quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Votar na confiança

As campanhas eleitorais são extremamente importantes para os partidos apresentarem os seus programas e os políticos esclarecerem os eleitores sobre tudo aquilo que se comprometem fazer. São os momentos de maior aproximação dos políticos aos eleitores, aos cidadãos de um modo geral. Dá-se a oportunidade ao diálogo com as pessoas que apenas querem ver concretizadas as suas legítimas ambições e terem confiança nos candidatos que irão ou não, consoante o número de votos, serem eleitos.
Penso que a democracia é o privilegiar estas linhas de conduta que é a de dar aos eleitores a possibilidade de escolherem quem bem entenderem para estarem à frente dos governos, das autarquias, das juntas de freguesia. E tenho a certeza que os eleitores escolhem sempre quem lhes dá mais garantias, que lhes merece mais confiança. A pessoa humana, no seu todo, é vista pelo eleitor como sendo ou não o merecedor do voto de confiança. Quando eventualmente ocorrem alterações a estes princípios ou houve falta de esclarecimento junto dos eleitores ou os eleitores entenderem votar contra por qualquer motivo que o futuro irá revelar.
Se há boas referências sobre estes princípios em concreto, basta que se veja o que se fez em concelhos da região onde as autarquias já estiveram sob a orientação do PS e depois sob a governação do PSD. Machico e Porto Santo, são testemunhos bem notórios. Mas não só no universo autárquico o PSD da Madeira tem dado exemplos. São os próprios socialistas e comunistas do Continente e dos Açores a elogiarem a obra feita na Madeira pelo PSD. São os responsáveis europeus a darem “notas positivas” ao desenvolvimento da Madeira. A serem seguidas as pretensões dos socialistas e dos comunistas, a região estaria hoje nas pedras da calçada, a padecer de um subdesenvolvimento com todas as consequências que dai adviria.
O PSD está no poder governamental e autárquico da região pelos princípios que atrás referimos e não por outra qualquer razão. São os eleitores que colocam no poder quem lhes merece confiança, competência e honestidade. Podia o PSD prometer mundos e fundos, dizer que tudo seria diferente e que faria tudo os que os eleitores mais desejassem, mas não estaria no poder se os eleitores não confiassem na seriedade dos candidatos.
Existem casos flagrantes no país de partidos e políticos que tudo prometem, que apresentam os seus programas em função daquilo que sabem ser aspirações de algumas populações, que ainda não terão visto satisfeitas as suas legítimas pretensões, e no entanto não ganham eleições. É que a primeira questão para os eleitores é saberem quem é quem e se merecem ou não confiança. A democracia dá essa liberdade de escolha que, ao contrário do que alguns pensam, é muito bem gerida pelos eleitores que não votam em quem não lhes ofereça confiança.
Repare-se que o comunismo e todos os seus satélites da esquerda conservadora nunca venceram eleições legislativas em Portugal (nem no dito democrático período revolucionário em que o PCP tomou o poder de assalto) e têm vindo a perder gradualmente na Europa do leste pelo facto de terem implementado políticas que foram extremamente negativas para os países e que deixaram milhões de pessoas em condições de extrema pobreza. Os países os leste europeu são bem o exemplo da desastrada política comunista que, nalguns casos, se misturou com a socialista. Veja-se os países africanos, sul-americanos e asiáticos em permanentes convulsões políticas, económicas e sociais que regimes têm que não seja o comunismo à mistura com o socialismo.
Poderá dizer-se que há um comunismo e um socialismo rico e com grande poder em instituições internacionais, que há notáveis personalidades mundiais que são comunistas e socialistas de esquerda, que há países onde há uma governamentalização à esquerda com razoabilidade, mas são raríssimas excepções e mesmo assim vamos encontrar nesses países uma aberração contra todos os princípios da democracia dos direitos e das igualdades. A América Latina e a África (a começar pelas antigas províncias portuguesas que foram manietadas pelo comunismo) são exemplos da falta de humanismo e da ausência da democracia plena.
Na presente campanha eleitoral para as autárquicas andam os partidos de esquerda a tentar destruir aquilo que levou anos a construir, a “abrir buracos” onde apenas há formigas, baratas e possivelmente ervas daninhas. Não querem ver o que os eleitores vêem, renegam a tudo quanto seja evolução e não falam daquilo que são primeiras necessidades e a merecerem primeiras prioridades. Nem querem falar do passado para ilustrar o presente nem querem comparar o antes com o agora.
Entendemos que a campanha eleitoral não deve ser aproveitada para os políticos e candidatos se auto-promoverem pelo facto de terem “tempos de antena” à sua disposição. Em nada a democracia beneficia com o “deita abaixo”, com ódios e vinganças, com oportunismos e falsidades. O facto de Portugal estar na cauda da Europa, em muitas áreas, devia merecer reflexão por parte daqueles que são candidatos a qualquer acto eleitoral em vez se terem comportamentos nada dignos e darem razão às estatísticas da União Europeia.
Quando os políticos não conseguem fazer passar as suas mensagens e recorrem à mentira e á linguagem do maldizer estão a prestar um péssimo contributo para elevar a democracia e ao mesmo tempo a desconsiderarem os eleitores. Nivelar por baixo, deitar abaixo, combater o progresso, não são formas e modos de esclarecer os cidadãos que, ao contrário do que alguns pensam, os eleitores sabem em que confiar o seu voto.

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Políticas de caserna

O governo da República anda a fazer uma política de caserna, a “incendiar” a estabilidade dos militares, dos polícias e dos funcionários públicos em geral. Há “fogo” nas casernas e os portugueses estão a ver quem está por detrás de todas estas “labaredas”. Os governos socialistas sempre procederam a seu belo prazer, teimosa e orgulhosamente sós (à boa maneira do antigo regime), deixando o país em pantanas, para depois virem os “bombeiros” de outros governos apagar os “incêndios” que tantos estragos causaram no país.
Na campanha em curso para as Autarquias todos os partidos estão contra as políticas seguidas pelo governo do PS. Até os seus bordões de esquerda estão a criticar severamente as más políticas defendidas pelos socialistas. O PCP que sempre foi um bordão para os socialistas, tanto para as eleições legislativas como para as autárquicas e para a presidência da República (Mário Soares só foi presidente porque teve o apoio dos comunistas, caso contrário Freitas do Amaral é que seria o eleito), está agora transformado num dos mais tenazes opositores às políticas do governo socialista.
Os socialistas, regra geral, têm sido sonhadores e sofistas que vão deixando “rastos” de promessas que acabam por serem frustrações. Nesta altura, o que se espera é que José Sócrates não abandone o governo caso (esperado) venha a perder as eleições autárquicas, tal como fez António Guterres. Os “sonhos” do socialismo têm pouco a ver com a realidade. Veja-se a confusão socialista no distrito do Porto e particularmente em Felgueiras. Veja-se o que se está a passar em Lisboa com a “falta de educação” do candidato do PS para com o candidato do PSD que já mereceu reparos pouco abonatórios dos lisboetas.
Veja- se a presunção do candidato do PS à Câmara do Funchal que, entre outros sonhos, promete transformar a Praça do Município num parque de estacionamento ( para além de outros disparates), quando é cada vez mais desejável tirar o trânsito automóvel da cidade a exemplo daquilo que a actual Câmara tem vindo a fazer tal como estão a proceder todas as cidades europeias, de pequenas ou de grandes dimensões.
Veja-se a raiva do “dirigente” do PS local que, em concluiu com o PS de “Lisboa”, trava e adia que o governo do PS cumpra com os compromissos que o Estado tem para com a Região Autónoma da Madeira, prejudicando assim todos os Madeirense, mesmo aqueles ainda socialistas.
E que dizer de certos candidatos da oposição a Juntas de Freguesia que prometem fazer obras, sabendo que não têm competências nem meios para cumprirem com o que prometem. Mentem, assim sem vergonha, ao povo incauto.
Sempre que há eleições o PS entra em correrias “loucas”, sobe e desce montanhas, promete tudo o que os cidadãos pedem, diz sempre que vai resolver os problemas da habitação (que está num pandemónio em muitas zonas do Continente), que o desemprego vai baixar (só nos últimos meses subiu cerca de 100 mil), diz que os funcionários públicos vão ter melhores regalias (obriga-os a trabalhar até os 65 anos de idade e congela a progressão das carreiras), compromete-se com Bruxelas a baixar o défice abaixo dos três por cento, até 2008, quando sabe que esse objectivo é impossível, anuncia a estabilidade fiscal e aumenta os impostos, tudo isto com as “certezas que são incertezas” do socialismo.
Tudo isto é evidente. Está à vista. Quando vimos factos de inegável perturbação na vida política nacional e não vimos ecos desses mesmos factos na Comunicação Social do Continente, só uma conclusão podemos tirar: o silêncio é comprometedor. Estamos a assistir a um branqueamento permanente sobre as actuações do Governo da República em matérias que atingem negativamente direitos e regalias alcançados pelos portugueses.
Nunca em tempo algum se assistiu a uma “revolução” de protestos contra as medidas do governo, todas elas contestadas a todos os níveis, até por quem não é directamente atingido pelas imposições determinadas pelo governo da República. Não conhecemos nenhum país da União Europeia onde haja protestos das Forças Armadas e das Polícias contra os governos. Estes actos de protestos vimos sim em países da América do Sul e de África, onde a democracia é palavra vã e os governos agem sob regimes ditatoriais.
Portugal está neste momento a apresentar-se aos olhos do mundo como um país subdesenvolvido e os comentários que estão a ser feitos lá fora deixam muito a desejar sobre a sociedade portuguesa no seu todo. Somos um país de greves, de militares e polícias revoltados, para além de outros “males” que nos colocam na cauda dos países da União Europeia.
Tudo isto lê-se e difunde-se lá fora, e não só em países da Europa, – nos jornais e nas televisões – enquanto que em Portugal pouco se diz como se tudo fosse normal. Há um encobrimento vergonhoso dos problemas que o país está a atravessar e que as greves são, como último recurso, ecos das gravidades existentes e que têm vindo a agudizar-se desde que o PS ascendeu ao poder.
No anterior governo, da responsabilidade do PSD, bastava uma intervenção de menor importância, um simples desacordo caseiro, para que os jornais enchessem páginas de exaustiva (des)informação sobre questões pontuais e localizadas, muitas delas a léguas de distância das influências negativas que estão a ter para o país a governação actual, como a paralisação, desmobilização ou desmoralização das Forças Armadas e das Polícias. Não queira o governo da República ver os nossos militares e os nossos funcionários públicos contentes com medidas que lhes tiram direitos e privilégios que antes de ingressarem na carreira militar já vigoravam.
Agora pergunta-se: Será que a Comunicação Social desconhece estes factos? Onde estão as notícias sobre factos que estão a pôr o país a “arder”?
Como dizia Pessoa “somos um povo que dorme quando há sol a trabalha quando não há nada para fazer”.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Campanhas da mentira

Pela experiência do passado, é lógico que já se esperava que a postura dos partidos da oposição para as próximas eleições fosse de reaccionarismo e do deita abaixo. Confesso que não esperava por outra campanha dos partidos da oposição que não fosse decalcar o negativo até o mais ínfimo pormenor. Andamos há cerca de trinta anos a ouvir a oposição a criticar, a prometer e a nada fazer e não nos venham dizer que o eleitorado madeirense é analfabeto, que não vota pelo seu próprio desejo e interesse, pela credibilidade aos que ganham as eleições.
A oposição ainda não percebeu que a liberdade de voto não é um direito em vão e que a política não é o jogo do pião. Jogam contra tudo e não se apercebem que o eleitorado está a ver, a tirar ilações, a fazer comparações e a tomar posições que vão determinar em que partido votar. Com efeito, as campanhas da mentira não fazem ganhar eleições aqui na Madeira.
A “sopa” russa que o PS anda a fazer está a confundir o eleitorado. No mesmo comício os socialistas falam das autárquicas e das presidenciais, da governação e do Pacto de Estabilidade exigido por Bruxelas, de um novo referendo ao aborto, dos medicamentos de venda livre nos hipermercados, do congelamento dos funcionários públicos e da greve dos militares e dos polícias. Assistir a um comício dos socialistas é a assistir a uma comédia com muitos autos.
A certa altura não se sabe bem se estão mais empenhados nas eleições autárquicas ou nas presidenciais. O fiasco é tanto que a confusão facilmente se estabelece. É tanta a desordem nos socialistas que, pela primeira vez na história do partido poderá surgir duas candidaturas do PS à presidência da República. Agora imagine-se o que será um partido a apoiar dois candidatos.
Na Madeira, tem vindo para a praça pública “guerras internas” no partido socialista que dizem bem com que interesses está o PS a concorrer às eleições autárquicas de 9 de Outubro. Quando um partido de pequena dimensão, como é o PS na Madeira, não consegue paz e organização na sua própria casa que poderá fazer à frente de uma Câmara ou Junta de Freguesia? São perguntas que andam com as pessoas, no dia a dia, a que, nos momentos decisivos, o eleitorado tem dado a devida resposta.
A maturidade do eleitorado madeirense (já vota há trinta anos!) deve ser respeitada. Saloios e analfabetos são aqueles que dizem que os madeirenses não sabem votar. As campanhas da mentira prevalecem só enquanto as verdades não são esclarecidas. Enganam-se aqueles que pensam que os madeirenses votam sem saber. Vemos candidatos, na actual campanha partidária, que andam “ali” só para terem o prazer de ver a comunicação social atrás de si, o que deve dar, a tais candidatos da oposição muito gozo, mesmo que efémero. Vê-los a denunciar o beco sem saída, a estrada que falta, ervas no canto da estrada que ainda não foram arrancadas, a ribeira com algum lixo, é bem demonstrativo da total falta de ideias e de convicções.
Pergunte-se às pessoas o que pensam das campanhas da mentira feitas pela oposição. Ninguém diz que o partido que está no governo e nas autárquicas faz tudo na máxima perfeição que também não comete alguns erros. Comete e sabe que os comete. O que não faz o PSD é prometer e não fazer, seja com muitas ou pequenas dificuldades. Nas campanhas dos sociais democratas os discursos são feitos através de mensagens simples, práticos, objectivos e verdadeiros, muito diferentes dos discursos dos partidos da oposição.
Sejamos transparentes e sinceros quando nos dirigimos às pessoas, ao eleitorado, porque é sobre factos concretos que as pessoas querem ouvir os políticos em campanha e não para ouvirem o rebobinar de factos passados que não vão contribuir em nada para um futuro melhor.
Não são as campanhas da mentira que vão levar os eleitores a mudar de opinião. Mais ainda na Madeira e no Porto Santo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Ambições dos (sim/não) socialistas

A tentativa de apoderar-se de todo o aparelho da governação desde as autarquias, governo e presidência da República pelo PS nunca foi tão assumida como agora. Uma sede de poder cega que não olha a meios para atingir os fins. A presente pré-campanha para as eleições Autárquicas de 9 de Outubro está a pôr os (ainda) socialistas com os cabelos em pé, com combates inexplicáveis dentro do próprio partido, corroendo as fundações históricas do partido através do descarado “empoleiramento” dos ditos independentes que estão a desvirtuar a base ideológica do socialismo, como a desconsiderarem antigos e actuais dirigentes do PS. Atente-se a alguns artigos de opinião veiculados pela comunicação social local, há algum tempo a esta parte, para se compreender o alcance das discordâncias intestinas do PS.
O PS deixou-se invadir por estranhos políticos, vindos não se sabe bem de onde, que embora digam estar solidários com as políticas defendidas pelo PS, estão mais é aproveitar-se dos palcos, dos tempos de antena e dos holofotes que um grupo de derrotados socialistas lhes proporcionou. Não há políticos independentes mas pode haver políticos do oportunismo que para poderem aparecer são capazes de “vender a alma ao diabo” só para deitarem cá para fora as doentias frustrações políticas.
Não há políticos indecisos e independentes com mais de 30 anos de idade. Como escreveu Thomaz Cook, “os políticos nascem políticos e ninguém chega a político (activo) quando já passou a puberdade e a juventude da vida, os que vêm depois é porque se perderam na caminhada e querem aproveitar-se da fragilidade do momento”. O PS está fragilidade, por dentro e por fora, como bem mostram os comportamentos de antigos e actuais dirigentes (das diferentes facções) socialistas.
A tríade que verdadeiramente “sustenta” o PS local não dá a cara e “dirige” o partido a partir do ambiente reconfortante do ar condicionado.
O candidato do PS à Câmara do Funchal é um politicamente desconhecido e já sem “o tempo” próprio (como refere Thomaz CooK) para só agora dar a cara e falar em projectos políticos. O fosso que o candidato socialista revela entre o que são os factos políticos e partidários com o que é gerir uma Autarquia, um concelho com a dimensão do Funchal, deixa ver e perceber quanto é o seu desconhecimento acerca do que é e como funciona o poder autárquico.
Gerir um Autarquia não é o mesmo como estar à frente de uma entidade privada que apenas está relacionada com o restrito meio de consumidores. Ser presidente de uma Câmara não é ver o princípio da estrada e desconhecer as suas ramificações até ao fim. Não é imaginar coisas, prometer o que se desconhece, apontar defeitos sem apresentar alternativas concretas, sentar-se numa cadeira e tratar os munícipes como cidadãos que não sabem o que querem.
Os candidatos do PS, na região e em muitas regiões do continente, são pessoas que, em cada intervenção pública, revelam sede de deitar abaixo o que está feito, procedendo como se tivessem sede de vingança não se sabe bem de quê. Naturalmente que os eleitores não votam nestes salvadores do socialismo que aparecem como independentes mas que de independentes nada têm. A própria oposição feita aparece amassada e desgastada de asneiras, mentiras, ódios e frustrações tantas vezes repetidas.
Os debates sobre as autárquicas estão a ser vistos como uma “feira de vaidades” para gente socialista que nunca andou nestas andanças e talvez por isso mesmo tente dançar e bailar, sorrir e ser simpático, quando bem se vê que tudo não passa de fingimentos. O complexo socialista foi sempre o da incapacidade em reconhecer que o eleitor também pensa e vê, também sabe decidir e em que depositar o seu voto. Se os madeirenses nunca votaram no PS não foi porque alguém os obrigou a votar, mais ainda, quando já lá vão cerca de 30 actos eleitorais, desde que a liberdade de voto entrou em vigor em Portugal.
Os socialistas nunca deram provas de merecerem o voto e a confiança do eleitorado madeirenses e porto-santense. Tiveram oportunidades, inclusive tiveram duas presidências de Câmaras (Porto Santo e Machico) mas não cumpriram com o muito que prometeram ao eleitorado. A queda dos socialistas do poder deve-se unicamente às falhas que cometeram, à incapacidade demonstradas, basta comparar o que é hoje o Porto Santo e Machico com o que era durante os mandatos socialista.
Estamos noutra fase da democracia, mais aberta e mais pluralista, que rejeita a demagogia, que já não suporta os velhos sermões da esquerda. Seria remar parado, ficar à espera das ondas, se os socialistas, hipoteticamente, fossem eleitos para qualquer que Autarquia da Região. Seria dar o voto para a condenação do desenvolvimento, do bem- estar e paz social e da própria vivência democrática.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

“Soares é fixe?”

Mário Soares, novamente, a presidente da República só pode ser provocação. Uma provocação caricaturalmente assumida. Não se pode levar a sério nem os portugueses vão atrás destas habilidades pessoais e partidárias. Soares é um homem "cansado", politicamente esgotado, com discurso do passado, que podemos e devemos respeitar por algo que fez "naquele tempo" mas que politicamente não tem lugar no presente e muito menos no futuro. Para os portugueses, Soares de fixe nada tem. Continua é “fixo” aos interesses comuno-socialistas.
Para quem tanto condenou a velhice do Prof. Oliveira Salazar e a sua permanência no poder que só acabou depois da célebre queda da cadeira, a candidatura de Soares aos 81 anos de idade (perfazendo 86 anos, se viesse a ser eleito) é a condenação da esperança numa mudança necessária e urgente do actual regime político que, para ser levada avante, precisa de visão descomprometida, de dinamismo e de rotura com o passado.
Os portugueses, pelo menos aqueles que não têm memória curta, são levados a pensar que o "velho" Soares não estará no uso de todas as faculdades e com falhas graves de carácter, pelo que, em consequência, estará a ser usado pelo aparelho socialista-comunista que sabe com o que pode contar com os 81 anos de idade de um homem que humanamente já não tem os reflexos e as capacidades que tinha quando foi Primeiro-Ministro e Presidente da República.
Que podem, em coerência, os portugueses esperar de um candidato à presidência da República que há bem pouco tempo atrás afirmou, reiteradamente, perante as câmaras das televisões e microfones das rádios, que não se canditaria por razões de idade, que o seu tempo político tinha já passado, entre outras mais razões.
Agora, a apresentação de nova candidatura, demonstra que mentiu aos portugueses e cometeu uma enorme deslealdade para com o seu kamarada Manuel Alegre, fazendo ignorar que este tinha já apresentado a sua candidatura, então avalizada por grande parte de militantes do PS. Sócrates, terá muito a explicar aos socialistas, mas em boa verdade, isso é lá com eles, como diz o povo.
O último "lugar político"de Mário Soares foi o de deputado no Parlamento Europeu e viu-se como se "arrastou" no debate e na intervenção, dando uma má imagem daquilo que foi no passado. Pensamos que quem propôs a candidatura de Soares, para além dos insondáveis interesses de grupos, facções ou outros, não lhe quer bem, e que a sua "terceira idade" seja vivida em sossego e em paz, com tranquilidade e fora das tricas e laricas da política activa.
Soares há muito que já entrou chamada "idade crítica", das sandálias e dos filmes antigos. Se a vitalidade física e mental prevalecesse para todo o sempre teríamos hoje a ver jogar um Eusébio e a assistir às corridas olímpicas de Carlos Lopes.
O homem "nasce, faz, permanece e morre". Faz na idade própria, permanece no máxima das sua faculdades na fase intermédia da vida e passa à fase final quando já não consegue reagir como dantes, acusando cansaço, perdendo pachorra e agarrando-se ao que fez no passado. Ora, Mário Soares já havia assumido publicamente esta situação para si.
Mário Soares terá, um dia, que explicar aos portugueses a verdadeira razão desta candidatura.