quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

A eterna hipocrisia

De todos os actos eleitorais realizados até agora, o do próximo domingo, tem uma singularidade e um desafio muitos próprios. Não é um rodar-se o disco e pô-lo de novo a tocar. Não é mais uma ida às urnas nem apenas um dever para cumprir. É uma absoluta necessidade que os portugueses têm de fazer valer o seu voto e de não admitirem que outros decidam contra a sua própria vontade.
Somos nós, eleitores, que por voto secreto, em liberdade, temos o direito de escolher os deputados e governantes e, em consequência, o sistema de sociedade que nos merece mais confiança e em quem queremos confiar o nosso futuro colectivo. O nosso voto é a nossa única e verdadeira oportunidade de decidir o futuro. O voto é assim o nosso verdadeiro voto. Não pode ser confiado a quem passa a vida a prometer e nada fazer, a quem fala de mais e pouco ou nada faz, a quem pugna por uma sociedade sem metas, sem objectivos. Não podemos ir atrás do eterno socialismo e comunismo que tanto empobreceu a Europa do Leste, deixando milhões de seres humanos num degradante desamparo, a um desemprego altíssimo, a ordenados de miséria (ouça-se o que dizem os trabalhadores do Leste europeu que estão a trabalhar na região), a um nível de vida a roçar a sobrevivência.
Compreendemos determinadas posturas dalguns eleitores, quando dizem que estão a ficar fartos de tantos actos eleitorais. E têm razão. São eleições a mais e algumas podiam e deviam ter sido evitadas. Estas eleições de domingo não têm razão de ser. A sua “forçada” realização ainda não foi claramente justificada pelo presidente da República que causou todo este folclore, verdadeiro “golpe de estado constitucional”que vai custar caro ao país.
O povo português não merece tanto sacrifício nem se pode admitir que haja eleições porque alguém exerceu poderes com alguma ligeireza, alguma leviandade, provocando a queda da maioria que estava no Governo e na Assembleia da República e que estava a fazer um trabalho sem alaridos mas com reconhecida consistência. Não foi justificado mas todos nós já sabemos a verdadeira razão. É porque o governo estava a mexer nos interesses corporativos instalados no país e estava a demonstrar que o sistema está caduco e precisa ser urgentemente alterado. É por isso que temos que votar, todos devemos votar, para mostrarmos que os salteadores do poder não passam de golpistas que apenas sabem se aproveitar do trabalho e da capacidade de iniciativa dos outros.
Os socialistas constituem uma espécie de figurativo parasitismo que se apodera do trabalho que outros fazem com brio e honestidade.
No último governo socialista, enquanto houve “boa comida” na mesa, o presidente do PS e então Primeiro Ministro, António Guterres, não deixou de estar à frente das coisas, prometendo o céu na terra. Quando começou a faltar “comer”, entenda-se meios financeiros e a consequente decadência na saúde, no ensino e em todos as áreas, os socialistas fugiram, deixado o País no caos, no pântano. Portugal, com os socialistas no Governo, perde todos os confrontos na esfera europeia, perde na batalha pelos fundos estruturais, perde capacidade de intervenção e de negociação ao mesmo nível que qualquer país da Europa e do Mundo.
Sempre que os partidos de esquerdas chegam ao poder, Portugal desce a pico. Foi assim nos finais dos anos 70 e princípios dos anos 80, foi assim nos anos 90. Foi assim mais recentemente. Sempre que a esquerda chega ao poder, o país resvala para o abismo. Um dos piores momentos que Portugal atravessou, no plano económico, social e financeiro, foi quando o socialista Mário Soares era Primeiro Ministro. Quando o FMI teve que ajudar para que o país não viesse a cair na bancarrota, nas mãos dos estrangeiros.
Quando surgem inesperadas reacções por parte de socialistas e comunistas temos que olhar à nossa volta para melhor vermos o que se está a passar. Logo vemos que os socialistas querem apenas estar no governo a qualquer preço, basta que outros tenham criado condições de estabilidade e económicas para que eles apareçam para delapidar quanto custou a erguer. O que interesse é chegar ao poder. Depois, como rezam as crónicas, quando se apercebem que o governo está a bater no fundo, abandonam o barco, retiram-se, deixando o País à deriva. Foi assim que fez António Guterres. Podem dizer que também Durão Barroso ganhou as eleições e pouco depois deixou de exercer as funções de Primeiro Ministro, para exercer o alto cargo de presidente da Comissão Europa que não só vem justificar a grandeza do seu valor, como veio trazer prestígio para Portugal. O que seria de louvar e aplaudir, os socialistas e comunistas criticaram negativamente. Só porque, ao longo dos anos têm lutado por aquele alto cargo no sei da União Europeia e nunca conseguiram nada de realce.
As eleições de domingo têm de ser bastante participadas. Todos devemos votar para que o socialismo e o comunismo, em aliança, não venham uma vez mais arrasar o País, e nos conduzam à estagnação. Votemos todos, que ninguém deixe de votar, de exercer um importante direito, o seu dever cívico. Não nos deixemos levar pela eterna hipocrisia socialista, o partido das muitas promessas mas das poucas obras.

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