quinta-feira, 12 de março de 2009

Que governação!

Se os governantes não conseguem admitir que o insucesso tem a ver com a incompetência, teimando em seguir estratégias erradas, não há nada a fazer. Resta esperar para as próximas eleições e esclarecer devidamente os eleitores para que não voltem a cair no conto do vigário. Para não serem de novo enganados com falsas promessas.

A revelação estatística não podia ser pior para Portugal: nos principais rácios sócio-económicos europeus estamos com os mais baixos índices. Esta revelação acaba por não ser totalmente surpreendente e vem ao encontro do que têm dito todos os responsáveis partidários da oposição na Assembleia da República. Mais ainda quando são alguns
destacados militantes socialistas, entre os quais Manuel Alegre, a criticar a estratégia de liderança do seu partido. O PS transformou a vitória, com maioria absoluta, nas últimas
eleições, numa ditadura de governação. Fez o que de pior pode ser feito num regime democrático. Governar sem ouvir a oposição, governar sem ouvir as manifestações de desagrado dos cidadãos, governar por imposição, num mando e posso intoleráveis.
Quando se esperava o bom-senso e o civismo democrático, o governo PS optou por sistematicamente governar com egoísmo, pondo em risco a estabilidade social e a economia no seu todo. Ao primeiro-ministro José Sócrates colaram-se adjectivos e pôs-se em causa a sua honorabilidade que, a serem verdadeiras, colocam-no num nível de
credibilidade muito baixa. Não foram meros ataques pessoais foram acusações muito graves e que ainda não foram bem esclarecidas, a começar pela duvidosa licenciatura em engenharia. Sempre entendemos que em democracia os maioritariamente eleitos devem governar bem e cumprirem com as promessas feitas nas campanhas eleitorais. Ao menos governar com transparência, em diálogo com os eleitores, estando sempre disponível para esclarecer e fazer cumprir o que prometera. Vejo o estilo de governação do PSD na Região Autónoma da Madeira dentro destes princípios democráticos, a que não estão alheias as sucessivas vitórias eleitorais. O mesmo já não vejo na governação do PS em relação ao País. É bom não esquecer que os socialistas, nos últimos catorzes anos, estiveram onze anos à frente dos destinos do País. Não foi um partido que estivesse esporadicamente no poder, são 11 anos em 14 anos com as rédeas da governação. Deve entender-se daqui, entre outras ilações, que a actual desaceleração da economia que faz desabar uma terrível incerteza, advém, em muito, dos governos PS. Qual a explicação que o governo socialista pode dar à monumental dívida externa que já ultrapassa os 100 % do PIB? Qual a resposta para os 150 mil empregos que anunciou e não arranjou? O caldo está entornado e já praticamente resta que se possa aproveitar. Uma coisa é certa: o governo falhou no programa apresentado. Falhou e mentiu, levando os eleitores ao engano. Não é demagogia quando as estatísticas dizem claramente que os portugueses ficaram mais pobres nestes últimos anos, perderam emprego e poder de compra, perderam estabilidade e segurança, perderam regalias que sempre tiveram e estão hoje mais distantes dos níveis médios da sociedade europeia.
Como sempre dissemos, os governos são pessoas e as suas competências vão ditar evoluções, estagnações ou retrocessos. Se os governantes não conseguem admitir que o insucesso tem a ver com a incompetência, teimando em seguir estratégias erradas, não há nada a fazer. Resta esperar para as próximas eleições e esclarecer devidamente os
eleitores para que não voltem a cair no conto do vigário. Para não serem de novo enganados com falsas promessas. Quando o país tenta ignorar o governo, quando os portugueses querem ser ouvidos e o governo volta-lhes as costas e, em vez de dialogar,
toma posições inflexíveis, só há uma saída: greves, com todos os prejuízos, que não apenas económicos e financeiros. O governo socialista tornou Portugal num Pais de manifestações, de protestos, de greves e de conflitos. Devemos ser o país da Europa com mais greves e com menos soluções da parte governamental.
Que governação!

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