Alberto João Jardim, conseguiram vencer os seculares atrasos, e conduziram a Região Autónoma da Madeira a níveis de desenvolvimento elogiados por Continentais e pela União Europeia.
O PPD/PSD é o Partido da Autonomia e do progresso do país.