quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

Zangas por causas zero

Estamos a entrar em 2005 pior de quando entrámos em 2004. Menos tranquilidade no mundo, desassossego em várias frentes, mais fragilidade humana perante a força da natureza e uma incerteza sobre o que está para vir. O mundo parece encontra-se e desencontrar-se ao mesmo tempo, é cada vez mais descarado o jogo de interesses, as máfias organizadas, os medos do terrorismo selvagem, as guerras mortíferas e caladas, como se a vida valesse tanto como quase nada.
Portugal é um desses locais do mundo onde os azimutes raramente são cumpridos à risca, há sempre um andar para o lado e para trás com os caminheiros convencidos que estão a andar para a frente e na direcção certa. Os caminhos que dantes se encontravam no determinado local agora aparecem desencontrados, parecem traçados em paralelos, à tangente ou mesmo separados a quilómetros uns dos outros apesar de estarem tão próximos.
Os portugueses querem lá saber que o presidente viaje para China em tempo de campanha eleitoral, que Cavaco Silva venha dizer que não quer a sua foto nos cartazes do PSD, o partido que o pôs como primeiro ministro de Portugal e lhe promoveu a vários níveis, coisas que não deixa de revestir-se de alguma ingratidão. Quem era e quem passou a ser o Prof. Anibal Cavaco Silva antes de os sociais-democratas o terem colocado na cadeira de Primeiro Ministro?
Estas vaidade e grandezas só acontecem num país que é dos mais pobres da União Europeia e que tem tido os ministros mais derrotados da Europa quando confrontados em fóruns e reuniões onde estão presentes outros colegas europeus. A vaidade dos nossos políticos só pode ser vista como consequência do pequeno e pobre país que somos em relação à Europa. As crianças e os homens de zonas rurais portugueses também dizem que são os melhores, que sabem de tudo, mas todos nós sabemos que, regra geral, as crianças e o homem do campo português vive limitado no seu saber.
Os ministros portugueses, regra geral, são grandes em Portugal mas pequeninos na Europa. Cavaco Silva, Mário Soares (que uma doméstica no Parlamento Europeu o relegou para segundo plano), António Guterres e outros convencidos que são as grandes cabeças do país (tanto que são que Portugal está na cauda da Europa) não passam de pinguins no quadro político europeu.
António Vitorino que, depois de ter sido obrigado a deixar o governo, abrigou-se na Comissão Europeia como Comissário, não fez nada de significativo quando ministro, mas como comissário tinha dotes extraordinários, segundo notícias veiculadas pelo PS e as suas correntes pesadas nos mass-media nacionais. A certa altura, António Vitorino era divulgado em Portugal como o super comissário europeu, o melhor de todos. Acabou o mandato e ninguém veio pedir para que ficasse no posto. Saiu e não está fazer falta. Quis ficar na Comissão Europeia mas não teve os apoios que pensava que tinha.
As zangas do PS contra o PSD agudizaram-se após esta derrota de António Vitorino e a vitória de Durão Barroso. Os socialistas ainda não engoliram a derrota que o PSD e Durão Barroso infligiram aos super’s PS, catedráticos da política nacional e internacional. Depois que Durão Barroso se candidatou e ganhou o posto de presidente da Comissão Europeia o PS tem feito tudo para mergulhar o país no caos.
A guerra foi tanto que, já em situação de desespero, o presidente da República, por ver o seu partido (PS) em alvoroço e toda a esquerda desbaratada que tomou a caricata decisão de dissolver o Parlamento quando este organismo estava a funcionar normalmente e bastante estável. Parece ser opinião geral que Jorge Sampaio procedeu como um servo do PS, preferindo por a estabilidade do país ao invés de defender a segurança do país e a estabilidade nacional.
Hoje Portugal está dividido, de norte a sul e tudo porque o PS, ajudado por um esquerda que sempre teve dificuldades em entender a realidade nacional , nunca conseguiu fazer um trabalho à altura do que precisa ser feito para que o país ande para a frente. O PS foi, juntamente com o PSD, quem mais tempo esteve no governo. Umas vezes deixou o país na bancarrota (a única vez que Portugal teve que apelar a apoios ao Fundo Monetário Internacional foi quando o PS era governo e Mário Soares como primeiro Ministro), outras vezes deixou o país no caos económico e na maior desorganização.
O PS sempre teve atitudes de fachada. O presidente da República tem feito, nas últimas semanas, apelos no sentido de haver estabilidade no país (mesmo quando um grupo de cidadãos vem publicamente apelidar Jorge Sampaio de mentiroso e de outras coisas menos próprias, que, enquanto cidadãos, não podemos admitir), mas quando faltam cerca de 40 dias para as eleições legislativas antecipadas.Foi excesso de poder do presidente da República, este decide viajar para a China, Macau e por outras paragens asiáticas. Custa a crer, por claro! Mas é o Portugal que temos, o Portugal dos grandes-pequenos que choram e riem como a coisa mais natural deste mundo. É por estas e por outras que já poucos vão em cantigas dos políticos como os que a esquerda apresenta
em Portugal. Uns grandes senhores do nada

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