sexta-feira, 10 de junho de 2005

Um governo sem visão

As medidas que o governo presidido pelo Eng. José Sócrates está a tomar, sob a doentia carga do pessimismo, são bem ilustrativas da falta de visão sobre a realidade actual do país e da Europa da globalização. Querer aumentar os níveis de competitividade quando está a promover o medo, a angústia e a desmotivar a sociedade no seu todo é ter uma visão quadrada num país rectangular continental, esquecendo, ou não levando em conta que as Regiões Autónomas são realidades bem distintas neste lado do Atlântico.
José Sócrates e os seus ministros estão a seguir por caminhos errados, um tanto às cegas, desvalorizando o país-humano que pensa, sabe ver e ouvir, tem opinião e está pronto a fazer mais e melhor para que Portugal deixe de ser um país de coitadinhos na Europa mais evoluída.
Está a optar pelo mais fácil, aumentando impostos, congelando salários, destruindo sonhos e agravando as economias domésticas da classe média, esta sempre chamada a arcar com as consequências dos maus governos.
Não, senhor primeiro-Ministro. Com as políticas que o governo está a tomar Portugal não vai sair da cepa torta em que se encontra e não vai ao encontro do esperado desenvolvimento e do bem-estar da esmagadora maioria dos portugueses,
Não somos autistas nem cegos para dizer simplesmente que os governos anteriores foram imaculados mas o que não podemos aceitar é que o actual governo não tenha aprendido com os defeitos dos seus antecessores.
Um governo é para governar de acordo com os anseios do todo nacional e não para segurar posições político-partidárias.
O Eng. José Sócrates e os seus ministros estão a ver problemas em tudo. Tudo é lixo, lama e miséria. Tudo é bairros de lata, pobreza e analfabetismo. Tudo é dívida, atraso cultural e terceiro-mundismo. Tudo não presta, é duvidoso e corrupto. Tudo é medíocre, injusto e maquiavélico. Tudo tem que ser desfeito e começar de novo. Tudo é nada que nada vale! Que visão tão minimalista tem este (des)governo acerca do país! Porquê, em campanha eleitoral não usou este tipo de argumentação? Porquê preferiu mentir ou ocultar verdades aos eleitores?
Nenhuma competência é reconhecida pelo governo do Eng. Sócrates aos governos que o antecederam. Até parece que os anteriores governantes não passavam de uns atrasados mentais, passe a expressão metafórica, que nada sabiam fazer e que o povo português que os elegeu votou em cruz.
Este governo é decalcado dos governos socialistas anteriores, com a visão do pessimismo sobre o país e incapaz de incutir no espírito dos portugueses a visibilidade do futuro com optimismo. Este pessimismo socialista não é de agora e muito tem o país patinado com estas políticas do miserabilismo, do medo e do futuro incerto. Não há país que resista à governação da dúvida e do medo, perseguido pela instabilidade e sem saber se mais “ataques cardíacos” estão para atingir os já massacrados consumidores com mais impostos e menores salários.
O anterior governo socialista, chefiado pelo engenheiro António Guterres, terá admitido mais de 100 mil novos funcionários na Função Pública e aumentado a despesa na administração pública em mais de 50 por cento.
Em três meses, o actual governo socialista já admitiu cerca de 2 mil “altos”funcionários, com a justificação na “confiança”. Já substituiu administrações de empresas custando milhões de euros ao erário público, encargos que podiam ser evitados, caso os socialistas não se preocupassem só com o aspecto da “confiança” socialista.
O país que se trame, os portugueses que se governem, porque a visão do governo é quadrada, de fraca visão, quando revela não saber o estado do país actual.
Como pode o país andar para a frente quando está na dependência de um governo receoso, pessimista, puramente orçamentalista, sem visão empreendedora e sem “glamour” político? Com um governo sem visão.

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