quinta-feira, 24 de agosto de 2006

O rosa-vermelho contra a Madeira

Se pretende o PS desgastar os madeirenses com campanhas de descrédito e colocar os continentais que desconhecem a Região contra os madeirenses, o efeito é completamente ao contrário. Os 30 anos de Autonomia falam por si.


O rosa-vermelho são as cores partidárias que nunca se desenvolveram no solo madeirense. Desabrocham com algum fulgor surpreendente que parece crescer e expandir-se em alguns locais da ilha mas logo ficam murchas, amareladas e acabam por desaparecer. Prometem muito e muito rapidamente ficam pelo caminho. Veja-se o que está a acontecer com o governo socialista.
Portugal não deveria ser olhado como um país qualquer e é urgente que se faça sentir aos portugueses o que é o País dentro e fora das suas fronteiras. Portugal está na Europa comunitária desde 1 de Janeiro de 1986, está no pelotão da frente que criou a moeda única (euro), e tem uma das mais antigas universidades do mundo.
Portugal não pode ser um País de pessimismos e de frustrações. De classes continentais, de centralismos e subjugado a políticas e ideologias falhadas. Portugal não é o que alguns governantes da República querem fazer crer nem a Madeira da Autonomia é um quintal enfeitado para receber os senhores do ainda poder imperial.
O que se está a passar na área do poder central e de alguns outros poderes é demasiado brejeiro para uma sociedade como a nossa. A irresponsabilidade tem custos elevados e é deprimente ver num qualquer jornal opiniões, com títulos em destaque, sobre pessoas que ocupam altos cargos por via de eleições livres e democráticas.
A liberdade de expressão foi usada pelos políticos de esquerda como uma bandeira que ensombrou as suas pretensões ao poder democrático. Em eleições livres e democráticas nunca os comunistas chegaram ao poder em Portugal. Nem os cor-de-rosa, nem os de cor dos cravos vermelhos, nem os que afirmavam que o País estava aprisionado pelo capitalismo da direita.
Como nunca conseguiram os seus intentos têm procurado, por todos os meios, enfraquecer os que sempre operaram com êxito político e governamental. A pressão do governo socialista sobre o governo Regional, do PSD, está a atingir limites de extrema perseguição.
O governo da República, do PS, quer acabar com a hegemonia e vitoriosa democracia que reina na Madeira desde as primeiras eleições livres. Desde a primeira hora democrática que os madeirenses se identificaram com a social democracia do PSD e nunca deixaram de dar a este partido da Região Autónoma vitórias nos sucessivos actos eleitorais, apesar de estar em concorrência, livre e democrática, com partidos de todos os quadrantes políticos e ideológicos.
Quando o actual governo socialista tenta impedir que as legítimas transferências financeiras do Orçamento de Estado cheguem à Madeira está a agir como se esta Região não fizesse parte de Portugal. Está o governo central a criar factos tendenciosos e a lançar a confusão junto dos portugueses que conhecem a Madeira apenas por aquilo que a comunicação social, ao serviço do partido socialista, vai transmitindo.
Sempre se soube que não foram os madeirenses a montar a primeira batalha da pretensa independência da Madeira mas sim portugueses do Continente. Foi assim, nos anos 30 do século passado, quando um grupo de continentais encabeçou a invasão do Palácio de São Lourenço e demitiu o governador civil e outros representantes da República e é agora o governo central a querer que a Madeira se torne independente.
Sempre entendemos que em democracia nada se impõe mas tudo se expressa de acordo com os seus ideais. Não será nunca com atitudes e campanhas orquestradas pelos socialistas para atingir negativamente os madeirenses que vamos deixar de agir e pensar sobre o futuro das ilhas. A Madeira será independente quando e se os madeirenses quiserem e nunca porque os socialistas, que nunca foram poder na Região Autónoma, querem que tal passo seja dado.
Se dúvidas existem por parte dos socialistas e de outras “sumidades” da República que façam um Referendo na Madeira sobre o que pretendem. Não façam um Referendo no Continente sobre o que querem e o que melhor seria para os madeirenses, como alguém já sugeriu. Do mesmo modo que não venham fazer à Região um Referendo sobre a descentralização do Continente, sobre um novo mapa das regiões de Portugal continental ou de outros interesses que apenas dizem respeito às populações locais.
Se pretende o PS desgastar os madeirenses com campanhas de descrédito e colocar os continentais que desconhecem a Região contra os madeirenses, o efeito é completamente ao contrário. Os 30 anos de Autonomia falam por si.

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