quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Carrascos da Autonomia

O que o governo socialista da República está a fazer contra os Madeirenses só tem identificação com o que fez o governo do Estado Novo que impôs limites à emancipação dos madeirenses, prepotência que obrigou milhares de madeirenses à emigração para poderem sobreviver


Os madeirenses nunca foram tão maltratados pelo governo da República como estão agora a ser. Depois do 25 de Abril de 1974, nunca os madeirenses foram tão desconsiderados e acusados por terem contribuindo para que Portugal fosse um país mais desenvolvido como é agora. O governo socialista da República está comportar-se com ingratidão para com tudo o que os madeirenses fizeram em prol do país.
Sempre que um governante socialista ou um político socialista fala sobre a Madeira parece estar a ver ódio no progresso, revolta contra os madeirenses, invejando o que os Madeirenses fizeram na região que foi, durante séculos, das regiões mais atrasadas de Portugal e hoje se encontra entre as mais evoluídas da Europa.
A ingratidão do governo da República, do partido socialista, está a deixar mágoas nos Madeirenses que sabem, melhor do que ninguém, o que era a ilha e como viviam as famílias madeirenses. O partido socialista tornou-se no principal inimigo dos Madeirenses e o governo da República a muralha para bloquear e impedir que o governo Regional possa cumprir o seu programa e a atingir as metas de desenvolvimento sufragas pelos eleitores madeirenses.
A ingratidão e a estupidez podem ser também atitudes de cobardia como podem ser tácticas para levar os outros a pensar que o mal não tem culpados. Se os homens são boçais e não conseguem ver para além do umbigo, têm pelo poder um pedestal de prepotência inflexível. O que temos visto no governo da República representa o poder da boçalidade, das ideias fixas, apoiado por cérebros que nunca foram capazes de ver a Região e o País tal como são. Políticos e governantes deste jaez, onde se incluem os deputados nacionais pela Madeira, há por ai aos pontapés, como se diz na gíria. Tanta arrogância e tanta ignorância juntas só vimos na democracia portuguesa nos anos da desgovernação, do exercício do poder pelos governos provisórios, dos anos mais conturbados da política, da massificação apressada do comunismo e do socialismo e do período negro do gonçalvismo.
Está à vista de todos a vergonhosa prepotência que o governo da República está a ter para com o governo Regional da Madeira. Não é apenas a imposição da Lei das Finanças Regionais que penaliza intencionalmente os Madeirenses, não são os cortes no Orçamento do Estado em matéria de transferência para a Madeira, nem é puramente uma questão financeira. O que o governo da República está a fazer é a tentar levar os Madeirenses contra os Madeirenses, a dividir para reinar, é provocar uma guerrilha de desgaste no PSD da Madeira, no Presidente do Governo Regional da Madeira e no seio dos Madeirenses. Enganam-se os que assim procedem porque o povo Madeirense não é estúpido e por isso o Partido Socialista está isolado. É de realçar e enaltecer a atitude assumida pelos Partidos da Oposição na Madeira, que apesar da enorme distância que no plano ideológico os separa do Partido Social Democrata, tomaram uma postura condigna colocando, em primeiro plano, a defesa dos interesses da Madeira e dos Madeirenses.
Não vemos das cúpulas da governação do País, incluindo o presidente da República, um único gesto de solidariedade para com os madeirenses, antes mostram-se adversários e até deliram com as dificuldades impostas, a meio de um mandato de quatro anos, ao governo Regional da Madeira. São canalhices que estão a magoar os Madeirenses residentes e nas comunidades.
Esta boçalidade dos socialistas funcionou em Lisboa quando o anterior Presidente da República permitiu o esvaziamento do governo chefiado por Santana Lopes para dar o “golpe” da dissolução da Assembleia e levar o PS ao poder.
O que o governo socialista da República está a fazer contra os Madeirenses só tem identificação com o que fez o governo do Estado Novo que impôs limites à emancipação dos madeirenses, prepotência que obrigou milhares de madeirenses à emigração para poderem sobreviver. A “chaga” que hoje existe na emigração, não só na comunidade madeirense como na continental e na açoriana, deve-se à perseguição que o Estado Novo moveu tal como faz agora o governo socialista aos madeirenses.
Acontece que estamos noutra época, na era das novas tecnologias que nos colocam em permanente contacto com o mundo, o que nos permite dizer que mesmo sob a ingratidão do governo da República, que se vem assumindo como verdadeiro carrasco da Autonomia, a atitude dos Madeirenses não será de submissão, como os socialistas pretendem, travando o desenvolvimento da Região para que os madeirenses voltem a ter um nível de vida semelhante às regiões mais atrasadas de Portugal.

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