quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Derrota dos derrotados

Os que sempre perdem em actos políticos democráticos são os que não merecem confiança da maioria dos eleitores, são fatalmente os menos competentes. Quem se recusa aceitar estes princípios não é democrático, não aceita a liberdade do voto, é adepto do regime da ditadura absoluta ou um fingidor da democracia que, mais cedo ou mais tarde, acaba por ser descoberto como um falso democrata.



Tem barbas longas e brancas o recurso argumental para os fracassos e as derrotas. Todos sabemos que, desde sempre, cultivou-se o mau princípio de apenas atribuir valor às vitórias e dar nota negativa aos perdedores. Nem se quer admitir que nem sempre os que perdem são os menos dotados nem os vencedores são sempre os melhores. Mas também é reconhecido que há pessoas que nem a derrota merecem. Não deviam participar em actos públicos, na política e noutras manifestações de carácter social.
Esta dicotomia vencedor-derrotado só tem, em nossa opinião, fundamento irrefutável na política democrática em que é dada a total liberdade aos eleitores, por voto secreto, para elegerem os seus governantes, seja no Governo, nas Câmaras ou nas Juntas de Freguesia, dar o voto a quem lhes merece mais confiança e sobretudo competência para o exercício dos cargos.
Os que sempre perdem em actos políticos democráticos são os que não merecem confiança da maioria dos eleitores, são fatalmente os menos competentes. Quem se recusa aceitar estes princípios não é democrático, não aceita a liberdade do voto, é adepto do regime da ditadura absoluta ou um fingidor da democracia que, mais cedo ou mais tarde, acaba por ser descoberto como um falso democrata.
Aquilo a que assistimos esta semana na Câmara Municipal do Funchal, tendo em cima da mesa o debate sobre um relatório elaborado na sequência de uma auditoria à Autarquia, a pedido da própria Edilidade, que afinal não veio provar nada de grave, foi um lavar de roupa suja por parte de todos os representantes dos partidos da oposição, com intervenções a roçar um pobríssimo entendimento do que estava em discussão, deixando um péssimo contributo para o esclarecer do que eventualmente possa ser menos claro.
O PSD está na liderança da Câmara Municipal do Funchal (como em todas as restantes dez Autarquias da Região Autónoma) por vontade livre e democrática dos cidadãos. O PSD é governo porque a grande maioria dos madeirenses e porto-santenses confiam nas pessoas e nos programas que o PSD tem apresentado. Sabe-se que em política, mais ainda em regime de democracia, os eleitores não têm contemplações para quem governa mal, para quem promete e não cumpre, e tem outras opções partidárias para, se assim entender, votar.
Miguel Albuquerque, jurista, não é presidente da Câmara do Funchal por imposição. Está na presidência da maior Autarquia da Região por reconhecimento dos funchalenses, pela obra que tem feito e pela idoneidade que tem demonstrado e comprovado a cada momento. São os funchalenses que põem na gestão da Câmara quem lhes dá melhores garantias de honestidade, de trabalho sério e de isenção nos procedimentos.
É desolador ouvir dos partidos da oposição, particularmente do PS, a leitura de que existe matéria suficiente no relatório da auditoria para o presidente da Câmara se demitir ou ser afastado do cargo. Estão a fazer chicana política, a pôr em causa a democracia, a desconsiderar os funchalenses que votaram no PSD.
Isto vem ratificar que a oposição na Região Autónoma tem uma fraquíssima formação política, não sabe lidar com as derrotas e serve apenas para por no poleiro, de vez em quando, uns “galos-palheiros” a cantar ruidosa e desabridamente sem rima e sem o menor sentido.
A Câmara Municipal do Funchal, como todas as outras Autarquias da Região, têm feito mais pelo Poder Local em Portugal que muitas outras Autarquias do Continente que, nalgumas, os escândalos tem sido mais que muitos e desprestigiantes para o poder autárquico português.
Os partidos da oposição não chegam ao poder por via de combates sujos, da má-língua, de ataques pessoais, a fazerem de uma reunião uma peixarada miserável. Fez bem o presidente da Câmara em não atender às vergonhosas provocações da oposição. Foram intervenções baixas de mais para que merecessem qualquer réplica séria.
Falta, na verdade, escola política nos partidos da oposição. Em vez de insistirem na lengalenga da cassette, de dizer mal de tudo e de todos que estejam no poder, democraticamente eleitos, deviam ter a preocupação de formar jovens políticos para os tempos-novos em vez de insistirem na oca sabedoria de quem nunca se mostrou capaz e sempre saiu derrotado nos actos eleitorais.
Com todo o chorrilho de intervenções que os representantes dos partidos da oposição fizeram na Câmara do Funchal, em redor do relatório da auditoria, apenas acumularam mais uma derrota. Perderam mais uma oportunidade. Uma derrota mais para os derrotados de sempre.

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