quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Deixá-los de “boca-aberta”

São nestes momentos, de “diabólica aliança” contra as conquistas autonómicas alcançadas pela Madeira que aparecem os “coveiros” e “abutres do sistema” que tentam chamar a si a liderança da confusão e, porque “mandam” nos vários meios da comunicação social, no meio de tanta ignorância, conseguem baralhar o que cada um pensa e sabe.


Temos ouvido nos últimos dias opiniões sobre as actuais relações entre os governos da Região e da República que são obras-primas da estupidez. Uns “líderes de opinião” que se limitam a comentar o que os outros dizem, a esgaravatar em terrenos que não conhecem, mostrando quanto há de desinteligência ou desinformação na sociedade em que vivemos.
Que o governo da República esteja a ser vilão, a provocar irritações e a tentar lançar a isca para a revolta, num quadro de má política partidária até não é descabido, sabendo-se de quem se trata. Compreende-se que toda a oposição política esteja contra o PSD da Madeira. Afinal já lá vão mais de 30 anos e nunca a aposição conseguiu vencer um único acto eleitoral na Região. A derrota dói e causa transtornos psicológicos.
Que os partidos compitam entre si para ver quem vai ganhar, até é saudável e faz parte da democracia. Já não é saudável é ver uns “opinadores” que aparecem na televisão e nas colunas de alguns jornais a debater factos sem estarem por dentro das causas e dos efeitos. Fazem-nos lembrar aqueles adeptos do futebol que assistem aos jogos na bancada e passam o tempo a dizer mal dos árbitros, dos treinadores e até dos jogadores.
Ao menos que tragam coisas novas para os debates, que tenham o cuidado de se informar o melhor possível, em vez de andarem a escarafunchar sobre questões que conhecem pouco ou mesmo nada.
Julgávamos que os bufos do sistema já tinham sido todos “enterrados”. Mas, pelos vistos, continuam e em maior quantidade, de boca-aberta, à imagem patética, sobre o que vai acontecendo. Não conseguem ver o triste espectáculo que dão ao tentarem dar uma de “quem sabe” quando pouco ou nada sabem. Vê-los na televisão então é de bradar aos céus.
A política, o voto democrático, a liberdade de expressão, a governação, o parlamentarismo, o poder local, a justiça, o ensino, a saúde, são áreas extremamente complicadas e levam muitos anos a saber lidar em determinações situações e momentos. Não é um cidadão qualquer (principalmente em Portugal que tem uma liberdade de imprensa e de expressão há poucos anos) que possa opinar sobres estas e outras áreas. Do futebol podemos dizer de tudo porque, neste caso, o tudo pouco ou nada vale.
A opinião precisa de uma base muito importante e que tem a ver com a idade e vida de cada um. Um cidadão de 20 anos tem uma opinião diferente de um que tem 30 anos, e assim sucessivamente. A “velhice”, como se dizia na gíria da tropa, é um “posto”! Pela experiência, pelas fases sociais e profissionais participadas, pelas mutações políticas e económicas. Deixem-me que vos diga que o “inferno” português tem muito a ver com a imaturidade da maioria dos nossos políticos. Chegam ao governo com o “sangue na guelra” e muitas vezes não dão valor ao que existe de bom e logo mudam tudo e todos sem olhar a custos e respeitar a opinião dos mais experientes.
Ainda esta semana ouvia um crítico comentário sobre a greve dos professores. Diziam que os professores já estão muito bem pagos em relação aos outros funcionários públicos e, por tal, não havia razão para fazerem greves. Claro que estas como possivelmente outras pessoas não compreenderam a causa da greve dos professores. O protesto está na carreia profissional e não na tabela salarial. O mesmo se fala da dívida pública, das verbas que são retiradas, da capitalização (que poucos sabem o que é!), das reformas e do trabalho. Não se sabe o que é mas fala-se, dá-se opinião nos jornais e na televisão.
São nestes momentos, de “diabólica aliança” contra as conquistas autonómicas alcançadas pela Madeira que aparecem os “coveiros” e “abutres do sistema” que tentam chamar a si a liderança da confusão e, porque “mandam” nos vários meios da comunicação social, no meio de tanta ignorância, conseguem baralhar o que cada um pensa e sabe. A maturidade e a experiência activamente participada durante anos, onde tudo está em mudança, dá aos políticos no activo um acumular de experiência que não havia nos primeiros anos da democracia.
Alguns ainda andam por ai de “boca-aberta”, pensando que conseguem fazer melhor. Não conseguem ver que nada têm para descobrir ou ensinar.. Não temos dúvidas, que a Região tem hoje condições para realizar uma manifestação pública monumental contra o governo da República, se à frente da iniciativa estiver o PSD-Madeira. Como não temos dúvidas que o PSD voltará a ganhar as próximas eleições na Região Autónoma. Deixando alguns experts de boca-aberta.

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