quinta-feira, 30 de março de 2006

Derrotados pela ignorância

A Madeira é um palco de liberdade de expressão, de democracia plena, e talvez por assim ser é que haja tanta notícia mal escrita, tanta especulação desabrida e tanto cinismo entre os que dizem saber o que não sabem. Creio, apesar de tudo, que o futuro será melhor e que as novas gerações não vão permitir tanta e descarada esperteza saloia.

Há notícias que nem para o caixote do lixo deviam ir bater. Mas, por qualquer motivo, há sempre quem vá fazendo de algumas publicações caixotes de lixo sujos de tanta porcaria que vão criando movidos por frustrações ou outras doentias razões. Umas vezes os seus autores são pseudo líderes dum povo que não os conhece de parte alguma nem os quer conhecer, povo que não lhes dá crédito, mas por revelam ter dinheiro do suor de heranças recebidas, entendem que tudo serve para dar nas vistas, mesmo sendo protagonistas do nada, com a mania que tudo é igual a tudo, cegos por uma inteligência bolorenta.
Chamem megaprojecto à obra que vai nascer no Toco, zona da freguesia de Santa Maria Maior, com custos avaliados na ordem de 239 milhões de euros, e que irá criar inegável riqueza para o Funchal e para a Região, chamem o projecto como quiserem e façam tudo para que o calhau não os atinja, que a obra do Toco, na zona do Lazareto, prevista para ser inaugurada dentro de cinco anos, irá dignificar a região e contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas. Veja-se, tão só, a unidade hoteleira construída junto à muralha do Corpo Santo, a sua qualidade arquitectónica e a riqueza que veio trazer aquela zona histórica de Santa Maria Maior, em contraponto com a lixeira que ali existente e que alguém defendia que todo aquele ferro velho ali permanecesse.
Os mesmos que defendem a Madeira pela baixeza, que vêem tudo pela maldade e não aceitam as palavras justas e o desenvolvimento sustentado, são os mesmos que, durante anos, se opunham à promenade na Avenida do Mar e das Comunidades (hoje por hoje uma das mais concorridas do Funchal), a par da promenade do Lido até a Praia Formosa, como são os mesmos que passados 30 anos de Autonomia ainda não perceberam que na Madeira já ninguém compra “gato por lebre”, não enfia barretes, nem mesmo os “vilões” explorados pela velha senhora colonia.
Para esses frustrados da vida, Saddam Hussein devia manter-se no poder e deixar apodrecer nas nauseabundas prisões os iraquianos que não concordassem com as suas ideias. Saddam como Milosovic, Lenine como Mao, são heróis da revolução que tratava o povo como animais acorrentados e viviam como príncipes de riquezas herdadas. Gostávamos de ver estes velhos amigos do povo, alimentados a caviar e champanhe, a viverem em países do leste da Europa (de que tanto falam como de grandes exemplos de democracia), na Cuba de Fidel ou noutra maravilhosa nação comunista.
A liberdade de expressão nunca me foi negada e, por hábito familiar, lia quase todas as publicações editadas no Funchal, desde o Jornal, o Diário, O Eco, A Voz da Madeira, A Tribuna, o Diário da Madeira, e outras publicações que apareciam lá em casa. Desde jovem que fui mais leitor de jornais do que de livros. A Tribuna tinha como director o Dr. Horácio Bento de Gouveia e era, tal como a Voz da Madeira, cujo director sempre foi o Dr. Agostinho Cardoso, duas publicações de elevado nível literário, com uma escrita correcta (não subserviente) e cujos conteúdos se destacavam das restantes publicações.
Vejo (e leio, porque não é qualquer leitura que me faça mudar de ideias) alguns escritos nalgumas publicações que nem uma linha teriam espaço nos jornais de outrora. Hoje escreve-se sem saber o que se está a escrever, só pelo prazer da maledicência, fazem das palavras um jogo de teatrinhos, imitam sem saber imitar, refugiam-se nos filósofos, nas frases feitas, comparando o que não é comparável.
É por isso que afirmamos que algumas publicações não passam de caixotes de lixo, de pura feira de vaidades, de inconsciência sobre o que tentam transmitir aos leitores e depois acabam sempre como querem... ser os sabedores da verdade única.
Nunca se escreveu tanto sobre coisas sérias tão mal escritas como agora. Seja devido à educação, ao ensino, aos professores, aos pais, à crise de valores, o certo é que nunca se escreveu tanto (e mal), com tanta ignorante sabedoria, como agora.
A Madeira é um palco de liberdade de expressão, de democracia plena, e talvez por assim ser é que haja tanta notícia mal escrita, tanta especulação desabrida e tanto cinismo entre os que dizem saber o que não sabem. Creio, apesar de tudo, que o futuro será melhor e que as novas gerações não vão permitir tanta e descarada esperteza saloia. O ponto de ordem será colocado.

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