quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Uma oposição fora de tempo

A Madeira vai entrar num novo ciclo, particularmente de um ciclo comunitário mais europeu aos mais diversos níveis, pelo que o reforço da Autonomia impõe-se como nunca e para lá chegar temos que ter um Governo com uma forte liderança, bem relacionado com as diferentes áreas da União Europeia, com demonstração de competências e mais valias cabalmente reconhecidas.
Votar fora desta realidade é estar a desperdiçar votos, é não querer ver o passado e presente e não ter visão de futuro. É não conseguir ver e entender que, na Madeira, temos uma oposição a expressar-se fora de tempo, ultrapassada, sem nada de novo. É deixar-se ficar, sem saber como!



Nas vésperas de mais um acto eleitoral para eleger o presidente do Governo da Madeira o que os eleitores mais querem saber é o que cada líder partidário, candidato à presidência do governo, se propõe fazer, que programa de governação apresentou e se propõe cumprir. Para chegar a presidente do governo tem que ganhar as eleições e a vitória só é possível revelando aos madeirenses aquilo que irão fazer. Tudo o mais é campanha gratuita.
Eu diria que os eleitores madeirenses estão fartos de serem tratados pelos partidos da oposição como se fossem atrasados mentais, dada a lastimável campanha que está a ser reeditada. Os comícios dos partidos da oposição apresentam sempre as mesmas caras, os mesmos aplausos e as mesmas desgraças. Tudo é dito e feito pela menoridade apresentando os madeirenses como uns desgraçados do terceiro mundo.
Custa-me ouvir discursos de miséria onde ela não existe, da ingratidão pelo bem recebido, de ver e ouvir desconsiderações impróprias e contraditórias. Penso que os comunistas, os socialistas e os centristas ainda não se aperceberam que estão a prejudicar os seus partidos e a denegrir a imagem da Madeira. Acho que há falta de noção sobre o que é praxis política neste novo ciclo da vida regional, nacional e europeia.
Não digo que não haja carências, que os madeirenses vivem num paraíso, que todos têm aquilo que gostariam de ter e que não haja ainda muito por fazer, quer na Região como no País, na Europa e no Mundo. Melhor que ninguém, sabe o Governo que nem tudo está concluído e que novos ciclos sociais, económicos, culturais e políticos vão surgir. É a lei natural do progresso: quanto mais temos, mais queremos ter. É humano, é um acto de inteligência.
E porque as eleições de 17 de Outubro, se destinam, fundamentalmente a eleger o presidente do Governo da Madeira para os próximos quatro anos, não faz sentido os líderes dos partidos da oposição andarem a julgar o futuro da região na base da estrada agrícola que ainda não chegou, dos prédios degradados que ainda não foram recuperados, das levadas por cuidar e de tantas outras “pequenas coisas” como se os madeirenses não tivessem direito a vias rápidas, habitações condignas e “tantas outras coisas” que dão bem estar e alegria de viver.
O futuro que se espera para a Madeira é sempre mais risonho, com governantes que nos transmitam confiança e tenham uma visão global da ilha e do mundo em que vivemos. Estranho também que os líderes andem a pedir votos para serem eleitos para um lugar na Assembleia Regional e não para formar governo. Com este procedimento estão a passar a imagem que a sua ambição não é assumir responsabilidades governamentais mas apenas assegurar um tacho no parlamento.
Se os líderes dos partidos da oposição reconhecem que não têm condições para governar, que não têm estatura política nem meios para chegar ao governo, então estão a defraudar o eleitorado. Andam a ser egoístas, a olhar para o umbigo, a quererem apenas o seu bem estar à custa dos eleitores porventura menos atentos às artimanhas comunistas, socialistas e centristas, indo nas promessas fáceis de quem fala do povo, serve-se do povo e nada dá ao povo, a não ser algumas “imagens maquilhadas” para
inglês ver. Que se demitam e dêem o lugar a outros pois são sempre os mesmos perdedores há quase trinta anos.


Temos, na verdade, uma oposição muito pobre. Tendo no seu seio pessoas ressabiadas, sem ideias, com uma visão catastrófica do presente e futuro, que não foi capaz de entender a transição da pobreza e da instabilidade para uma paz social e de desenvolvimento. Não é, nunca, com esta insegura e limitadora aposição que a Madeira poderá algum dia andar para a frente. Se no passado os madeirenses não deram o seu voto nesta mesma oposição, que existe desde a primeira hora da Autonomia, vai para 29 anos, não será no presente e no futuro que o aval será dado. Mais ainda quando as novas gerações são mais exigentes, querem mais factos concretos, têm uma melhor capacidade para analisar as diferentes áreas partidárias e dai não irem em críticas e campanhas egoístas e vazias.
A Madeira vai entrar num novo ciclo, particularmente de um ciclo comunitário mais europeu aos mais diversos níveis, pelo que o reforço da Autonomia impõe-se como nunca e para lá chegar temos que ter um Governo com uma forte liderança, bem relacionado com as diferentes áreas da União Europeia, com demonstração de competências e mais valias cabalmente reconhecidas.
Votar fora desta realidade é estar a desperdiçar votos, é não querer ver o passado e presente e não ter visão de futuro. É não conseguir ver e entender que, na Madeira, temos uma oposição a expressar-se fora de tempo, ultrapassada, sem nada de novo. É deixar-se ficar, sem saber como!

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