quinta-feira, 9 de agosto de 2007

TAP do patrão Governo

Verdade é que estão a surgir muitas coisas estranhas entre Lisboa e a Madeira que não têm precedentes nas ligações entre governos da República e da Região. Nunca vimos, como agora, um governo central que (des)governa sem conhecer o país, um governo que perde causas nos tribunais, um governo de perseguição a quem entende não ser socialista ou manifestar-se com discordância sobre uma questão governamental



O Governo é o patrão da TAP e a falhas da TAP só podem ser atribuídas ao Governo. Até que ponto as falhas da TAP têm conotações com outras “carreiras” não se sabe ao certo mas que há uma governamentalização evidente na TAP ninguém duvida. São muitas coisas, muitas coincidências, muito surdo-mudo.
Muitas coisas estranham estão a suceder-se entre Lisboa e a Madeira. Coisas que pensávamos já não fazerem parte do Portugal europeu do século XXI. Coisas saloias, pequeninas, intriguistas, bilhardice e boataria que fazem do homem civilizado uma besta.
Coisas que, nos últimos tempos, sucedem-se uma atrás da outra sem eira nem beira, propagandeadas como verdadeiras. Coisas que, muitas das vezes, ninguém sabe onde começaram e quem as promoveu certamente com instintos de maldade. Coisas estúpidas que alguém se aproveita para subir ao poleiro e cacarejar. Coisas que vão correndo por entre pessoas que se deixam facilmente influenciar pelo boato, pelo intriguismo, perdendo tempo com coisas menores quando há outras muito mais importantes para serem levadas a sério.
Verdade é que estão a surgir muitas coisas estranhas entre Lisboa e a Madeira que não têm precedentes nas ligações entre governos da República e da Região. Nunca vimos, como agora, um governo central que (des)governa sem conhecer o país, um governo que perde causas nos tribunais, um governo de perseguição a quem entende não ser socialista ou manifestar-se com discordância sobre uma questão governamental.
A mais recente coisa dá pelo nome da TAP e de um terminal, dito 2, no Aeroporto da Portela, em Lisboa. As ligações aéreas com a Madeira estão num caos, o porta-voz da TAP e o director do terminal 2 tentam explicar os atrasos, o desaparecimento de bagagens, a falta de condições, mas não conseguem esclarecer convincentemente. È que por muito que se esforcem em defender o patrão governo as falhas estão a acontecer a todo o momento.
O patrão da TAP (governo), ouve e encolhe-se. Nada diz, não tomam posição, não dá sinais de estar preocupado se a Madeira perde turistas, se os madeirenses ficam em lista de espera, vêm as suas bagagens desaparecer nos corredores dos aeroportos ou se tenham que perder horas e horas até que o avião da TAP ou da SATA (companhias que fazem os voos regulares para a Madeira) chegam de um qualquer lugar. Os governantes da República não viajam para a Madeira e quando o fazem têm tempo para tudo, menos para diálogos com o governo da Região. Coisas que o tempo dirá de que lado está a responsabilidade do ser e estar.
Durante cerca de 40 anos a TAP teve o monopólio nas ligações com a Madeira e o Porto Santo, muitas coisas se passaram, mas não havia outras alternativas. Agora que estamos a poucos meses da liberalização do espaço aéreo (a partir de Outubro), a TAP dá sinais de que muita coisa irá mudar e deixa no ar a ideia de que pressupondo perder a rota vai já acautelando outras rotas.
Das várias tentativas de companhias privadas (Air Columbus, Air Sul, Air Madeira, Air Luxor e outras) para entrarem nas voos regulares para a Madeira, todas acabaram por serem sufocadas, directa ou indirectamente, pela TAP. A Air Columbus e mais recentemente a Air Luxor foram aguerridamente “combatidas” pela companhia do estado, com recurso aos mais requintados procedimentos que, aparentemente ingénuos, mais não visaram do que prejudicar as companhias privadas.
Quando a TAP faz parceria com a SATA e compra a Portugália, estas últimas duas companhias entram nas ligações com a Madeira sem a TAP, parece estar por detrás muito coisa pata além do negócio em si. Com esta postura, a TAP volta a ficar com o monopólio das ligações para a Madeira e impõe o plano que bem entende. O governo da República não desconhece esta realidade e dá total cobertura.
Quando a Air Luxor entrou nos voos regulares para a Madeira a TAP lançou uma campanha de “bem servir” e de atenções dantes desconsideradas que foram bem visíveis. Talvez os madeirenses nunca terão sido tão bem atendidos pela TAP quando dos primeiros tempos da Air Luxor. Até o preço das passagens a TAP baixou, a TAP esteve durante algum tempo a promover a pontualidade para a Madeira como a companhia que cumprir melhor os horários. Tudo isto teve interpretações, algumas surpresas e outras duvidas. Quando a Air Luxor começou a falhar e a TAP “neutraliza” a SATA e a Portugália, volta a proceder com a prática monopolista que durante muitos anos prejudicou os madeirenses.
Há poucos dias, o empresário Joe Berardo desabafava: “tinha dez pessoas que queriam ir à Madeira mas a TAP informa que só tem vagas nos aviões daqui a dez dias”. Isto é o que se ouve e outras coisas mais que sabemos. A TAP não tem credibilidade junto dos madeirenses residentes e emigrantes, causando sérios problemas inclusive aos turistas que querem se deslocar à Madeira e ao Porto Santo.
Neste folhetim TAP e suas parcerias, o que mais nos leva ao sentimento de revolta é ver a apatia do patrão TAP, o governo da República, como se nada de anormal estivesse a acontecer. Governantes que metaforicamente parecem figuras feitas de porcelana, intocáveis, sentados em poltronas, deixando que as coisas aconteçam para o bem ou para o mal. Eles, governantes, sabem que estão sempre de passagem no poder e que os prejuízos que possam fazer ao país nunca serão chamados à responsabilidade…em Portugal!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Democracia versus Ditadura

De posse do voto maioritário o governo socialista faz tudo como bem entende, abusa do poder que lhe foi dado, não cumpre com o que prometeu aos eleitores, faz reformas que põem os portugueses em maiores dificuldades de sobrevivência e põe travão a fundo numas coisas mas logo acelera desabridamente noutras, não havendo uma condução governativa esclarecida, segura, moderada e com perspectivas futuras.

A ditadura socialista no governo da República está no seu melhor fuzilamento contra a democracia. Pensa só, age só, impõe às cegas, não admite a crítica, não faz emendas a não ser obrigado pelos tribunais, ignora quem lhe faz oposição e persegue quem, em mero diálogo, acha graça fazer uma anedota sobre a licenciatura do primeiro-ministro. Com efeito, a mudança de regime em Portugal, há pouco mais de 33 anos, operou alterações na condução política, governamental e na sociedade civil, mas não tanto e com tanta profundidade como as muitas expectativas previam. A vigência democrática é vivida de forma diferente por cada partido, o que é salutar, mas há abusos de confiança que levam alguns partidos a trair o eleitorado que neles confiou.
A revolução também trouxe muitas ilusões. A democracia não é assim tão democrata como se faz parecer e basta ver o comportamento do governo socialista desde que tomou posse em meados de 2005. O PS tem transformado um governo eleito democraticamente num governo de ditadura. De posse do voto maioritário o governo socialista faz tudo como bem entende, abusa do poder que lhe foi dado, não cumpre com o que prometeu aos eleitores, faz reformas que põem os portugueses em maiores dificuldades de sobrevivência e põe travão a fundo numas coisas mas logo acelera desabridamente noutras, não havendo uma condução governativa esclarecida, segura, moderada e com perspectivas futuras. Os portugueses não podem estar a bem com este governo socialista, ou então aceitam passivamente às derrapagens governativas, queixam-se mas mais nada fazem, aceitam como verdadeiras a política financeira de rigor (que não é feita por este governo), vêem o encerramento de centenas de empresas que lançam no desemprego milhares de trabalhadores e não reagem, assistem ao fecho de hospitais e centros de saúde com lentas manifestações e deixam-se ficar à espera que alguém lhes resolva os problemas que este governo está a criar no dia a dia.
Depois de tudo quanto já se passou nestes pouco mais de 33 anos de regime democrático é tempo de todos agarrarem no que há de bom na democracia: ou o governo funciona bem, tem governantes competentes e sérios, dá provas de saber no que está a fazer, ou avança-se para uma nova revolução (os actos eleitorais servem para isso) pondo de fora governantes que não governam e elegemos novos governantes. A democracia dá-nos esta franca possibilidade. Parece que andamos num sociedade do medo, anti-democracia, com governantes a fazerem o que bem entendem sem ouvir quem neles confiou.
A Região, como está bem à vista, tem seguido um rumo muito mais profícuo de democracia que a República. Não são apenas os madeirenses a reconhecer o trabalho feito, as obras realizadas pelos sectores público-privado, são quem vem de fora, quem visita a Madeira e Porto Santo, são os portugueses do Continente e os estrangeiros. Mesmo os políticos continentais que são claramente opositores ao PSD-M não deixam de reconhecer o boom de desenvolvimento que a Região regista ano após ano e já vamos com mais de três décadas de Autonomia. A “zanga” dos políticos da oposição, quer na Região como no Continente, contra a Madeira não é sobre o progresso que a Região apresenta mas contra a pessoa do Dr. Alberto João Jardim e a política seguida pela social-democracia na Região. Acaba por ser um paradoxo ouvir os políticos continentais elogiar o imparável desenvolvimento da Madeira e ao mesmo tempo criticarem a política governamental do PSD-M, como se funcionassem separadamente.
O que estará a faltar em Portugal, sobretudo nesta altura, é uma revolução contra a pobreza governativa da República. O sentido de Estado está banalizado, a Nação dividida e o sentimento patriótico caiu no fundo do poço. Quando é posto em causa a licenciatura do primeiro-ministro José Sócrates, quando um ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, retém arbitrariamente verbas que deviam ser transferidas para a Madeira e que só cumpre com a lei depois do tribunal obrigá-lo a tal, quando um professor é suspenso só porque terá contado uma anedota acerca do diploma universitário do primeiro-ministro, quando um presidente da República quase que suplica ao governo da República para que tenha um relacionamento correcto com o governo da Região Autónoma da Madeira, quando um primeiro-ministro está há mais de dois anos no poder e ainda não teve uma única oportunidade para reunir com o presidente do governo desta Região nem sequer tempo para fazer um breve visita à Madeira para, ao menos, ficar a conhecer a realidade local. Quando tudo isto e muito mais acontece há razões para dizer que Portugal está a ser governado como se fosse uma República das bananas.
Depois lamentam (queixamo-nos, todos), infelizmente, do atraso português em relação aos outros países que integram a União Europeia. A pobreza e o atraso de Portugal está na pobreza e na falta de competência dos governantes. A democracia não funciona sem governantes idóneos, honestos e em sintonia com as populações. O que o governo PS anda a fazer é um atentado à democracia.
A arquitecta Helena Roseta, vereadora na Câmara Municipal de Lisboa, dizia recentemente que tinha dificuldades em compreender a população de Lisboa que vivia com dificuldades e não se manifestava quando haveria razões, inclusive, para uma revolução. A arquitecta citava factos concretos: Há em Lisboa 60 mil casas vagas prontas a habitar enquanto que existem milhares de pessoas em Lisboa a viver em casas muito degradas, muitas das quais sem as mínimas condições de habitabilidade. Uma revolução fazia todo o sentido.
É este mais um exemplo do medo da democracia quando transformada em ditadura. Em Lisboa como noutras cidades e vilas do Continente. O governo socialista está a destruir a democracia e a deixar os portugueses no medo, provocando uma nova emigração portuguesa, redução nos investimentos privado e empresas estrangeiras a encerrar. Só uma revolução poderá fazer mudar o rumo. Antes ou em 2009, ano das próximas eleições para a Assembleia da República.