quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Cartazes políticos da oposição não convencem

O futuro da Madeira está a ser construído desde as primeiras eleições para o Parlamento Madeirense, desde o primeiro governo social democrata, a um ritmo que toda a oposição não consegue acompanhar. Este desenvolvimento não se vê nos cartazes políticas, nos comícios nem nas frases repetidas. Vê-se nos programas do partido que governa, nas obras executadas, nos projectos dados a conhecer e numa autonomia inacabada e sempre renovada


À parte os que contêm a mensagem substantiva, do projecto anunciado e da obra feita, os cartazes não convencem, não têm sedução. Olhando para trás, o que ficou ou que resta dos cartazes das últimas eleições regionais? Que ficou das imagens e das frases apresentadas? Auto-promação pessoal como a que se verificou nas recentes eleições para o Parlamento Europeu, com enormes cartazes como se a senhora xis fosse figura destacada da política ou o senhor ípsilon figura de relevo. Não será isto uma auto-promoção, vaidade, um aproveitamento partidário absurdo?
O Funchal volta a ficar cheio de cartazes políticos à medida que se aproxima o dia 17 de Outubro, data das eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira. Há cartazes e cartazes. Uns com frases e imagens bem conseguidas, outros tentando vender a imagem laboratorialmente elaborada e com frases de ostentação para o bem e para o mal.
Convínhamos que os cartazes também já despertaram maior atenção que agora, talvez porque já não são novidade e porque as pessoas já conhecem bem quem é quem. Há um antigo ditado chinês que diz: “Nada do que está escrito no papel vale o papel em que está escrito”. A do “futuro é nosso” é um plágio do tamanho do mundo, pois sempre assim disse e pensou toda a humanidade desde os tempos mais remotos.
Cada um sabe que o futuro, enquanto ser humano lhe pertence e seria mau confiar o nosso destino a quem foi pouco mais que figura de cartaz de um partido que nunca ganhou eleições em Portugal, tanto no Continente, como nos Açores e muito menos na Madeira.. O CDS/PP devia rever o seu posicionamento na política sobretudo nas campanhas eleitorais.
Depois, há uma má-consciência dos socialistas sobre como se resolvem os “problemas”. O cartaz como é apresentado, a bem dizer, de uma forma imprópria, contraria o que tem sido na prática o comportamento do PS na Região. Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu fiquei com a convicção que quem ganhou um lugar de eurodeputado foi o Dr. Emanuel Jardim Fernandes e não o Partido Socialista. Já a vitória do Dr. Sérgio Marques com outros contornos, teve como sempre o alto contributo do PSD, particularmente nos pontos chaves da campanha, apesar das intervenções sensatas do candidato social-democrata.
Não tenho dúvidas que o Dr. Emanuel Jardim Fernandes recebeu muitos mais votos do que receberia outro candidato que o PS viesse a apresentar. A mediania socialista na Região, por motivos diversos, está muito aquém da imagem pública e política construída pelo seu antigo líder.
Dos cartazes dos partidos de esquerda mais radical os slogans repetem-se. Persiste aquela mania do beco com ervas, dos buracos na estrada, do amedrontamento e do medo, da falta de água em casas construídas clandestinamente, heranças de uma doutrina ideológica que empobreceu a Europa do Leste, destruiu países onde vivem milhões de pessoas nos limites mínimos da sobrevivência e que hoje estão de mãos levantadas para o céu a pedir que os seus países consigam entrar na Europa comunitária e democrática, onde há o respeito pela igualdade e pelos valores.
Os governos comunistas, ao contrário do que sempre afirmaram, actuam por forma a manter os cidadãos na escuridão, sobrevalorizados artificialmente, deixando as pessoas à mercê das suas imposições, na extrema dependência das entidades governamentais.
Cuba de Fidel de Castro é uma “imagem cruel” do comunismo. O turismo em Cuba é uma fachada controlada. O poder tem tudo sobre vigilância e os cubanos ficam mudos sempre que algum turista manifeste desejo em conhecer a realidade social cubana. Os comunistas portugueses são “amantes” da política de Fidel, como de outros ditadores que espezinham populações indefesas. Todos os dias há cubanos a tentar fugir para outros países, para a liberdade.
Os cartazes políticos que vejo pela cidade do Funchal e noutros locais da Região Autónoma não vão dar votos a quem nunca mostrou qualidade suficiente para ser governo. O radicalismo e a embirração contra o desenvolvimento vão continuar a ser as grandes bandeiras da oposição, por muitos comícios, cartazes e frases feitas.
Hoje, quando vejo cartazes de partidos de esquerda (ou células comunistas) no Funchal vejo a desilusão de milhões de russos, cubanos, ucranianos, búlgaros e tentos outros povos foram arrastados para a miséria, pelo comunismo. Não vejo uma direita com horizontes de futuro (ao contrário do que diz o cartaz do PP), e muito mais apagado vejo um PS preso a códigos casmurros e atormentadores. Os dois últimos líderes nacionais do PS abandonaram a liderança do partido, fugiram por causas que os próprios criaram, um dos quais quando ainda era primeiro- ministro.
O futuro da Madeira está a ser construído desde as primeiras eleições para o Parlamento Madeirense, desde o primeiro governo social-democrata, a um ritmo que toda a oposição não consegue acompanhar. Este desenvolvimento não se vê nos cartazes políticas, nos comícios nem nas frases repetidas. Vê-se nos programas do partido que governa, nas obras executadas, nos projectos dados a conhecer e numa autonomia inacabada e sempre renovada.

Sem comentários: