sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Natal com muita fé

Fiquem, todos, com um Natal em paz e em família. Dentro das possibilidades de cada um. Haverá sempre um dia que se deseja diferente e que todos merecem vivê-lo em paz.
Natal feliz e com muita fé



Natal é tempo de muita fé e de muita esperança. Com muitas mensagens de Boas Festas e de solidariedade sem limites. Temos esse princípio e partilhamos esse valor autêntico. Pena é que no meio de tanta mensagem haja, para alguns, os pobres de espírito, a maquilhagem da hipocrisia, do dizer sem sentir, a modos de vendedores dos templos que os homens de fé souberam erguer. Pensam, alguns, os vendilhões da farsa mascarada de solidária, que no Natal tudo se pode dizer, que tudo é aceite, e que ninguém leva a mal. Esquecem os sacrifícios e as dificuldades por que passam milhares senão milhões de cidadãos.
Pensam os governantes do país e os “novos ricos” que, nas festividades natalícias, ficam de fora os sacrifícios que tiveram os portugueses que fazer para terem um posto de trabalho, uma pensão mínima, uma habitação condigna e uma condição social capaz. Esquecem os governantes da República a pobreza que se alastra pelo país, as classes pobres e marginalizadas, a falta de médicos e de medicamentos, a droga que aprisiona os jovens e a insegurança que claramente existe.
Chegámos a mais um Natal com os governantes da República a pedir mais sacrifícios aos portugueses em 2008. Para logo vermos os mesmos governantes regozijados pelo trabalho feito na qualidade de “presidentes” por seis meses da União Europeia, em pouco ou nada reflectido no crescimento da economia nacional ou na melhoria da qualidade de vida dos portugueses.
Chegámos a mais um Natal para vermos os governantes da República a darem milhões de euros para a causa palestiniana, para os países africanos e para outras latitudes externas. Ver um Portugal pobre a gastar dez milhões de euros com a cerimónia do Tratado Europeu que teve lugar em Lisboa, a dar dinheiro a países que a serem governados seriamente podem oferecer, sem margens para dúvidas (como referem dossiers externos de reputada idoneidade), um nível de vida muito acima do que hoje apresentam. Basta que se veja os patrimónios financeiros milionários que alguns dos governantes dalguns países africanos possuem e a vida opulenta que ostentam.
Chegámos a mais um Natal e vemos os governantes da República distantes daquilo que é a vida dos portugueses no dia a dia, do Algarve ao Minho, do litoral ao interior às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Só um Portugal pobre (em todos os capítulos da governação) pode ter governantes a se vangloriarem pelo bom trabalho feito nos seis meses na presidência da União Europeia enquanto se acumulavam os problemas internos e o país globalmente empobrecia.
Chegámos a mais um Natal e vemos o presidente da República e o primeiro-ministro de “braço-dado” a elogiarem-se mutuamente, a brindarem um ano que foi de crise para os portugueses. Por favor, não brinquem com a grande maioria dos portugueses que enfrenta sérias dificuldades no dia a dia. Cavaco Silva está cada vez mais colado a José Sócrates a pensar no apoio dos socialistas à sua mais que desejada recandidatura. A ambição cega as próprias raízes partidárias e vê-se o presidente da República como que refém do primeiro-ministro e vice-versa.
Chegámos a mais um Natal e vemos que Portugal, com os socialistas no poder, deixa de ser uma Nação e uma Pátria unidas. Primeiro está o Continente, depois os poderes socialistas e por último as demais Regiões. Se não nos fosse dada a possibilidade de conhecer bem a postura do actual governo da República diríamos que, ante os factos concretos, a Madeira não é Portugal nem Portugal tem alguma coisa a ver com a Madeira.
Chegámos a mais um Natal e o governo central, bem coadjuvado (e vice-versa) pelo presidente da República, começa a anunciar que 2008 será mais um ano de sacrifício para os portugueses. Que grande prenda e motivação revelam estes “senhores” para o Ano Novo. A pobreza que reina neste Portugal pobre pouco ou nada tem a ver com valores e disponibilidades económico-financeiras. A pobreza está na capacidade dos governantes que passam o mandato agarrados à crise como tábua de salvação para a má governação que vão exercendo.
Gostávamos, muito sinceramente, que neste Natal de 2007, os Madeirenses residentes e emigrados tivessem algum tempo para verem a “Madeira do futuro”, que traçassem azimutes sem cargas ideológicas mas apenas com fé, que abordassem cruamente o presente e o amanhã da Região Autónoma, cultivando as suas próprias ideias e comparando-as com o que se passa pelo mundo. Um pensar em liberdade, um pensar português e um pensar, acima de tudo, como Madeirenses.
Aqueles que hoje querem ver a Madeira a se afundar (financeiramente e impedida de fazer as obras que são necessárias) são os mesmos que não há muito tempo andaram a pedir os votos dos madeirenses e que, não poucas vezes, socorreram-se dos Madeirenses para poderem subir determinados degraus na cena europeia e internacional. A ingratidão deixa manchas que nem o Natal consegue apagar.
Fiquem, todos, com um Natal em paz e em família. Dentro das possibilidades de cada um. Haverá sempre um dia que se deseja diferente e que todos merecem vivê-lo em paz.Natal feliz e com muita fé.

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