quinta-feira, 5 de maio de 2005

Governação silenciosa

Pasme-se... que o país deixou de ter problemas na educação, na justiça, na saúde, na economia, na defesa, no trabalho, no custo de vida e na segurança interna. Os socialistas chegaram ao governo e em pouco tempo usaram a “varinha mágica” e transformaram Portugal no país das maravilhas, sem dores nem sofrimentos, sem endividamentos, sem desemprego, sem pobreza, sem analfabetismo, sem défices. Tudo o socialismo transformou miraculosamente conseguindo, inclusive, falar em liberdade tapando a boca à alguma comunicação social que, uma semana antes das eleições, ponha Portugal como o país mais pobre e falido da Europa.
Pasme-se... que o silêncio do governo socialista é premeditado, é estrategicamente vago, escondido nas “cavernas” da governação da República, ao bom estilo dos antigos governos dos países do leste da Europa, nomeadamente da antiga URSS, da actual Cuba e de outros países que ainda vivem sob o jugo socialista e comunista.
Pasme-se... que Portugal com os socialistas passou do péssimo ao excelente. Em tempo recorde. Passou a ter governantes de “bico calado”, afinadinhos, todos a uma só voz, não dizendo nada ou o que mais interessa para que não possam haver nuvens de pó a escurecer ou a fazer sombra sobre a governação. Faça-se silêncio às greves, aos aumentos dos bens essenciais, à precariedade do emprego. Tape-se a boca à comunicação social o mais tempo possível, faça-se silêncio sobre os actos da governação. Silêncio.
Gostava que me dissessem qual o motivo de haver tanto silêncio sobre o actual governo da República e sobre os partidos da esquerda em Portugal. Será uma nova forma de fazer política criada pelos socialistas para evitar sair cá para fora tudo quanto seja menos conseguido. Ou será que a táctica do silêncio faz silenciar a liberdade de expressão e condicionar as intervenções dos opositores.
Será que o presidente da República avaliza uma governação silenciosa em vez de mandar destapar a toca dos governantes e obrigá-los a dizer o que andam a fazer. Será mais importante o presidente Jorge Sampaio andar pelas estradas a falar sobre os acidentes de trânsito ou chamar a atenção do Governo para que governe e comece a resolver o muito que há por fazer no país.
Muito provavelmente nem o Governo sabe em que estado se encontra o país nem o Chefe de Estado conhece a realidade do todo nacional. As visitas do presidente da República são atempadamente preparadas, tudo é embelezado ao pormenor, ficando a imagem de que há sempre regiões mais carentes que outras, como é óbvio. Esta realidade é por demais conhecida, não hà nada por descobrir nesta matéria, o que é preciso é ir ao encontro do país e dar soluções aos problemas que existem.
Portugal não é uma toca de surdos e mudos, de cegos e sonolentos como estão a comportar-se os governantes da República. Os governantes são eleitos para governar, para irem ao encontro das necessidades do país e darem soluções aos problemas que mais afligem as populações. Não são eleitos para se fecharem em gabinetes, andarem em cimeiras de fachada, darem a entender que estão a trabalhar em prol disto e daquilo, e na prática pouco ou nada fazem que seja visível.
Ficamos boquiabertos quando vemos o primeiro-ministro dizer que o ensino em Portugal não está tão mal como por vezes se faz crer (quem mais destruiu o ensino que o partido socialista, desde a famosa “paixão” pela educação de António Guterres?), que a justiça é lenta mas é eficaz (como pode uma justiça ser eficaz se é lenta, quando todos reconhecem que a justiça está mal), que o endividamento das famílias portuguesas não é tão grave como se diz (como pode não ser grave se ultrapassa em dezassete por cento o montante dos vencimentos mensais), em suma, os socialista, em poucos meses no governo, estão a dizer que afinal o país não estava tal mal como diziam.
Uma contradição que não deve ser levada a sério, salvo se anteriormente os socialistas, com a colaboração dos partidos mais à esquerda (comunistas), apenas estiveram preocupados em deitar abaixo o governo PSD/PP e não a pensar no país e nos portugueses. A política do “deita-a baixo”dos socialistas vem desde a mudança de regime e nunca foram capazes de reconhecer que o país não é uma miragem para os cerca de dez milhões de portugueses nem também um território onde possa ser permitido “plantar” todas as práticas políticas de cariz socialista e comunista, de fantasistas e ideologicamente habilidosos.
Silêncio... que o governo socialista não quer ser acordado. Dorme, dorme, em falso sono profundo, nas “cavernas” da República.

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