quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Pobre socialismo

O senhor primeiro-ministro fala muito mas não convence. Fala do país sem conhecer o país, fala da Região Autónoma da Madeira envenenado pelo que lhe transmitem os seus súcias locais e sem a conhecer verdadeiramente e sem nunca a ter visitado na qualidade de primeiro-ministro




Quando um ministro de Portugal afirma no estrangeiro que os trabalhadores portugueses são os mais mal pagos da Europa, os que têm os salários mais baixos, por conseguinte os mais pobres e os mais explorados, está a colocar o seu país ao nível dos países do terceiro mundo, dos mais pobres e atrasados do mundo. Foi esta a definição que o ministro da economia, Manuel Pinho, deu na China sobre os trabalhadores portugueses.
É lamentável que um governo socialista tenha este tipo de comportamento para tentar angariar investidores estrangeiros para o país. É dizendo que nós portugueses somos um povo pobre, com uma mão de obra barata, que se contenta com baixos salários e pouco ou nada tem a dizer. Os empresários estrangeiros, chineses, indianos ou quaisquer outros, esfregam as mãos de contentes e não deixam de pensar que talvez até seria bom investir em Portugal, onde a mão de obra é barata e explorada.
O ministro desabafou aquilo que o governo socialista anda a fazer desde que tomou posse em Maio de 2005. Prática dos baixos salários, aumentos abaixo da inflação, congelamento de carreiras, manter trabalhadores sem vínculo efectivo, não dando a devida protecção às industrias e empresas que fecham e lançam no desemprego milhares de trabalhadores. Temos um governo defensor do miserabilismo em vez de lutar contra todas as formas de exploração dos trabalhadores.
Por esta mesma conduta anda o governo socialista a tratar as Autarquias e em especial a Região Autónoma da Madeira. O governo corta nas verbas a transferir para a região, impõe limite de endividamento quando a Madeira tem possibilidades de contrair empréstimos pela credibilidade que tem junto das instituições financeiras nacionais e estrangeiras para poder aceder aos fundos comunitários para investimento e desenvolvimento da Região, só porque o PSD e o Dr. Alberto João Jardim ganharam todos os actos eleitorais realizados na Madeira.
O governo socialista quer uma Madeira pobre tal como quer os trabalhadores portugueses pobres. O progresso, o desenvolvimento, incomodam os socialistas, sobretudo este governo socialista que nivela por baixo os portugueses, o povo português, à boa maneira dos países das ditaduras do terceiro mundo. O que afirmou o ministro da economia foi grave para a imagem de Portugal lá fora, foi péssimo para os trabalhadores portugueses, mas também foi um desabafo que outros ministros e em particular o primeiro-ministro têm escondido da opinião pública.
Um governo socialista que vai à China à procura de atrair investimento económico para Portugal e que não tem outros argumentos que não seja a mão de obra barata dos trabalhadores é um governo miserabilista, moralmente pobre e com um mau conceito do que é a economia moderna. Com salários mais baixos (por enquanto) dos trabalhadores portugueses têm os trabalhadores dalguns países do leste da Europa que entraram recentemente na União Europeia, com um factor a seu favor, o de terem uma melhor preparação e especialização profissional coisa que os governos socialistas pouco ou nada têm feito em Portugal.
Demita-se, senhor ministro da economia. Demita-se todo o governo socialista. Não enxovalhem os portugueses no estrangeiro, não tem esse direito, pelo facto de terem a maioria parlamentar (por razões muito controversas), de promover Portugal como um país de terceiro mundo. Percebe-se melhor, a cada dia que passa, a posição assumida pelo primeiro-ministro José Sócrates de ser o porta-voz de todas as intervenções. Percebe-se, porquê. A facilidade da palavra é arte dos sofistas, é dizer para entreter e mistificar, mas não convence contra factos concretos. O senhor primeiro-ministro fala muito mas não convence. Fala do país sem conhecer o país, fala da Região Autónoma da Madeira envenenado pelo que lhe transmitem os seus súcias locais e sem a conhecer verdadeiramente e sem nunca a ter visitado na qualidade de primeiro-ministro. Fala das Autarquias e não as conhece na sua profundidade do país real, pensa e decide como se fosse um “gigante cérebro” e todos os outros portugueses não passassem de “pigmeus pensantes”, pobres e a lutar pela vida com míseros euros no bolso para viver no dia a dia.
Um governo socialista que gasta milhões de euros em projectos megalómanos e em iniciativas sem quaisquer benefício para os portugueses, que delapida o erário público desfazendo-se de património edificado, de empresas lucrativas, mantendo ( nos mesmos moldes) aquelas que são altamente deficitárias, que diz reconhecer que é preciso investir na qualificação dos trabalhadores e na competitividade da economia, mas que não disponibiliza as verbas sem as quais não é possível levar por diante, que dá mais importância a obras como o novo aeroporto de Lisboa e ao combóio de alta velocidade, com custos financeiros astronómicos para o país, é um governo que se está nas tintas para o povo, esbanjando os recursos ainda existentes e conduzindo a generalidade dos portugueses para um estado de pobreza preocupante.
Gostaríamos de ouvir a palavra do senhor presidente da República sobre os trabalhadores portugueses “terem os salários mais baixos da Europa”, numa expressão clara da pobreza, da exploração e do miserabilismo. Será que o Prof. Cavaco Silva que é economista alguma vez diria aos investidores estrangeiros para virem para Portugal pelo facto da mão de obra ser mal paga? Quem cala, consente, e valha a verdade que este governo socialista está a empobrecer Portugal. Miseravelmente!

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