quinta-feira, 15 de março de 2007

Os défices da República

A Madeira parece transformada no bode expiatório dos “défices” da República com os socialistas a usarem a mentira para tentarem chegar, a todo o custo, ao poder na Região, mas, desta forma, nem “pela calada da noite”.


A campanha para as eleições regionais na Madeira, a 6 Maio, já começou e da pior maneira para os socialistas. Consumadas já diversas acções que os socialistas levaram a cabo, ainda ninguém os ouviu dizer o que querem e o que pensam fazer em prol da Região, que programa de Governo têm e que estratégias possuem para elevar a Região a níveis de maior desenvolvimento e de bem estar colectivo.
As acções de campanha que os socialistas apresentaram nestes primeiros tempos de pré--campanha, através da presença na comunicação social, umas foram plágios do partido que tem estado, por maiorias absolutas, no poder (PPD/PSD), e outras para dizerem que para o governo da Região os eleitores ou votam neles (PS) ou no partido que sempre esteve no poder. Uma arrogância socialista que condena a democracia e que desconsidera (despreza) todos os outros partidos que também estão na corrida eleitoral (CDU/PCP, BE/UDP, CDS/PP, e MT “Partido da Terra”).
Depois de tantas críticas, de auto-convencimento e das ideias absurdas que os socialistas andaram a promover a torto e a direito, o que os eleitores madeirenses estão agora à espera é de ver e ouvir explicações credíveis sobre o conteúdo do programa do PS para o Governo Regional. Se é que existe!
Nesta fase de campanha, o que os eleitores querem ver e ouvir são actos sérios, discursos com matéria sólida, citações objectivas, factos concretos, projectos comprovadamente viáveis, alternativas com mais valias, apontando o que está mal e logo de seguida apresentando alterações válidas, querer criar e falar verdade. Têm sido estas, de resto, as linhas seguidas pelo PPD/PSD sob a liderança do Dr. Alberto João Jardim. Prometer e cumprir. Razão das maiorias absolutas que o PSD tem alcançado e que têm permitido desenvolver a Região, ano após ano.
O PS, onde se incluem os clones na Madeira, é um partido palrador, mentiroso, que muito promete, mas que nunca cumpre. Veja-se a contestação que vai no Continente com a saúde, ensino, justiça, função pública, forças policiais e manifestações de protestos como há muito não eram vistos em Portugal.
Passados trinta anos das primeiras eleições democráticas em Portugal (e obviamente nas Regiões Autónomas) o Partido Socialista mantém, a todos os níveis, um ódio-raiva-inveja pelo progresso e desenvolvimento da Madeira. Todos os líderes do PS a nível nacional e regional, com mais ou menos desaforo, sempre atacaram os madeirenses como se fossemos um povo bruto, inculto, atrasado, maltrapilha, que mais não sabia do que cultivar as terras de colonia dos senhoriais, alguns oriundos do continente (metrópole do poder absoluto) e de outros estrangeiros.
Os madeirenses foram os únicos portugueses acusados pelos socialistas de serem ignorantes, de votarem como vilões sem conhecimento do que é um voto e para que vale, de não serem democratas e de serem responsáveis por um défice democrático que os socialistas inventaram para justificarem as derrotas eleitorais da Madeira e porem o país contra a Região. E os socialistas que levianamente acusaram os madeirenses de serem responsáveis do “défice democrático” tendo assumido responsabilidade nas primeiras linhas do Estado e da Nação nunca conseguiram provar a falsidade como têm ficado impunes e nada lhes foi feito para que, no devido lugar, fossem chamados a justificar onde e como viram o famigerado “défice democrático” cuja calúnia tanto ofendeu os madeirenses.
Não podem os madeirenses e porto-santenses acreditar num partido (socialista) que promete e não cumpre, que agride a seriedade política dos madeirenses e porto-santenses, de eleitores que votam livremente e que têm dado lições ao país de civismo e de maturidade democrática. Bom seria para o país que a liberdade de voto que existe na Região funcionasse de igual modo em todos os círculos eleitorais regionais e nacionais. As regiões e o país estariam com maior evolução, menos dependentes e com maior autonomia. Portugal seria um país melhor, menos endividado e com mais inteligência nas decisões sobre obras megalómanas como a projectada para o desnecessário aeroporto da OTA, avaliada, por enquanto, em três mil milhões de euros.
Se no tempo do antigo regime a perseguição do governo central aos madeirenses foi de lançar o medo e o terror, colocando contra a parede os madeirense que ousassem levantar a voz, logo submetidos a actos da mais refinada escravatura, no actual regime “nascido” da democracia a perseguição comporta uma violência psicológica mais odiosa, raivosa, doentia, por parte de quem tem poderes no governo da República e até na presidência da República e que devia saber que Portugal é também a Madeira e Açores, (estas com os respectivos estatutos autonómicos), para além das restantes Regiões metropolitanas.
O ainda Primeiro Ministro, José Sócrates, não conhece a Região Autónoma da Madeira, e já está no poder vai para dois anos, num mandato que tem a duração de quatro anos. O presidente da República, Anibal Cavaco Silva, conhece um pouco melhor a realidade madeirense, esteve na ilha como primeiro ministro e como economista proferindo diversas palestras, sempre bem recebido e muito bem apoiado pelos eleitores madeirenses como se veio a confirmar, uma vez mais, na últimas eleições que o levaram a presidência da República.
Ambos estão no poder, nos mais altos cargos do Estado e da Nação, e estão a ter para com os madeirenses atitudes negativas, desprezíveis e revoltantes. Com um primeiro ministro como José Sócrates e um presidente da República como Anibal Cavaco Silva os madeirenses têm razão para não terem muitas esperanças num Portugal melhor, numa Madeira mais gratificada pelo esforço feito por todos os madeirenses (residentes e emigrantes, num total de cerca de dois milhões com raízes ao arquipélago) e numa melhor qualidade de vida para todos.
A Madeira parece transformada no bode expiatório dos “défices” da República com os socialistas a usarem a mentira para tentarem chegar, a todo o custo, ao poder na Região, mas, desta forma, nem “pela calada da noite”.

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