quinta-feira, 25 de novembro de 2004

Quem tem medo das “Centrais de Informação”?

Inversamente aos anteriores governos, o actual governo quer prestar uma informação mais clara e mais correcta aos cidadãos. Penso que é um dever de todos os governos que não tem sido devidamente considerado. Porém, por tomar a iniciativa de criar uma central de informação (digo, também, que esta designação de central de informação não me soa bem!) destinada a prestar tal serviço, o presidente da República deu parecer negativo à proposta do governo. Recuso-me a acreditar que Jorge Sampaio, socialista, tenha vetado a iniciativa do governo pelo facto deste ser PSD/PP.
Não sei o que terá levado o presidente Sampaio a vetar uma iniciativa que não vai beliscar nem pôr em causa a informação, nem se pode admitir que pelo facto do governo ter uma central de informação irá meter mais notícias nos jornais, na televisão, na rádio ou nas agências noticiosas. Todos sabemos como funcionam as redacções de comunicação social e como são tratadas as notícias.
Além disso, os governos sejam socialistas ou sociais-democratas sabem como fazer para passar a notícia e não estão à espera de uma central de informação para fazer chegar as notícias aos jornais. O veto do presidente da República cheira a influências negativas, a frangalhadas de capoeira, doutro modo a explicação teria outra clareza.
Não creio que Jorge Sampaio não saiba que a Espanha e a França, entre outros “grandes países” europeus, têm “centrais de informação” administradas pelos governos e que nunca houve vetos dos presidentes e despropositados burburinhos como este que o presidente da República entendeu provocar e que toda a oposição ao governo pôs-se logo a reboque e toca partir pedra.
Quando o governo fala em central de informação está a dar transparência ao que pretende fazer, bem diferente de outras centrais de informação que por ai existem, talvez mesmo na esfera do presidente da República, e que os cidadãos não têm conhecimento. Falar verdade e ser coerente parece ser um mal e um defeito para quem tem dificuldades em entender que a democracia é mostrar e não esconder o que fazem os governos.
Portugal não pode esconder que é dos países mais pobres da Europa dos 15, que só em Lisboa tem cerca de dez mil sem-abrigo, que em matéria de ensino está Portugal ao baixo nível do México e da Turquia. O presidente da República, pelo respeito que me merece na qualidade de cidadão, talvez devesse dar mais atenção ao país com muitas “bolsas de pobreza”, de analfabetismo e de uma enorme assimetria entre Lisboa e o resto do país.
O meu gozo de felicidade é ter nascido na Madeira e viver na Madeira. É ver que esta região felizmente conseguiu em pouco mais de 20 anos desenvolver-se como em nenhuma outra região do país e que hoje está ao nível médio-alto da sociedade europeia, graças a uma extraordinária e firme liderança governativa que não recuou nas reformas concretizadas e bem usou da prerrogativa constitucional de sempre informar os eleitores, levando-os a tomar parte de todas as iniciativas e obras realizadas em favor de toda a comunidade. E é com grande tristeza que vejo Portugal resvalar para níveis cada vez mais baixos no contexto Europeu.
Ouvi esta semana vários notáveis (!), felinos defensores das ideologias de esquerda, a fazerem trocadilhos de central de informação, logo central de propaganda do governo. É
sempre divertido ouvir estes engenhosos partidários. E mais “cheios de razão” ficaram quando o presidente da República lhes deu a oportunidade de satisfazerem o ego com o veto dado à proposta do governo.
E foi também divertido ouvir o presidente do governo Regional dos Açores, Carlos César, afirmar que no seu governo não há uma central de informação. Há apenas uma minúsculo gabinete de informação com três ou quatro jornalistas profissionais, com experiência em televisão, rádio e jornais. De mãos para o céu, com aquela inocência de quem até é perseguido pelos jornais. Seria bonito o gesto se assumisse a sua central de informação, mas é óbvio que tem de cumprir a ordem do partido socialista e alinhar pela rectidão podia ser mal interpretado.
É por estas e por outras que o país só irá para a frente quando conseguir libertar-se da obtusa mentalidade de encobrir a realidade e dar a aparência que tudo está bem quando tudo está mal. São quase 30 anos que o país anda a viver sob este cenário hipócrita. O espelho está à nossa frente: Portugal continua sendo dos países mais atrasados da Europa.

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

A Madeira fez as reformas que Portugal não fez

Concordo com o Primeiro-Ministro quando diz que doa a quem doer o país tem que andar para a frente, as mudanças têm que ser feitas e a formiga branca tem de ser combatida de uma vez por todas. Basta da incompetência mandar na competência, dos salamaleques do oportunismo que andam encostados aos pilares seguros, minando falsas desgraças e deitando abaixo aqueles que são capazes de colocar o Governo a funcionar melhor e o país a avançar.
As reformas têm de ir em frente, por muito que custe, inicialmente, ao Governo e aos partidos que defendem as reforças profundas. Um Governo que faça política para apenas agradar aos cidadãos e satisfazer ambições de ocasião, sem olhar e ponderar os efeitos no amanhã, está a enganar os cidadãos, a criar ilusões e a levar o país para um atraso que terá custos incalculáveis no futuro.
A política do porreirismo e do facilitismo foi o que sempre praticou o Partido Socialista quando esteve no Governo de Portugal, abanando as saias, bailando ao som das paixões, dando folgas orçamentais e levando a sociedade para um teatro de risos, com música pimba e para récitas sonhadoras. Governar não é favorecer partes e esquecer o todo. Governar é ir em frente e romper com o que está mal, é reformar e reformular sem ceder a pressões, é criar as “novas-avenidas” que venham permitir a Portugal o acesso aos níveis sociais, culturais e económicas da União Europeia.
O Primeiro-Ministro, Dr. Pedro Santana Lopes, disse no XXVI Congresso do PSD, aquilo que muitos sentem que é necessário dizer mas que não têm coragem, acobardam-se e passam a vida a dizer mal mas nunca foram capazes de fazer alternativa melhor. Quem mais - neste país com cerca de 10 milhões de habitantes - tem tido a coragem e a frontalidade de apontar os defeitos e avançar com soluções para a reforma e a modernidade de Portugal como o Dr. Alberto João Jardim? Porquê apoia o líder do PSD-Madeira o líder do PSD-Nacional?.
Porque o PSD-Madeira fez as maiores e mais profundas reformas que Portugal conheceu nos últimos 30 anos. Reformas que tiraram a ilha de uma pobreza profunda para um nível que causa surpresa a quem viu o que era a ilha antes e agora. Mudanças que Portugal (Continente e Açores) não fez com tanta profundidade e que por isso se debate hoje com problemas estruturais que há muito deviam estar resolvidos. A Madeira fez as reformas que Portugal não fez!
O Governo Regional da Madeira soube aproveitar ao máximo os apoios proporcionados pela UE, investiu atempadamente em todas as frentes possíveis, construiu obras sociais como nenhuma outra região de Portugal, e teve sempre capacidade de resposta para os constantes ataques feitos pela oposição que na Madeira faz-se representar na Assembleia Regional com todas as forças políticas.
Tenho a certeza que se o Governo da República, sob a liderança do Dr. Pedro Santana Lopes (com toda a sua equipa competente e coesa) tomar as medidas que têm de ser tomadas, reformar o que tem de ser reformado e avançar sem cedências, vamos ter o Portugal que se deseja que seja desde que o regime democrático foi implementado.
Respeite-se as opiniões e as críticas vindas da oposição, dos sindicatos e de todas as associações e confederações, aceite-se o direito à diferença e não se menospreze os que vivem amarrados à bóia da sobrevivência, mas dê-se um “pontapé para a frente”, tire-se Portugal das armadilhas politiqueiras, do analfabetismo político e da sabotagem eivada de mentiras protegidas pelos falsos donos da razão.
Acabe-se com a estúpida falácia de “quem perde, ganha” e de “quem ganha, perde”. O partido que ganha um acto eleitoral é porque é melhor que os outros partidos concorrentes. Na vida não há suposições mas efectivações. Pode haver por ai muito boa gente convencida que é capaz de... que consegue levar alguém a confiar no que diz. Na prática vamos verificar que nunca fizeram nada lucrativo, nunca ganharam nada. Que currículo, que vitórias, que trabalhados realizados? Na política a reforma é avaliada a todo o momento pelas medidas que são tomadas e pelas obras que são feitas. Podem algumas medidas demorar tempo a dar resultados mas têm, ainda assim, de mostrarem visibilidade, capacidade de execução e objectividade para a data indicada.
O actual Governo de Portugal tem tudo para mudar o rumo do país, de introduzir as reformas há muito pedidas e que a União Europeia há muito espera. Não deixe, senhor Primeiro-Ministro para amanhã o que pode ser feito hoje! Mude, faça, avance, desafie a sua própria inegável capacidade de inovar. Faça, com a sua equipa, o Portugal europeu que todos os portugueses tanto ambicionam. Vá em frente! Tem a Madeira como exemplo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Congresso das diferenças

O PSD- Madeira, sem pretender criar embaraços de espécie alguma nem ter a necessidade de colocar-se em bicos de pé, tem acrescidas razões para apresentar-se no Congresso Nacional do PSD, que começa hoje, no norte do Continente, com a expressão de partido vencedor, em toda a linha, de todas as eleições democráticas realizadas nesta parcela portuguesa no Atlântico.
Penso não ser necessário assinalar no mapa do país e da região o que foi feito, o que mais se desenvolveu e o muito que foi preciso fazer para que Portugal tenha na Madeira uma das mais expressivas e significativas pujanças de desenvolvimento que é admiração para todos. São vitórias da democracia, vitórias dos sociais-democratas, vitórias dos madeirenses e, muito especialmente, vitórias do Dr. Alberto João Jardim.
Há um passado e um presente na ilha que não hà de norte a sul de Portugal continental. Um progresso que é produto da muita competência, da forte liderança e do saber gerir o tempo e aproveitar as oportunidades que foram e vão surgindo nos espaços nacionais e comunitários. A posição do Governo Regional e do PSD-Madeira não foram sempre de total consenso com o Governo da República e com o PSD-Nacional, mesmo quando o Governo central era e é da mesma cor partidária.
Muitas foram as vezes, ao longo destes 30 anos, em que o PSD madeirense assumiu posições contrárias às do PSD nacional, suscitando reacções desfavoráveis dalguns intocáveis do partido que não admitiam nem aceitavam opiniões de quem sempre viveu na ilha. Para alguns desses iluminados o PSD terá sido um trampolim para a vida pública e para que pudessem dar outros saltos noutras áreas, mas para o PSD da Região Autónoma o trampolim foi para que todos os madeirenses pudessem saltar mais alto, ver mais longe e darem passos em frente.
Muitos desses “atiradores fortuitos” contra a Madeira e contra o Dr. Alberto João Jardim praticamente desapareceram da cena política sem deixarem obra feita. Pelo contrário, muitos deles apareceram como “salvadores da pátria”, com projectos e lábias como ninguém seria capaz, prometendo tudo aquilo que outros racionalmente não se atreviam falar e muito menos anunciar, até que foram corridos dos cargos, do governo, sem nunca terem vencido algum acto eleitoral ou terem dado algo de bom para o país.
Entre a Madeira, o Continente e os Açores, existe de facto algum abismo. A começar pela forma e pelo modo como a democracia é tratada, como é difundida a ideia do fazer e como tudo se desenrola devidamente planificado, a tempo de corrigir o que eventualmente possa ser necessário rectificar. Esta substantiva gestão dos recursos humanos, económicos e logísticos funciona com enorme equilíbrio e sucesso na Madeira mas fracassa no Continente e também nos Açores, por falta de liderança. Sem dúvida.
Os sociais-democratas madeirenses sentem e participam, cada qual à sua maneira, na construção do presente virado para o futuro, deitam “mãos à obra” quando são chamados, arregaçam as mangas sempre que é preciso e não desistem até verem concretizados as metas projectadas. Isto não acontece em mais nenhum outro partido da região nem mesmo dos partidos a nível nacional, incluindo o PSD.
Compreende-se o desespero que algumas forças partidárias, apoiadas por cultores da desgraça, quando tentam empurrar para o desconforto o conforto responsável que o PSD goza junto do eleitorado madeirense. Não conseguem abalar o forte sentimento social democrata madeirense. Esta é outra lição de democracia que não vemos em mais nenhum outro partido que não seja o PSD.
Para este Congresso Nacional do PSD, a Madeira tem uma palavra a dizer, a fazer sentir. Tem o direito de ser ouvida, de pé, com atenção redobrada, e questionar como é que os mais de 500 anos de enorme atraso, a ilha conseguiu, em poucos anos, um tal desenvolvimento que lhe confere uma posição entre as mais evoluídas da União Europeia?
Devem os sociais democratas do resto do país procurar saber como é que a Madeira deu a Portugal um desenvolvimento como não deram as outras regiões?
Deviam os governantes da República (dos diferentes partidos, actuais e anteriores), sem perda dos seus galões, interessar-se por este fenómeno que colocou a ilha atrasada ao nível das mais desenvolvidas regiões do país e da Europa?
Questões ainda mais oportunas quando parecem existir alguns desacertos no interior do Governo da República e quando neste Congresso há a vontade de dar ao Dr. Pedro Santana Lopes, Primeiro-Ministro e Presidente do PSD, uma “força plena” para levar por diante as reformas que o país tanto necessita.
O PSD-Madeira tem sobejas razões para ser sentir orgulhoso por tudo quanto tem feito em prol do país e da União Europeia. Sem nunca arrepiar caminho nem perder de vista o futuro. Este é mais um congresso das diferenças, entre os de cá e os de lá...embora
remando na mesma direcção e sob a mesma bandeira.

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

George W. Bush, o vencedor!

A vitória de George W. Bush deixou muito boa gente com engulho, desesperada, por estarem à espera que a reeleição nunca viesse a acontecer. Não se deram à maçada de ouvir as opiniões imparciais e deixaram-se levar pelos derrotados, pelos anões da política e da democracia. Bush mostrou que é um vencedor e teve a vitória mais saborosa que algum vez um candidato a presidente dos EUA terá tido.
As eleições americanas são sempre notícia de topo mundial. Seja para a presidência ou para outra hierarquia de poder. Ainda que a eleição do presidente do país mais poderoso do mundo tenha efeitos muito mais curiosos, cretinos e até bajuladores. George W. Bush ganhou a John Kerry e vai continuar na presidência dos EUA por mais quatro anos. Todos os que tiveram oportunidade ou que gostam de seguir o que vai acontecendo no país e no mundo tiveram oportunidade de ver, através das várias estações de TV, o candidato a presidente dos EUA que perdeu as eleições fazer o discurso da derrota e cumprimentar o vencedor. Na Madeira… os vencidos fazem o discurso da victória.
O presidente ideal nunca será encontrado, nem na América nem na Europa, e não vale a pena transformar um acto eleitoral como de decisivo para o futuro da humanidade. Em política não há super homens, não há democracia cem por cento permissível a tudo mas há espaço para todos. O povo americano elegeu o seu presidente tal como os portugueses elegem o seu, tal como os madeirenses elegeram há poucos dias o Dr. Alberto João Jardim para mais um mandato de quatro anos.
A escolha do presidente é a vontade expressa pelos eleitores e não por imposição de forças ou lobbies interessados em se apoderarem dos poderes do presidente. A Madeira tem eleições regionais no mesmo ano em que os americanos têm eleições presidenciais. George W. Bush já esteve nos Açores mas nunca visitou a Madeira. Conhece, porém, uma das regiões autónomas portugueses.
A carga que se atirou para cima do candidato republicano foi intencionalmente pesada, um fardo sujo, tentando cozinhar as piores colheitas como se George W. Bush foi um zé ninguém, intelectualmente menor e não merecesse continuar na Casa Branca ou Capitólio. Dá para rir quando vem a presidência do Quénia, país africano subdesenvolvido, considerar Bush de um “monstro” e a América um país de “ricos esfomeados”. Este tipo de acusações trogloditas fazem-nas, algumas vezes, os derrotados da política portuguesa quando se referem à Madeira.
Porque se dispõem as pessoas a olhar para o Afeganistão e o Iraque, e não olhem para o Kosovo, para o Kweit, para a II guerra mundial e para o Plano Marshal. Se os americanos não têm defendido o Kweit aquando da invasão do Iraque, será que o Kweit ainda figuraria no mapa do mundo ou seria mais uma província do Iraque? Porquê, para muitos, custa a aceitar os EUA como a maior potência mundial, por mérito próprio?
Porquê razão aparecem nas televisões quase sempre as mesmas imagens sobre o Iraque, os mesmos ataques, as mesmas destruições, e não aparecem as zonas onde reina a paz, onde as pessoas fazem o seu dia a dia sem guerra, com a normalidade e a liberdade que sempre desejaram ter. Mais ainda quando o território iraquiano é enorme, com lugares, vilas e cidades onde as bombas não caíram nem os combates aconteceram. A quem servem e para que servem as imagens da guerra, os feridos, as mortes, a destruição, as crianças e as mulheres a chorar?
Tudo foi feito para derrotar George W. Bush. Na linha do poder, o presidente dos EUA é inflexível quando toca a defender os interesses do país e dos americanos e segue à risca essa atribuída função de “polícias do mundo”. Quando alguém se destaca é logo posto em causa e não há maneira de fazer sentir às pessoas que quem ganha eleições é porque é melhor que os outros concorrentes. Só deve quem pode dever, só ganha quem pode ganhar.
Por muitas que sejam as reacções contrárias, os EUA nunca vão deixar de serem líderes mundiais em muitas áreas, da ciência à medicina, da química à arquitectura, da engenharia à economia, do país que mais cresce em todas as frentes e que está constantemente a apostar e a avançar em novos desafios, várias frentes.
A vitória de George W. Bush criou engulhos em muitas facções da esquerda e da direita política, deixa marcas vincadas em muitos vilões da política internacional e pôs de cócoras muitos apostadores no adversário principal, John Kerry. Alguns líderes mundiais já mudaram os seus discursos e outros seguem pelo mesmo caminho.
Os americanos acabam de dar mais uma lição de democracia. Sem fantasias.