quinta-feira, 12 de abril de 2007

Intrujices e malandrices

Ao ver-se impotente para viabilizar as vontades partidárias que visam assumir o poder na Madeira, os socialistas vão ao ponto de violar a Constituição da República ao desrespeitarem abusivamente os direitos constantes no Estatuto Político Administrativo desta Região Autónoma


Numa semana em que o primeiro ministro foi à televisão e rádio públicas explicar como conseguiu obter a licenciatura em engenharia civil, a Assembleia da República, com votos do PS e dos partidos de esquerda, aprova uma proposta que viola o Estatuto Político e Administrativo da Região Autónoma da Madeira. Mais uma gravíssima violação que põe a nu o negativo procedimento que os socialistas têm vindo a ter para com os madeirenses.
Por outro lado, por muita isenção que se possa proclamar, qualquer entrevista deixa sempre dúvidas quando de um lado estão os trabalhadores e do outro lado está a entidade patronal. Os jornalistas da RTP e da RDP são funcionários que têm como entidade patronal o Governo e o entrevistado foi nada mais nada menos que o Chefe do Governo.
Sem especulações gratuitas que possam pôr em causa a idoneidade dos jornalistas a verdade é que “o patrão a ser entrevistado pelos empregados” deixa algumas sequências a meio e pode muito bem levar as perguntas ao encontro das respostas que o “patrão” quer dar. Sobretudo quando se trata de um assunto que põe me causa a seriedade do entrevistado. O primeiro ministro procurou defender-se e nada melhor que recorrer às empresas públicas tuteladas pelo governo (RTP e RDP). Foi uma “pergunta que eu respondo” dando um mau exemplo sobre o que deve ser o jornalismo e como deve portar-se um primeiro ministro.
A entrevista não veio trazer nada de novo e não foi suficientemente esclarecedora sobre a licenciatura do primeiro ministro. Alguns jornais nacionais já tinham abordado a questão com outra clareza. A dúvida sobre a licenciatura do primeiro ministro permanece, por muitos certificados e diplomas que possa apresentar. Faltaram perguntas capitais que não foram feitas e muitas repostas foram dadas pelo primeiro ministro sem sequer ser questionado.
Transparência seria colocar frente as frente quem esteve directamente envolvido no dossiê da licenciatura. Assim, com brandas perguntas e categóricas respostas, todo o réu é absolvido sem no entanto conseguir limpar a mancha que irá prevalecer sobre o diploma universitário do primeiro ministro. Sejamos sinceros!
Já quanto aos atropelos à democracia e aos abusos de poder a questão de fundo apresenta outros atentados políticos que roçam a violência. O Partido Socialista no governo da República anda a provocar descaradamente os madeirenses. Ao ver-se impotente para viabilizar as vontades partidárias que visam assumir o poder na Madeira, os socialistas vão ao ponto de violar a Constituição da República ao desrespeitarem abusivamente os direitos constantes no Estatuto Político Administrativo desta Região Autónoma.
A raiva socialista é tanta que passa por cima da própria Constituição e do Estatuto de uma forma autoritária e abusiva, sem o mínimo respeito pelo que está consagrado na Lei, como se os madeirenses fossem uns parolos do terceiro mundo. São estes socialistas que querem governar a Madeira quando tomam iniciativas e apoiam decisões cujo objectivo mais não é do que tentar submeter os madeirenses ao poder central sediado em Lisboa.
Se a Lei das Finanças Regionais foi feita à medida para prejudicar a Madeira, no que consideramos um atentado à democracia, violência maior regista-se quando o governo socialista da República avaliza a intromissão de poderes no Estatuto da Região Autónoma da Madeira. Estamos ante um PS que não respeita os mais elementares princípios da democracia nem respeita os direitos constitucionais.
E a razão mais nos assiste (a nós, madeirenses) quando ouvimos o líder do PS regional admitir que se o PS ganhar as eleições regionais de 6 de Maio a Lei das Finanças Regionais será revista no próximo ano (2008). Para quem ainda tivesse dúvidas, a Lei das Finanças Regionais, que vem tirar dinheiro à Madeira, não foi aprovada pelos socialistas por imperativos de contenção de despesas nacionais mas para retirar capacidade financeira ao governo Regional da Madeira do PSD.
Um partido que tem um líder com comportamento pouco éticos ou duvidosos e que para tentar vencer eleições desrespeita a Constituição criando leis “ilegais” é um partido sem valore sem credibilidade. O PS chegou ao governo porque o anterior presidente da República dissolveu o parlamento e apeou o governo PSD/PP.
Na Madeira, as artimanhas do socialismo são facilmente detectadas. Querem “deitar abaixo” para depois aparecerem como os salvadores. As habituais intrujices e malandrices do socialismo. Antes que o mal aconteça já os madeirenses tomam providências e sabem quem está pela Madeira e quem é contra a Madeira.