quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Congresso das diferenças

O PSD- Madeira, sem pretender criar embaraços de espécie alguma nem ter a necessidade de colocar-se em bicos de pé, tem acrescidas razões para apresentar-se no Congresso Nacional do PSD, que começa hoje, no norte do Continente, com a expressão de partido vencedor, em toda a linha, de todas as eleições democráticas realizadas nesta parcela portuguesa no Atlântico.
Penso não ser necessário assinalar no mapa do país e da região o que foi feito, o que mais se desenvolveu e o muito que foi preciso fazer para que Portugal tenha na Madeira uma das mais expressivas e significativas pujanças de desenvolvimento que é admiração para todos. São vitórias da democracia, vitórias dos sociais-democratas, vitórias dos madeirenses e, muito especialmente, vitórias do Dr. Alberto João Jardim.
Há um passado e um presente na ilha que não hà de norte a sul de Portugal continental. Um progresso que é produto da muita competência, da forte liderança e do saber gerir o tempo e aproveitar as oportunidades que foram e vão surgindo nos espaços nacionais e comunitários. A posição do Governo Regional e do PSD-Madeira não foram sempre de total consenso com o Governo da República e com o PSD-Nacional, mesmo quando o Governo central era e é da mesma cor partidária.
Muitas foram as vezes, ao longo destes 30 anos, em que o PSD madeirense assumiu posições contrárias às do PSD nacional, suscitando reacções desfavoráveis dalguns intocáveis do partido que não admitiam nem aceitavam opiniões de quem sempre viveu na ilha. Para alguns desses iluminados o PSD terá sido um trampolim para a vida pública e para que pudessem dar outros saltos noutras áreas, mas para o PSD da Região Autónoma o trampolim foi para que todos os madeirenses pudessem saltar mais alto, ver mais longe e darem passos em frente.
Muitos desses “atiradores fortuitos” contra a Madeira e contra o Dr. Alberto João Jardim praticamente desapareceram da cena política sem deixarem obra feita. Pelo contrário, muitos deles apareceram como “salvadores da pátria”, com projectos e lábias como ninguém seria capaz, prometendo tudo aquilo que outros racionalmente não se atreviam falar e muito menos anunciar, até que foram corridos dos cargos, do governo, sem nunca terem vencido algum acto eleitoral ou terem dado algo de bom para o país.
Entre a Madeira, o Continente e os Açores, existe de facto algum abismo. A começar pela forma e pelo modo como a democracia é tratada, como é difundida a ideia do fazer e como tudo se desenrola devidamente planificado, a tempo de corrigir o que eventualmente possa ser necessário rectificar. Esta substantiva gestão dos recursos humanos, económicos e logísticos funciona com enorme equilíbrio e sucesso na Madeira mas fracassa no Continente e também nos Açores, por falta de liderança. Sem dúvida.
Os sociais-democratas madeirenses sentem e participam, cada qual à sua maneira, na construção do presente virado para o futuro, deitam “mãos à obra” quando são chamados, arregaçam as mangas sempre que é preciso e não desistem até verem concretizados as metas projectadas. Isto não acontece em mais nenhum outro partido da região nem mesmo dos partidos a nível nacional, incluindo o PSD.
Compreende-se o desespero que algumas forças partidárias, apoiadas por cultores da desgraça, quando tentam empurrar para o desconforto o conforto responsável que o PSD goza junto do eleitorado madeirense. Não conseguem abalar o forte sentimento social democrata madeirense. Esta é outra lição de democracia que não vemos em mais nenhum outro partido que não seja o PSD.
Para este Congresso Nacional do PSD, a Madeira tem uma palavra a dizer, a fazer sentir. Tem o direito de ser ouvida, de pé, com atenção redobrada, e questionar como é que os mais de 500 anos de enorme atraso, a ilha conseguiu, em poucos anos, um tal desenvolvimento que lhe confere uma posição entre as mais evoluídas da União Europeia?
Devem os sociais democratas do resto do país procurar saber como é que a Madeira deu a Portugal um desenvolvimento como não deram as outras regiões?
Deviam os governantes da República (dos diferentes partidos, actuais e anteriores), sem perda dos seus galões, interessar-se por este fenómeno que colocou a ilha atrasada ao nível das mais desenvolvidas regiões do país e da Europa?
Questões ainda mais oportunas quando parecem existir alguns desacertos no interior do Governo da República e quando neste Congresso há a vontade de dar ao Dr. Pedro Santana Lopes, Primeiro-Ministro e Presidente do PSD, uma “força plena” para levar por diante as reformas que o país tanto necessita.
O PSD-Madeira tem sobejas razões para ser sentir orgulhoso por tudo quanto tem feito em prol do país e da União Europeia. Sem nunca arrepiar caminho nem perder de vista o futuro. Este é mais um congresso das diferenças, entre os de cá e os de lá...embora
remando na mesma direcção e sob a mesma bandeira.

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