quinta-feira, 3 de abril de 2008

A verdade foi dita

É óbvio que ninguém gosta de perder nas urnas, em eleições democráticas. Mas é um erro de palmatória não admitir ou não querer reconhecer que a obra feita na Região nos últimos 30 anos foi notável a todos os níveis. O mérito tem sido inegavelmente da governação do PSD e do demérito de toda a oposição, nomeadamente do PS que está longe de ser uma alternativa, como longe continua toda a restante oposição



O Dr. Jaime Gama ao reconhecer e a enaltecer publicamente o progresso da Região Autónoma e a elogiar a liderança política do Dr. Alberto João Jardim fez sair da toca uns fortuitos furões há muito desacreditados. Os seus “kamaradas” socialistas e da restante oposição estavam à espera que o Dr. Jaime Gama voltasse a cometer os erros do passado para então, se assim fosse, continuar a ser um grande democrata, um herói da resistência, um notável defensor dos direitos humanos, etc. e tal. Mas não foi o que os “kamardas” queriam que acontecesse. Logo, voltou-se o feitiço contra os feiticeiros da desgraça e nós madeirenses, não esquecendo o passado, até não damos grande importância.
Quem mais se agarrou à tábua foram os socialistas que parecem ter sofrido um duro golpe. Querem a desgraça, por isso a fomentam e cultivam. Têm a ousadia de vir dizer que são por estas e por outras afirmações, como as proferidas pelo Dr. Jaime Gama, que o PS na Madeira tem acumulado derrotas eleitorais.
Para o PSD e para o Governo Regional o que disse agora o Dr. Jaime Gama sobre o desenvolvimento da Região é corolário do que a esmagadora maioria dos madeirenses há muito conhecem. O anterior líder do PS-Madeira desafiou o Dr. Alberto João Jardim a provocar eleições antecipadas, o resultado foi o que se viu. Uma vitória esmagadora do PSD e uma derrota avassaladora do PS.
Importa, aqui e agora, pela oportunidade que se coloca, recorrer ao que sempre se diz nestas situações. Errar é próprio do homem como também o homem tem sempre oportunidade de corrigir as interpretações e acusações feitas. Em várias ocasiões, o Dr. Mário Soares, quer como líder do PS ou como primeiro-ministro ou presidente da República, uma vez melhor esclarecido e documentado, afirmou que só não muda quem tem mentalidade de burro.
O Dr. Jaime Gama, açoriano, actual presidente da Assembleia da República, antigo ministro do governo socialista e fundador do PS, não passou de um momento para outro de “besta a bestial”. É um político com currículo, traquejado, democrata, e mostrou ter humildade para rectificar a opinião deturpada que tinha da Madeira e dos madeirenses. Fez o que eventualmente devia ter feito há mais tempo. Reconhecer que as informações que lhes foram transmitidas sobre a Madeira foram maliciosas e desonestas.
No fundo, nunca levamos muito a sério os epítetos que o Dr. Jaime Gama quis atribuir ao Dr. Alberto João Jardim, cuja comparação foi grosseira e absurda, como também nunca levamos muito a sério as opiniões daqueles que, derrotados nos actos eleitorais, lançavam desabrida e loucamente campanhas de falta de democracia na Região, só porque a maioria dos eleitores optaram, em voto democrático e secreto, votar no PSD e na política liderada pelo Dr. Alberto João Jardim.
É óbvio que ninguém gosta de perder nas urnas, em eleições democráticas. Mas é um erro de palmatória não admitir ou não querer reconhecer que a obra feita na Região nos últimos 30 anos foi notável a todos os níveis. O mérito tem sido inegavelmente da governação do PSD e do demérito de toda a oposição, nomeadamente do PS que está longe de ser uma alternativa, como longe continua toda a restante oposição.
Podemos não gostar mas já não podemos esconder a realidade. Só um cego e mudo não vê nem ouve o desenvolvimento que a Madeira e Porto Santo apresentam por via de uma governação social-democrata, com estratégias políticas bem sucedidas. Certamente que os participantes no congresso de todas as Juntas de Freguesia (ANAFRE), onde o Dr. Jaime Gama fez tais referências de reconhecimento à Madeira e ao Governo Regional, na pessoa do Dr. Alberto João Jardim, não ficaram surpreendidos porque puderam constatar essa realidade durante os dias que estiveram na Região.
Já no que se refere ao posicionamento do poder local em Portugal não se poderá ter tão elogiosas e auspiciosas opiniões.
Na hierarquia do poder, as Juntas de Freguesia constituem a base dos pilares da governação, em função da sua directa relação com os cidadãos, mas não são (no Portugal continental) devidamente reconhecidas. As suas atribuições e competências são vastas e têm um papel inquestionável na estabilidade das comunidades mas não lhes é reconhecido o muito que fazem em prol do país. O governo não tem autoridade moral para não conceder melhores condições económico-financeira às Juntas de Freguesia quando, se diz e com razão, serem estas instituições credoras do Estado pelo muito que fazem.
No congresso nacional das Juntas de Freguesia muitas verdades foram ditas e só esperamos é que tenham eco e sejam aceites como realidades sérias e conscientes.

04.04.2008

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