sexta-feira, 4 de maio de 2007

Mandam os eleitores

Os políticos dos partidos que nunca ganharam eleições na Madeira ainda não viram que quem manda são os eleitores, que os votos são direitos que a democracia concede aos cidadãos e que cada eleitor vota livremente em quem reconhece melhor capacidade para assumir as lides do Governo Regional


Na Madeira as primeiras eleições regionais antecipadas acontecem por “desejo” dos socialistas. Foi o PS nacional e o PS regional que montaram o cenário para obrigar a que o Governo Regional do PSD, legitimamente eleito, se demitisse. Hostilidades do PS que obrigam os madeirenses a votar, no próximo domingo, para um acto eleitoral que só iria acontecer em 2009. Estas eleições não só surgem fora do calendário político como revelam a “guerra” dos socialistas, de lá e de cá, contra o PSD e contra a maioria dos madeirenses que sempre votaram no PSD.
O governo socialista na República entendeu “estrangular” as finanças da Madeira para que o Executivo Regional social-democrata ficasse sem capacidade de governação, vindo posteriormente o líder do PS regional desafiar o líder do PSD a demitir-se para que houvesse lugar a eleições. A “desejo” dos socialistas foi levada por diante e agora só se espera que no próximo domingo haja a máxima participação civica do eleitorado madeirense.
“A inveja mata quem quer e não consegue chegar ao lugar que outros conseguem chegar com tranquilidade”. A frase, da autoria de Thomas Cruise, bem se pode ligar às eleições regionais de 6 de Maio. A campanha eleitoral mostrou claramente a “inveja” hostil do partido socialista e restantes partidos contra o PSD. A exagerada arrogância e falta de nível cívico do PS ficou bem patente na campanha política que hoje termina. Em todas as eleições os partidos que formam a Oposição política ao PSD na Madeira entoam os mesmos sons políticos, falam das mesmas “desgraças”, põem o futuro da Região Autónoma em causa, fazem o discurso do coitadinho e do miserabilismo, dizem mal da “obra feita” e apresentam-se como os “salvadores da Pátria”.
Os políticos dos partidos que nunca ganharam eleições na Madeira ainda não viram que quem manda são os eleitores, que os votos são direitos que a democracia concede aos cidadãos e que cada eleitor vota livremente em quem reconhece melhor capacidade para assumir as lides do Governo Regional. Os votos e as sucessivas vitórias eleitorais do PSD são determinadas pelos madeirenses e porto-santenses e todos sabemos que quanto mais eleitores votam maior tem sido a vitória dos sociais-democratas.
O PSD concorre às eleições para governar a Região enquanto que os seis partidos que fazem Oposição estão mais preocupados em ter representação parlamentar com mais ou menos deputados. O PS diz estar preparado para ser Governo mas não clarificou durante a campanha as bases de tal pretensão. Quanto o candidato socialista a presidente do Governo vem dizer que vai criar oito mil novos postos de trabalho está perante os madeirenses e porto-santenses a dizer uma “piada de mau gosto”. Numa Região como a Madeira facilmente se conhece os alicerces da economia e todos os madeirenses sabem como funcionam as escalas empresariais, os sectores económicos, os projectos viáveis. Prometer e não fazer é o que tem andado a anunciar o PS nacional que ia criar 150 mil novos postos de trabalho e passados dois anos de mandato já deu para ver que afinal é o desemprego eu aumenta. O PS na Madeira, como todos os partidos, tem legitimidade em ambicionar o poder, tal como têm todos os partidos nos Açores e a nível nacional, mas para isso terão que ter uma atitude coerente e de verdade para com os eleitores.
Entre o PSD e o PS, na Madeira, há uma grande distância de princípios e de encarar a Autonomia como um processo dinâmico e cada vez mais universal. A Autonomia que a Madeira tem hoje está longe de corresponder aos anseios dos madeirenses residentes e emigrantes. Os madeirenses não têm um sentimento anti-Portugal, pelo contrário, têm é uma aversão justificada contra alguns governantes do Governo central e também dalguns procedimentos (ou pela ausência de procedimentos adequados) por parte da Presidência da República.
O “défice democrático” na Região propagandeado por figuras primeiras do PS está na garganta dos madeirenses. Dizer que não há democracia na Madeira é dizer que madeirenses não sabem votar, que votem às cegas, quando no Continente e nos Açores a incultura democrática e os atentados à democracia têm sido uma constante ao longo dos anos, desde a data da mudança de regime.
Estas eleições antecipadas foram provocadas pelos socialistas. Mais uma vez o PS prefere a guerra contra o PSD no Governo Regional e em particular contra o presidente do executivo, Dr. Alberto João Jardim, do que o desenvolvimento estável e bem-estar dos madeirenses a todos os níveis. Pode-se compreender o desalento dos políticos socialistas por nunca terem ganho eleições regionais na Madeira, podem estar desiludidos e cansados da política derrotista que têm acumulado, mas não é com cinismo e ataques ao desenvolvimento que a Região alcançou e continua a registar que o PS vai ser poder.
Os eleitores mandam, têm o poder nas mãos através do voto e, no próximo domingo, vão votar em quem reconhecem possuir melhores capacidades para governar. O PSD quer continuar com o projecto de tornar a Madeira numa Região social e economicamente mais evoluída. O PS promete mas não pode cumprir a exemplo do que tem prometido e falhado no governo da República.
A resposta à traição socialista será dada pelos cerca de 230 mil eleitores, ante todos os partidos em presença.

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