quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Democracia versus Ditadura

De posse do voto maioritário o governo socialista faz tudo como bem entende, abusa do poder que lhe foi dado, não cumpre com o que prometeu aos eleitores, faz reformas que põem os portugueses em maiores dificuldades de sobrevivência e põe travão a fundo numas coisas mas logo acelera desabridamente noutras, não havendo uma condução governativa esclarecida, segura, moderada e com perspectivas futuras.

A ditadura socialista no governo da República está no seu melhor fuzilamento contra a democracia. Pensa só, age só, impõe às cegas, não admite a crítica, não faz emendas a não ser obrigado pelos tribunais, ignora quem lhe faz oposição e persegue quem, em mero diálogo, acha graça fazer uma anedota sobre a licenciatura do primeiro-ministro. Com efeito, a mudança de regime em Portugal, há pouco mais de 33 anos, operou alterações na condução política, governamental e na sociedade civil, mas não tanto e com tanta profundidade como as muitas expectativas previam. A vigência democrática é vivida de forma diferente por cada partido, o que é salutar, mas há abusos de confiança que levam alguns partidos a trair o eleitorado que neles confiou.
A revolução também trouxe muitas ilusões. A democracia não é assim tão democrata como se faz parecer e basta ver o comportamento do governo socialista desde que tomou posse em meados de 2005. O PS tem transformado um governo eleito democraticamente num governo de ditadura. De posse do voto maioritário o governo socialista faz tudo como bem entende, abusa do poder que lhe foi dado, não cumpre com o que prometeu aos eleitores, faz reformas que põem os portugueses em maiores dificuldades de sobrevivência e põe travão a fundo numas coisas mas logo acelera desabridamente noutras, não havendo uma condução governativa esclarecida, segura, moderada e com perspectivas futuras. Os portugueses não podem estar a bem com este governo socialista, ou então aceitam passivamente às derrapagens governativas, queixam-se mas mais nada fazem, aceitam como verdadeiras a política financeira de rigor (que não é feita por este governo), vêem o encerramento de centenas de empresas que lançam no desemprego milhares de trabalhadores e não reagem, assistem ao fecho de hospitais e centros de saúde com lentas manifestações e deixam-se ficar à espera que alguém lhes resolva os problemas que este governo está a criar no dia a dia.
Depois de tudo quanto já se passou nestes pouco mais de 33 anos de regime democrático é tempo de todos agarrarem no que há de bom na democracia: ou o governo funciona bem, tem governantes competentes e sérios, dá provas de saber no que está a fazer, ou avança-se para uma nova revolução (os actos eleitorais servem para isso) pondo de fora governantes que não governam e elegemos novos governantes. A democracia dá-nos esta franca possibilidade. Parece que andamos num sociedade do medo, anti-democracia, com governantes a fazerem o que bem entendem sem ouvir quem neles confiou.
A Região, como está bem à vista, tem seguido um rumo muito mais profícuo de democracia que a República. Não são apenas os madeirenses a reconhecer o trabalho feito, as obras realizadas pelos sectores público-privado, são quem vem de fora, quem visita a Madeira e Porto Santo, são os portugueses do Continente e os estrangeiros. Mesmo os políticos continentais que são claramente opositores ao PSD-M não deixam de reconhecer o boom de desenvolvimento que a Região regista ano após ano e já vamos com mais de três décadas de Autonomia. A “zanga” dos políticos da oposição, quer na Região como no Continente, contra a Madeira não é sobre o progresso que a Região apresenta mas contra a pessoa do Dr. Alberto João Jardim e a política seguida pela social-democracia na Região. Acaba por ser um paradoxo ouvir os políticos continentais elogiar o imparável desenvolvimento da Madeira e ao mesmo tempo criticarem a política governamental do PSD-M, como se funcionassem separadamente.
O que estará a faltar em Portugal, sobretudo nesta altura, é uma revolução contra a pobreza governativa da República. O sentido de Estado está banalizado, a Nação dividida e o sentimento patriótico caiu no fundo do poço. Quando é posto em causa a licenciatura do primeiro-ministro José Sócrates, quando um ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, retém arbitrariamente verbas que deviam ser transferidas para a Madeira e que só cumpre com a lei depois do tribunal obrigá-lo a tal, quando um professor é suspenso só porque terá contado uma anedota acerca do diploma universitário do primeiro-ministro, quando um presidente da República quase que suplica ao governo da República para que tenha um relacionamento correcto com o governo da Região Autónoma da Madeira, quando um primeiro-ministro está há mais de dois anos no poder e ainda não teve uma única oportunidade para reunir com o presidente do governo desta Região nem sequer tempo para fazer um breve visita à Madeira para, ao menos, ficar a conhecer a realidade local. Quando tudo isto e muito mais acontece há razões para dizer que Portugal está a ser governado como se fosse uma República das bananas.
Depois lamentam (queixamo-nos, todos), infelizmente, do atraso português em relação aos outros países que integram a União Europeia. A pobreza e o atraso de Portugal está na pobreza e na falta de competência dos governantes. A democracia não funciona sem governantes idóneos, honestos e em sintonia com as populações. O que o governo PS anda a fazer é um atentado à democracia.
A arquitecta Helena Roseta, vereadora na Câmara Municipal de Lisboa, dizia recentemente que tinha dificuldades em compreender a população de Lisboa que vivia com dificuldades e não se manifestava quando haveria razões, inclusive, para uma revolução. A arquitecta citava factos concretos: Há em Lisboa 60 mil casas vagas prontas a habitar enquanto que existem milhares de pessoas em Lisboa a viver em casas muito degradas, muitas das quais sem as mínimas condições de habitabilidade. Uma revolução fazia todo o sentido.
É este mais um exemplo do medo da democracia quando transformada em ditadura. Em Lisboa como noutras cidades e vilas do Continente. O governo socialista está a destruir a democracia e a deixar os portugueses no medo, provocando uma nova emigração portuguesa, redução nos investimentos privado e empresas estrangeiras a encerrar. Só uma revolução poderá fazer mudar o rumo. Antes ou em 2009, ano das próximas eleições para a Assembleia da República.

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