quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

PS-Madeira nunca esteve no Poder Autárquico ?

Alguns socialistas continentais, entre governantes, autarcas e deputados, desconheciam que os socialistas da Madeira já estiveram no poder de duas das principais Câmaras Municipais da Região, Porto Santo e Machico, e de algumas Juntas de Freguesia.




Os socialistas do Continente desconhecem que os socialistas da Madeira e do Porto Santo também já estiveram no poder e que só não foram mais além porque não foram suficientemente capazes de mobilizar o eleitorado que os elegeu. Dito isto, ficámos surpreendidos quando há dias lemos na imprensa continental a notícia de que os socialistas madeirenses nunca estiveram no poder político nesta Região Autónoma, não apenas no Governo como nas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia.
Elogiavam a caminhada vitoriosa que os socialistas açorianos fizeram a nível dos quatro poderes e citavam como tal a Assembleia Legislativa Regional, o Governo Regional, algumas Câmaras e algumas Juntas de Freguesia. Os poderes a que chegaram os socialistas açorianos. Alguns socialistas continentais, entre governantes, autarcas e deputados, desconheciam que os socialistas da Madeira já estiveram no poder de duas das principais Câmaras Municipais da Região, Porto Santo e Machico, e de algumas Juntas de Freguesia.
Os socialistas continentais elogiam os seus kamaradas açorianos e ignoram os kamaradas madeirenses. Começa-se a perceber o facto de nunca os governos socialistas terem convidado para o governo, para cargos de ministros e para outras funções governamentais, socialistas da Madeira, quando vários socialistas dos Açores já ocuparam diversas pastas nos governos socialistas da República. Bernardo Trindade, actual secretário de Estado do Turismo, é das poucas excepções que o PS-Madeira “deu” à República.
Aqui chegados, o PS nacional parece não dar muita atenção ao PS-Madeira e esta indiferença vem desde os primeiros anos da democracia, quando alguns líderes socialistas vinham à Madeira falar em nome dos socialistas locais como se estes não soubessem falar com melhor conhecimento das situações regionais. Ficou célebre a acusação de Mário Soares (lisboeta) e Jaime Gama (açoriano) de que havia défice democrático na Madeira quando afinal havia mais partidos da oposição na Assembleia Legislativa Regional do que na Assembleia da República.
Os socialistas continentais sentiam-se como que enganados pelas informações que lhes prestavam os seus kamaradas da Madeira e caíam no ridículo sem darem por isso. Ainda na última festa do PS na Fonte do Bispo a “vedeta” da festa socialista dos madeirenses foi um socialista do continente, tendo a comunicação social da região e nacional posto em destaque a intervenção do socialista que veio de fora. Precisamente o inverso do que sempre tem acontecido com as festas do PSD, no Chão da Lagoa, que com ou sem convidados políticos vindos do Continente, a “vedeta” é madeirense.
Foi Mário Soares, antes de ser primeiro-ministro e presidente da República, quem disse que as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia são os poderes que melhor preparam os políticos para mais altos poderes. Jorge Sampaio passou de presidente da Câmara de Lisboa para a presidência da República. Os presidentes das Autarquias (Câmaras e Juntas de Freguesia) têm a oportunidade de contactar mais de perto com as populações o que lhes permite criar uma ligação que pesa na decisão da votação.
Regra geral, os presidentes de Câmaras e de Juntas de Freguesia permanecem no poder durante vários anos e só deixam o cargo por razões pessoais ou outras razões (felizmente poucas) menos lícitas. Mesmo assim, como foi o caso Felgueiras, o eleitorado votou na “sua” presidente, quando todas as previsões lhe davam a derrota.
Em Machico e no Porto Santo os socialistas tiveram o poder e tempo mais que suficiente para darem provas da sua competência ao eleitorado. Tiveram tudo para continuarem a merecer a confiança das populações dos concelhos de Machico e do Porto Santo, mas falharam nos compromissos assumidos, não foram capazes de reconhecer as falhas que cometeram e, pior ainda, foi a tentativa de culpar o governo pelos seus fracassos no poder autárquico, como se o governo impusesse regras na gestão camarária. Se tal acontecesse tinham provas que a ser verdadeiras seria compreendidas e aceites pelas populações de Machico e do Porto Santo. O que tiveram foi um “chumbo” eleitoral nas eleições seguintes.
Quanto um partido não consegue governar bem no poder autárquico, a tal Escola para mais altos poderes, como pode estar preparado para assumir mais altas funções? Nada abonatório também é a desconsideração, por desconhecimento, dos socialistas continentais quando dizem que o PS-Madeira nunca esteve em nenhum poder político nesta Região Autónoma. Há que promover o PS-Madeira no Continente, tal como faz o PS-Açores, para evitar tantos equívocos socialistas. Dinheiro para promoção do governo PS não falta pois no orçamento do Estado consta uma quantia de sete milhões de euros para “promoção”.

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