quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Ambições dos (sim/não) socialistas

A tentativa de apoderar-se de todo o aparelho da governação desde as autarquias, governo e presidência da República pelo PS nunca foi tão assumida como agora. Uma sede de poder cega que não olha a meios para atingir os fins. A presente pré-campanha para as eleições Autárquicas de 9 de Outubro está a pôr os (ainda) socialistas com os cabelos em pé, com combates inexplicáveis dentro do próprio partido, corroendo as fundações históricas do partido através do descarado “empoleiramento” dos ditos independentes que estão a desvirtuar a base ideológica do socialismo, como a desconsiderarem antigos e actuais dirigentes do PS. Atente-se a alguns artigos de opinião veiculados pela comunicação social local, há algum tempo a esta parte, para se compreender o alcance das discordâncias intestinas do PS.
O PS deixou-se invadir por estranhos políticos, vindos não se sabe bem de onde, que embora digam estar solidários com as políticas defendidas pelo PS, estão mais é aproveitar-se dos palcos, dos tempos de antena e dos holofotes que um grupo de derrotados socialistas lhes proporcionou. Não há políticos independentes mas pode haver políticos do oportunismo que para poderem aparecer são capazes de “vender a alma ao diabo” só para deitarem cá para fora as doentias frustrações políticas.
Não há políticos indecisos e independentes com mais de 30 anos de idade. Como escreveu Thomaz Cook, “os políticos nascem políticos e ninguém chega a político (activo) quando já passou a puberdade e a juventude da vida, os que vêm depois é porque se perderam na caminhada e querem aproveitar-se da fragilidade do momento”. O PS está fragilidade, por dentro e por fora, como bem mostram os comportamentos de antigos e actuais dirigentes (das diferentes facções) socialistas.
A tríade que verdadeiramente “sustenta” o PS local não dá a cara e “dirige” o partido a partir do ambiente reconfortante do ar condicionado.
O candidato do PS à Câmara do Funchal é um politicamente desconhecido e já sem “o tempo” próprio (como refere Thomaz CooK) para só agora dar a cara e falar em projectos políticos. O fosso que o candidato socialista revela entre o que são os factos políticos e partidários com o que é gerir uma Autarquia, um concelho com a dimensão do Funchal, deixa ver e perceber quanto é o seu desconhecimento acerca do que é e como funciona o poder autárquico.
Gerir um Autarquia não é o mesmo como estar à frente de uma entidade privada que apenas está relacionada com o restrito meio de consumidores. Ser presidente de uma Câmara não é ver o princípio da estrada e desconhecer as suas ramificações até ao fim. Não é imaginar coisas, prometer o que se desconhece, apontar defeitos sem apresentar alternativas concretas, sentar-se numa cadeira e tratar os munícipes como cidadãos que não sabem o que querem.
Os candidatos do PS, na região e em muitas regiões do continente, são pessoas que, em cada intervenção pública, revelam sede de deitar abaixo o que está feito, procedendo como se tivessem sede de vingança não se sabe bem de quê. Naturalmente que os eleitores não votam nestes salvadores do socialismo que aparecem como independentes mas que de independentes nada têm. A própria oposição feita aparece amassada e desgastada de asneiras, mentiras, ódios e frustrações tantas vezes repetidas.
Os debates sobre as autárquicas estão a ser vistos como uma “feira de vaidades” para gente socialista que nunca andou nestas andanças e talvez por isso mesmo tente dançar e bailar, sorrir e ser simpático, quando bem se vê que tudo não passa de fingimentos. O complexo socialista foi sempre o da incapacidade em reconhecer que o eleitor também pensa e vê, também sabe decidir e em que depositar o seu voto. Se os madeirenses nunca votaram no PS não foi porque alguém os obrigou a votar, mais ainda, quando já lá vão cerca de 30 actos eleitorais, desde que a liberdade de voto entrou em vigor em Portugal.
Os socialistas nunca deram provas de merecerem o voto e a confiança do eleitorado madeirenses e porto-santense. Tiveram oportunidades, inclusive tiveram duas presidências de Câmaras (Porto Santo e Machico) mas não cumpriram com o muito que prometeram ao eleitorado. A queda dos socialistas do poder deve-se unicamente às falhas que cometeram, à incapacidade demonstradas, basta comparar o que é hoje o Porto Santo e Machico com o que era durante os mandatos socialista.
Estamos noutra fase da democracia, mais aberta e mais pluralista, que rejeita a demagogia, que já não suporta os velhos sermões da esquerda. Seria remar parado, ficar à espera das ondas, se os socialistas, hipoteticamente, fossem eleitos para qualquer que Autarquia da Região. Seria dar o voto para a condenação do desenvolvimento, do bem- estar e paz social e da própria vivência democrática.

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