quinta-feira, 9 de março de 2006

Manifesto anti-Madeira

Por muito que as evidências possam magoar, por terem eventualmente as expectativas levado ao ranger de dentes naqueles que questionavam sobre como iria a Ilha democrática fazer ou se “desenrascar” no meio de tanto maledicência e confusão, a margem de benefícios que a Madeira da Autonomia tem compensado Portugal é a maior resposta aos que pensavam que os madeirenses eram portugueses de segunda.
Embora estejamos satisfeitos com esta “Madeira Nova” que é elogiada pela União Europeia e outras instâncias internacionais, ao contrário do manifesto anti-Madeira que os políticos e os governos da República vão tentado derrubar a democracia do progresso, entendemos que devemos exigir mais e maior autonomia, desafiar o poder político central, questionar as barreiras totalitárias que o governo da República continua a colocar à Madeira (veja-se o simples facto desportivo) e dizermos abertamente que, ao contrário do que pensam os políticos e os governos da República, a Madeira pode muito bem viver sem o amarrotado chapéu do poder central.
Qual é o mal para Portugal conceder mais autonomia ou outra forma de administração mais livre à Madeira? Porquê o medo dos “todos poderosos” de verem a pequena ilha, com cerca de 270 mil habitantes, mais de um milhão de emigrantes, tornar-se num Estado Autónomo, livre dos actuais encargos para os pobres-ricos Governos da República Portuguesa. Convinha saber, claramente, que a realizar-se um referendo sobre uma clara e ampla autonomia para a Madeira ou outro qualquer modelo que se destinasse a libertar a Madeira do pobre-rico Estado Central, no momento presente (agora, hoje), teria um resultado surpreendente para aqueles que continua estupidamente a dizer no Continente que a Madeira e os madeirenses não conseguiriam viver sem os apoios do Estado.
Não se pense que uma maior “independência” da Madeira teria os mesmos efeitos que a divisão do território continental, cujo referendo redundou num não. Faça-se um referendo na Madeira, junto dos madeirenses residentes. A resposta será naturalmente surpreendente. Os únicos madeirenses que defendem a ditadura dos governos da República ainda são aqueles que, por qualquer razão, fazem parte do aparelho da administração pública central, que recebem ordens dos quartéis-generais sediados em Lisboa ou noutra qualquer região do Continente. Por outro lado, não é a classe média-baixa continental que critica e denigre a Madeira, é a classe média-alta, a burguesia, os políticos de punhos de ouro e os governantes que falam de Portugal sem nunca terem conhecido o país continental e insular.
Há um manifesto anti-Madeira criado nos anos revolucionários do comunismo que queriam apoderar-se da ilha e dela fazer o paraíso doentio da ilha de Cuba. Nesses anos do comunismo de sebenta, das canções revolucionários e dos elogios à política exemplar cubana, foram muitos os madeirenses que, através de uma associação política que integrava a URSS, Cuba e a Madeira, foram várias vezes a Havana e a Moscovo receberem aulas de como governar a ilha da Madeira sob a bandeira comunista. Essas figuras andam por aí, trabalham e têm moradia na ilha. Nenhum mal lhes foi feito mas muitos saíram beneficiados quando o comunismo bateu no fundo e rapidamente se terão agarrado às bandeiras de outros partidos.
O Manifesto anti-Madeira sempre teve os seus seguidores, não sabemos se fazem ou não reuniões secretas, se ainda vão à opressiva ilha de Fidel Castro, ou a Moscovo agora apenas com a Rússia. Alguns desses anti-Madeira continuam ao serviço do poder central, a informar ou a desinformar com estórias inventadas há medida de interesses obscuros. Os factos positivos ignoram, são as ordens dadas, e como compensação vão recebendo, à laia de prémio por obediência, entre outras coisas, umas “espadas” que o Presidente da República cessante decidiu enfiar num vime à laia dos chicharros ou cavalas na praça do peixe.
Enquanto se entretém com estas “coisinhas regionais” vão deixando passar a outra obra, a mais visível, a mais importante, a que criou e está a desenvolver a Madeira Nova. Cada vez mais, parece-me, que algo terá que ser feito, nem que seja a pensar e em proveito das nossas futuras gerações. Permitir que andam a dar uma num prego e outra na ferradura, é deixar que continuem a atacar descaradamente a Madeira e os madeirenses.

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