quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Inigmática dúvida!

Se Portugal quer afundar-se cada vez mais, manter-se no fundo dos países mais pobres e subdesenvolvidos, pois que continue mas não tenham os seus rotativos governantes a pretensão colonial de arrastar para o fundo a Região Autónoma da Madeira e os seus habitantes residentes e na diáspora. Basta! Os madeirenses não querem um Portugal governado por quem não tem sensibilidade pelas questões nacionais, no seu todo.



Portugal está política e governamentalmente doente. Está com uma má governação, com uma, por vezes, enigmática presidência da República, não tem dinâmica partidária e tem uma fracassada política de oposição. Tem uma Assembleia da República egocentrista e um eleitorado que se deixa embalar facilmente pelas falsas promessas de políticos ou pseudo-políticos. Portugal é um país “governado” com base em falsas promessas, dos amigalhaços e dos desenrascas, com ministros jactantes que persistemente e teimosamente se contradizem e de outros que governam como se os portugueses fossem seres anormais.
Até aqueles que votaram no partido que veio a formar governo da República acabam por ficar desiludidos. Arrependidos. Pouco ou nada do que foi prometido aos eleitores é concretizado e, não poucas vezes, vêem agravado o custo de vida, a inflação, a perda do poder de compra e o aumento dos impostos. Uma vez no poder certos políticos portugueses esquecem os eleitores, não respeitam as promessas que fizeram e estão-se nas tintas para as greves justas, para o aumento do desemprego e para a quebra da qualidade de vida.
Não são, seguramente, os madeirenses que vão avalizar este desnorte governamental que Portugal está a seguir, infelizmente consentido pelo presidente da República. Ainda esta semana Cavaco Silva promulgou a lei de avaliação dos serviços e dos dirigentes da administração pública, mas admitiu que tinha algumas dúvidas sobre a referida lei. Como é possível um Chefe de Estado promulgar uma lei que o próprio reconhece existirem matéria susceptível de criar dúvidas, sabendo que a lei, uma vez por si assinada, entra em vigor com todos as dúvidas e certezas que possa conter.
O Portugal político e as suas principais cúpulas estão a viver bem longe do país real. A Madeira tem carradas de razão para protestar contra todas as políticas governamentais da República e das ambíguas posições do presidente da República. Se Portugal quer afundar-se cada vez mais, manter-se no fundo dos países mais pobres e subdesenvolvidos, pois que continue mas não tenham os seus rotativos governantes a pretensão colonial de arrastar para o fundo a Região Autónoma da Madeira e os seus habitantes residentes e na diáspora. Basta! Os madeirenses não querem um Portugal governado por quem não tem sensibilidade pelas questões nacionais, no seu todo. Só num país como Portugal, se ouve dizer que os titulares de cargos políticos solicitaram ao Tribunal Constitucional que os seus rendimentos fossem ocultados. Isto poderá querer dizer algo se passa de pouco correcto.
Há relativamente pouco tempo o “Correio da Manhã” dava a notícia que “o Secretário de Estado do Ambiente (do governo socialista) duplicou o salário a uma assessora técnica em menos de dois anos, de 1.500 para 3.000 euros. Segundo três despachos publicados em Diário da República, a assessora – contratada, em Maio de 2006, com uma remuneração de 1.500 euros – passou a auferir em Janeiro do ano passado (2007) 2.250 euros. Já este ano (2008) irá receber 3.000 euros. Ou seja, em menos de dois anos a assessora foi aumentada em 1.500 euros”.
È óbvio que estas e outras enigmáticas “barbaridades” devem estar a acontecer por outras bandas da República e fora do alcance dos portugueses que, como todos sabem, têm os salários e as pensões mais baixas da Europa. Com excepções. A Estradas de Portugal não esteve com cerimónias e achou por bem triplicar o salário do presidente da empresa pública, obviamente com o aval do governo. Como também é inexplicável saber-se, pela comunicação social, que a reforma (recente) de cinco ex-gestores do BCP ascendeu a 70 milhões de euros, qualquer coisa como, em média, 14 milhões de euros para cada um.
O país está doente. Um dos mais carismáticos socialistas, Manuel Alegre, não tem preconceitos em falar num “buraco negro” no seu partido (PS). É este partido que governa Portugal e que está no poder com votos de maioria. Como é possível? A livre opção de voto em Portugal parece estar longe de ser interpretada à luz da democracia. Vota-se em partidos e em pessoas que os portugueses não conhecem de lado nenhum e que de um momento para outro surgem à frente de ministérios e da governação do país.
Com governos destes que podemos esperar no amanhã? Até quando o presidente da República irá promulgar leis sobre as quais mantém dúvidas?...enigmática dúvida!

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