quinta-feira, 16 de março de 2006

Comunismo versus socialismo

Hoje em Portugal temos dois partidos comunistas: Um liderado por uma nomenclatura Leninista, à moda antiga que, além de alguns pseudo intelectuais, acorrenta algum sector da sociedade menos literata. Um outro, travestido de partido socialista, onde as lideranças preferem o caviar ao carapau, os ambientes fechados das maçonarias ao das vastas e pomposas audiências, o capitalismo sem regras aos sectores estatizados e à substituição da sociedade de valores por uma sociedade miserabilista.


Nada é eterno porque tudo tem um princípio, um meio e um fim. Nada tem validade no absoluto. Os comunistas devem ser os adeptos mais fanáticos de uma ideologia, como são os socialistas das rezas revolucionárias, das sociedades maçónicas, das assembleias à porta fechada e quase às escondidas. A política é uma arte, uma ciência de governar, que não funciona bem quando se desconhecem determinados princípios e se procura criar ambientes agrestes e de retaliação.
Pior são aqueles que saltam de partido para partido só porque o que lhes interessa na política é o poderem aparecer, sejam de lapela vermelha, rosa ou de outra cor qualquer. Os comunistas não aceitam que as famosas ideologias dos princípios do século passado e anteriores já estão mortas face ao mundo do século XXI. Os grandes pensadores do comunismo fizeram pontes ideológicas para o seu tempo, para a época da “escrita” puramente oral, analfabeta, de pobreza intelectual, de mentes acorrentadoras, de escravatura humana. Quando os mitos acabam alguns procuram ocupar o lugar do morto, da ideologia contaminadora, mas nada conseguem porque o tempo e o mundo estão diferentes.
O comunismo e o socialismo actuais são cópias mal tiradas do passado. Um comunista e um socialista dos finais do século XIX eram oradores por excelência, pessoas inteligentes, que sabiam ler a época em que viviam e sabiam transmitir ao povo as razões de defenderem tais princípios ideológicos. Hoje se perguntarmos a um comunista em que traves se apoia o comunismo temos a mesma resposta que era dada há cerca de dois séculos atrás. A evolução não passou, os tempos da máquina a vapor parece estar por ali e o saber pouco e ignorantemente parece ser mais importante que o saber universal.
Nem a queda brutal da URSS e de todos os países do Leste fez abrir as luzes nas mentes doa apaniguados comunistas e de muitos socialistas. URSS queria dizer União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Socialistas que era o mesmo que comunistas. A confusão era propositada e é por isso que muitos intelectuais da Europa do Leste sempre defenderam que socialismo e comunismo eram a mesma coisa.
Nos países europeus (da dita Europa capitalista) há socialismo e comunismo, como há a social democracia e a democracia popular, bem como a extrema direita e a extrema esquerda, mas que, na prática, não se comparam com a prática comunista e socialista do princípio do século passado. E é nisto que o comunismo em Portugal tem sido igual ao socialismo. Batem-se sempre pelas ideias do século passado, facilmente elegem inimigos, criam problemas, incitam à violência, às greves e às manifestações, jogam com os mesmos argumentos dos seus antepassados socialistas e comunistas que viviam de olhos vendados às ordens dos poderosos feudais do comunismo e do socialismo.
Hoje em Portugal temos dois partidos comunistas: Um liderado por uma nomenclatura Leninista, à moda antiga que, além de alguns pseudo intelectuais, acorrenta algum sector da sociedade menos literata. Um outro, travestido de partido socialista, onde as lideranças preferem o caviar ao carapau, os ambientes fechados das maçonarias ao das vastas e pomposas audiências, o capitalismo sem regras aos sectores estatizados e à substituição de sociedade de valores por uma sociedade miserabilista.
Álvaro Cunhal, que juntamente com Mário Soares, foram os “pais” do comunismo em Portugal, tiveram o seu tempo, mas não foram capazes de acompanhar a mudança dos tempos. A atitude de Mário Soares ao não cumprimentar, na cerimónia da tomada de posse, o novo presidente da República, Cavaco Silva, deixou cair a máscara que sempre mostrou aos portugueses. Nunca foi aquilo que prometia, assinou precipitadamente a independência das colónias, levou o FMI a intervir em Portugal para salvar a bancarrota e manteve sempre um mistério sobre determinadas situações graves que se passaram no país.
Os mitos acabaram definitivamente pois já nada valem e já nada pode ser escondido. O campo de concentração do Tarrafal (um palácio se comparado com os campos de concentração de presos políticos que hoje conhecemos no Iraque e em Cuba), que os comunistas e os socialistas pintaram de tenebroso era uma dádiva para o que há por esse mundo fora.

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