segunda-feira, 31 de março de 2008

Páscoa é verdade

Ninguém estará, hoje, em condições para afirmar peremptoriamente que sem o pluralismo da informação a Madeira teria ou não seguido o rumo do comunismo-socialismo. À data das revoluções de massas, manejadas pelos comunistas-socialistas, apenas o JM deu a cara, colocou-se à frente, defendeu intransigentemente os valores da democracia. Se tal não tem acontecido estaríamos, muito provavelmente, com a Madeira num modelo albanês ou cubano.


Não há comparações mas há sempre algo que se pode ligar sem desvirtuar a essência dos factos. A Páscoa traz-nos o valor da Ressurreição, o sentir do possível, do nunca terminado. Uma reflexão sobre o muito que nos rodeia, com lealdade e sem ódios, com verdade. Não se constrói um mundo melhor destruindo o bem. Talvez, hoje, neste pensar pascal, seja de abordar um tema que nos é muito grato. Os mass media e a política.
Chega a ser doentio o posicionamento dalguma comunicação social e de alguns comentaristas ou pseudo-analistas políticos sobre a Autonomia e o modelo de governação seguido na Madeira. Há liberdade de expressão para que cada um diga o que pensa, mas há quem insista em confundir liberdade com libertinagem, seriedade com maldade. Expressam-se com raiva, revoltados, obcecados por uma visão catastrófica supostamente alimentada por um imaginário doentio.
A comunicação social é no presente, no sucesso e no fracasso, muito daquilo que foi feito no passado. Aqueles que arvoram-se, no presente, como os grandes artífices da história deviam ter a humildade de reconhecer que sem o muito, com muito pouco, que foi feito no passado não seriam o que hoje são nem estariam onde hoje estão. O Jornal da Madeira foi irrefutavelmente o grande baluarte na defesa da democracia contra as tentativas do comunismo-socialismo em tomar as rédeas do poder na ilha. O Dr. Alberto João Jardim liderou, enquanto director do JM, antes de ingressar nas funções governativas, o projecto mais arrojado e de sucesso editorial que alguma vez houve na Região e quiçá no País.
A Comunicação Social em Portugal vive hoje num oásis e há projectos jornalísticos que pouco atenção dão às questões de fundo que movimentam e envolvem o País na Europa e no Mundo. A Madeira tem três jornais-diários, dois dos quais gratuitos, o que faz com que haja espaço para a pluralidade mas também uma maior responsabilidade na informação. Ninguém estará, hoje, em condições para afirmar peremptoriamente que sem o pluralismo da informação a Madeira teria ou não seguido o rumo do comunismo-socialismo. À data das revoluções de massas, manejadas pelos comunistas-socialistas, apenas o JM deu a cara, colocou-se à frente, defendeu intransigentemente os valores da democracia. Se tal não tem acontecido estaríamos, muito provavelmente, com a Madeira num modelo albanês ou cubano.
Pelo menos tenham respeito pelo que foi feito no passado. Pelos antecessores. Ou então, se entendem que o passado foi nada, tomem a iniciativa com projectos novos idealizados segundo os vossos conceitos de democracia, governação, economia e afins. A comunicação social não pode ser um refúgio para decalcar frustrações. Ter mais jornais, mais estações de rádio e mais canais de televisão não quer dizer que haja mais e melhor informação. Pelo que se lê, ouve e vê, a comunicação social em Portugal está a atravessar uma fase menos boa, está em crise, reconheça-se.
A SIC-notícias, por exemplo, levou aos estúdios alguns comentaristas para falarem sobre os 30 anos de governo do Dr. Alberto João Jardim. Aquilo que devia ser, a bem da informação isenta, um opinar directo sobre os efeitos da boa ou má governação e dos seus reflexos na vida da Região Autónoma, foi aproveitado para um combate contra a pessoa do Dr. Alberto João Jardim e contra os madeirenses. Comparar o presidente do Governo Regional, que sempre foi eleito democraticamente, com o presidente de Cuba, que assumiu o poder pela força das armas e nunca foi eleito, é estar a mentir com o beneplácito de um órgão da comunicação social. E isto é grave. É doentio.
Foi confrangedor ouvir alguns opinar sobre a Madeira como se a ilha vivesse num caos social, habitada pelas pessoas mais pobres e mais analfabetas. Para tais trogloditas do Continente tudo na ilha é miséria e os madeirenses um povo sem liberdade de pensar. Deu-se voz a pessoas que revelaram uma gritante ignorância sobre a Madeira, o Porto Santo, as Comunidades Madeirenses no Mundo, o que era a ilha há 30 anos e o que é nestes primeiros anos do século XXI. A cegueira é tanta que tais figuras insinuam que tudo quanto a Madeira fez de novo foi um desperdício.
Parece haver um fascínio pela maldade sobre tudo quanto seja português fora do rectângulo que leva a que alguns continentais falem estupidamente e negativamente da Região Autónoma da Madeira e muitos dos quais não conhecem a Região no presente nem a conheceram no passado. Preferem ser enganados pelas promessas do governo (veja-se as estrondosas manifestações de protestos nas ruas de Lisboa e por todo o Continente), por uma administração sombria e perdulária, aceitando o triste fado e agarrados ao velho e triturante argumento da crise como se a vida estivesse traçada para a negatividade.
Portugal está atolado numa sociedade descrente e em crise, com a economia a afundar-se e as famílias em graves dificuldades financeiras. Por muitas mudanças que sejam feitas já é difícil acreditar num governo incumpridor. Não se governa um país de costas voltadas para os cidadãos.
É tempo de viver a Páscoa e caminhar em frente. Sempre a pensar num amanhã melhor sem esquecer o passado que nos fez estar aqui!

21.03.2008

Sem comentários: