quinta-feira, 23 de março de 2006

Ontem como hoje

Os madeirenses, desde a primeira hora da Autonomia, foram alertados e preparados para que só com trabalho honesto e pragmático era possível crescer, desenvolver e criar uma Autonomia de progresso e de futuro.


Promovem-se todos os anos cimeiras para falar que sobre o ambiente, sobre a falta de água que todos anos leva à morte milhões de pessoas, sobre a pobreza que prolifera, sobre a globalização que, ao que parece, pouco tem de partilha a bem do bem estar da generalidade da humanidade, e sobre a guerra que é considerada como um dos maiores e mais lucrativos negócios do mundo, juntamente com a droga.
Andamos a promover cimeiras para uma sociedade mais global, com mais paz e melhor ordenamento mundial, mas, ao mesmo tempo, quase que incitamos ao aumento da violência, da guerra e do consumo de droga.
Ontem como hoje há cimeiras que nada dizem e valem pouco mais que encontros mediatizados de senhores que opinam com intenções trocadas, viciadas e a enganar a opinião pública mundial. O julgamento de Saddam Hussein é uma farsa se levarmos como sérias as informações que o elegeram como um dos piores ditadores do Iraque.
Milosovic morreu de que? (ataque cardíaco, envenenado?), Saddam não é julgado em tempo mais que suficiente, porquê? Os cartéis da droga, identificados e localizados, não são destruídos, porquê? Como é possível, todos os dias, navios e aviões andarem a transportar droga de país para país, de continente para continente? Não é mais do que visível os desmandos que se vê praticar por todo o mundo? Gente que do nada se tornaram, misteriosamente, em poucos anos, ricos, milionários, com fortunas e patrimónios incalculáveis?
Os jovens franceses (agora com contornos diferentes daqueles que protagonizaram a revolução de 68 que fizeram mudar a França), estão de novo nas ruas das cidades franceses, no coração de Paris (cidade capital da cultural mundial que, só o famoso Museu de Louvre, recebe mais de 100 milhões de turistas por ano), a contestar as asneiras de um ministro de um governo, em matéria de contrato de trabalho.
O trabalho não é sinónimo de emprego, o trabalho é produção, é para quem sabe fazer o que está a fazer, é para quem está habilitado, é para os que sabem trabalhar, produzir, rentabilizar.
O mal dalguns governos é terem ministros com a ideia que sabem como resolver todos os problemas do país, sem que, para tal estejam habilitado ou nunca terem saído dos seus gabinetes ou das tais cimeiras pomposas com gente ilustre mas que não produzem nada.
A tal classe “sabedora” que o Dr. Alberto João Jardim desmascara existir em Lisboa, que quer andar no poder da política de gabinete para gabinete, com discursos de embalar, são muito idênticos, no pensar e agir, certamente como o tal ministro francês que vem com ideias de gabinete esquecendo-se como as decisões irão funcionar na prática e que atingem milhões de jovens, de entidades patronais e familiares.
Estas parvas ideias leva-nos, por vezes, a recordar o derrame de crude que atingiu a Praia do Porto Santo. Na altura. O ministro responsável pelo ambiente no Governo da República veio à Madeira e ao Porto Santo, para in loco se inteirar da situação. Mal chegou ao aeroporto, foi-lhe perguntado que medidas deveriam ser tomadas para que o crude não atingisse outras zonas costeiras. Resposta pronta e convincente: Neste preciso momento, a nossa principal preocupação é que o crude que foi derramado no Porto Santo não chegue às Berlengas”. Um enorme disparate, definiu-se logo o que conhecia do país. As Berlengas ficam frente a Peniche (Continente) e o que o ministro queria (mas não sabia) referir-se era às ilhas Desertas, a pouca distância das ilhas do Porto Santo e da Madeira.
Esta “caricatura real” passa-se com muitos ministros da República. Falam e tomam decisões sobre o país real sem o conheceram.
“A minha paixão como primeira ministro é a educação, temos e vamos melhorá-la”, disse António Guterres. Meses depois era o governo contestado pelos estudantes, professores e sindicatos, com greves e mais greves, com “rabos à vista” que correm mundo a darem a imagem deprimente do ensino em Portugal.
E que dizer agora de um primeiro Ministro de Portugal que “governa” em puras utopias, que cria diariamente dificuldades aos portugueses, que hipoteca o país, que mente, que não cumpre com promessas eleitorais e não honra os compromissos do Estado para com a Região Autónoma da Madeira?
Os madeirenses, desde a primeira hora da Autonomia, foram alertados e preparados para que só com verdade, trabalho honesto e pragmático era possível crescer, desenvolver e criar uma Autonomia de progresso e de futuro. Os resultados estão à vista dos madeirenses e de todos quantos nos visitam. Para mágoa dos partidos da Oposição, eternamente incapazes de proporem alternativas sérias.

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