quinta-feira, 21 de julho de 2005

Deserção socialista e a Festa do PSD

Sempre que o PS está no governo ocorrem factos insólitos que marcam negativamente a política nacional. A demissão de membros do governo socialista sempre foi uma constante e por motivos que, em princípio, nunca surgem relacionados com a competência dos ministros e dos secretários de Estado. Os membros dos governos do Partido Socialista pura e simplesmente batem com a porta meses depois de terem tomado posse por se verem traídos pela partidarização que a máquina socialista impõe aos membros dos seus governos, colocando-a à frente dos interesses nacionais.
Todos estamos recordados da debandada que se verificou no anterior governo do PS, com vergonhosas justificações. Ministros e secretários de Estado saíram quase que espavoridos pela porta fora do governo, ao ponto de o próprio primeiro-ministro, António Guterres ter também desertado deixando o cargo e o país à deriva até a realização antecipada de eleições. Quando anteontem o então ministro de Estado e das Finanças pede a demissão imediata, invocando cansaço, é mais uma daquelas peças de teatro para disfarçar o descontentamento reinante na governação.
Em pouco mais de quatro meses um ministro não pode estar a afirmar que sai por motivos de cansaço, a não ser que esteja doente, ou que aceitou o cargo só para um dia mais tarde dizer aos netos que também foi ministro de Portugal. O ministro das Finanças sentiu-se, isso sim, encurralado pela máquina socialista que transmite para a opinião pública uma imagem de solidariedade interna, de tudo estar a funcionar muito bem no partido, quando por dentro o PS está podre, cheio de caruncho, incapaz de enfrentar os problemas e dar-lhes solução.
Desde quando é que os socialistas admitam que um fundador de um partido de oposição (Freitas do Amaral, do CDS/PP) seja representante de um governo socialista no estrangeiro quando, milhentas vezes, são os socialistas a dizer que têm os melhores quadros técnicos políticos do país, que o PS é uma escola de governantes. Este mesmo Freitas do Amaral que combateu e enxovalhou os socialistas em inúmeras campanhas eleitorais e pôs em causa a idoneidade do líder histórico do PS, Mário Soares, quando da corrida para a presidência da República é agora a nova vedeta do Partido Socialista.
O PS não tem o que diz ter. Não tem quadros à altura para governar o país como não tem para as autarquias (Câmaras e Juntas de Freguesia), como não tem sentido de governação. A história governamental dos socialistas em Portugal tem tido mais notas negativas que positivas e isso pode ser visto nos governos a que pertenceram. Quando António Guterres decide desertar, já praticamente, todos os seus ministros estavam fora do governo, apenas fazendo “corpo presente” nas reuniões executivas, quando o país se afogava em problemas internos e externos.
No actual governo, com poucos mais de quatro meses de governação, o mal-estar já começou a fazer mossa e se o ministro das Finanças bateu com a porta outros estão a ver onde é que as coisas vão parar para seguirem pelo mesmo caminho. O ministro dos Negócios Estrangeiros dá entrevistas a pôr em causa a governação a que pertence. O primeiro-ministro e presidente do PS não colhe simpatias dentro partido por parte de figuras que são proeminentes e tem feito um silêncio sobre situações complicadas que urgem resolução imediata. A Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional têm chamado à atenção para a displicência da governação que Portugal está a seguir, pondo em causa a estabilidade do país e indirectamente a estabilidade da União Europeia com 25 Estados membros.
Com um Partido Socialista mediano, com um governo socialista negativo, com membros do governo a pedir a sua demissão 120 dias depois de terem tomado posse, que confiança podem ter os portugueses nos socialistas?
Não é de esperar que venham a merecer confiança para estarem à frentes das Câmaras e das Juntas de Freguesia, quando no governo falham em tudo e depois põem-se a andar, quando prometem e não cumprem, quando não são transparentes para com aqueles que neles votaram e confiaram.

Perante mais esta hipocrisia socialista o melhor é olharmos em frente e estarmos com quem nos dá garantidas de uma sociedade estável, com uma política e uma governação estáveis, com respeito pelos valores dos cidadãos, com trabalho, em sossego e segurança. A Madeira é disso um dos melhores exemplos, por muitas que sejam as críticas esfarrapadas, invejosas e raivosas dos políticos e dos governantes continentais.
Domingo, no Chão da Lagoa, na grande festa do PSD, a maior festa do país do género, vamos comparecer para ver e ouvir a unidade e solidariedade, a frontalidade e a transparência, o companheirismo e amizade, a sinceridade vivida com respeito por todos.
Com a devida vénia, reproduzo excertos de uma mensagem escrita pelo Dr. Alberto João Jardim, em vésperas de uma festa do Chão da Lagoa em 1996, que, pela sua intemporalidade, merece, aqui e agora, ser recordada:
“A autonomia politica da Madeira foi a arma que soubemos conquistar para nos permitir as mudanças constantes a que assistimos na última quinzena de anos.
A Autonomia tem adversários internos e externos.
E uma das razões importantes porque nunca conseguiram destruí-La, foi a força que o Povo Madeirense junto, todos os anos demonstra no Chão da Lagoa.
Se a Autonomia é o nosso processo de desenvolvimento, então o nosso futuro exige-nos, em consciência, que a afirmemos de cara levantada, na grande festa popular que é o Chão da Lagoa.
Aí, não há classes. Somos todos nós, democraticamente irmanados, orgulhosos de sermos iguais.”

Percebe-se bem as preocupações que a Festa anual do PPD/PSD-Madeira - Partido da Autonomia, no Chão da Lagoa, causa aos políticos e governantes do país. As verdades magoam aqueles que passam a vida a mentir e a enganar o povo.

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