quinta-feira, 27 de julho de 2006

Festa da democracia e da Autonomia

No próximo domingo, a festa organizada pelos sociais democratas, no Chão da Lagoa, será vivida com a liberdade de expressão que une o povo madeirense, sem vedetismos nem sermões de encomenda. Diz-se o que se pensa, o que se sente, colocando a Autonomia e os Madeirenses à frente de toda e qualquer afronta que possa vir do exterior


As festas do PSD, no Chão da Lagoa, às quais ocorrem milhares de madeirenses de todos as localidades da região, incluindo do Porto Santo, têm a particularidade de proporcionar uma salutar jornada de convívio e a expressão mais genuína que a democracia pode oferecer. Não é apeas uma jornada política nem é uma jornada fechada aos militantes do partido organizador (PSD). As portas (que não existem) estão franqueadas a todos, inclusive a portugueses do continente e a estrangeiros.
No próximo domingo, a festa organizada pelos sociais democratas, no Chão da Lagoa, será vivida com a liberdade de expressão que une o povo madeirense, sem vedetismos nem sermões de encomenda. Diz-se o que se pensa, o que se sente, colocando a Autonomia e os Madeirenses à frente de toda e qualquer afronta que possa vir do exterior. Os discursos do líder do PSD, Dr. Alberto João Jardim, e de outros altos dirigentes do Partido, são improvisos, cada um no seu próprio estilo, que trazem ao de cima as verdades políticas do país que alguns não gostam de ouvir e por isso consideram tais discursos contundentes e inflamáveis.
A classe política do Continente e os partidos da oposição na região esperam sempre que algo de novo seja dito, que surja matéria nova, convictos que nas festas do PSD os discursos mudam de ano para ano em contradição com o que foi dito. Não há contradições como também não há repetições. Há festa e palavras, adequadas ao momento político, em nome da Autonomia, da Madeira e do Porto Santo, daquilo que somos e daquilo que fizemos, do que entendemos poder fazer dentro dos princípios do Direito e da Liberdade.
A comunicação social de cá e de lá, principalmente a continental, revela ter dificuldades em interpretar tudo quanto representa para a Madeira e para a democracia as festas do PSD. Não é um evento meramente de comes-e-bebes, de espectáculo musical, de orgulhosos e de ressabiados, de intelectuais e de oportunistas, como vimos noutras festas de outros partidos. A festa do PSD no Chão da Lagoa é um dos maiores eventos anuais partidários do país.
É naquele palco aberto, perante mais de trinta mil pessoas, que se ouve o eco da Autonomia sem reservas e com acalorado entusiasmo. Confundem alguns as verdades como meros ataques ao governo e às instituições da República quando mais não são do que falar em voz alta, sem nada a esconder, sobre tudo aquilo que à Região Autónoma diz respeito. Admitimos que para os anti-Autonomistas, para a classe política continental, para a oposição e até para alguma comunicação social, seja surpreendente a forma como são abordados assuntos importantes com uma linguagem “terra a terra”.
Talvez a política e a democracia em Portugal fossem mais participadas se não houvesse tanto discurso político sofisticado e sem nada de válido. Não culpem os portugueses de não darem importância à política, aos partidos, aos próprios governantes, de serem críticos e de não darem ouvidos ao que dizem. Se fosse feito um inquérito junto das pessoas por todo o país, sobre os governos e governantes da República, sobre os deputados e o Parlamento da República, as respostas seriam dramáticas! Quem conhece quem? O que faz e o que fez? Etc.
A Autonomia da Madeira não tem segredos e todos os madeirenses sentem que a Autonomia está longe de estar concluída. Quem receia por mais autonomia da Madeira não é um português a viver em democracia, é um português do colonialismo, da opressão, do regime que explorou e escravizou a Madeira. Autonomia não significa Independência total mas apenas o aprofundar das singularidades que a Constituição da República e Estatuto Regional conferem, num plano de igualdade de direitos e regalias como devem ter todos os portugueses de todas as regiões do país, de acordo com as respectivas particularidades e especificidades.
A Festa do PSD no Chão da Lagoa ajuda a compreender estas e outras incompreensões por parte dos governantes da República e da classe política anti-Autonomia.

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