quinta-feira, 17 de agosto de 2006

As exibicionais corridas de Sócrates

Corra, corra, senhor primeiro ministro. Não pare, nunca. Por cá ninguém nota a sua ausência dado que os ideólogos do partido, através do governo estão noutra corrida... atingir a meta do socialismo bacoco e primitivo do fim do século dezanove


O exibicionismo do actual primeiro Ministro português é francamente desolador. Esteve em Luanda e entendeu fazer uma corrida por uma promenade qualquer chamando a atenção dos angolanos que terão pensado que o “homem branco” não deve estar bom da tola. É que os governantes de Angola não precisam de vir para lugares públicos fazer as suas corridas quando há muitos outros e melhores lugares para correr e fazer exercícios.
Esteve no Rio de Janeiro e aproveitou a oportunidade para correr no calçadão, junto às praias de Copacabana e Ipanema, lugar onde milhares de brasileiros circulam durante todo o dia. Terão perguntado quem é este homem? O chefe do governo português! Deve ser gozação. Nenhum ministro vem para o calçadão correr, é arriscado e fica feio. Nem o presidente Lula da Silva arrisca a entrar nessa de atleta exibicionista
Que raio! Anibal Cavaco Silva, foi atleta federado da modalidade de atletismo, foi primeiro Ministro e é presidente de Portugal, nunca apareceu a correr na praça pública e sabemos que mantém uma actividade desportiva assídua. Se há governantes que podiam mostrar os seus dotes na praça pública, a correr, Cavaco Silva está na frente. Então por que diabo há-de Sócrates correr rodeado de um aparato de guarda-costas armados até os dentes?
Não, o primeiro Ministro português não está bem! Os angolanos e os brasileiros têm razão para questionar. Imagine-se que os chefes de governo de todos os países decidissem vir para a rua correr, seria o caos: forças de segurança em alerta máximo, trânsito interrompido, tensão a rodos, porque a corrida de um primeiro ministro não é uma corrida qualquer!
Além deste exibicionismo bacoco, Sócrates não tem necessidade de chamar a atenção das pessoas por intermédio de uma corrida. Quem gosta de correr e de fazer exercícios físicos tem onde fazer sem ter que atravessar as ruas e mostrar-se publicamente. Os próprios ginásios (e no Rio de Janeiro há muitos) estão equipados com tapetes rolantes que permitem não só o praticante controlar o andamento da corrida como a sua tensão e pulsação, bem como as calorias queimadas.
Esta mania de se mostrar é negativa. Milhões de portugueses gostavam de ter as disponibilidades que o primeiro ministro tem para efectuar as suas corridas, em locais muito mais saudáveis que junto a vias de tráfego automóvel. Mais presunçoso é o exibicionismo quando todos sabem que Sócrates é licenciado na área do ambiente, do oxigénio puro.
Vir para a rua correr quando ainda está em visita de carácter oficial é ainda mais bacoco. Ir a Angola e ao Brasil, em visita oficial, para umas jantaradas, visitar museus, fazer corridas e ter uns “bate-papos” sem sumo tem custos muito altos para o país. Para um país que, no dizer do governo, está financeiramente nas lonas.
Há tanta corrida por fazer na governação que custa ainda mais a entender as corridas ao ar livre do primeiro ministro. O governo anda a passo de caracol, toma medidas fáceis do manda e posso, não consegue acompanhar a passada da Europa comunitária, mas o primeiro ministro vai correndo por ai sem nunca cortar a meta.
Atrás de si há outros corredores, mais envergonhados, mais racionais e menos exibicionistas.
Atente-se à generalidade da comunicação social “posta” ao serviço do Partido Socialista, que não se cansa em incensar o Governo, apresenta um constante aumento de postos de trabalho como mérito do governo quando a realidade é a inversa e até, no caso dos incêndios que infelizmente assolam o País, qual mágico, “demonstra” que no corrente ano, afinal tudo tem corrido melhor por obra e graça do governo.
Fazem do posto que ocupam uma “voz de comando”, inflexíveis, mesmo quando o barco está a ir ao fundo. É o cinzentismo e o autoritarismo do socialismo e independentismo democrático. É bom de ver, até perder de vista.
Corra, corra, senhor primeiro ministro. Não pare, nunca. Por cá ninguém nota a sua ausência dado que os ideólogos do partido, através do governo estão noutra corrida... atingir a meta do socialismo bacoco e primitivo do fim do século dezanove.

Sem comentários: