segunda-feira, 31 de março de 2008

Confusões no ensino

É óbvio que a opinião pública dá mais atenção ao “flash” sensac óbvio que a opinião pública dá mais atenção aionalista, da aluna que agrediu a prÉofessora, do que as causas que estão na origem do intolerável procedimento. Faz falta, sim senhor, umas “réguadas” para aqueles alunos, já crescidinhos, que entendem ter uma má conduta nas salas de aula e no interior dos estabelecimentos escolares


A reacção do governo da República à estrondosa manifestação dos professores não podia ser mais cirúrgica e malévola. Primeiro aceitar sem comentar, depois preparar a melhor resposta e por fim projectar nos mass-media a incapacidade dos docentes, atribuir-lhes responsabilidade do abandono escolar e na indisciplina nas salas de aula. Num “jogo-duplo”, sem dar a cara, o governo pôs a comunicação social a fazer o serviço sujo e as reivindicações dos professores passaram para segundo plano. Ou melhor.
O governo da República, em poucos dias, voltou o odioso contra os professores. Uma perceptível contra-informação foi posta a circular pondo em causa as pretensões dos professores que levaram a cabo a maior manifestação de protesto dos últimos anos em Portugal. O eco dos cerca de 100 mil professores manifestantes foi habilmente desvirtuado e o governo conseguiu, num assomo de virtuosa deturpação, voltar a opinião pública menos informada contra os docentes. As maleitas da educação passaram para a violência nas escolas com os professores a serem desobedecidos e maltratados por alunos que deviam ser submetidos a medidas coercivas severas.
As posições inverteram-se, aparecendo uns iluminados a criticar a classe docente e a elogiar as medidas irredutíveis da ministra da Educação. A comunicação social, aliada do governo, não tem poupando nas últimas semanas os professores, acusando-os, inclusive, de serem uns funcionários públicos privilegiados em relação aos outros trabalhadores da administração pública. É por estas e por outras que Portugal não passa de uma pais pobremente manobrado e incapaz de subir na emancipação dos países mais desenvolvidos da Europa.
É óbvio que a opinião pública dá mais atenção ao “flash” sensacionalista, da aluna que agrediu a professora, do que as causas que estão na origem do intolerável procedimento. Faz falta, sim senhor, umas “reguadas” para aqueles alunos, já crescidinhos, que entendem ter uma má conduta nas salas de aula e no interior dos estabelecimentos escolares.
Acabe-se com os atenuantes para aqueles estudantes que, com boa ou má educação no seio familiar ou na comunidade onde vivem, não cumprem as regras estabelecidas. As eventuais falhas no seio familiar e na sociedade não podem ser aceites como justificação da má criação.
Certamente vamos encontrar pelo país fora muitos jovens, em idade escolar, que gostariam de estudar e não podem frequentar a aulas por falta de condições económicas dos pais. O ensino gratuito não é sumamente de “borla” tem custos, e por vezes bastante altos, para as famílias.
Acabe-se, de uma vez por todas, com o levantar e arquivar de processos, com sermões moralistas, cujos reflexos, em grande medida, estão a projectar-se no aumento da violência e da toxicodependência na sociedade portuguesa.
Em matéria de Educação, como noutras áreas, os governos socialistas têm acumulado fracassos atrás de fracassos. Um professor conta uma eventual anedota sobre a licenciatura do primeiro-ministro José Sócrates e logo é suspenso e alvo de um processo disciplinar. Foi preciso levar o país a falar da grotesca anedota para o governo voltar atrás e arquivar o processo injustificável. Numa manifestação de estudantes frente ao ministério da Educação, um aluno mostra o rabo, ao léu, e nada lhe acontece, quando devia ser severamente punido, tanto mais que era estudante universitário. O antigo primeiro-ministro socialista, António Guterres, elegeu a educação como a principal paixão do seu governo. Foi um fiasco. Podiam ter vindo aprender à Região Autónoma da Madeira.
Anda o governo socialista a atirar as responsabilidades do insucesso escolar para cima dos professores como se estes fossem os culpados pela ineficácia dos planos e programas de ensino, do regime educativo instituído, da legislação e do exageradíssimo quadro de cursos ministrados. Os professores cumprem programas previamente determinados, muitas vezes discordando da sua validação formativa, mas há que cumprir. Depois é ver o número de jovens licenciados a aumentar no quadro dos cerca de meio milhão de desempregados e o governo socialista a dizer que é melhor ter licenciados do que analfabetos no desemprego.
Como se não bastasse, o governo vem triunfalmente dizer que Portugal é o país da Europa com a melhor qualificação profissional. Que até temos no país dezenas de profissionais qualificados, pasme-se, à espera de emprego. Pois é; dá-se canudos, passa-se certificados, fazem-se cursos de formação (duvidosa) e com o diploma na mão somos os mais qualificados. Para fazer o quê? Com que produtividade?

28.03.2008

Páscoa é verdade

Ninguém estará, hoje, em condições para afirmar peremptoriamente que sem o pluralismo da informação a Madeira teria ou não seguido o rumo do comunismo-socialismo. À data das revoluções de massas, manejadas pelos comunistas-socialistas, apenas o JM deu a cara, colocou-se à frente, defendeu intransigentemente os valores da democracia. Se tal não tem acontecido estaríamos, muito provavelmente, com a Madeira num modelo albanês ou cubano.


Não há comparações mas há sempre algo que se pode ligar sem desvirtuar a essência dos factos. A Páscoa traz-nos o valor da Ressurreição, o sentir do possível, do nunca terminado. Uma reflexão sobre o muito que nos rodeia, com lealdade e sem ódios, com verdade. Não se constrói um mundo melhor destruindo o bem. Talvez, hoje, neste pensar pascal, seja de abordar um tema que nos é muito grato. Os mass media e a política.
Chega a ser doentio o posicionamento dalguma comunicação social e de alguns comentaristas ou pseudo-analistas políticos sobre a Autonomia e o modelo de governação seguido na Madeira. Há liberdade de expressão para que cada um diga o que pensa, mas há quem insista em confundir liberdade com libertinagem, seriedade com maldade. Expressam-se com raiva, revoltados, obcecados por uma visão catastrófica supostamente alimentada por um imaginário doentio.
A comunicação social é no presente, no sucesso e no fracasso, muito daquilo que foi feito no passado. Aqueles que arvoram-se, no presente, como os grandes artífices da história deviam ter a humildade de reconhecer que sem o muito, com muito pouco, que foi feito no passado não seriam o que hoje são nem estariam onde hoje estão. O Jornal da Madeira foi irrefutavelmente o grande baluarte na defesa da democracia contra as tentativas do comunismo-socialismo em tomar as rédeas do poder na ilha. O Dr. Alberto João Jardim liderou, enquanto director do JM, antes de ingressar nas funções governativas, o projecto mais arrojado e de sucesso editorial que alguma vez houve na Região e quiçá no País.
A Comunicação Social em Portugal vive hoje num oásis e há projectos jornalísticos que pouco atenção dão às questões de fundo que movimentam e envolvem o País na Europa e no Mundo. A Madeira tem três jornais-diários, dois dos quais gratuitos, o que faz com que haja espaço para a pluralidade mas também uma maior responsabilidade na informação. Ninguém estará, hoje, em condições para afirmar peremptoriamente que sem o pluralismo da informação a Madeira teria ou não seguido o rumo do comunismo-socialismo. À data das revoluções de massas, manejadas pelos comunistas-socialistas, apenas o JM deu a cara, colocou-se à frente, defendeu intransigentemente os valores da democracia. Se tal não tem acontecido estaríamos, muito provavelmente, com a Madeira num modelo albanês ou cubano.
Pelo menos tenham respeito pelo que foi feito no passado. Pelos antecessores. Ou então, se entendem que o passado foi nada, tomem a iniciativa com projectos novos idealizados segundo os vossos conceitos de democracia, governação, economia e afins. A comunicação social não pode ser um refúgio para decalcar frustrações. Ter mais jornais, mais estações de rádio e mais canais de televisão não quer dizer que haja mais e melhor informação. Pelo que se lê, ouve e vê, a comunicação social em Portugal está a atravessar uma fase menos boa, está em crise, reconheça-se.
A SIC-notícias, por exemplo, levou aos estúdios alguns comentaristas para falarem sobre os 30 anos de governo do Dr. Alberto João Jardim. Aquilo que devia ser, a bem da informação isenta, um opinar directo sobre os efeitos da boa ou má governação e dos seus reflexos na vida da Região Autónoma, foi aproveitado para um combate contra a pessoa do Dr. Alberto João Jardim e contra os madeirenses. Comparar o presidente do Governo Regional, que sempre foi eleito democraticamente, com o presidente de Cuba, que assumiu o poder pela força das armas e nunca foi eleito, é estar a mentir com o beneplácito de um órgão da comunicação social. E isto é grave. É doentio.
Foi confrangedor ouvir alguns opinar sobre a Madeira como se a ilha vivesse num caos social, habitada pelas pessoas mais pobres e mais analfabetas. Para tais trogloditas do Continente tudo na ilha é miséria e os madeirenses um povo sem liberdade de pensar. Deu-se voz a pessoas que revelaram uma gritante ignorância sobre a Madeira, o Porto Santo, as Comunidades Madeirenses no Mundo, o que era a ilha há 30 anos e o que é nestes primeiros anos do século XXI. A cegueira é tanta que tais figuras insinuam que tudo quanto a Madeira fez de novo foi um desperdício.
Parece haver um fascínio pela maldade sobre tudo quanto seja português fora do rectângulo que leva a que alguns continentais falem estupidamente e negativamente da Região Autónoma da Madeira e muitos dos quais não conhecem a Região no presente nem a conheceram no passado. Preferem ser enganados pelas promessas do governo (veja-se as estrondosas manifestações de protestos nas ruas de Lisboa e por todo o Continente), por uma administração sombria e perdulária, aceitando o triste fado e agarrados ao velho e triturante argumento da crise como se a vida estivesse traçada para a negatividade.
Portugal está atolado numa sociedade descrente e em crise, com a economia a afundar-se e as famílias em graves dificuldades financeiras. Por muitas mudanças que sejam feitas já é difícil acreditar num governo incumpridor. Não se governa um país de costas voltadas para os cidadãos.
É tempo de viver a Páscoa e caminhar em frente. Sempre a pensar num amanhã melhor sem esquecer o passado que nos fez estar aqui!

21.03.2008

quarta-feira, 19 de março de 2008

O “Pensar Madeira” está ao alcance de todos os madeirenses, todos com acesso aos diferentes graus de ensino, à cultura, à saúde, à política. O tempo em que os ricos eram dados como os inteligentes e os pobres os atrasados mentais, como se a riqueza dotasse capacidades e a pobreza aniquilasse a mente, “morreu” a partir do momento em que a Madeira passou a ter Governo próprio, com os eleitores a votar livremente na escolha dos governantes



O Dr. Alberto João Jardim mantém o desejo de deixar a presidência do Governo em 2011. Têm os madeirenses que aceitar esta decisão que é feita de livre e espontânea vontade. Nunca, em tempo algum, um governante fez tanto pela Madeira que também em muito engrandece Portugal. Tenho a certeza que os madeirenses e portugueses (os de boa fé!) não ignoram o boom de desenvolvimento integral registado na ilha e que não têm dificuldades em mostrar a nudez desta verdade credível e mensurável.
Só por “traição”, vaidades ou mediocridades, haverá quem se escuse a aceitar os factos, mesmo aceitando-se que os governos são constituídos por homens e que os homens também por vezes falham. Nos sucessivos mandatos do Dr. Alberto João Jardim a Madeira sempre se foi mudando por dentro e por fora. Podemos, hoje, descortinar um futuro liberto das “papas de milho”, das casas de colmo e piso de terra sem luz, água e telefone, onde habitavam numerosas famílias madeirenses.
É pura e reles a especulação sobre qualquer alteração que irá seguramente acontecer. O PSD Madeira tem quadros muito capazes de tomar o leme e manter o rumo do desenvolvimento que a Região tem e continuará a ter. Todos têm o direito de “Pensar Madeira” do futuro, com ou sem o Dr. Alberto João Jardim na chefia do Governo, na certeza de que a Autonomia vai continuar a florescer, a combater os profetas da desgraça e a lutar por posições mais independentes do poder central, por uma cada vez maior e verdadeira autonomia.
Quando o Dr. Alberto João Jardim chegou à presidência do Governo a Madeira era ainda uma colónia, arquipélago atrasado em todas as áreas, visto como uma ilha adjacente pobre, analfabeta, com uma economia de subsistência e a maioria da população a viver no “campo”. Poucos eram os portugueses continentais que vinham para cá trabalhar, mesmo que bem pagos, porque a ilha “era pobre e atrasada”. Antes do Dr. Alberto João Jardim tomar, por eleições democráticas, a presidência do Governo, a Madeira era a “ilha africana” mais próxima de Portugal continental, com carências de vária ordem por via do sistema colonial que os madeirenses estiveram sujeitos por mais de cinco séculos.
Quando se dá a mudança de regime, em 1974, começaram a aparecer na ilha uns tantos continentais com deliberadas intenções de “evangelizar” os madeirenses com os cânticos e encantos do iluminado comunismo. Alguns desses continentais chegaram à ilha e puseram-se logo em bicos de pé, ascendendo a postos sem estarem habilitados para tal e foram galgando espaço por via da boa fé e hospitalidade dos madeirenses. Foram os “novos invasores” da ilha na segunda metade do século XX. Alguns fracassaram na sua “evangelização” comunista, outros (outros onde se incluem também alguns madeirenses) tomaram a pele de camaleão, foram ficando, mas agora, depois de instalados na vida, “cospem no prato que serviu para os alimentar.” Outros, “mais sábios”, aprenderam a viver em consonância com os valores da sociedade madeirense.
Para melhor compreendermos as mudanças operadas na Região, nas últimas décadas, temos todos de “Pensar a Madeira” num todo, no antes e no depois. Foram os governos chefiados pelo Dr. Alberto João Jardim que puseram a Madeira no “comboio da Europa”, segunda região mais desenvolvida de Portugal. Os que hoje criticam a Madeira do presente são os vencidos pela dinâmica governativa regional. Sabem que são facilmente dispensáveis, que não fazem falta nenhuma, e que a juventude madeirense está cada dia mais forte, melhor preparada, para as “grandes mudanças” do futuro. A omissão da verdade é um dos maiores pecados da liberdade de expressão.
Como hoje se constata e nos revelam as novas tecnologias, o mundo é plano! Plano na comunicação, na proximidade e facilidade com que se chega de um lado a outro do hemisfério. O mundo está a rodar (a caminhar) a uma velocidade impressionante, pondo o presente no passado imediato e o futuro no presente. Esta dura realidade deita para o caixote do lixo as teses dos que ainda pensam no Portugal colonial, na Madeira do antigamente, nos senhorios e nos caseiros, na separação das classes sociais dos que iam para os colégios, liceus e escolas industriais.
O “Pensar Madeira” está ao alcance de todos os madeirenses, todos com acesso aos diferentes graus de ensino, à cultura, à saúde, à política. O tempo em que os ricos eram dados como os inteligentes e os pobres os atrasados mentais, como se a riqueza dotasse capacidades e a pobreza aniquilasse a mente, “morreu” a partir do momento em que a Madeira passou a ter Governo próprio, com os eleitores a votar livremente na escolha dos governantes.
Desde o primeiro acto eleitoral democrático que os madeirenses votam na confiança e na credibilidade dos candidatos. O Dr. Alberto João Jardim foi o verdadeiro arquitecto e obreiro de uma Madeira moderna que surpreende a própria República. Sem secretismos, e confiantes como até agora, vamos continuar a “Pensar Madeira”, mantendo fidelidade à Sua doutrina.

13.03.2008

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quinta-feira, 6 de março de 2008

Rapar cêntimos e dar milhões

Não é com os milhões de euros dados, a fundo perdido, pelo governo português, que os problemas que há muito enfrentam os países africanos serão resolvidos. O problema africano tem outras dimensões e conotações que não se resolvem com ajudas financeiras(...)Cá dentro, o governo pratica a política da míngua, com reflexos na degradação da sociedade que se reflecte na crescente onda de insegurança que o país está a viver. Para fora, o governo faz o papel de figurão à custa do suor e do estômago vazio de milhares de portugueses.



O governo português anda a rapar todos os cêntimos aos portugueses e a dar milhões de euros a países estrangeiros. Cá dentro rapa-se tudo quanto existe, cobra-se e cria-se impostos, faz-se publicar legislação que afoga os contribuintes, para depois dar-se o aforro nacional, à custa de muitas e contestadas restrições, a governos estrangeiros a troco de nada.
Um representante do governo da República portuguesa foi esta semana a Bissau entregar dois milhões de euros ao governo da Guiné. Uma dádiva de Portugal a um ex-território português cujo gesto, face à situação precária das finanças nacionais, é digno de figurar no manual do bom escuteiro, mesmo quando existe a dicotomia catolicismo-islamismo. Uma acção para consumo externo subtraída do orçamento do Estado que é sustentado pelos contribuintes portugueses.
O que leva o governo a dar milhões de euros a ex-colónias portuguesas em África é que não sabemos. Ontem foi a Angola, Moçambique, hoje foi à Guiné-Bissau, amanhã a outros países, porquê? É por caridade, arrependimento pela má descolonização feita pelos socialistas, ou por razões que os portugueses não podem e ou nem devem conhecer? O governo PS diz que não há dinheiro para obras de primeira necessidade há muito reclamadas pelos portugueses no Continente e nas Regiões Autónomas e aparece, com ares de sobras, a apoiar financeiramente governos estrangeiros.
O governo socialista fecha centros de saúde, reduz serviços públicos de primeira necessidade, corta nas verbas (obrigatórias e de direito) do OE para a Madeira, diz não ter verbas para investir nas áreas cruciais da saúde, da segurança social, da habitação e do emprego, mas tira do OE milhões de euros para reforçar o orçamento de estados africanos. Em nome de quem e com que objectivo o governo da República tira dinheiro aos contribuintes para entregar a governos de países terceiros?
Desde que chegou ao governo, o PS tem apertado o cinto aos portugueses, ora congelando as carreiras profissionais e os legítimos aumentos salariais, ora aumentando os impostos e investindo na caça aos contribuintes. Anda o governo socialista a rapar todos os cêntimos aos portugueses, a pedir sacrifícios e a reduzir as despesas para que Portugal possa cumprir com o Plano de Equilíbrio financeiro determinado pela União Europeia e, pelas costas dos contribuintes portugueses, vai dando de mão beijada milhões de euros a governos de ex-territórios portugueses em África.
Será que este governo socialista desconhece as riquezas naturais de Angola e da Guiné-Bissau, entre outras ex-colónias portuguesas? Será que desconhece a riqueza acumulada dalguns governantes africanos e de como funciona a economia destes países? Uma nota breve: há cerca de quatro anos um presidente de uma ex-colónia portuguesa em África foi de visita ao Brasil. No momento em que deixava o hotel, no Rio de Janeiro, a esposa do “pobre” presidente deu cerca de 400 dólares de gorjeta ao rapaz que transportou as malas do hall do hotel para o automóvel! Sabe o governo socialista de Portugal quem são os homens mais ricos dos mais pobres países africanos?
Não é com os milhões de euros dados, a fundo perdido, pelo governo português, que os problemas que há muito enfrentam os países africanos serão resolvidos. O problema africano tem outras dimensões e conotações que não se resolvem com ajudas financeiras. Portugal tem muitas e reconhecidas necessidades e quaisquer que sejam os montantes de milhões de euros seria sempre bem aproveitado se investido em áreas de muita carência, de muita pobreza, que têm vindo a aumentar no país.
Cá dentro, o governo pratica a política da míngua, com reflexos na degradação da sociedade que se reflecte na crescente onda de insegurança que o país está a viver. Para fora, o governo faz o papel de figurão à custa do suor e do estômago vazio de milhares de portugueses.
São mais achas para que os portugueses tenham motivos para manifestarem o seu descontentamento à governação socialista. São mais razões para que os madeirenses venham a rejeitar este “patriótico” governo de Portugal.

07.03.2008

Um bilião para o Kosovo

A Madeira está numa situação de “aperto” do governo da República portuguesa tal como estava o Kosovo em relação ao governo da República Sérvia. Os governantes da República estão-se nas tintas para com a Madeira. José Sócrates, na qualidade de primeiro-ministro nunca veio à Região, o que só vem confirmar o desprezo que o governo socialista de Portugal tem para com os madeirenses e porto-santenses


A passagem da antiga província da Sérvia a Estado independente começa a estabelecer ligações inter-países e instituições internacionais compensadoras. A União Europeia aprovou recentemente a atribuição de um bilião de euros (um milhão de milhões de euros), a fundo perdido, como uma primeira tranche de ajudas destinadas à criação de infra-estruturas indispensáveis para que o Kosovo possa, o mais cedo possível, alcançar estabilidade e crescimento económico.
O estado degradado da economia kosovar, sob o domínio sérvio, foi um dos pontos mais focados pelos anti-independentistas do Kosovo invocando incapacidade para viver como Nação livre e democrática. Um dos argumentos dos que se oponham à independência do Kosovo era de que a ex-província sérvia não tinha riqueza própria, não dispunha de meios, tinha uma fraca economia e a sua sobrevivência dependia fortemente do governo da Sérvia. Os apoios que começam a chegar ao Kosovo (país independente desde 18 de Fevereiro deste ano) deitam por terra as teses dos “contras”.
Pelo que nos tem sido dado observar, não temos dúvidas que dentro de poucos anos o Kosovo será um dos países mais desenvolvidos do leste europeu e que não levará muitos anos para entrar no grupo dos Estados membros da Comunidade Europeia e da Zona Euro. Ao terem-se libertado da tutela sérvia, os kosovares têm agora todas as possibilidades de porem em andamento os projectos de desenvolvimento e de modernidade que sempre quiserem imprimir mas que o colonialismo imposto pela Sérvia sempre se opôs.
Temos que ser optimistas. Este “salto em frente” do Kosovo foi naturalmente aplaudido pelas principais potências europeias e mundiais, entre as quais, o Reino Unido, Alemanha, França. Itália e EUA. Portugal (até ontem) não se tinha pronunciado se é a favor ou contra o Kosovo independente, o que só vem provar que o governo socialista português não tem “independência própria” nem visão sobre as transformações que estão a ocorrer no plano das nações e da aldeia global. Fica a ideia que Portugal anda a reboque do que os outros países decidem. A Espanha, com outra dimensão, disse, desde logo, discordar com a independência do Kosovo. Tomou uma posição sem estar à espera do que outros possam vir a decidir. O governo português aguarda para decidir, encolhe-se, perde-se, não sabe que posição tomar, não tem opinião própria!
A Madeira não é o Kosovo, nem Chipre, nem Malta, nem outros países de “pequena-média” dimensão territorial, mas tem tanto ou mais condições para ser uma região verdadeiramente autónoma ou mesmo uma nação independente. Das poucas oportunidades dadas aos madeirenses, por via da Autonomia (embora limitada), a Região registou, apenas em três décadas, um desenvolvimento impar e impressionante. Muito se deve aos apoios provenientes da União Europeia mas muito mais podia ter sido feito se a Madeira não dependesse da filtração feita pelo governo da República.
O Kosovo, tal como Malta e Chipre, são alguns dos exemplos que podem ser referenciados quando se fala, com inteira justiça, numa maior autonomia ou mesmo de independência para a Madeira. Como afirmou, por mais de uma vez, o Dr. Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional, “A Madeira não vive à custa do Continente”. As campanhas feitas a partir de Lisboa contra Madeira, com comentários do mais baixo teor miserabilista para que os portugueses ficam com a ideia que a Madeira vive à custa do orçamento do país, é um atentado contra os madeirenses e que produz impacto junto dos menos esclarecidos. Se a Madeira não fosse uma “mais valia” para o Estado português, pelo que vimos com as independências das ex-colónias africanas, há muito se teria “livrado” da Madeira e do Porto Santo.
Os apoios que o Kosovo, como país, irá receber internacionalmente jamais receberia e se desenvolveria se continuasse a depender da governação sérvia. O governo kosovar já não precisa de expor à Sérvia os planos para o seu desenvolvimento, não fica à espera de aprovações de ministérios sérvios ou do presidente da República da Sérvia. Tudo será decidido pelo governo próprio, pelos kosovares, sem intromissões e intoleráveis adiamentos por parte da República sérvia.
A Madeira está numa situação de “aperto” do governo da República portuguesa tal como estava o Kosovo em relação ao governo da República Sérvia. Os governantes da República estão-se nas tintas para com a Madeira. José Sócrates, na qualidade de primeiro-ministro nunca veio à Região, o que só vem confirmar o desprezo que o governo socialista de Portugal tem para com os madeirenses e porto-santenses.
Já passaram muitos anos, séculos, para que não haja enganos sobre o que Portugal quer da Madeira: a posse de um território, no meio do atlântico, com uma autonomia limitada nos poderes e forçada às imposições colonialistas do governo. O Kosovo é mais um bom exemplo, tal como Malta e o Chipre, para o futuro da Madeira e do Porto Santo.